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terça-feira, 22 de novembro de 2022

Escalada na Chaminé Idalício - Cume das Prateleiras

Por Leandro do Carmo

Chaminé Idalício – Cume das Prateleiras  

Dia: 31/08/2022 
Local: Parque Nacional do Itatiaia
Participantes: Leandro do Carmo, Thiago Wentzl, Luis Avelar

Chaminé Idalício - Prateleiras

 

Como chegar  

Partindo do Rio de Janeiro, pegar a Dutra até Resende e pegar a BR 354 (Rio x Caxambu). Seguir até a Garganta do Registro e pegar a estrada para a portaria do parque.  

Início da escalada  

Próximo ao acesso ao cume das Prateleiras pela via Normal

Dicas  

A via inicia por um belo artificial fixo, onde o crux fica na entrada para a chaminé, numa pedra entalada. Algumas chaminés são bem estreitas, mas com boas agarras.  

Vídeo da Escalada na Chaminé Idalício

Relato  

Pense numa madrugada fria. Pois foi assim essa noite. Para se ter uma ideia, a água do cano que sai da caixa d´água e vai para o Abrigo congelou e ficamos sem água. Para fazer o café, foi preciso pegar água na represa. O gramado próximo ao abrigo estava todo cheio de gelo. A ponte que segue pela borda da represa estava cheia de gelo. Estava um céu aberto e isso potencializa o frio. Esperamos ao máximo para sair. Quando o sol apareceu, as coisas foram melhorando. Aos poucos a água voltou a sair das torneiras. Era o dia derradeiro. Para esse dia, optamos por fazer uma escalada menos longa, afinal de contas, voltaríamos em seguida para Niterói. Deixamos algumas coisas no carro e pegamos o caminho até as Prateleiras.


Seguimos direto pelo antigo trecho da estrada e chegamos a um largo, onde inicia a trilha que leva a diversos pontos da região. Fomos andando e logo chegamos à base das Prateleiras. Seguimos por diversos trepa pedras até chegar a inconfundível base da Chaminé Idalício. Como caminhamos bem rápido, fizemos uma parada mais longa até começar a escalar. Eu não me senti muito, fiquei meio indisposto. Mas dava para subir, não podia desperdiçar essa oportunidade.  

Da base, conseguimos ver um grupo numeroso de bombeiros. Com certeza, estavam em treinamento. Enquanto separávamos o equipamento e acondicionávamos o excedente, os bombeiros foram passando. Chegou também um grupo do Centro Excursionista Carioca. Ficamos conversando sobre a via e sobre a saída dela, além de outros assuntos. O sol começou a bater e deu uma animada. O dia estava ótimo e em breve toda a base já estaria com sol. O tempo foi passando e era hora de iniciarmos a escalada.  

O Thiago saiu para guiar e deixou dois grampos protegidos. O Luis foi logo em seguida e guiou o resto do artificial, até a primeira parada. Eu fui por último, carregando a única mochila na qual resolvemos levar, assim nossa escalada fluiria de maneira mais rápida. Entrei no lance já com o pé no primeiro estribo e passei para o segundo. Depois que pega o ritmo, vai mais tranquilo. Segui assim pela sequência de grampos até o penúltimo grampo. Dali, passei a mochila para o Luis e entrei na estreita chaminé com o braço esquerdo, sendo a melhor opção. Com um pouco de dificuldade, subi um pouco e fui para fora da chaminé, conseguindo colocar o braço esquerdo por cima da pedra entalada e dominar o lance. Um trecho bem desconfortável.

Chaminé Idalício - Prateleiras


Já na parada, sem demorar, fui passando o equipamento necessário para a próxima cordada. A vista dali era bem bonita. Como o dia estava bem aberto, podíamos ver bem longe por entre a estreita chaminé. Saímos para a segunda enfiada. Fomos um pouco mais para dentro da chaminé. Para então subir e alcançar uma pedra entalada mais acima. Estava bem frio e o vento atrapalhava um pouco. A chaminé tinha uns trechos mais apertados e outros mais confortáveis, todos com boas agarras, o que facilitava bastante. Já acima do bloco, nos reunimos e nos preparamos para a próxima.  

