quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Escalada ao Dedo de Deus - Via Leste pela Blackout

Por Leandro do Carmo


Escalada ao Dedo de Deus - Via Leste/Blackout


Data: 28/07/2012
Local: Guapimirim – Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Participantes: Leandro do Carmo, Guilherme Belém, Ary, Igor Holzer e Alessandra.





Conquistadores: Almy Ulisséa, Antônio Taveira, Ulisses Braga
Ano: 1944

Dicas para escalar o Dedo de Deus

Caminhada de aproximação pesada, levar luvas para os cabos de aço, levar anorak, boa headlamp, pilhas extras, dura o dia inteiro, levar água e comida, o escalador tem que estar dominando técnicas de chaminé, ter bom condicionamento físico, alguns lances bem expostos.

Relato da Escalada no Dedo de Deus


28 de Julho de 2012 ficará para sempre na minha lembrança. Chegar ao topo do Dedo de Deus sempre foi um sonho e acho que para a maioria dos montanhistas também. Uma caminhada pesada de aproximação, cabos de aço, cordas, trepa-pedras, ancoragem em árvores, exposição, chaminés e muita, mas muita subida... Assim dá para tentar resumir o que é escalar o Dedo de Deus. Nada mais gratificante do que chegar ao topo no ano de comemoração do centenário da conquista, ocorrida no dia 09 de abril de 1912.

A jornada foi longa, levamos aproximadamente 14 horas para completá-la. Muito cansativo, porém recompensador!!! Mas vamos ver como foi...

Vontade de escalar o Dedo de Deus nunca faltou. Estava apenas esperando a oportunidade, alguém que já conhecesse e estivesse disposto a voltar lá. Em uma das reuniões sociais do Clube Niteroiense de Montanhismo – CNM, conversei com o Ary sobre a minha vontade de escalar o Dedo. Ele me sugeriu a data do dia 28 de julho e topei na hora. Éramos sete, talvez um número grande de mais, porém resolvemos que iríamos assim mesmo. Na semana da escalada, trocamos alguns e-mails para acertarmos alguns detalhes como horário, as cordadas, etc.

Marcamos às cinco da manhã em frente ao antigo Hospital Santa Mônica. O Guilherme passou lá em casa e quando chegamos lá, o Ary já nos aguardava. O carro do Adriano não ligava de jeito nenhum  e ele acabou ficando, o que nos fez deixar o Cláudio para trás, o carro do Guilherme já estava cheio e não cabia mais ninguém. Foi uma pena, mas vida que segue...

Resumindo: de sete, viramos cinco. E assim começamos a viagem, com meia hora de atraso, mas nada de assustar. Já chegando em Guapimirim, uma pequena chuva começou a cair... Chuva??? Essa não estava nos nossos planos... Continuamos a subir na esperança de que fosse alguma nuvem passageira. Quando chegamos ao estacionamento, Tinha algumas  nuvens no céu, mas não dava para ter certeza de como estava o tempo. Então, decidimos ir até a base e lá decidiríamos se continuaríamos ou não.

Escalada Dedo de Deus
Descemos a estrada até a entrada da trilha, na curva a direita, depois da Santa. Ainda não dava para ver a montanha, ela estava escondida entre as nuvens. Por vezes, víamos apenas o vulto. Começamos a trilha. Pesada desde o começo, não dava trégua. Foram mais ou menos uma hora e dez até os cabos de aço. Lá, vimos que o tempo estava bom, não teríamos problema. Paramos para uma água e começamos a subir. Os braços tem que estar preparados!!!! A subida continuava forte. A cada minuto que passava, as nuvens iam se dissipando e o Escalavrado ia mostrando a sua cara. Passados mais alguns minutos e o Dedo de Deus mostrou toda a sua beleza.

Eu, Igor e Guilherme, subimos um pouco na frente, enquanto o Ary e a Alessandra, mais atrás. Passamos um pouco do caminho, fomos em direção a Via Teixeira. Tivemos que voltar um pedaço. Mais um pouco de subida e estávamos no Polegar. Chegamos por volta das 09:40. Segunda parada para água e um descanso. Fomos até o alto dele para bater algumas fotos. Voltamos rápido para iniciar a subida, pois vinham mais algumas pessoas e não queríamos ficar para trás, o que poderia atrasar nossa subida.

