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domingo, 19 de novembro de 2017

Pedra do Papudo e Morro da Cruz

Por Leandro do Carmo

Pedra do Papudo e Morro da Cruz

Abertura da Temporada de Montanhismo
Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Para a ATM desse ano, havia me programado para fazer a Travessia da Neblina. Já havia marcado algumas vezes e sempre o tempo pregava uma peça. E dessa vez não foi diferente... Desmarquei novamente a Travessia da Neblina. Como iria estar no Parque para a Abertura da Temporada de Montanhismo, escolhi um cume na qual ainda não havia feito e que, mesmo sob chuva, daria para fazer. A pedida do dia seria o Papudo.

O Papudo é uma das mais lindas montanhas de toda Serra dos Órgãos possuindo uma incrível crista de amontoadas pedras pontiagudas parecendo uma coroa. Com seus 2.218 metros de altitude o Papudo, localizado na bem divisa dos municípios de Teresópolis e Petrópolis, é a sexta montanha mais alta de todo Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Por estar inclinado praticamente debruçado encima da cidade de Teresópolis, muita gente a confunde com a Pedra do Sino, por que aparenta ser a mais alta quando vista do centro da cidade.

Chegamos cedo ao Parque e cada grupo foi indo para seu destino. Seguimos subindo pela molhada trilha do Sino. No caminho, fomos passando por vários grupos. O tempo estava fechado, mas sem chuva. O PARNASO é um parque fantástico. Mesmo com tempo ruim, ele estava belo. A neblina entre as árvores, contrastando com a claridade que passavam entre as folhas da densa floresta, davam um toque especial ao dia.

O dia anterior havia sido de forte chuva. Havia um grupo do CNM na Pedra do Sino. Não via a hora de encontrar com eles para saber como havia sido a subida. Passamos pelo local do antigo Abrigo 1, Cachoeira Véu da Noiva, local do antigo Abrigo 2, Cachoeira do Papel, local do antigo Abrigo 3, até que chegamos à Cota 2000. Lá fiquei esperando a galera chegar. Já estávamos próximo à entrada da trilha. Assim que todos chegaram, seguimos para o nosso destino. Dali até a entrada da trilha, são uns 10 minutos. Mas antes, parei para pegar um pouco de água.

A entrada da trilha fica a direita, pode estar meio escondida, se estiver com baixa frequência, mas vc vai perceber nitidamente o caminho batido. O caminho a partir daí, muda completamente. Se antes você estava acostumado com a larga e suave trilha do Sino, agora terá que suar em alguns trechos. Fui subindo. O caminho estava bem escorregadio. Pensei na volta... Mas pra que sofrer por antecedência? Continuei a subida e ela foi ficando cada vez mais íngreme até termos que fazer uns lances segurando em algumas raízes. Era um bom trepa mato misturado com pedra...

Após esse lance, chegamos a um falso cume, isso porque não enxergávamos dois metros à frente... Dava a impressão que tínhamos chegado, mas havia um pouco mais. Continuamos subindo e logo passamos por algumas grutas, até que estávamos no nosso destino. O dia continuava totalmente encoberto. Não dava para ver absolutamente nada. Para completar, o local era bem exposto ao vento. Coloquei o anorak e procure um local menos exposto. Aproveitei para fazer um café. Ficamos batendo um papo e fui dar uma explorada pelo local. Mas como não conseguia enxergar nada, não tinha muita referência. Dali onde estávamos, podíamos ouvir algumas pessoas passando pelo trecho final, antes da chegada ao Abrigo 4.

Após um tempo ali em cima, resolvemos descer. O caminho para baixo não seria dos mais fáceis, apesar de toda ajuda da gravidade... Num terreno íngreme e escorregadio, parece ser até mais difícil descer. E foi assim até o final. Com alguns escorregões e muitas risadas, todos chegaram ao final. De volta à Cota 2000, o tempo dava sinais de melhoras e resolvemos ir até o Morro da Cruz. Era nossa única oportunidade de ver alguma coisa. Descemos o trecho inicial do Caminho das Orquídeas e na primeira bifurcação, pegamos a da esquerda, pois a da direita, segue para o Mirante do Inferno.