A terceira enfiada foi um pouco mais difícil que a anterior. Aproveitei para dar uma organizada nas cordas. Isso facilitou bastante o resto da escalada. Subimos por um trecho mais delicado até entrar mais ainda na chaminé e começar a subir novamente. Foram alguns blocos até que estávamos novamente protegidos pelo grampo. Dali já dava para ouvir algumas vozes de pessoas no cume. Ou eram os bombeiros ou o grupo do Centro Excursionista Carioca. Estávamos num bom ritmo. Minha maior preocupação era encontrar o caminho de volta. Ninguém de nós havíamos feito cume das Prateleiras ainda. Encontrar alguém no cume facilitaria bem a nossa volta.

Nos preparamos para a quarta cordada. O Luis guiou a última. Essa foi a mais fácil do dia. A chaminé vai ficando levemente positiva. Tem muitas agarras, e uma grande diagonal que te leva para dentro e para cima da chaminé. Enfim, havíamos saído de “dentro” da rocha. Foi um alívio sentir o sol batendo. Na hora já aqueceu um pouco. O Luís havia montando a parada num bico de pedra. Estávamos bem no cume. Assinamos o livro. Dali, dava para ver o grupo do Carioca iniciando o rapel. Aproveitei para fazer algumas imagens com o Drone. Enquanto eu filmava, o Luis e o Thiago foram até o ponto onde faríamos o rapel.

Chaminé Idalício - Prateleiras


A vista impressionava. Uma pena que tinha uma névoa que atrapalhava um pouco, mas mesmo assim o alcance era fantástico. Podíamos ver a Serra da Bocaina, a Pedra da Mina e muito mais. Arrumei as coisas e organizei tudo na mochila. Segui direto para o ponto do rapel, mas optei por descer direto. Ainda soltei a corda que havia prendido. Dali, começamos a descer. O caminho não tão óbvio. Mas conseguimos chegar à base novamente. Ali, aproveitamos para descansar e arrumar tudo para, enfim, retornar pra casa. Foram 4 dias, literalmente, dentro do Parque Nacional do Itatiaia.

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras


quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Escalada na via Paredão Oba Oba - Agulhas Negras-

Por Leandro do Carmo

Paredão Oba Oba - Cume das Agulhas Negras  

Dia: 30/08/2022
Local: Parque Nacional do Itatiaia
Participantes: Leandro do Carmo, Thiago Wentzl, Luis Avelar e Valdino

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras


Como chegar 

Partindo do Rio de Janeiro, pegar a Dutra até Resende e pegar a BR 354 (Rio x Caxambu). Seguir até a Garganta do Registro e pegar a estrada para a portaria do parque.  

Início da escalada  

Pegar a via Pontão Ricardo Gonçalves. A base da via está a poucos metros do acesso ao cume.  

Dicas  

O crux da via está no início, entre a primeira chapeleta e uma fenda bem a direita. Dá para fazer um pêndulo para vencer esse lance. Pessoas altas tem mais facilidade. Segue a fenda até entrar numa canaleta no formato de chaminé. O Ideal é fazer a primeira parada logo na primeira dupla. A saída da primeira parada é um pouco delicada. Dali, seguirá reto até uma chapeleta e seguirá numa diagonal para a esquerda, numa canaleta, subindo ao final dela. Tem uma rampinha e mais um lance obrigatório para acessar a parte alta. Daí, é só caminhar até o cume.

