Dia: 28/10/2023
Local: Morro das Andorinhas / Itaipu
Participantes: Leandro do Carmo e Diversos
Relato
Mais um dia de atividade da Julietti. Era do Projeto Ecotur
Sem Barreiras, um projeto da Neltur, em parceria com o Clube Niteroiense de
Montanhismo.
Chegamos cedo na entrada da trilha, onde aguardamos o PCD. Aos
poucos todos foram chegado e logo estávamos prontos, já subindo o trecho
inicial, que por sinal é bem íngreme e requer um pouco de força. Devagar
vencemos esse primeiro trecho. A partir daí, a subida perde um pouco de
inclinação, mas em alguns pontos, também fica difícil, pois além do aumento da inclinação,
tem o piso que, por conta da terra e cascalho, fica bem escorregadio.
Fomos subindo e logo passamos pelo pórtico e mais alguns
minutos, passávamos da entrada para o Mirante de Itaipú, que deixamos para
conhecer na volta. Seguimos direto para o Mirante de Itacoatiara, que sem
dúvida, é uma das vistas mais bonitas de Niterói. Ficamos ali durante um bom
tempo e de lá seguimos para a nossa próxima parada.
O dia estava bem quente, mas corria uma leve brisa que
ajudava. Voltamos andando e entramos no caminho para o mirante, onde fizemos
mais uma parada. Aproveitei para fazer um lanche e contemplar a vista
fantástica.
Era hora de ir embora... A volta foi tranquila, bem mais
fácil que ida, pois foi só descida. Já ao final, com o dever cumprido,
finalizamos mais um grande dia. Uma enorme satisfação de poder ajudar nesse
projeto!
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima Velhinho e Sandro Monteiro
Relato
A Aurora Boreal é uma via nova no Costão de Itacoatiara,
fica ao lado direito da Luiz Arnaud. Na verdade, ela era a via solo Soluços e
Tremedeiras, que agora foi protegida. Resolvi entrar na via e aproveitei que o
Velhinho estava indo com o Sandro e perguntei se poderia ir também. Havia
marcado uma remada cedo com um amigo em Itaipu, mas acabou furando. Ainda bem
que a escalada estava confirmada, senão teria que voltar para casa na
saudade...
Depois de ficar esperando um pouco em Itaipu, pois havia
chegado as 5h 30 min, passei na casa do Velhinho e de lá, seguimos para
Itacoatiara. Deixamos o termo de risco na portaria e seguimos para a praia,
onde iniciamos a subida. Para muitos, a parte mais difícil das escaladas na
região. Como já estou acostumado, não tenho mais problemas. Já na base da via,
nos arrumamos e repassei as cordas.
Comecei guiando essa primeira enfiada. Optei por subir
puxando as duas cordas, um erro. Os trechos da primeira enfiada foram
tranquilos. Ouvi alguns relatos de que havia muita coisa quebrando, mas nem
achei tão ruim assim. A via segue com paradas duplas de 30 em 30 metros, mas
optei por seguir direto para a próxima dupla, segundo erro. O arrasto estava
grande e tive que dar uma esticada a mais na corda para poder chegar à parada.
A enfiada foi bem bacana, com lances mais verticais e um grau constante.
O Velhinho e o Sandro vieram em seguida. Na parada, mudamos
a cordada e seguimos em “i”, assim levaria apenas uma corda. Comecei subindo. A
via seguia com lances bem variados e constantes, diferentemente da Luiz Arnaud
que segue bem fácil na maioria dos lances. Mas segui subindo, parando mais
acima. O Velhinho tocou a última enfiada, seguindo até uma parada antes do cume.
Subi em seguida e fui direto ao cume, onde puxei os dois.
Participantes: Leandro do Carmo, Luis Avelar e João Pedro
Relato
Recebi o convite do Luis para escalar a via na qual ele o
João haviam acabado de conquistar. Não pensei duas vezes. Marcamos cedo em
Itacoatiara. Eu acabei atrasando um pouco, quando cheguei lá, eles já estavam
me esperando. Deixei o carro já na entrada do Parque, pois desceríamos por lá.
Já fazia sol há alguns dias, mas o outono é fantástico. O sol já não é tão
forte e cedo, chega a ficar um pouco de frio. Com tudo pronto, seguimos andando
pela areia e subimos o caminho já próximo da arrebentação. Dali, seguimos
paralelo à água até chegar à matinha e de lá seguimos pela trilha. Já fazia um
tempo que não escalava naquele setor. Já no meio do caminho, subimos por um
trecho recém-aberto até a base da via.