Mais alguns minutos e estávamos no cume da Pedra da Cruz com um visual bem diferente de onde estávamos... A vista para parte da cidade de Teresópolis estava boa e a imponente Agulha do Diabo roubava a cena. O sol apareceu durante pouco tempo, o suficiente para dar uma aquecida. As nuvens iam e vinham ao sabor do vento, formando um impressionante ballet. Após um lanche, foi hora de descer.

Na descida, optamos por seguir pelo caminho do Paredão Paraguaio, cortando um pedaço do caminho. Dali em diante, foi descer e descer... Aproveitei para tomar um banho na área de camping do parque, o que deu um gás para curtir a parte final do evento. Um grande dia.


Missão cumprida e até a próxima.
















quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Escalada no Nariz e Verruga do Frade - Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Por Leandro do Carmo

Escalada no Nariz e Verruga do Frade - Parque Nacional da Serra dos Órgãos


Escalada Verruga do FradeDepois de adiar a ida ao Dedo de Deus, foi dia de voltar à Verruga do Frade.. Quase um ano após eu ter guiado aquela imensa chaminé, marcamos de voltar àquele cume fantástico. Mas escalar a Verruga não é das tarefas mais fáceis. A caminhada de aproximação é longa e a escalada em si é dura, principalmente para aqueles que não estão muito acostumados com chaminé, afinal de contas são aproximadamente 40 metros, ora apertada, ora mais larga...


Bom, definimos os aventureiros dessa empreitada: Eu, Leonardo Carmo, Ary Carlos, Vander Silva, Rafael do Carmo e Guilherme Gregory. Fizemos as compras da entrada do Parnaso com antecedência, pois nossa ideia era entrar bem cedo no parque, pois ele só abre as 8 da manhã e se quiser entrar antes disso, tem que comprar as entradas com antecedência. E assim fizemos... Marcamos nossa saída de Niterói às 5 da manhã, quanto mais cedo começarmos, mais cedo acabaríamos...

Escalada Verruga do Frade
O tempo estava firme, porém com algumas nuvens, mas a previsão não era de chuva. Mas queria dessa vez, pegar uma vista boa, pois na primeira vez, acabei não tendo esse prazer... Seguimos na estrada ainda de noite. Tomamos um café na Parada Modelo e de lá seguimos para nosso destino. Entramos no Parque e estacionamos o carro na Barragem e de lá seguimos subindo a trilha do Sino.
Na altura do antigo Abrigo 2, pegamos o caminho da Travessia da Neblina. Já no começo, percebe-se a diferença. Apesar de consolidada, a trilha é bem menor que a “avenida” do Sino. Ela segue uma descida suave. Cruzamos alguns córregos até que iniciamos uma subida forte, o pior trecho da caminhada de aproximação. É uma subida íngreme, que por diversas vezes, precisamos utilizar as mãos para ajudar. Ao final dessa subida, dobramos a direita e seguimos pela crista até avistar o nosso objetivo do dia! Passamos pelo Paredão Roi Roi e num mirante, demos uma parada para fazer algumas fotos. Dali dava para ver um grande desmoronamento, deixando uma grande marca na floresta.

Escalada Verruga do Frade
Continuamos a subida até que chegamos à base do Nariz do Frade. Ali nos arrumamos e foi hora de decidir quem guiaria... Eu já falei logo: “Já guiei isso aí e não vou de novo!” Deixei a rabuda para o próximo da lista. Bom, os responsáveis pela empreitada foram Ary e Guilherme. Para colocar na lista das vias completas, tem que guiar! Avisei logo. Só olhando de baixo foi mais fácil. Fiquei só dando as dicas.

O tempo estava muito agradável e algumas nuvens que vinham por trás do Parque não assustavam, mas ligavam o sinal de alerta. Assim que os dois subiram, eles fixaram as cordas e eu subi em seguida, levando mais uma corda, assim, daria para fazer a próxima enfiada. Na subida, fui relembrando dos lances feito ano passado. Subir participando é bem mais tranquilo, mas mesmo assim percebi que ela é bem exigente e se não estiver bem com a técnica de chaminé, pode ter um pouco de dificuldade.

