Dia: 04/11/2023
Local: Charitas
Participantes: Leandro do Carmo
Relato
Um dia de aprendizado. Poucos gostam, mas superar as
adversidades num ambiente relativamente controlado é importante para não ser
pego de surpresa. O tempo ao longo da semana não estava muito bom e sabia que
iria piorar no sábado, com a entrada de uma frente fria ao longo da manhã.
Previsão de entrar um vento sudoeste. Acordei cedo, já com uma garoa fina e
segui para Charitas.
Não chovia em Charitas, mas o vento já estava forte. Coloquei
o caiaque na água e comecei a remar. Rumei em direção à Praia do Morcego, com o
vento batendo na lateral esquerda do caiaque com força. Não estava fácil remar,
principalmente nas rajadas. Já próximo de Jurujuba, o vento aumentou e só foi
diminuir quando entrei no quebramar da praia do Morcego. Ali, estava mais
abrigado do vento. Fiquei lá durante um tempo. O vento amainou e aproveitei
para seguir caminho de volta.
Mais a frente, o vento voltou a apertar e foi duro chegar ao
lado do catamarã. Uma boa remada em condições desfavoráveis.
Dia: 28/10/2023
Local: Morro das Andorinhas / Itaipu
Participantes: Leandro do Carmo e Diversos
Relato
Mais um dia de atividade da Julietti. Era do Projeto Ecotur
Sem Barreiras, um projeto da Neltur, em parceria com o Clube Niteroiense de
Montanhismo.
Chegamos cedo na entrada da trilha, onde aguardamos o PCD. Aos
poucos todos foram chegado e logo estávamos prontos, já subindo o trecho
inicial, que por sinal é bem íngreme e requer um pouco de força. Devagar
vencemos esse primeiro trecho. A partir daí, a subida perde um pouco de
inclinação, mas em alguns pontos, também fica difícil, pois além do aumento da inclinação,
tem o piso que, por conta da terra e cascalho, fica bem escorregadio.
Fomos subindo e logo passamos pelo pórtico e mais alguns
minutos, passávamos da entrada para o Mirante de Itaipú, que deixamos para
conhecer na volta. Seguimos direto para o Mirante de Itacoatiara, que sem
dúvida, é uma das vistas mais bonitas de Niterói. Ficamos ali durante um bom
tempo e de lá seguimos para a nossa próxima parada.
O dia estava bem quente, mas corria uma leve brisa que
ajudava. Voltamos andando e entramos no caminho para o mirante, onde fizemos
mais uma parada. Aproveitei para fazer um lanche e contemplar a vista
fantástica.
Era hora de ir embora... A volta foi tranquila, bem mais
fácil que ida, pois foi só descida. Já ao final, com o dever cumprido,
finalizamos mais um grande dia. Uma enorme satisfação de poder ajudar nesse
projeto!
Chegou o dia da Regata Mestre Inácio, mais uma regata do
ranking interno da Flotilha Ventania do Praia Clube São Francisco. Com essa,
ficarão faltando apenas duas para fecharmos o ano. Dessa vez, optei por trocar
de barco, aposentando o Terral. O Terral é o barco mais pesado do PREVELA e
para piorar, entra uma enorme quantidade de água. Aproveitando que o Pepe pegou
outro barco, eu e o João usaremos o 03.
Cheguei por volta das 9h30min para arrumar tudo. O João
viria depois, assim não precisaria ficar esperando tanto. A Alice, se
recuperando de uma pneumonia, não poderá participar dessa. O dia estava
nublado, mas estava firme. Saímos do PREVELA por volta das 12h e seguimos para
o PCSF, onde chegamos sem dificuldades. Atracamos os barcos no cais e
desembarcamos para esperarmos a hora da regata. O PREVELA participou com 4
barcos.
Foi dando a hora e aos poucos fomos para a água. Deu o
primeiro sinal da largada e já ficamos atento. O segundo foi dado e assim que a
largada foi autorizada o João avisou e seguimos cruzando a linha, rumando
direto para a boia de perigo isolado de Jurujuba. Cada um foi fazendo um
percurso, eu e João fomos seguindo o Isaías de longe. Pegamos bastante
velocidade e parecia que estávamos a frente dos outros barcos. O Marcelo passou
com o bote de apoio dando algumas dicas. Assim que montamos a boia, segui rumo
a boia da Praia das Flechas. Cada um foi procurando o melhor percurso. Optamos
por seguir um rumo direto. Decisão acertada. Se estávamos atrás de alguém,
conseguimos tirar a diferença e até passar alguns.
