Por Leandro do Carmo
Escalada na Via Leila Diniz
Local: Itaipu - Niterói
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Relato
Coincidentemente, estava de volta a via Leila Diniz, exatamente, 6 anos depois. A minha primeira e única investida nessa via, havia sido em 21 de janeiro de 2012. Nesse dia, havia escalado com o Guilherme Belém e meu irmão, Leonardo Carmo, sendo a primeira via dele. Mas hoje, meu parceiro foi o Vander Silva. Como o calor no sábado havia sido algo meio clima desértico, sugeri ao Vander que entrássemos bem cedo na via. Como ele topou, marcamos as 6:30 em Itaipu, assim não correríamos o risco de pegarmos esse calor. Como estávamos só eu e ele, com certeza, às 10 horas já deveríamos ter terminado a via.
Acordei bem cedo, ainda estava escuro. Me preparei e saí de
casa. O tempo estava nublado e com cara que poderia chover. Mas com o tempo que
fez ontem, não dava para acreditar... Assim que passei o túnel de Charitas,
caíram uns pingos que marcaram o parabrisa, mas olhando para o alto, tinha certeza
que essa chuva não iria para frente. Passei na casa do Vander e de lá seguimos
para Itaipu. Chegamos e a praia estava vazia, também pudera, não era nem 7 da
manhã. A movimentação ainda não havia começado. Somente o pessoal dos bares e
os pescadores transitavam pela praia. Aquele clima agradável de colônia de
pescadores logo se transformaria... Mas com certeza, nesse momento já estaria
bem alto!
O Vander ficou preocupado com o tempo e eu falei para ele
não se preocupar, não iria chover! Caminhamos pela areia e chegamos à base da
via. Enquanto mostrava ao Vander os grampos, uma mulher que trabalhava num bar
que fica ao lado da base, falou: “É por aqui mesmo que o pessoal sobe.” O local
tá frequentado! Nos arrumamos no conforto das mesas e comecei a subir. Nessa
primeira enfiada, é fácil ver as sequências dos grampos. O primeiro grampo
ficou baixo, devido a um platô construído por um antigo bar, demolido há alguns
anos atrás. Não adiantava costura-lo. Subi mais um pouco e protegi no segundo
grampo. Dali, fui subindo. A via tinha muita areia. Tanta areia, que parecia
calçada de casa em frente à praia. Mais alguns lances e estava na primeira
parada. O Vander veio logo em seguida. O tempo estava bem agradável.
Dali segui para a segunda enfiada. Com certeza mais chata da
via. Segue subindo até abaixo de um grande platô de vegetação e fazer uma
diagonal para a direita entre em meio vegetação. Já não tinha mais contato
visual com o Vander e a corda fazia um grande arrasto. Fui no limite da corda e
parei num grampo, montando a parada. O Vander chegou logo em seguida. Já
tínhamos feito quase a metade da via.
Dali toquei para a terceira enfiada e novamente haveria
contato visual. A via sobe bem levemente para a direita e segue assim até a
próxima parada. Os grampos a partir daí
ficam um pouco mais espaçados, mas nada que comprometa. A via vai seguindo com
lances bem tranquilos. O visual vai ficando cada vez mais bonito. Já fazia
tanto tempo que nem lembrava direito da via. Estava como se fosse a primeira
vez... Na verdade, lembrava para onde eu tinha que ir, mas nada além de uma
vaga lembrança. Como a via fica bem tranquila, não me preocupei muito. Havia
olhado o croqui na base e na primeira parada, mas como não parei na indicação
dele e ainda acabei pulando um grampo, abandonei-o definitivamente.
Subi mais alguns lances e parei antes de um grande platô de
vegetação, que dá a impressão de que é o final da via, mas ela continua numa
longa diagonal para a direita, até um diedro bem visível. O próximo grampo fica
escondido entre umas bromélias e de onde eu estava não estava vendo. Quando
estiquei o pescoço para o lado, foi que vi o grampo. Dei segurança para o
Vander que veio logo em seguida.
Dali segui, segui para a penúltima enfiada da via. Fui
subindo sem muita dificuldade e optei por parar logo abaixo de um lance mais
vertical, meio estilo domínio. O Vander veio em seguida e pedi para ele montar
a parada dois grampos abaixo, visto que eu poderia cair nesse lance e como
estava num grampo, daria uma queda fator 2. Daria até para fazer num trecho
mais fácil, mas optei pelo mais difícil... Passado o lance, segui até a parada
dupla final, uns 10 metros de onde estava.
Já no final da via, arrumei os equipamentos e fomos tentar
achar o caminho. Tinha bastante mato, tentei por um lado e nada. Voltei e aí
sim conseguir achar a trilha. Ela estava quase na direção dos últimos grampos.
Pegamos a trilha de volta e rapidamente chegamos ao estacionamento. Era por
volta de 10:30 da manhã... Dentro do esperado. Além do tempo de escalada,
acertamos na previsão do clima. Dia extremamente agradável, sem chuva. Missão
cumprida.
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