No Platô, já preparamos a subida para o próximo lance e a entrada para a chaminé horizontal é meio estranha. O Guilherme me perguntou: “É por aqui mesmo?” Eu ri e disse que sim... Falei: “Segue na chaminé, fazendo uma horizontal, que nem um siri!” Lá tem boas agarras de pé e se for devagar e entender a dinâmica, vai tranquilo. O Guilherme subiu e fui em seguida. Subi e cheguei à base da Verruga, uma “pequena” pedra, se comparada ao grande Nariz, é claro... Aproveitei para dar uma acelerada na galera, pois a concentração de nuvem havia aumentado. Depois de descansar um pouco, percebi como o dia estava bonito. Olhando para baixo, consegui ter a noção exata da altura. Da última vez, a visibilidade estava prejudicada e a única vista que tinha, era um tapete de nuvens...

Garanti algumas fotos e me preparei para subir o lance final. Era hora de subir a Verruga. São dois lances para fazer, até conquistar seu cume. Lá no alto, aproveitei para descansar um pouco, enquanto a galera ia chegando. Desci e assinei o livro de cume, deixando mais uma vez minhas lembranças, dificuldades de alegrias em poder fazer mais um impressionante cume. Difícil numa hora dessas conseguir descrever em palavras o sentimento em estar ali...

Escalada Verruga do Frade
Comecei a arrumar as coisas e quando fui puxar a corda ela travou, desci ainda um trecho e consegui liberar a corda. Abri o rapel. Levei uma corda e o próximo a descer, foi com outra, assim pude arrumar o segundo, com duas cordas, indo até à base. Mas antes, ainda tive que fazer um lance para recuperar a mochila na entrada da segunda chaminé. Depois de resgatada a mochila, desci até a base e fiquei o aguarda da galera.

Preparei um risoto de frango com creme de leite, uma das ótimas opções de comida liofilizada que temos e para fechar o almoço, um cafezinho, já clássico nas montanhas por onde passo. Aí foi hora de arrumar as coisas e seguir descendo, o caminho era longo...

Como o carro do Vander havia ficado na Barragem, desci um pouco mais rápido para aproveitar e tomar um banho. Ele me disse que deixou o carro aberto. Bom, segui na frente e assim que cheguei à Barragem, o carro estava fechado. Ainda procurei a chave e se havia alguma porta aberta. Pensei: “O Vander acabou levando a chave”. Aproveitei para tomar um banho gelado. Assim que o Vander chegou falei que o carro estava fechado e ele me disse que deixou aberto.  Ficamos um tempo procurando e ele disse que nunca fechava o carro e que a chave tinha que estar ali.

Só existia uma explicação, o guarda que fica ali, fechou o carro e levou a chave.  Não deu outra. O Marcos Velhinho e o Leonardo desceram até a sede da segurança e a chave estava lá. Atrasou um pouco, mas não teve jeito. Todo queria saber: “Por que o Vander não fecha o carro e leva a chave?” Já no carro, seguimos viagem de volta... Um belo dia...

Missão cumprida e até a próxima!

Escalada Verruga do Frade

Escalada Verruga do Frade

Escalada Verruga do Frade

Escalada Verruga do Frade

Escalada Verruga do Frade
Escalada Verruga do Frade

Escalada Verruga do Frade




sábado, 18 de fevereiro de 2017

Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil

Por Leandro do Carmo

Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil

Local: Espírito Santo / Minas Gerais
Data: 10 e 11/09/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alex Rockert e Marcos Lima

Pico do Cristal

 
Link para Site oficial do Parque: http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/

Vídeo



Dicas para subir o Pico da Bandeira:

