Por Leandro do Carmo
Dia: 09/11/2024
Local: Itacoatiara – Niterói RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Luís Avellar
Vídeo
Relato
Eu doido para escalar final de semana, mas não parava de
chover. Havia falado com o Luis e ele tinha sugerido escalar em Itaocaia, pois
lá seca bem rápido. Mas não estava muito confiante e na sexta feira, perguntei
se daria para escalar em Itacoatiara. Pensei que se a chuva não desse trégua e
estivesse molhado ou começasse a chover, seria mais rápido voltar. O Luís topou
e ainda disse que não iria chover.
Pense num cara otimista. Esse é o Luís. Ele levou bem a
sério o mantra de que escalada só se desmarca na base. Amanheceu ruim e deu um
chuvisco. Falei com o Luís e ele confirmou. Bom, era ir e tentar a sorte. E que
bom que fomos! Cheguei em Itacoatiara e estava bem nublado, mas olhando para a
pedra já estava bem seco. Só tinha água escorrendo em alguns trechos com
vegetação, mas fora das vias. Só tinham dois surfistas na água, apesar das ondas.
Pra vocês verem o quanto estava ruim. Ninguém acreditava, só o Luís.
Caminhamos pelo costão até entrar no caminho de pescador,
atravessando a grande vegetação. Num determinado ponto, pegamos uma subida até
chegar à base das vias. O início fica ao lado esquerdo da via Par ou Ímpar!?.
Nos arrumamos e o Luís perguntou se eu queria guiar. Como já estava há um tempo
sem escalar, preferi não arriscar. O Luis guiou a primeira enfiada e eu fui
logo em seguida. O primeiro trecho é bem tranquilo, sem problemas.
Na parada, ele me disse para ficar ligado, pois entre o
primeiro e o segundo grampo, numa eventual queda, o guia pode chegar ao platô,
com isso deixei a corda bem justa. Ele subiu tranquilo. Comecei a escalar e já
percebi a diferença. Os lances seguiam bem verticais, com pequenas agarras,
algumas ainda quebrando. Os lances são bem técnicos e não há muito espaço para
descanso. Passei o primeiro crux e segui para a parada. Foram 35 metros bem
fortes. Na parada tivemos a certeza de ter acertado no dia. Estava muito
agradável. Nada de calor e nada de chuva. Condições perfeitas.
O Luís guiou a terceira enfiada. Subi em seguida. A parede
continua vertical. Senti mais dificuldade que na enfiada anterior. Fui ganhando
altura com lances mais delicados. Num trecho, ameacei ir para a direita e o Luís,
lá de cima, avisou que era melhor para a esquerda. Fui desescalar uma passada e
caí, voltando ao ponto de saída. Fui pela esquerda e consegui vencer o lance, o
que considerei o mais difícil da via. Dali para cima, subi rápido até a parada
da via Par ou Ímpar!?.
Já na parada, comentamos o quanto estava agradável o dia. A
via é forte, mas com lances bem suaves. Vale muito a pena e é uma excelente opção
de via mais curta. Ao fundo em direção da Pedra do Cantagalo, caía uma chuva e
ela se aproximava. Resolvemos rapelar dali, visto que a trilha do Costão estava
fechada, devido as condições do tempo. Fizemos 3 rapéis até a base, onde arrumamos
tudo e seguimos de volta até a praia.
Para quem não confia na previsão do tempo, faz uma consulta
ao cara mais otimista que conheço. Luís é o cara que só desmarca escalada na
base.
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