Vídeo completo da Escalada na via Paredão Oba Oba

Relato da escalada na via Paredão Oba Oba

Depois de um dia chuvoso e uma noite bem fria, acordamos com uma manhã linda. Tempo aberto. Difícil de acreditar que tínhamos passado tempo bom, calor, chuva e frio nos dois dias anteriores. Mas em Itatiaia é assim: imprevisível. Estava tudo molhado e hoje seria a tentativa de fazermos a Travessia Longitudinal. Devido às condições climáticas, o grupo que viria de Niterói para fazer a Longitudinal cancelou. Como estava tudo bem molhado ainda, optamos por fazer cume das Agulhas Negras, fazendo a clássica Paredão Oba Oba. Outro grupo seguiria pela via Bira. Separamos todos os equipamentos e iniciamos a caminhada.

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras















A aproximação não seria fácil. Escalar a Paredão Oba Oba, nos faz seguir até quase ao cume das Agulhas Negras, pois fica bem perto do final da Pontão Ricardo Gonçalves. É uma escalada de aventura! Seguimos caminhando pelo trecho já feito no primeiro dia. Cruzamos a barragem próxima ao Rebouças e de lá, seguimos com o Maciço das Agulhas Negras bem a nossa frente. Fomos nesse pequeno sobe e desce, atravessamos a ponte pênsil e logo estávamos na bifurcação que divide o caminho na direção da Pedra do Altar e para as Agulhas. Mais a frente, nos dividimos. Uma parte do grupo seguiu para a via Bira.  

Eu já havia estado nesse caminho em agosto de 2012. E lá se vão 10 anos. Nem lembrava desse detalhe, só lembrei quando alguém me perguntou se eu sabia o caminho. Agora vamos ver se minha memória estava em dia. Subimos um pouco e cruzamos um córrego, num lajeado. A trilha nesse trecho estava bem molhada e eu subia com bastante cuidado. Passamos por uma pedra em forma de coroa e essa eu lembrava. Dali continuamos a subida ora por trilha, ora por lajeados. Alguns pontos geravam dúvidas, mas era só andar um pouco que já encontrávamos o rastro novamente.  

Mais acima, chegávamos ao ponto mais técnico do caminho. Eu lembrava que havia um caminho que poderíamos cortar esse trecho, mas não tinha certeza de onde entrar. Então, resolvemos passar por ali mesmo. Subi em um platô, utilizando uma fenda e achei que fosse mais tranquilo seguir por ali. O Luis colocou a sapatilha e seguiu guiando até uma parada dupla mais acima, mas não foi tão simples assim. Ele disse que a canaleta estava bem lisa, mas conseguiu passar.  

Fomos subindo um por um com o auxílio da corda que ele fixou. Com todos ali, seguimos por essa laje até entrar numa grande canaleta que seguiria até o acesso ao cume. Passamos por grandes blocos e passagens bem estreitas. Já na canaleta, subimos já devagar devido ao cansaço, mas já estávamos bem perto. Eu lembrava vagamente da base da via, lembrava de ter visto alguém escalando quando passei por lá em 2012. Mais alguns minutos e estávamos na base da via. Bem fácil de achar. O sol já batia e estava bem agradável naquele momento. Fizemos uma parada para o lanche e arrumamos o equipamento.  

Dividimos a cordada em duas: numa, estava o Luis e Valdino e na outra, eu e o Thiago. O Luis e o Valdino foram na frente. O Luiz guiou as duas cordadas e assim que ele chegou à primeira parada e o Valdino saiu, eu comecei a escalar. Costurei a primeira chapeleta e tentei fazer o pêndulo até uma fenda na direita. Como estava um pouco distante, optei por ir me aproximando da fenda e ir empurrando com a mão esquerda até chegar bem próximo. Num lance rápido, dei um bote e consegui dominar a fenda e seguir subindo até costurar a segunda proteção.  