Já na base da via, nos arrumamos e como já estava um tempo
sem entrar numa via mais forte, preferi não guiar. Sem contar, que estava
levando a esmerilhadeira para retirar duas chapeletas que deram problemas na
instalação. Com isso, a guiada ficou para o Luis e o João. Essa seria a
primeira repetição completa depois da conquista. O Luis subiu e logo chegou à
parada. Subi em seguida. Essa primeira enfiada segue tranquila até quase no
final, onde ganha verticalidade, já fazendo um lance bem bacana para ganhar o
minúsculo platô, na primeira parada.
Já na primeira parada, aproveitei para retirar a
primeira chapeleta ruim e nos preparamos para a segunda enfiada. O João tocou
para cima, ou melhor, para o lado. Esse primeiro trecho é uma leve diagonal
para a direita, com alguns lances bem delicados. Assim que o João chegou à segunda
parada foi minha vez de subir. Saí da parada seguindo para a direita, passando
num trecho bem delicado. A mochila pesada deu uma dificultada, mas continuei na
diagonal e mais a frente, quando começa a subir novamente, posicionei bem a mão
numa agarra que parecia estar bem sólida. Quando coloquei o peso nela e tirei
um dos pés, a agarra soltou e dei uma pendulada grande, que foi aumentada pela
elasticidade da corda. Desci quase tudo que havia subido com dificuldade.
Voltei para a via e segui subindo, passei pelo trecho que havia caído e
continuei numa diagonal, agora para a esquerda.
Já mais acima, entrei num buraco raso, onde parei para tirar
a segunda chapeleta que havia dado problema na instalação. A outra chapeleta na
qual havia me prendido estava um pouco mais para a direita, o que dificultou um
pouco, mas deu tudo certo e logo continuei a subida, passando pelo crux da via.
A mochila estava pesada, mas aos poucos fui subindo até chegar a segunda
parada. Dali para cima, a parede perde inclinação e os lances seguem mais
tranquilos. O visual desse ponto surpreende. O dia aberto e as águas verdes e
claras da praia de Itacoatiara roubavam a cena. O sol começou a aparecer, mas
como estávamos no final e não me preocupei.
Seguimos subindo sem problemas e já no final da via, tiramos
o equipamento. Arrumei tudo novamente na mochila e de lá seguimos para o cume
do Costão, onde fizemos uma rápida parada para então seguir descendo até a
portaria do parque. De lá, fizemos uma parada para o Açaí. Mas antes de ir
embora, aproveitamos para dar um pulo no Tibau, em Piratininga, para que eu
pudesse mostrar uma falésia com alguns projetos antigos que havia começado com
o Ary e o Ivison. Queria dar continuidade. A visita rendeu! O Luis e o João
ficaram animados e já combinamos para a semana seguinte. Em breve, teremos
novidades!
Participantes: Leandro do Carmo, Gabriel e Marcos Lima “Velhinho”
Relato
A via “Paredão Atlântico” é uma daquelas vias lendárias que
sei que existe, mas nunca fiz. Quando comecei a escalar, sempre ouvi falar
dessa via, mas não tinha muita informação efetiva sobre ela. A única coisa que
sabia era que seguia pela “tromba do elefante”. Para quem não conhece o Alto
Mourão, ele também é conhecido como “Pedra do Elefante”, pois olhando de
Itaipuaçú, ela tem o formato de um elefante. Com certeza ela teria uma vista
fantástica. Foi uma conquista do final da década de 70 e cheguei até a conhecer
algumas pessoas que a repetiram nessa época. Em uma caminhada que fiz, descobri
que a partir do cume, dava para seguir descendo por um caminho. Fui seguindo e
descobri alguns grampos. Provavelmente era da via. O tempo foi passando e
sempre ouvia alguma história sobre ela, até que soube que havia sido feita uma
reforma. Era a notícia que eu precisava sobre a via. Ela realmente existia e
podia ser feita.
Depois de muito marcar e desmarcar, numa conversa com o
Velhinho no Clube Niteroiense de Montanhismo, perguntei se ele gostaria de
fazer a Paredão Atlântico. O Gabriel, ouviu e disse que morava lá no condomínio
que dá acesso. Inclusive, esse era o maior problema para repetição: o acesso.