Rapidamente, peguei minha mochila e comecei a subir. Chegamos até a base, onde efetivamente começamos a escalar. Dividimos as cordadas. Eu guiaria o Guilherme e o Igor, enquanto o Ary, a Alessandra. E assim começamos a subir. Logo de cara um pedra meio chatinha. Vencido o lance continuei subindo, coloquei uma fita numa árvore para proteção, pois não sabia o que encontraria pela frente. Esse começo foi tranquilo, um misto de escalada fácil com trepa-pedras. Encontrei um grampo, onde montei a parada, logo depois chegaram Guilherme e o Igor. Ary e Alessandra vieram logo atrás. O Ary me passou as dicas de como chegar até a gruta onde divide o caminho para a Maria Cebola e a Chaminé Blackout. Comecei a subir para não atrasar. Fui protegendo em algumas árvores. Uns dois lances bem legais, onde entalava os pés e mãos para continuar subindo. Cheguei numa arvorezinha que o Ary tinha falado e contornei a pedra por fora, um pouco mais exposto. Cheguei a gruta. Já era 10:50. Dali já dava para ver o comecinho da Maria Cebola e a entrada para a Blackout. Montei a parada no tronco da árvore e dei segurança ao Guilherme e o Igor. A vista dali já era fantástica. Só imaginava como seria lá em cima...

A galera chegou logo depois. O Ary iria pela Blackout e eu pela Maria Cebola. Ameacei subir, mas decidi ir pela Blackout também. Apesar de poder atrasar um pouco a subida, assim fizemos. Tivemos que passar sem mochila, a entrada era apertada de mais. O Ary foi na frente. Logo depois foi minha vez. O lance é exposto, mas tranquilo. Fiquei impressionado com o que vi pela frente. Era uma fenda bem estreita que tinha que apertar para passar. Rebocamos todas as mochilas para adiantar.


Agora só de lanterna, já não enxergávamos nada, daí o nome de blackout!!!! A caverna estava cheia de côcô de andorinha no chão. O Ary foi na frente e encontrou o caminho. Era muito apertado... Acho que um gordinho não passava!!!! Ele subiu e foi rebocando as mochilas. Para ver como é apertado, até as mochilas, sozinhas, tinham dificuldade de passar. Era minha vez de subir, fui até o final e na chaminé, fui subindo. Por vezes, era só encher o pulmão que você ficava preso. Passei por uma pequena passagem, meio de lado e cheguei até o andar de cima!!!! Gritei para a Alessandra escalar e ela veio subindo. O Ary ficou mais em cima. Ela também chegou e depois foi a vez do Guilherme e do Igor. Enquanto eles subiam, o Ary e a Alessandra continuaram. Demoramos um pouco mais. A logística era complicada. As chaminés muito apertadas, ficava difícil até se posicionar lá dentro para rebocar as mochilas e dar segurança. Mas vencemos!!!

Escalada Dedo de Deus A partir dali, era mais uma grande chaminé, com um grampo acima de uma pedra entalada no meio. Fui seguindo uma fenda na parede. No alto, um degrau na parede
ajuda a descansar. Fora da chaminé, mais um grampo onde montei a parada. Puxei as mochilas e dei segurança ao Guilherme e ao Igor. Eles foram chegando e já se dirigiram para frente, arrumando a corda e mochilas na base de outra chaminé, antes do lance do cavalinho.

Cheguei ao lance do cavalinho ás 13:45, a Chaminé Blackout foi o pedaço onde perdemos mais tempo. No lance do cavalinho, a gente monta literalmente na pedra, como se estivéssemos num cavalo. Usamos uma fita para servir de estribo e tocamos para cima. Mais uma chaminé apertada, porém não muito alta até a gruta onde tem o lance do passo de gigante. Esse sim um lance diferente. No começo, uma chaminé pequena, onde tem que ir subindo até o bico da pedra, no máximo que puder, aí sim você consegue dar a passada para frente, sempre forçando as costas no teto. Uma chaminé inclinada, onde vai subindo como se estivesse fazendo flexão. Dali já dava para ver a escada.

Escalada Dedo de Deus

Escalada Dedo de Deus Montei a parada, reboquei as mochilas, logo em seguida veio Igor e por último o Guilherme. Não via a hora de subir aquela escada. Enquanto o Guilherme e o Igor ajeitavam a corda,  fui para cima. Cheguei lá!!!! Olhei no relógio e marcava 14:50. A vista era fantástica. Parecia que estava num avião, eu ali olhando para baixo e só via as nuvens. Tudo branco. Geralmente eu olho para cima e vejo as nuvens, ali era o contrário, eu as via olhando para baixo!!! Valeu todo o esforço. Já eram três da tarde. Fizemos um lanche, batemos fotos e descansamos um pouco.

Se fosse uma escalada normal, teria terminado por aí. Mas o Dedo de Deus é diferente. Tinha a descida!!!!! É outra aventura!!!!

Iniciamos o rapel as 16:00 h. Como estávamos com três cordas, fizemos lá de cima mesmo. Emendamos duas e fizemos um bem longo. O visual era fantástico. Passamos pelas nuvens, sem saber o que vinha abaixo. Esse rapel é pela via Teixeira, o original da conquista. Ainda dá para ver alguns grampos antigos, ainda daquela época. Dali foram mais dois rapéis até a base. Enfim começamos a caminhada.