Quando estávamos nos aproximando do local da boia da Praia
das Flechas, percebi que ela não estava lá. O Marcelo que estava no bote de
apoio e nos avisou. A boia de aviso de perigo isolado foi retirada e em cima da
laje ficou uma marcação, mas já estava bem em cima, se
tivéssemos nos aproximado, poderíamos ter problemas com as ondas. Para resolver
o problema, o bote de apoio serviu de boia, e contornamos o bote para seguir
num contravento. Como ainda não consigo velejar bem num contravento, acabei
perdendo posições e não foi fácil chegar na altura da Estrada Fróes.
Dali, seguimos rumo ao Praia Clube São Francisco. O vento
amainou, mas conseguimos chegar, cruzando a linha de chegada em quinto lugar.
Na volta, ainda fomos curtindo um bom vento até o PREVELA. Um ótimo dia!
Estava de volta ao rio Paraíba do Sul e mais uma vez
participando de um dos maiores eventos de canoagem do estado, quiçá do Brasil.
Ter a oportunidade de remar o trecho do evento é um privilégio e não poderia
desperdiçar a oportunidade.
Fui para Itaocara no ônibus da noite de quinta-feira, após o
trabalho, na companhia do Jefferson. Dormi
Na noite de sexta para sábado, ficaríamos hospedados na
Pousada 20V e fiquei aguardando meu pai, meu tio e meu filho chegarem de
viagem. Eles sairiam de Niterói, na parte da tarde. Já no final do dia,
aproveitamos para arrumar algumas coisas e separar o equipamento para o dia
seguinte. Assim que todos chegaram, pudemos descansar e nos preparar. Ainda
aguardava o Victor, que chegaria no ônibus da madrugada. Passei para ele os
detalhes e só fui saber que tinha dado tudo certo, na manhã de sábado.
O sábado amanheceu nublado, mas o tempo estava firme, melhor
do que o sol escaldante que havia aparecido nos dias anteriores. O rio Paraíba
estava claro, com nível baixo, sendo normal para a época. Melhores condições,
impossível. Como havia deixado tudo pronto na noite anterior, não tinha muita
coisa para arrumar. A dona do hotel informou o quarto onde o Victor estava
dormindo e o chamei, avisando que já iríamos tomar o café da manhã.
Pegamos o caminho até Porto Marinho ainda bem cedo, demos
uma passada rápida onde a festa iria acontecer e de lá, seguimos para o Porto
do Tuta, na Fazenda Paulo Gama, local do início da remada. Fomos um dos
primeiros a chegar. Aos poucos, as pessoas foram chegando e o gramado ficou
tomado de carros, caiaques e pessoas. Na hora da abertura, quando o Jefferson e
o Pedro Oliva foram falar, contei, por alto, 121 canoístas reunidos. Um
excelente número, o que mostra a qualidade do evento.
O tempo foi passando e foi hora de fazer o que mais
queríamos: ir para a água. Nos arrumamos e levei o caiaque para a margem do rio
e de lá comecei a dar as primeiras remadas. Estava bem à vontade e segui
remando junto com as dezenas de canoístas. O dia estava bem agradável, o que
deixava a remada bem fluída.
Rapidamente chegamos à corredeira do Urubu, o ponto alto do
evento. Subi pela margem da direita, com o intuito de filmar algumas descidas
com o drone. Aos poucos todos foram descendo e consegui capturar algumas
imagens bem bonitas. Depois que a maioria desceu, rendendo boas linhas e também
boas capotadas, foi hora de me preparar e enfrentar a corredeira. Arrumei as
coisas e já dentro do caiaque vi que faltavam poucas pessoas. Ainda esperamos
um pouco, pois tinha uma menina que estava esperando, mas para não atrasar a
descida e obedecer ao chamado de que estava esperando, começamos a descer.
O Victor foi à frente e desceu sem nenhum problema. Desci logo
em seguida. Nas primeiras remadas já me veio a lembrança do ano passado quando
virei e tive um grande trabalho de tirar a água do caiaque. Dessa vez tinha que
dá tudo certo. E deu! Desci seguindo a linha do fluxo de água mais forte. Venci
o primeiro degrau e mais abaixo uma enorme onda. Em poucos segundos estava já
ao final da corredeira comemorando a descida. Foi um alívio ter conseguido.
Segui descendo e por conta do nível do rio, deu para tentar surfar uma onda em
um refluxo.
Em pouco tempo chegamos ao Porto Marinho. Arrumamos os
barcos e almoçamos um bom churrasco, antes de curtir o show da banda Beija Flor
Noturno, que já acompanha o evento há anos. Aí foi seguir de volta à pousada e
descansar, já pensando no próximo ano...
Dia: 23/09/2023
Local: Tibau - Piratininga
Participantes: Leandro do Carmo e Diversos
Relato
Um mês após continuar uma conquista no Tibau, estava lá de volta. Agora já com mais vias conquistadas e setor batizado. Era hora de
conferir o acesso, vias e graduações.