Tinha resolvido todos os problemas. Agora era, combinar o horário, arrumar o
equipamento e seguir para a via. Combinamos bem cedo, pois o sol começa a bater
cedo. A ideia era acabar a via na hora que ele chegasse com força.
Chegamos cedo ao condomínio e o Gabriel veio nos encontrar
na portaria. Estacionamos o carro e seguimos caminhando. Passamos num mirante e
de lá, pegamos uma precária escada de madeira, até entrar numa trilha e seguir
até o costão, já na beira da água. Dali, seguimos paralelos ao mar, até chegar
numa rampa, que dá acesso à base da via. Como não sabia exatamente onde era o
início, seguimos subindo até um platô de vegetação, onde tinha uma pequena
fenda. Ali nos arrumamos para iniciar a escalada. O Velhinho até subiu um pouco
mais, indo até o primeiro grampo, mas voltou até onde estávamos.
Fizemos as duas primeiras cordadas em simultâneo. Fizemos
uma parada logo acima de um outro platô. Dali, saí para terceira. Começo
tranquilo, até chegar a um trecho mais vertical. Subi e segui em direção ao
grande diedro. Continuei subindo, agora paralelo ao diedro até um pouco mais
acima, onde montei a terceira parada. A vista impressionava. Achava que seria
bonita e até o momento estou confirmando minha impressão. As condições do dia
também ajudavam. Céu azul, uma leve brisa e um sol não muito forte,
características do outono.
O Velhinho saiu para guiar a próxima. Subiu e costurou um
grampo, e seguiu para a esquerda, passando ao final do grande diedro. Nesse
ponto, ele fecha e dá para fazer uma passagem em livre. O Velhinho costurou um
grampo logo na subida e seguiu subindo. A partir daí já não conseguíamos ter
contato visual. Só ouvia o Velhinho gritar: “Não tô vendo o grampo”. Seria
assim até o final da via. Mais acima, o Velhinho conseguiu chegar à parada e o
Gabriel subiu em seguida. Fui logo após, procurando o grampo que ele não viu.
Consegui achá-lo meio escondido. Como a grampeação é longa, nem sempre as
proteções estão no caminho que a gente considera óbvio.
Já na quarta parada, paramos para algumas fotos e enquanto
eu esboçava um croqui, o Velhinho aproveitou para seguir. Havia um caminho mais
aberto, e ele subiu em direção a uma laca, mas não achava nada. Já tinha
esticado bastante corda até que ele resolveu seguir para a direita, único
caminho a seguir naquele momento, porém o mais sujo. Decisão acertada, o grampo
estava lá. Ele montou a parada e o Gabriel subiu. Segui logo após, procurando o
grampo. Bem mais para a direita, entre uma vegetação, lá estava. Já na quinta
parada, foi minha vez de subir.
Subi um lance levemente mais vertical e achei um grampo mais
para a esquerda. Dali fui subindo e um pouco mais acima, uns 40 metros após a
parada, mais um grampo. Segui escalando e a frente uma vegetação que dividia o
caminho em dois. Procurei por ambos os lados e não vi nenhuma proteção. Escolhi
o caminho da direita e subi até esticar a corda. A próxima proteção estava há
uns 5 metros acima. Não chegaria lá. Pedi para o Gabriel subir e escalamos em
simultâneo até que eu conseguisse atingir o grampo. A medida que ele foi
subindo, pedi que ele parasse no grampo abaixo. O Velhinho foi até lá também.
Assim que ele chegou, seguiu guiando, passando por mim, até a próxima parada.
Subimos até ele e segui para mais uma.A parede foi perdendo inclinação e foi
ficando bem mais fácil localizar as proteções. Nesse ponto, já estávamos
próximos a borda direita da tromba. A vista para baixo impressionava. Subi até
mais uma proteção, onde montei mais uma parada. O Gabriel e o Velhinho vieram
em seguida. Pelos nossos cálculos, faltava apenas mais uma cordada, o restante,
seria uma caminhada. Já no final, paramos para um descanso e arrumamos as
coisas. Faltava ainda uma parte da subida e a trilha de volta. Aí que lembramos
que tínhamos que voltar até o Recanto... Iria ser demorado!