  • É necessário fazer reserva com antecedência para as áreas de camping;
  • O acesso por Minas Gerais, via Alto Caparaó, é o mais fácil;
  • De Niterói até o Alto Caparaó, são aproximadamente 440 km;
  • Entre camping, entrada do parque e gasolina, custou R$ 71,00 por pessoa (estávamos em 1 carro com 4 pessoas;
  • A estrutura de camping do parque é muito boa;
  • Na alta temporada, o parque fica muito cheio;
Link para o google maps do caminho rodoviário:


Um  pouco da história sobre o Parque Nacional do Caparaó


Por volta de 1859, o Imperador Dom Pedro II determinou que fosse colocada uma bandeira do Império no Pico mais alto da Serra do Caparaó. Acredita-se que a denominação Pico da Bandeira se deva a este fato.

A Serra do Caparaó ainda foi palco da Guerrilha do Caparaó, instabilidade política ocorrida em 1964, período da Ditadura Militar vivida pelo Brasil. Em 1967, as forças armadas montaram um esquema tático para capturar ex-militares que faziam parte do grupo revolucionário e que estavam refugiados no Parque Nacional. O exército usou como base de acampamento todos os municípios vizinhos.

Relato da Trilha do Pico da Bandeira

Já era hora de conhecer o Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil. Localizado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa entre em Minas Gerais e Espírito Santo. Tinha pouco tempo disponível para a viagem e, apesar da distância, resolvemos tentar fazer em um único final de semana. Abri a atividade no clube e logo as vagas foram preenchidas, porém, um dia antes da partida, um grupo desistiu por causa do tempo... Mas a previsão do tempo nem era tão ruim assim... Bom, quem não foi perdeu...

Saímos de Niterói as 21:00, da sexta feira, dia 09 de setembro. Viajamos durante toda a noite e chegamos ainda de madrugada na portaria do Parque, no lado mineiro. Aliás, o mais fácil para subir de carro até o acampamento. Como estava bem cedo, teríamos que esperar a hora do parque abrir. Aproveitamos para tirar uma soneca e descansar um pouco da longa viagem. Foram aproximadamente 8 horas de viagem. Depois de um cochilo, enfim, pudemos entrar e continuamos de carro até o acampamento Tronqueira.

Lá, escolhemos os melhores locais, pois a área de camping ainda estava bem vazia. Geralmente, os visitantes chegam mais tarde e sobem por volta das 24:00h para ver o sol nascer. A gente optou por fazer diferente, principalmente pela falta de tempo. Nossa ideia era percorrer os 4 cumes: Bandeira, Calçado, Cristal e Cruz de Negro. Enquanto montávamos as barracas, conversamos com um guarda parque que nos disse não poder subir o Cruz de Negro. Bom, regras são regras... Diminuímos nosso roteiro para 3 cumes.

Depois de montado acampamento, começamos nossa caminhada. Subimos o caminho que leva ao Terreirão, segundo e último ponto de acampamento do lado mineiro.   O caminho é bem definido e não há bifurcações que possam causar dúvidas. Ele segue paralelo a um rio, que corre ao fundo de um vale, à esquerda de quem sobe. Fomos subindo e logo chegamos ao Terreirão, onde paramos para um lanche. O acampamento é bem amplo e ainda abriga uma pequena casa de pedras. Há estrutura com água, banheiro e tratamento biológico de esgoto.

Após a pequena pausa para o lanche e descanso, seguimos subindo. Passamos por um trecho bem erodido até que chegamos a discreta saída para o Cruz de Negro. Ainda pensei em dar um pulo lá, mas como falei no começo, regras... Seguimos caminho e mais a frente, optamos por fazer um roteiro diferente e pouco conhecido. Ao invés de seguir direto para o Bandeira, pegamos uma discreta saída para a direita e fomos em direção ao Cristal, passando pela borda direita do Calçado. Pegamos uma trilha pouco definida e marcada por totens ao longo do caminho. Um espetáculo! Havíamos deixado o trecho bem marcado para entrar num local pouco frequentado. A partir daí, caminhamos por uma grande laje, cortada por pontos de vegetação rasteira. Descemos um longo trecho, até que voltamos a subir por uma das vertentes do Cristal.