Dali fiz mais um lance com boas agarras e segui até uma grande canaleta, que entrei em chaminé, mas a mochila atrapalhou. Desci um pouco e pendurei a mochila no baudrier, facilitando minha subida. Depois de subir um pouco, consegui costurar a chapeleta que fica fora dessa canaleta, e segui até a parada, onde o Valdino se encontrava, dando segurança para o Luis. O Thiago veio logo em seguida. Enquanto o Thiago subia, passou um rapaz perguntando se a GoPro que estava no chão era de alguém. Eu havia deixado a câmera no chão. Por pouco não havia perdido. Ainda existe gente de bem nesse mundo. Agradeci imensamente. Depois, fui descobrir que eles também estavam no Abrigo Rebouças, haviam chegado um pouco após a nossa saída para a escalada.  

Voltando a escalada, o Thiago subiu bem rápido e na parada falei para ele guiar a próxima, mas ele não queria. Só depois que eu expliquei o caminho foi que ele resolveu seguir, achou que iria reto numa grande canaleta. Acho que eu também não encararia. Ele seguiu rápido por uma calha até que chegou à segunda parada, já próxima do lance final. Subi em seguida, fazendo rápido os lances e chegando ao Thiago, toquei logo para cima. Subi um pouco e fiz o último lance, cruzando uma fenda. Olhando de cima, era bem alta. Mas tinha uma boa agarra. Foi colocar as duas mãos nela e subir, fazendo uma espécie de barra até dominar o trecho e seguir até um grande bloco. Ali montei uma parada num bico de pedra e trouxe o Thiago.  

O Luis e o Valdino já tinham ido até o cume. Fiz algumas fotos e segui caminhando também. No cume, onde tinha o cruzeiro, encontrei o rapaz que havia achado minha câmera. Agradeci novamente. Aguardamos um grupo descer e chegar até o verdadeiro cume para assinar o livro. O cume verdadeiro é acessado, fazendo um pequeno rapel ou desescalando uma chaminé, em seguida, é necessário fazer uma pequena escalada até acessá-lo. Ele é 50 centímetros maior do cume do cruzeiro. Enquanto estávamos ali, a gente aguardava a chegada do grupo que foi pela via Bira. Descemos e na base do cume verdadeiro, optamos por fazer um lance bem a esquerda, diferente do trecho tradicional. No cume, assinamos o livro e depois de algum tempo, subimos de volta. Aproveitei para fazer algumas imagens com o drone. O tempo foi passando e nada da galera chegar. Em alguns momentos, parecia que ouvia a voz do Velhinho, mas nada. Conseguimos receber uma mensagem nos avisando que eles não haviam encontrado o caminho e estavam descendo.  

A partir daí, iniciamos, também, o nosso retorno. A descida foi tranquila. Bem mais rápida se comparada a subida. Uma porque para baixo todo santo ajuda, outra, porque agora já sabíamos por onde passar. Já bem abaixo, fizemos uma rápida parada. Dali, conseguíamos ver a base da via Bira e lá estava a galera rapelando. Bom, dali para baixo, era questão de tempo. Então, resolvemos continuar nossa caminhada até o Abrigo Rebouças.  

Já no abrigo, aproveitei para tomar logo um banho. O frio já era forte. Ainda bem que não estávamos no camping, seria duro. Já era noite quando a galera da via Bira chegou. Agora estávamos todos reunidos novamente. Era só jantar e me preparar para dia seguinte.

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras

Paredão Oba Oba - Agulhas Negras



quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Trilha da Base das Prateleiras

Por Leandro do Carmo

Trilha da Base das Prateleiras

Trilha das Prateleiras


Dia: 29/08/2022
Local: Parque Nacional do Itatiaia
Participantes: Leandro do Carmo, Thiago Wentzl, e Thayane Amaral  

Como chegar  

Partindo do Rio de Janeiro, pegar a Dutra até Resende e pegar a BR 354 (Rio x Caxambu). Seguir até a Garganta do Registro e pegar a estrada para a portaria do parque.  