O Velhinho e o Gabriel subiram na frente. Aproveitei para
filmá-los com o drone. Fui logo em seguida. Quando estava um pouco mais acima,
lembrei da corda. Desci para pegá-la e ela não estava lá. Com certeza, o
Gabriel a levou. Voltei novamente a subida e depois de um tempo, estava no
cume. Paramos rápido para mais uma foto e seguimos descendo. No meio do
caminho, o Gabriel deu a boa notícia de que tinha arrumado uma carona do
Mirante da Serrinha até o Recanto.Que
sorte, assim não precisaríamos descer andando!
Uma via fantástica, com um visual alucinante. Enfim,
conseguir fazer a Paredão Atlântico.
Dia: 01/04/2023
Local: Niterói / Córrego dos Colibris
Participantes: Leandro do Carmo, Gabriel e Hebert Calor
Relato da Via Estela Vulcanis
Era aula do Curso Básico de Escalada do Clube Niteroiense de
Montanhismo e a ideia era fazer uma via no Córrego do Colibris. Não é um local
que goste muito, mas como fazia parte do cronograma, não tinha muito opção.
Marcamos bem cedo, o sol tinha ficado forte nos últimos finais de semana. Era
6:30 quando chegamos à rua Engenho do Mato, já próximos à entrada da trilha do
Córrego dos Colibris. Levei um café e aproveitei para comer algo. Aos poucos
todos chegaram. Aproveitamos para dividir as cordadas.
Como iria numa cordada de 3, optei por ficar na via Estela
Vulcanis, a mais curta dessa face. Fomos caminhando até a grande Figueira, dali
uma cordada foi para a Mabele Reis e as outras 4 cordadas, seguiram juntas.
Duas ficaram para fazer a Fogo do Inferno e a Chuva de Guias e a outra seguiu
junto comigo para a Estela Vulcanis. Procuramos a base da via e logo acima vi
um grampo. Na base, nos arrumamos passamos algumas instruções.
O Michel seguiu à frente, junto com o Daniel. Assim que eles
chegaram à primeira parada, eu comecei a subir. O Michel acabou indo para a via
errada, fazendo a Chuva de Guias. Eu de baixo avisei que ele estava indo
errado, mas ele optou por continuar. Quem nunca fez a
Estela Vulcanis, fica meio desacreditado que tem mesmo que passar por entre as
grandes bromélias. Mas só chegando perto é que dá para ver o caminho entre
elas. Assim que cheguei à primeira parada, trouxe o Gabriel e o Hebert. Fizemos
uma cordada em “A”.
A partir daí, optei por escalar em ”I” para diminuir o
arrasto da corda. Já na segunda parada, o sol começou a apertar. Até então,
estava com uma leve névoa. Como já estávamos próximos do final, não me importei
muito. Saí para a última enfiada. Já na base do crux, costurei o primeiro
grampo e dominei um batente, apoiando os pés num pequeno degrau. Daí, foi fazer
mais um lance, até subir em outro friso e costurar a próxima proteção. O pior
já havia passado. Segui levemente para a esquerda, num trecho mais sujo e logo
cheguei à parada dupla de cume. O Hebert veio logo em seguida. Teve um pouco de
dificuldade, mas conseguiu chegar. O Gabriel também passou suando.
Já na parada, preparamos um rapel curto até a parada de
baixo. O sol saiu com força total. Emendamos as duas cordas e seguimos até a
dupla de baixo, onde montamos mais um rapel até a base.Foi um alívio chegar à sombra. Já podíamos
descansar tranquilos.
Fala pessoal! Em maio, foi conquistada mais uma via no Costão de Itacoatiara: Via Par ou Ímpar?! Uma linha bem bonita com trechos verticais técnicos. Conquistada por Luis Avelar e João Pedro Nehaus a via se destaca pela variedade de lances e por seguir uma linha bem natural.
A base da via fica a direita da via Tetando Ramires. Começa com uma enfiada tranquila, entrando num trecho mais vertical até a primeira parada. A segunda enfiada segue numa diagonal para a direita, com lances mais delicados, continuando numa diagonal, agora para a esquerda, ganhando altura até chegar num grande buraco raso. Dali segue subindo, passando pelo crux, num domínio bem bonito e com pequenas agarras até a segunda parada. Segue subindo, agora numa diagonal para a esquerda, passando por baixo de um platô de vegetação, voltando a subir reto até a terceira parada. O trecho final é um costão bem tranquilo, finalizando com aproximadamente 60 metros de subida até o cume.