Os cabos e a trilha estavam molhados, o que dificultava bastante. Em alguns trechos tínhamos que descer lentamente. A noite foi chegando e com as nuvens, deixou tudo muito escuro. Tivemos que acender as lanternas. Continuamos descendo. Quando chegamos a parede, no trecho inicial dos cabos de aço, resolvemos fazer um rapel. De novo, emendamos as cordas e começamos a descer. Nessa hora, as nuvens foram se dissipando e noite foi ficando mais clara. Por vezes, desligávamos as lanternas e notávamos o quanto estava claro. O Ary desceu primeiro para localizar os grampos. Ele chegou aos cabos de aço. Foi a vez da Alessandra e logo depois o Igor. Eu e o Guilherme, fizemos o rapel em simultâneo, pois ele estava sem lanterna.

Paramos mais acima que o Ary e a Alessandra. Quando puxamos a corda ela travou. Nessa hora, bateu o desânimo... Como o Ary já estava nos cabos, ele subiu para tentar desprender a corda. Ele montou o rapel numa outra parda dupla e rapelamos até o final.  Aí foi só descer... e descer... Até que chegamos a estrada. No carro, bebemos um pouco d’água que havia deixado lá. Eram nove da noite, depois de 14 horas, tínhamos voltado!!!! Missão cumprida. Sem dúvida a maior de todas!!!!!

Até a  próxima!!!!!

Segue os relatos dos outros escaladores:

"Escalar o Dedo de Deus sempre foi um sonho para mim, não só pelo ícone que ele representa para o excursionismo brasileiro (e também mundial) mas também por esta escalada fazer parte da história de minha família, por intermédio de meu pai Arno, que criou até um clube de escalada na década de 40 em Petrópolis, com meu tio e alguns amigos.
O tempo passou e apesar de fazer caminhadas desde criança, só em 2010 consegui fazer um curso de escalada (pelo CNM) e finalmente, justamente no centenário da conquista, tive o prazer de fazer cume neste belíssimo monumento.
Guiado pelo competente Leandro do Carmo, que em uma uma cordada dupla conduziu eu e o Guilherme com segurança através das tantas chaminés e fendas, finalmente, aos meus 49 anos de idade, realizei esse sonho. Valeu a pena esperar. Visual e sentimentos indescritíveis...
Parabéns a todo o grupo, principalmente ao experiente guia Ary Carlos, o grande articulador de toda a trip, que fez a guiada da Alessandra.
Fizeram falta os amigos Adriano Abelaira e Claudio Murilo, que,  já com tudo pronto, não puderam nos acompanhar por motivos de força maior.
Já estou com vontade de voltar..."
Igor Holzer


Escalada Dedo de Deus

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Em uma atividade, o grupo deve manter-se sempre unido?

Por Leandro do Carmo

Em uma atividade, o grupo deve manter-se sempre unido?

Há uns dias atrás, me foi passada uma situação:

     Um grupo de três ciclistas, que não se conheciam, marcaram para pedalar na serra e na volta, já no fim da tarde, o tempo começou a virar, previsão de tempestades com raios. Com medo de pegar o temporal e ter que terminar à noite, o ciclista 1, não portando lanterna e anorak, resolve se distanciar dos outros dois ciclistas, a fim de chegar mais rápido no destino e, caso precisasse, voltaria, já com carro, para socorrer os outros dois, caso fosse necessário. Em nenhum momento, o ciclista 1 comunicou aos outros dois a sua intenção.

Tal situação, pode ser equiparada a duas cordadas no Dedo de Deus, um grupo numa caminhada longa, etc. Nesses casos, o grupo deve se manter sempre unido? Existem vertentes que diriam que o grupo deve manter-se sempre unido, pois teriam como garantir a segurança de todos os participantes. O grupo ou o participante que voltasse ou se distanciasse dos demais, ficaria muito mais vulnerável. Porém, há outras que afirmariam que em determinadas situações, poderia sim haver uma separação, visto que seria mais coerente alguém conseguir ajuda e promover o resgate com mais segurança, caso fosse necessário.

Na verdade, não como se chegar a um formato ideal. Existem situações e situações!!! Há alguns meses atrás, na via ferrata CEPI, no Pão-de-Açúcar, ocorreu de um escalador não conseguir subir mais. Eu já estava no platô do CEPI e o cara estava travado há alguns metros abaixo. Quando o outro guia chegou e após esperarmos alguns bons minutos, pensamos em deixar a corda para o outro participante rapelar com o escalador que ficou travado, porém achamos mais prudente abortar a subida e descermos todos juntos. Nesse caso, o escalador já estava cansado e não sabíamos realmente o estado dele. A decisão foi correta, mantemos o grupo unido, a separação, nesse caso, colocaria o participante em risco.