Início da trilha

A trilha se inicia no Abrigo Rebouças

Dicas  

É uma trilha curta, exposta ao sol, sem grandes dificuldades técnicas.  Parte do Abrigo Abrigo Rebouças e segue por um antigo e abandonado trecho da estrada. Já no final, tem uma saída para a direita, onde a trilha se inicia de verdade. O caminho é bem marcado e nas bifurcações há sinalizações. Uma ótima opção para iniciantes e família.

Vídeo

Relato  

Depois de termos feito a Pedra do Sino, estávamos no Abrigo Rebouças e conversando e foi difícil acreditar que o dia seguinte seria de chuva. Todos os sites de previsão davam como certo o tempo ruim. Apesar das poucas nuvens, fomos dormir na expectativa de que amanhecesse bom, ou pelo menos sem chuva. Foi uma noite fria, mas dentro do Abrigo foi bem mais tranquilo do que se estivéssemos acampando. A noite já foi chuvosa e a manhã não foi diferente. Na madrugada, já havia ouvido o barulho da chuva e acordei certo de que não teria muita opção. Tomei café e a chuva havia dado uma trégua, mas estava tudo bem molhado. Sem chance de sair para algum lugar.  

A previsão era de que o dia seguinte o tempo abrisse. Assim como fechou, abriria. Tínhamos que confiar. Mas para fazer a Travessia Longitudinal das Agulhas Negras, atividade na qual havíamos programado, seria difícil. Havia ainda, um grupo saindo de Niterói para fazermos juntos no dia seguinte, mas esse tempo também colocava em dúvida a vinda deles. Sem muito o que fazer, resolvi fazer a caminhada até a base das Prateleiras.  

Só quem resolveu ir foram o Thiago e a Thaiany, mais ninguém animou de caminhar. Nessas condições, a preguiça foi mais forte. Arrumamos as coisas e seguimos debaixo de uma garoa. Pegamos a antiga e precária estradinha que segue paralela ao rio. Estava tudo bem molhado e a forte neblina impedia que tivéssemos algum visual. No caminho, ainda paramos para tirar algumas fotos da Cachoeira das Flores. Continuamos caminhando, passando por algumas vias de escalada na margem da estrada.  

Notei que há vários trechos de asfalto na estrada, devia de ser do período em que ela ainda era transitável para veículos. Essa estradinha é a BR-485, também chamada de Rodovia das Flores e Estrada dos Lírios. A título de curiosidade, na BR-485 está localizado o ponto mais alto de todas as rodovias federais do Brasil, a 2460 metros acima do nível do mar. Este ponto fica situado logo após o acesso para o morro da Antena, entre a portaria 3 (conhecida como "Posto Marcão") e o abrigo Rebouças. A partir deste ponto, há uma pequena estrada vicinal de 1,4 km que leva até o topo do morro da Antena, onde há uma estação de rádio da Eletrobrás Furnas, a 2662 m. Assim, este pequeno acesso que sai da BR-485 leva ao ponto mais alto que é possível atingir no Brasil utilizando-se um veículo comum. A rodovia foi inicialmente projetada para ligar a Via Dutra à Garganta do Registro atravessando todo o Parque Nacional de Itatiaia. Porém, um trecho intermediário de 13,9 km entre o local chamado Barro Branco (na parte baixa do parque) e o início da trilha do maciço das Prateleiras (na parte alta), que passaria ainda pelos abrigos Macieiras e Massena, nunca foi construído. Esse trecho só pode ser percorrido a pé, por uma trilha de clássica do montanhismo brasileiro, conhecida como a travessia Rui Braga.  