Era uma atividade do Clube Niteroiense de Montanhismo, que
abri em conjunto com o Luis Avelar. Dia de calor, mas como nessa época do ano
fica sombra na base e em parte das vias, nos encontramos as 12h, já próximos à
entrada da trilha. Estacionamos os carros e seguimos pela rua, virando à
direita e subindo uma estradinha de chão, até entrar no caminho das jaqueiras.
Subimos por ela até o final, onde dobramos à direita, pegando a picada que nos
leva até a base das vias.
Demos uma conferida nas opções e nas novidades e acabei
fazendo cordada com o Higor. Como são vias curtas, tínhamos a opção de fazer
várias. Iniciamos pela Segue o Velhinho e depois fizemos a Speedrun, todas com
o crux em IV grau. As vias seguem bem constantes e bem protegidas. O visual é
fantástico. Saímos dali e fomos para a Metamorfose, com uma saída forte e bem
vertical, com um crux de VI. Olhando o lado esquerdo da base, parece que há
vários cristais, mas chegando bem perto, nota-se que são uma espécie de teia,
bem interessante. A via é dura, porém curta. É uma saída com pequenas agarras,
onde domina-se um batente acima. Poucas passadas para passar o crux.
Depois, emendamos na Velório de Urubu, que fica à esquerda
da Metamorfose, subindo por um trecho curto, porém instável. A via tem uma
saída leve, entre a vegetação e logo acima, tem um degrau que é facilmente
vencido. Dali, pega-se o crux numa passada para a esquerda e segue até a dupla,
onde dá para montar o rapel.
O calor estava forte e fui para a última via, a Inonimável.
Um 3º grau bem tranquilo, à esquerda da Segue o Velhinho. Subi rápido, sem
muitos problemas e ainda pude acompanhar as outras cordadas de perto. O Luis
aproveitou para fazer algumas imagens com o drone. Já na base, resolvi ir
embora, ainda estava bem quente. Alguns ficaram e escalaram um pouco mais. Uma
excelente tarde nesse novo setor que tem um potencial incrível!
Essa regata estava marcada para o dia 09/09/2023, mas foi transferida para o dia 16/09. Combinamos de nos encontrar as 9h no PREVELA para poder arrumar os barcos.
Depois de já ter participado de algumas regatas, não via mais problemas em
montar o dingue. Descemos os barcos já deixamos tudo pronto para sairmos. Aproveitamos
para fazer a inscrição na regata. O dia estava firme, apesar de não estar
aquele sol forte. Foi dando a hora e colocamos os barcos na água, seguindo em
direção ao Praia Clube São Francisco.
Saímos do PREVELA num vento razoável. Fomos numa boa empopada até
atracarmos no cais do PCSF. Nem demoramos muito e já voltamos para a água.
Tinha muito barco e de diversas classes. A regata seria do tipo “barla-sota”,
que consiste de duas boias alinhadas na direção do vento, além de uma boia de
largada. A largada ocorre em uma linha imaginária situada entre a boia de
largada e o barco da comissão de regatas. Cada trecho a ser percorrido entre
duas boias é chamado de perna. O barla-sota possui apenas pernas de contra-vento
e de empopado.
Como já havia participado de uma regata com esse tipo de percurso no mês
passado, ficou bem mais claro para mim o que fazer. Mas entre saber o que fazer
e executar, o caminho é longo! De qualquer forma, ficamos dando uns bordos próximos
ao barco da comissão de regata e, novamente, me enrolei na largada. Era muito
barco e não estava muito à vontade de ficar lá no meio deles. Largamos um pouco
depois, o que já nos deixou na desvantagem.
Seguimos na primeira perna em contravento. Com muita dificuldade chegamos e
montamos a boia e de lá voltamos na empopada. Montamos novamente a boia em
frente ao ICB seguimos na última perna de contravento. Essa segunda perna
acabou sendo melhor que a primeira. Não sabia em qual posição estava, mas seguimos
despreocupados. Muitos barcos cruzando a raia e acabei sendo atrapalhado na
hora de montar a última boia. Perdi um pouco de tempo, mas nada que
atrapalhasse muito. Dali, seguimos para a última perna, cruzando a linha de
chegada sem muita emoção.
Assim que terminamos, voltamos direto para o PREVELA, novamente num
contravento. Aproveitando para fazer um percurso maior e ganhar altura. De
volta ao PREVELA, foi organizar o material e tentar contabilizar a posição. Um
ótimo dia de aprendizado.
Durante a semana estávamos pensando qual montanha iríamos subir no final de semana. A semana estava chuvosa e a previsão não era das melhores, mas estava dando uma janela sem chuva na parte da manhã até o início da tarde. Depois de analisar todas as variantes, resolvemos ir para Dois Bicos.
Aquela região é simplesmente encantadora. Não me canso de ir lá. A Marina não conhecia e logo quando chegou ficou encantada e não queria mais sair de lá 😂.