Já nas Agulhas Negras, um participante após chegar ao Abrigo Rebouças, não se sentiu bem, devido a uma forte gripe e após caminhar mais alguns minutos, percebi que ele não aguentaria, conversamos e orientei que ele voltasse sozinho. Como o abrigo estava perto, a trilha era bem marcada, não havia possibilidade de mudança brusca no tempo e o estado do participante daria condições plenas de voltar com segurança, decidi pela separação. Ele voltou ao abrigo e depois ao Posto Marcão, onde nos esperou até retornarmos.

Notem que o caso é o mesmo: separar ou manter o grupo unido? As possibilidades são enormes, vai depender da situação. Cada evento tem que ser tratado de forma única. Não dá para generalizar, criar regras ou dizer que será sempre assim. Se analisarmos profundamente, viríamos que há uma infinidade de possibilidades e vários prós e contras para cada uma delas. Porém, o fundamental é minimizar os riscos para o grupo e para si mesmo.

Analisando o caso dos ciclistas:

1.       Nem todo mundo do grupo se conhecia, apenas dois já eram amigos e tinham noção dos limites uns dos outros;
2.       O ciclista 1 não possuía lanterna e nem anorak;
3.       O ciclista 1 se distanciou do grupo sem avisar;
4.       Talvez o grupo não tenha atentado para as condições meteorológicas e características da região;
5.       Tinham o percurso traçado, mas não um plano de emergência;
6.       Não se comunicaram.

Conclusão:

Ficou claro que houve falha na comunicação. Independente da decisão tomada, ela precisa ser avisada de forma clara à todos os participantes. Mesmo o ciclista 1 tendo toda a boa intenção em adiantar e buscar ajuda, os outros dois não sabiam o que estava acontecendo. Imagina a preocupação dos outros dois... A falta de equipamento adequado, também pode interferir nas ações tomadas. Talvez se o ciclista 1 tivesse lanterna e anorak, ele não tomaria a decisão de se distanciar e chegar mais rápido ao ponto final, ele teria condições de continuar pedalando junto ao grupo e se proteger da chuva. Não há como determinar, apesar de tudo, qual seria a decisão mais prudente, porém, como já falei, era imprescindível, a comunicação. Abandonar uma trilha, voltar, ir na frente, etc., são situações que precisam ser discutidas antes e não tomadas unilateralmente. Comunicação é tudo!!!!

Dicas importantes para uma excursão:

-          Conheça o local, informações como distância, topografia, clima, etc., são importantíssimas;
-          Esteja sempre com o equipamento adequado;
-          Nunca se distancie do grupo a ponto de perder contato visual, principalmente se não conhecer a trilha ou não tiver comunicado de forma clara sua intenção;
-          Comunique-se sempre;
-          Cuidado com atividades com pessoas desconhecidas, principalmente as mais longas;
-          Lembre-se que a trilha, a via, o rio, a cachoeira, etc., estará sempre lá, você poderá voltar quando quiser, mas só se estiver vivo!!!!

Pense nisso.

Na caixa abaixo, deixe sua opinião ou relato de situação vivida por você. Seu comentário será muito importante.


Até a próxima!!!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Pico das Agulhas Negras - Parque Nacional do Itatiaia

Por Leandro do Carmo

Pico das Agulhas Negras


Local: Parque Nacional do Itatiaia
Data: 21/07/2012
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Guilherme Belém, Emerson Mondego e Antônio Jorge

DICAS: Caminhada de nível médio, dura o dia inteiro; contratar um guia pode ajudar; muito frio no inverno, chegando a formar gelo nas poças d’água;  há possibilidade de pernoitar próximo (contactar parque antes).


Há muito tempo atrás, conheci um cara que me disse que havia subido o Pico das Agulhas Negras e de lá para cá isso não saiu da minha cabeça. De vez em quando eu lembrava da história e ficava pensando como fazer para chegar lá.

Depois de muita pesquisa, decidi que essa seria a hora. Com a internet fica tudo mais fácil... Fiz contato com alguns guias credenciados do parque, além das pousadas. Como não conhecia nada na região, as dúvidas aumentavam. Em maio, troquei alguns e-mails com a guia Giane Carvalho, na qual me indicou a Pousada Bululu, que ficava em Itamonte - MG, 15 km depois da Garganta do Registro.

Acertado o guia e a pousada, era hora de saber quem gostaria de ir. Passada qual seria a aventura, logo surgiram participantes. O Guilherme, Jorginho e Leka logo toparam a idéia. Depois entraram Emerson, amigo de Guilherme e João.