Depois de andarmos mais um pouco, subimos um trecho até chegarmos a um largo, onde fica o início das trilhas. Esse trecho é em comum com algumas do local, como a Travessia Ruy Braga, Pedra Assentada, final da Couto x Prateleiras, etc. Continuávamos não vendo muita coisa. A chuva havia dado uma parada, ficando apenas uma garoa. Como estávamos andando bem rápido, não sentíamos tanto frio. Após caminhar mais alguns minutos, enfim chegamos ao trecho mais complicado. Descemos até uma grande pedra, onde ficamos abrigados. Nessa hora, a chuva apertou um pouco. Desse ponto em diante, havia muito “trepa pedras” e achamos melhor ficar por ali, estava tudo molhado.  

Fizemos algumas fotos e assim que o frio foi apertando, pegamos o caminho de volta. Mesmo chovendo, valia mais a pena seguir andando do que ficar parado. A vista nesse trecho seria fantástica, mas precisaríamos esperar mais um pouco para contemplar as Prateleiras. A volta pareceu mais rápida. Rapidamente estávamos de volta à Cachoeira das Flores. Ouvi alguém falar que daria um mergulho. Ah, só imaginação mesmo! Chegamos de volta ao Rebouças, já torcendo para termos um tempo melhor no dia seguinte.  

Trilha das Prateleiras

Trilha das Prateleiras

Trilha das Prateleiras

Trilha das Prateleiras

Trilha das Prateleiras

Trilha das Prateleiras

Trilha das Prateleiras


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Pedra do Sino de Itatiaia

Por Leandro do Carmo

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia


Dia: 28/08/2022
Local: Parque Nacional do Itatiaia
Participantes: Leandro do Carmo, Leandro Conrado, Marcos “Velhinho” Lima, Thiago Wentzl, Valdino, Thais, Luis Avelar e Thayane Amaral  

Como chegar  

Partindo do Rio de Janeiro, pegar a Dutra até Resende e pegar a BR 354 (Rio x Caxambu). Seguir até a Garganta do Registro e pegar a estrada para a portaria do parque.

Link do Wikiloc - https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/pedra-do-sino-de-itatiaia-116625118

Início da trilha  

Pode-se iniciar a trilha por dois caminhos:  

1 – Iniciando pelo Circuito Cinco Lagos

2 – Iniciando pelo Abrigo Rebouças (Esse relato)

Dicas  

A Pedra do Sino de Itatiaia é o 9º ponto mais alto do Brasil, com 2.670 metros. É uma trilha longa, cerca de 16 km, bem exposta ao sol. Tem água pelo caminho, com dois pontos, mas é preciso usar clorin para purificá-la.

Vídeo


Drone


Relato  

Esse foi o primeiro de quatro dias na parte alta do Parque Nacional do Itatiaia. Estava férias e ficar dentro do parque era a melhor opção de poder fazer as atividades, pois sair do parque e entrar todo dia fica bem cansativo. Existe até opções relativamente próximas, mas subir aquela estrada todo dia fica bem cansativo. Outro benefício de estar dentro do parque é começar e terminar as atividades já próximas. Mas existia outro problema, que era conseguir vaga. A opção foi chegar no domingo e sair na quarta. Assim, conseguimos ficar no Abrigo Rebouças.  

Saímos as 04h30min da madrugada de domingo. Nosso objetivo do dia era fazer a Pedra do Sino. Era um cume que ainda não havia ido e levando em conta que seria só caminhada, poderíamos fazê-lo no dia de chegada. A viagem foi tranquila e chegamos ao parque por volta das 9h. Eu cheguei primeiro, pois facilita para o meu carro. Adiantei toda a papelada no Posto Marcão e de lá, seguimos para o Abrigo Rebouças, onde deixamos algumas coisas por lá. E nos preparamos para o início da caminhada. 

Pedra do Sino de Itatiaia


O dia estava aberto e o parque estava bem vazio, um bom sinal. A minha mochila para o dia já estava pronta. Enchi minha garrafa de água. No lado de fora do abrigo, podia ver o Maciço das Agulhas Negras bem ao fundo, uma vista fantástica que nos acompanharia durante boa parte do dia. Começamos a caminhar, cruzamos a nova ponte de madeira construída na borda da pequena represa e seguimos andando. O início é um aquecimento, uma leve subida. Ali já podíamos dar o nosso ritmo.  