A vista para o Cristal era fantástica. De longe já me apaixonei pela montanha.  Algo difícil de explicar! Seguimos subindo até que chegamos ao pé da subida final. Dali, seguimos até o cume. O dia não estava dos melhores, mas pudemos ver os pontos de acampamento do Macieira e Casa Queimada, ambos em lado capixaba. O dia estava muito agradável. No cume, preparei um almoço reforçado, já estávamos há quase 4 horas caminhando, depois de uma noite de viagem... Tem que reforçar! Depois do almoço, descansamos um pouco e iniciamos a descida, pois ainda tínhamos um longo caminha a percorrer.

A descida do Cristal foi bem tranquila, e nem mal havia deixado-o, já sentia saudades... Começamos uma forte subida, até chegar á trilha que vem do lado capixaba. Algumas pessoas desciam do Bandeira, enquanto outras subiam. Uma situação bem diferente do caminho que havíamos feito horas mais cedo. O corpo já dava sinais de cansaço e o ritmo já não era mais o mesmo. Começamos a caminhar mais lentamente e a dar paradas mais longas que o normal. Mais alguns minutos e estávamos no Pico do Calçado. Pausa para uma foto e seguimos para o Bandeira, nosso grande objetivo.

O caminho foi bem tranquilo e quando chegamos ao cume, já havia muita gente. Mas como a hora avançava, aos poucos as pessoas começavam a ir embora. Enfim o barulho cessou e éramos só nós quatro. Aos pés a cruz, paramos para descansar e literalmente apaguei. Nesse momento já sentia um mal estar e uma forte dor de cabeça.  O corpo cobrava o preço da noite não dormida e mais um dia inteiro de caminhada.  Bom não tinha jeito... Era descansar um pouco e ver se melhorava...

Ouvimos um barulho forte bem ao fundo e as nuvens correndo forte. Sinal de chuva se aproximando... Já estava dado o aviso de retirada. Antes ainda, deu tempo de retirar um pouco do lixo que alguns mal educados haviam deixado... Dali, pegamos o caminho normal que segue para o Terreirão. Descemos bem rápido e logo começamos a cruzar com alguns grupos que haviam descido mais cedo, eles estavam bem lentos... mais abaixo passamos pelo ponto onde deixamos a trilha principal e assim fechamos o belo circuito.  Dali para baixo, foi meio que no piloto automático. Descemos num bom ritmo, até que retornamos novamente para o Terreirão.

Lá foi difícil... demos uma boa parada e um descanso merecido. Ouvimos a notícia de que havia chovido forte na parte de baixo, onde ficava o acampamento Tronqueira. Foi aí que lembrei que deixei a barraca aberta... Minha esperança foi de que alguém tivesse fechado. Mas também, não deixei nada dentro. Nesse caso seria só secar... Depois de um descanso merecido, foi fora de continuar descendo. Acho que foi a parte mais sofrida do dia... Começamos a caminhada e nada dela terminar... Tinha certeza que aumentaram alguns quilômetros!  Mais abaixo, uma bela e curta visão do por do sol. O tempo necessário para uma foto e ver as nuvens engolir a grande bola alaranjada.

Continuamos a descida até que finalmente chegamos! Fui direto ver o estado da barraca. Ainda bem que fecharam... Molhou um pouco, mas resolvi rápido o problema. Arrumei minhas coisas, tomei um remédio para dor de cabeça e fui logo para o banho. A água estava gelada. Gelada era pouco, estava congelante! O banho rápido deu uma revigorada e fomos preparar a janta. Ficamos batendo um papo até que o cansaço bateu de vez e foi hora de entrar no saco de dormir e literalmente apagar.... Afinal de contas, já estava a 36 horas sem dormir...