Marcamos para sair as 08:30 da manhã do dia 19, uma sexta feira. No dia e hora marcado, estávamos todos, exceto o Emerson, amigo de Guilherme. O Guilherme tentou contato com ele durante a semana e nada. Resolvemos partir assim mesmo. Às nove, partimos. Paramos para abastecer e seguimos viagem. Quando estávamos chegando na Dutra, o Emerson ligou para o Guilherme. Como já estávamos no caminho, ele foi sozinho de carro, não queria perder essa aventura. Ainda pensei: “se esse cara aparecer, ele vai ser o mais guerreiro!!!!”

A viagem foi super tranquila, paramos no começo da Rio-Caxambu para almoçar e continuamos viagem. A beleza da vista ia aumentando a cada quilômetro percorrido. A estrada é bacana, uma hora estamos em São Paulo, outra no Rio e depois em Minas!!! Passamos pela Garganta do Registro e depois de 15 Km, estávamos na Pousada do Bululu. Fomos até o centro de Itamonte e compramos alguma coisa para comer. Quando estávamos voltando, quem aparece: O Guerreiro Emerson!!!! Ele falou que essa não poderia perder!!! Voltamos e passamos o final do dia na pousada. O frio era de mais, tentamos ainda dar um mergulho no rio, mas parecia que água saía da geladeira. A sauna aqueceu um pouco. A noite, a sinuca ajudou a passar o tempo.

Às sete da manhã do dia seguinte, já estávamos tomando café. O guia Rafael Fernandez chegou pontualmente. Conversamos um pouco sobre a trilha, nos arrumamos e partimos em direção a entrada do parque. Já no Posto Marcão, assinamos o termo de responsabilidade e pagamos a entrada. Levamos os carros até um pouco mais a frente e começamos a caminhar.

O frio da noite anterior já havia mostrado a sua força e já sabíamos o que pegaríamos pela frente. O frio era forte e alguns metros a frente a primeira poça d’água congelada. Era novidade para mim. Mais alguns passos, outra. E assim foi até o Abrigo Rebouças. A cada metro, esquecia do frio e ficava encantado com a paisagem. A vegetação rasteira de altitude predomina no local, com isso temos uma ampla visão de tudo ao nosso redor.


No Abrigo Rebouças, bebemos bastante água e reabastecemos as garrafas. No caminho, senti que o João estava ficando para trás. Até o abrigo, caminhamos pela estrada. Dali para frente, entramos na trilha, bem demarcada por sinal. O pessoal foi seguindo na frente e fui fincando para trás, esperando o João. Chegou um momento que percebi que não dava para ele continuar. Dei a idéia dele ficar e voltar até o abrigo, lá teria água e poderia descansar. E assim ele fez. Continuei sozinho e avistei o pessoal lá no alto. Apertei o passo e logo cheguei ao grupo. Começamos realmente a subir!!!

A medida que íamos subindo, as placas de gelo começaram a aparecer com mais frequência. O frio, nem preciso falar... O Fernandez conversou com o pessoal do abrigo que lhe disse que fizera –11°C, isso mesmo, -11°C, na madrugada. Dá para acreditar???? Na subida, passamos por pedras, alguns pequenos córregos e muita lama. Cruzamos com pelo menos uns quatro grupos que saíram na frente. Estávamos num ritmo bom. Era melhor acelerar e chegar tranquilo, assim poderíamos curtir bastante lá em cima. De um mirante, dava para ver bem longe o João, ainda no ponto onde havia ficado. Tinha que ter olhos de ave de rapina para avistar aquele pontinho preto!!!

Chegamos a um ponto onde o pessoal costuma usar corda para subir. Mas estava cheio, a fila era grande. O Fernandez fez um outro caminho. Subimos à direita e contornamos esse ponto. Ganhamos tempo e o caminho feito foi muito mais bonito. Mais pontos para o nosso Guia!!!! Dali para cima foi um trepa-pedra. O sol não batia, o que tornava a pedra muito gelada. Já tinha tirado a luva para dar mais firmeza nas mãos. Os dedos começaram a doer, mas era melhor, dava mais pegada.

Estávamos cada vez mais alto, o vento começou a apertar. Porém chegamos a um ponto onde o sol batia. Nesse lugar, a pedra estava mais quente. Minha mão já não doía tanto. Passamos por fendas, buracos e pequenas chaminés. Com o auxílio de uma corda, subimos mais um pouco. O vento ficou mais forte, o frio também aumentou, apesar do sol.

Mais um pouco de subida e estávamos no cume. 2.2791,55 metros de altitude. Dia lindo, céu azul, visão 360 graus!!!! Foi uma sensação indescritível. Dezenas de pessoas já estavam lá. Arrumamos um local para ficar, sentamos um pouco para apreciar a vista. Lanchamos e batemos muitas fotos. Todo mundo satisfeito. Chegamos lá!!!!!