Mais à frente, cruzamos a ponte pênsil e andamos até a bifurcação que dá acesso às Agulhas Negras. Dali, pegamos o caminho da esquerda, em direção à Pedra do Altar. A partir dali, a subida ficou mais íngreme, mas não muito forte. A vista a impressionava. O Maciço das Agulhas estava a nossa direita e se mostrava imponente. Olhando para trás, podíamos ver as Prateleiras ao fundo e correndo o olho, acompanhávamos a crista do Morro do Couto. Continuando a subida, já era bem visível a Asa de Hermes e mais a frente, conseguíamos ver a Pedra do Altar.  

Cruzamos a bifurcação que vai ao cume da Pedra do Altar e passamos em frente ao imponente paredão, continuando a caminhada até o ponto de acesso às travessias. Ali, fizemos uma pequena pausa para fotos. De volta à trilha, começamos a descer. O sol estava bem forte e começou a incomodar um pouco. Havia esquecido o boné. Já estava num trecho na qual ainda não havia ido. Para mim, tudo era novo. Apesar da longa viagem, não sentia cansaço e caminhava bem. Nesse ponto, podíamos ver a Pedra do Sino bem a esquerda e os “Ovos da Galinha” bem ao fundo.

Pedra do Sino de Itatiaia
Já ao final da descida, fizemos nossa parada longa. Aproveitamos para lanchar. O tempo continuava excelente. De volta a caminhada, seguimos caminho e passamos pela bifurcação para a Cachoeira do Aiuruoca. Segundo a tradição local, Aiuruoca quer dizer “casa do papagaio”, na língua indígena: aîuru (papagaio) e oka (casa). Dali, seguimos para a direita, cruzamos um córrego e fomos contornando a formação rochosa dos Ovos da Galinha.  Após cruzá-lo, iniciamos a subida no trecho mais difícil, no que tange a orientação. Não que seja complicado, mas, levando em consideração o trajeto que havíamos feito até agora, ele era o mais complicado.  

Passamos por grandes rochas, durante o começo da subida, uma forte característica do local. Fomos guiados por pequenos totens posicionados em pontos estratégicos, o que facilitava bastante. Mais acima, o lajeado foi ficando mais exposto e entramos no trecho mais bonito de toda a caminhada. Existiam várias valetas na rocha que seguiam paralelas até quase ao cume. Passar ali foi algo mágico. Aquele céu azul dava um toque especial à paisagem. Depois de subir uma grande rampa, estávamos no cume. Dali, conseguíamos ver as pessoas no cume das Agulhas Negras. Estávamos por trás dele, numa perspectiva diferente e bem diferente de quando olhamos do Abrigo Rebouças, por exemplo.  

Já no cume, aproveitei para fazer algumas imagens com o drone e aproveitei para descer primeiro para poder filmar na base dos Ovos da Galinha, mas nem adiantou, pois perdi o caminho e todos me alcançaram. Para não atrasar a vota, fiquei ali sozinho, enquanto filmava. Depois de voltar a andar, conseguia vê-los bem de longe. Ainda parei quando cruzei o córrego para filmar mais uma vez. Não conseguia mais vê-los, só ouví-los. A parte de descida, agora era subida. O sol forte cobrava seu preço. Passo a passo fui subindo, até que encontrei todos, novamente, na bifurcação antes da Pedra do Altar, no trecho onde encontramos o caminho do Circuito Cinco Lagos. Dali voltamos até o Abrigo Rebouças. 

Foi uma experiência ótima para o primeiro dia. Já estávamos aclimatados ao ambiente da parte alta do fantástico Parque Nacional do Itatiaia. O que teremos para o dia seguinte? 

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia

Pedra do Sino de Itatiaia