Acordei bem no domingo. A maioria das pessoas que estavam no acampamento haviam subido na madrugada para ver o sol nascer. Aproveitamos para arrumar nossas coisas com calma e nos preparar para o longo retorno. Visitamos ainda algumas cachoeiras e seguimos viagem. Uma final de semana intenso... É claro que valeu, mas poderia ter sido melhor. Do jeito que fizemos fica muito cansativo, mas era o tínhamos! Quem sabe no próximo ano não teremos um final de semana prolongado no Parque Nacional do Caparaó...












sábado, 30 de abril de 2016

Maciço Rochoso das Agulhas Negras

Por Leonardo Carmo

Data: 14/04/2016
Participantes: Leonardo Carmo e Marcos Lima.



A missão dessa vez era chegar ao Pico do Itatiaia, Maciço rochoso das Agulhas Negras, pela Via Bira.

Tínhamos alguma referência e muita vontade de chegar lá. Saímos de Niterói as 3:30 da madrugada. Queríamos entrar no parque as 7hs para poder fazer a via com calma.

Então, pé na estrada.


Chegamos ao Posto Marcão as 6:40. Já estava um friozinho, 10 graus.


Depois de preencher o termo de responsabilidade, estacionar, etc..., começamos a caminhar pela estrada até o Abrigo Rebouças. Lá, pegamos água e sentamos o pé na trilha.




A trilha até um determinado trecho era bem familiar. Depois que saímos para a direita, a brincadeira começou. Muito capim de anta. Vários caminhos de rato que te levam a lugar nenhum. Tem que ficar ligado, pois não da pra perder tempo logo no início.

Depois de vencer o lance de trilha, chegamos até a base da Via. Começamos no trepa pedra até que chegamos ao primeiro lance de aderência. Ali, resolvemos colocar as sapatilhas e baudrier. Tocamos pra cima.


Chegamos a uma das canaletas. O Marcos Lima pegou a rabuda rs. A canaleta está muito desgastada. Pouquíssima aderência. Cair dali não seria nada agradável. Depois de alguns palavrões ele conseguiu costurar o primeiro grampo e logo costurou o segundo e o sufoco tinha terminado. Pelo menos nesse ponto rs.



Continuamos tocando pra cima.

Chegamos a uma outra canaleta forte. Bem desgastada e uma variante logo ao lado direito. Se tem opção pra gente, é certo da gente ir pela mais complicada rsrs. Não me pergunte o porquê disso rsrs...

Então, pegamos a variante. Entramos numa chaminé esquisita. Curta, porém bem técnica. Pra sair dela tem que virar o corpo e passar por um buraco bem estreito. Não da nem pra respirar.

Depois de sair da chaminé, veio a confusão rsrs.

Saímos da via. Olhávamos as orientações anotadas no papel e tudo indicava que estávamos no caminho certo. Só que não rsrsrs.Quando demos conta, já estávamos lá nas “grimpas” do Maciço. Parados numa plataforma que só cabia um pé rs.

Tentando entender o que estava acontecendo, Marcos Lima resolveu dar uma explorada na área.Como estávamos encordados, estava tranquilo. Não tinha como ele ir muito longe e dar zebra.

E assim ele foi. Rapidamente ficamos sem contato visual. Eu só escutava palavrões rsrs. Eu tentando manter o contato verbal. O frio castigava. Parado, sem poder me mexer, sofri um pouco com o vento gelado. Até que uma hora ficou um silêncio. Chamei por ele 5 vezes e nada dele responder. Depois de uns minutos ele deu sinal de vida. Ufa. E toma-lhe mais palavrão rsrs.

Não tínhamos mais pra onde ir. Era hora de descer. Desescalamos boa parte da via sem qualquer tipo de proteção. Aquilo não era uma via rs. Passou a ser rsrs. Depois de um tempo, caímos na Via Bira de onde não deveríamos ter saído rsrs. Continuamos descendo até chegar à base dela e entrar na trilha de volta.

De certa forma a missão foi cumprida, pois chegamos ao cume do Maciço Rochoso das Agulhas Negras. Não foi no cume combinado, mas ta valendo rsrsrs.

É importante dizer que a aquela região não permite erros. Caso não tenha experiência, vá com alguém que conheça ou contrate um guia local.

Mais detalhes é só entrar em contato.

Até a próxima.