Achei uma concavidade na pedra onde o vento não era tão forte e foi lá que fiquei, apreciando a vista até a descida. Ficamos ainda trocando uma idéia até que resolvemos descer. O caminho era longo, mas tudo valia. Na descida, para ganhar tempo, montamos um rapel de mais ou mentos trinta metros. Afinal de contas, o Emerson e o Guilherme não revezaram o carregamento de uma mochila pesada a toa... Leonardo e Jorginho desceram pela via normal, nas cordas que o Fernandez já havia colocado. Chegamos tranquilo e tocamos para baixo. Aí foi só alegria... O pior já tinha passado. Eram três horas da tarde e ainda tinha gelo no caminho. O Fernandez e Jorginho acharam uma placa de gelo enorme e pararam para bater algumas fotos. Seguimos na frente. A media que íamos descendo, o vento ia diminuindo e o frio abaixando. Era hora de tirar um casaco. Mais um pouco de caminhada, chegamos ao Abrigo Rebouças. Mais uma pequena pausa para descansar e recarregar as baterias!!! Olhávamos para o alto e já dava saudades... Procuramos o João e ele já não estava mais lá. Deveria ter voltado até o Posto Marcão.
Enfim terminamos, estávamos cansados, porém felizes. Chegar lá foi de mais!!!! Valeu todo o frio, todo o peso carregado na mochila, todo centavo gasto, etc.

Depois de tudo, era hora de agradecer ao Rafael Fernandez, o guia mais casca do parque!!!!!

Voltamos até a pousada, aí era hora de outra aventura, mas essa não muito boa: voltar dirigindo pra casa...


Até a próxima!!!!


Pico das Agulhas Negras

Pico das Agulhas Negras

Pico das Agulhas Negras

Pico das Agulhas Negras

Pico das Agulhas Negras

domingo, 22 de julho de 2012

Via A Linha Enígena - Morro do Tucum - Costão / Itacoatiara

Por Leandro do Carmo

Via A Linha Enígena

Conquistadores: Pablo Ximenes e Marcelo Viana
Data da conquista: 21/07/2008

Local: Face Oeste – Morro do Tucum (Costão) – Itacoatiara – Niterói RJ
Data: 07/07/2012
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém

Material Utilizado: 8 costuras e corda de 60m

DICAS: A base fica a esquerda da Via do Tetinho, porém mais acima; bem protegida no crux; tomar cuidado com alguns blocos soltos no meio e no final da via;  para chegar a base, caminhar pelo costão a beira mar e subir acompanhando a matinha, mantendo a esquerda;  via exigente; se quiser, o participante pode dar segurança do primeiro grampo da via do Tetinho.



Foi bonito chegar e ver Itacoatiara assim!!! Céu aberto, mar parado e visibilidade fantástica da água. Mas hoje não seria mergulho, nem remada, iria escalar!!! Encontrei o Guilherme ainda no caminho, paramos para comprar água e tomar um café da manhã. Por serem curtas, estava pensando em fazer as três vias do local, Via A Linha Enígena, Via do Tetinho e Via Tetando Ramirez. Chegamos à praia dei uma olhada no visual e começamos a subir na direção do gramado. Fomos beirando o mar até contornar a matinha. Nunca tinha ido até base, mas sabia mais ou menos onde ficava.

Fui acompanhando para ver se achava os grampos, subimos um pouco até que os encontrei. dei uma olhado no croqui par me certificar de que era ali mesmo. Decidimos começar pela da esquerda, a Via  A Linha Enígena, um excelente Vsup, numa bonita linha. Acho que todas as vias do Costão tem linha bonita!!!!! A vista é fantástica.

Decidida a via, começamos a nos arrumar. Eu fiquei mais em cima e o Guilherme estava na direção do primeiro grampo da Via do Tetinho. De lá, ele se ensolterou e deu segurança dali mesmo. Como a via era curta, deixei a mochila na base e iniciei a escalada. Os primeiros lances foram tranquilos, estava certo de que seria fácil!!! A dificuldade foi aumentando e aí fui sentindo realmente a via. No terceiro grampo pra cima, os lances foram ficando mais técnicos. Os lances são em agarras, hora nos pés, hora nas mãos, foram poucos onde usei aderência.

Já quarto grampo, olhei para o alto e vi um pequeno diedro, o que facilitaria um pouco minha vida, visto que a próxima proteção estava bem acima. Subi usando a oposição, apesar de não confiar muito nessa grande laca. A sua esquerda um grande bloco solto pode rolar caso alguém se apoie. Mas chegar ali não é preciso. Logo acima, costurei o quinto grampo e veio mais um lance complicado, acho que era o crux. Demorei um pouco até entender as passadas. Nessa hora eu pensei: O que é que eu estou fazendo aqui!!! hehehe Agora é tarde!!! Pedi para o Guilherme segurar um pouco a corda para eu tomar um fôlego e toquei pra cima!!!!

Veio o sexto e o sétimo grampo, numa sequência de excelentes passadas, muito exigente!!! Cheguei a um pequeno platô onde dois buracos, um grande e um pequeno, ajudaram um pouco. Vi um grampo a esquerda, e fui na direção dele, coloquei a costura e vi a parada dupla. Ali, outro bloco solto que deve ser evitado. Mais uma subidinha e já estava nela. A vista é irada!!!! Apesar de ter subido em várias outras vias desta face, de cada local temos um ângulo diferente, sempre uma surpresa.

A água estava claríssima, alguns mergulhadores faziam caça bem próximo do costão. O sol, estava tão bom que nem lembrava dele. Esses dias de inverno são excelentes!!! Depois de apreciar um pouco a vista era hora de dar segurança ao Guilherme, a final de contas não estava sozinho. Hahahha

Perguntei para o Guilherme se daria para ele subir com sua corda, assim faríamos um único rapel. Ele a colocou na mochila e tocou pra cima. Teve um hora que não conseguia mais vê-lo. De vez em quando só ouvia o pedido para retesar, eu só pensava: “deve estar naquele lance f...” Quando ele chegou na altura dos buracos, foi hora de bater algumas fotos. Já na parada, dei uma triste notícia: “Cara, se você quiser guiar as outras vias, eu vou  participando, pra mim já deu!!!!” A minha triste notícia virou boa!!! Na hora foi até engraçado. Quando falei que iríamos fazer as três vias o Guilherme ainda pensou: “O cara tá f...” Cheio de gás”. Mas foi só fogo de palha!!!! Hahahehahehah

Com as duas cordas para rapelar, seria mais rápido. Com o pescador duplo, as emendamos e rapelamos. Chegamos a base, guardamos o equipamento e pensamos fazer outro caminho de volta. Porém ficaria mais difícil que voltar por onde viemos. Não teve jeito. Voltamos contornando a matinha e logo estávamos na praia. Pensei até em dar um mergulho, mas o frio... Vai ter que ficar para a próxima!!!!

Valeu galera, até mais!!!!!

Via A Linha Enígena

Via A Linha Enígena

Via A Linha Enígena

Via A Linha Enígena


Via A Linha Enígena

terça-feira, 17 de julho de 2012

Passeio Ecológico de Canoagem - Represa Ilha dos Pombos - Itaocara

Fala galera!!! A ACAI,  Associação de Canoagem de Itaocara convida a todos para o passeio ecológico de canoagem que saira da Represa Ilha dos Pombos - Light e seguirá até Itaocara. Os detalhes estão no convite abaixo.

Essa promete!!!!!!


ACAI – Associação de Canoagem de Itaocara
Rua Frei Thomáz, 32 – Centro – Itaocara –RJ
CEP 28.570-000
www.acainoagem.com.br










Projeto Passeio Ecológico de Canoagem Represa Ilha dos Pombos – LIGTH até Itaocara.
 11 e 12/08/2012

Objetivo:

Ressaltar a beleza da nossa região e seu potencial turístico, assim como divulgar o esporte. Será uma grande confraternização dos amantes da natureza e da canoagem.

Características do trajeto: neste trecho o Rio Paraíba do Sul é bem calmo com extensos poços de água parada e algumas poucas corredeiras em geral classe I. Destaca-se a cachoeira do Urubu a única classe III do trajeto que pode ser ultrapassada pela margem. Sendo assim, pode-se afirmar que o trajeto é bem tranquilo, sendo uma ótima oportunidade para iniciantes e praticantes de canoagem oceânica e de lagos com pouca experiência na canoagem de descida. É um dos trechos mais bonitos do Paraíba do Sul, com mata ciliar e ilhas relativamente preservadas, águas límpidas, sem nenhuma cidade em sua margem, somente alguns vilarejos, e com um visual maravilhoso.

Planejamento:

Transporte: Sairemos de Itaocara às 06:00 rumo a Represa Ilha dos Pombos – Light via RJ 152, RJ 166 e RJ 160. O trajeto de caminhão leva em torno de 1:30 h.
Alimentação: A alimentação será de responsabilidade de cada participante, pois até o início divulgação do PASSEIO, não havíamos conseguido confirmação de apoio do governo municipal. A duas paradas acontecem em restaurantes com refeições, petiscos, bebidas, etc.

Distância total: 64,10 kms

1º dia 11/08/2012.
    
Saída: Represa Ilha dos Pombos - Light

         Horário: 8:00

Chegada: Barraca do Ernani
Estimativa de chegada: 11:00 ( 3h de descida)
Distância:31,5 Kms
Evento: Almoço e reabastecimento de suprimentos e água

Saída: Barraca do Ernani
Horário: 13:00
Chegada: Cabana do Peixe Frito
Estimativa de chegada: 17:30 ( 4,5 h de descida)
Distância:16,8 kms
Evento: Jantar, montagem do acampamento e reabastecimento de suprimentos e água. Acontecerá um luau com a Banda Beija Flor Noturno a partir das 18:00 hs

2º dia – 12/08/2012.

Saída: Cabana do Peixe Frito

Horário: 9:00

Chegada: Itaocara
Estimativa de chegada: 11:00 ( 2,0 h de descida)
Distância:15,8 kms
Evento: Almoço e encerramento do passeio.


Observações:
É obrigatória a confirmação de presença até 09/08/2012.
Haverá equipe de apoio nos locais de parada e no rio;
Uso obrigatório dos equipamentos de segurança: capacete, colete e saia;
Quem for dormir na Cabana do Peixe Frito deve levar Barraca de Camping. A infraestrutura é simples (fotos abaixo no link).

Organização: ACAI – Associação de Canoagem de Itaocara

Contatos: acainoagem@gmail.com
         (22) 9822-7201 Jefferson
         (22) 8127-0527 Walnner
         (22) 9721-1700 Abel Velho
         (22) 9965-0190 Luizão

Fotos: clique <<FACEBOOK>>

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Caminhada Costa Azul (Emissário) – Praia da Joana

Por Leandro do Carmo


Caminha Costa Azul x Praia da Joana


Local: Rio das Ostras
Data: 01/07/2012
Participantes: Leandro do Carmo


DICAS: Caminhada leve na areia da praia e nas pedras, duração de 1 hora, somente ida, parando para tirar fotos e apreciar a natureza!!!!

Há muito tempo que estava a fim de fazer, novamente, essa pequena caminhada. Minha intenção era sair de Costa Azul, na altura da rua São Fidelis e ir beirando o mar até a praia da Joana. Sempre tinha alguma coisa para fazer e acabava ficando para a próxima... Mas hoje era o dia!!!

Saí às 09 da manhã, cheguei ao emissário e comecei a caminhar pela areia. A neblina era forte, apesar da hora. Depois de alguns minutos, cheguei a praia do Remanso, olhei para a Ilha do Costa e ela ainda estava meio encoberta pela neblina. Pouco depois, já estava no mirante, ao lado da praça da Baleia.

Desci até o totem, onde vi que dava para fazer alguns boulders. Algumas pessoas pescando, outras, também caminhando... O dia estava agradável. Conforme fui avançando pelo Monumento Natural do Costões Rochosos, fiquei impressionado e muito triste com as pixações nas pedras. Era algo que não podia entender. Como é que esses imbecis podem fazer coisas como essa... Será que isso os torna mais homens??? Vai entender...
Passado esse fato lastimável, continuei caminhando pelas pedras e cheguei na praia das Areias Negras. Algumas crianças superavam o frio e brincavam na água. Eu, não queria nem molhar o pé!!! A maré estava baixa, dava para ver algumas lajes. Passei pelas pedras e cheguei a uma pequena parede.

Dei uma olhada e vi algumas marcas de magnésio em cima de pequenas agarras. Porém não vi nenhum grampo, olhando de baixo. Dei a volta e subi para observar de cima e achei dois grampos: um parecia ter sido batido recentemente e outro muito corroído. Da próxima vez, já tem programação!!!
Mais a frente, já avistava a praia Virgem. Para mim, a praia mais bonita de Rio das Ostras. Um verdadeiro paraíso. Apenas algumas construções, bem no começo, porém escondidas entre a vegetação. Sua areia grossa e fofa forçam um pouco as pernas na caminhada. Cruzei com algumas pessoas pescando e nada mais.

Cheguei ao final da praia e comecei a subir as pedras. Essa parte tem poucas pichações, deve ser pela distância da última entrada. Dei uma pequena parada para apreciar a vista. O silêncio era interrompido pelo barulho das ondas. Alguns pássaros davam um toque especial a melodia da natureza. Passada minha hipnose, levantei continuei a caminhar. Mais um pouco a frente, já avistei a Ilha da Joana. Continuei andando e cheguei a praia da Joana. Fui até o quiosque e comprei um água. Fui até o final da praia, subi as pedras e sentei para descansar, enquanto observava algumas pessoas pescando.

É engraçado... Em pescaria de lazer, acho que o que menos importa é o peixe!!! Fiquei por algum tempo observando a pescaria de um grupo e eles conversavam mais do que outra coisa, era raro alguém verificar o molinete... Vale o bate papo e a diversão!!!

Levantei e comecei o caminho de vota, aí vocês já conhecem!

Até a próxima!!!
Caminha Costa Azul x Praia da Joana

Caminha Costa Azul x Praia da Joana

Caminha Costa Azul x Praia da Joana

Caminha Costa Azul x Praia da Joana

Caminha Costa Azul x Praia da Joana

Caminha Costa Azul x Praia da Joana

Caminha Costa Azul x Praia da Joana