Depois de tudo arrumado, partimos no sábado bem cedo. A ideia era começar a andar por volta das 8h e dar uma mergulho na cachoeira dos Frades antes da chuva.
E assim fizemos. Chegamos no Vale dos Frades um pouco antes do previsto. Deixamos o "Malvadão" em frente à antiga Delegacia. Optei por deixar ali. Assim a gente aproveitaria mais a caminhada visto que a trilha pra Dois Bicos não é longa.
A trilha, partindo da antiga delegacia tem aproximadamente 8 km ida e volta. Uma atividade pra metade de um dia, somente a trilha, andando num ritmo leve, contemplando todo aquele visual.
Começamos a nossa caminhada e logo na primeira porteira fomos recebidos por uns cachorros. Um deles não tinha uma perna, mas mesmo assim foi nos acompanhando até um certo trecho. Depois eles resolveram voltar e seguimos sozinhos.
O dia estava super agradável. Tempo nublado e sem sol. Fomos avançando e pulando as porteiras. Não tinha ninguém na trilha. Estávamos bem à vontade na atividade. Antes de chegarmos no trecho de pasto, vimos 3 escaladores indo pra base. Acho que eles estavam indo pra via "Castelo de Cartas". No trecho de pasto a gente agradeceu por estar nublado. Ali em época de calor é brabo.
Continuamos subindo e entramos no trecho de vegetação fechada. A cada passo a gente ia torcendo pro tempo não fechar, só que não teve jeito. O tempo fechou bastante. Não dava pra ver quase nada, mas nada que tirasse a beleza do lugar.
Ficamos no cume por uns 40 minutos e depois que a Marina se comunicou com os Deuses da natureza, o tempo deu uma clareada, mas fechou logo em seguida. Foi o suficiente pra gente curtir um pouco o visual. Depois de umas fotos e lanche, começamos a descer.
Na parte do pasto, a Marina resolveu descer descalça feito uma cabrita 😁. Terminando o pasto, voltamos pra "estradinha". Descemos bem tranquilos prestando atenção em cada detalhe possível. Quando chegamos na bela araucária, a Marina resolveu subir num bloco de pedra e dar uma relaxada. Eu aproveitei e embarquei nessa também. O clima estava tão gostoso que caímos no somo. Só acordamos quando o sol deu as caras e começou a sapecar o couro. Acho que ele só apareceu pra acordar a gente 😎. Ali ficamos ainda mais um pouco apreciando o lindo Vale das Sebastianas.
Depois da soneca, continuamos a descer e logo chegamos no "Malvadão". Fomos lá na fazenda, final do Vale, pra ver como estavam as coisas. De lá, voltamos e fomos direto pra cachoeira dos Frades. Afinal, o mergulho fazia parte da atividade.
Depois de um bom banho de rio, foi hora de pegar estrada e voltar pra casa. Um sábado que parecia que seria complicado de fazer alguma coisa por conta do tempo chuvoso, acabou sendo aproveitado com uma excelente atividade de montanha.
O acesso até a trilha principal se da por propriedade privada. Respeite as regras!
Não tem ponto de capitação de água potável. Em dias de calor forte, o sol pode castigar bastante.
Procure estacionar na antiga delegacia pra não atrapalhar a passagens dos moradores.
Participantes: Leandro do Carmo, João do Carmo e Antônio Jorge“Monstro”
Histórico da Trilha do Carteiro
Pelo seu aspecto geral, a Trilha do Carteiro foi planejada e construída com
mão-de-obra escrava. Entre outras características apresenta encostas
trabalhadas em pedra empilhada, pontes em pedra e passagens de madeira, o que
revela a sua importância para a circulação de pessoas na época de sua construção.
Pela rapidez com que se desenvolveram as vilas do ouro da época, a partir de 1700,
sabe-se que São João del Rei e São José del Rei, por volta de 1730, já estavam
bastantes desenvolvidas e eram pontos de comércio e trocas de mercadorias. Como
o lado norte da Serra tinha várias fazendas para abastecimento das vilas, é
provável que ela tenha sido construída neste período, com intuito de ligar
esses locais pelo caminho mais curto.
A Trilha do Carteiro atravessa a parte mais baixa do maciço da Serra de São José,
a 1200 metros e altitude. Em todo o seu percurso existem várias nascentes e
alguns tipos de vegetação bem distintas, sendo a vegetação mais densa na parte
baixa e a vegetação de altitude, já na parte alta.
Reza a lenda que havia um carteiro que - na condição de informante da
Inconfidência Mineira – cruzava esta imponente Serra para levar
correspondências, mas que terminou sendo morto numa emboscada armada por tropas
da Coroa Portuguesa. No local onde supostamente esse carteiro foi morto, há uma
pilha de pedras e uma cruz, na qual é chamada de túmulo. Os caminhantes que por
ali passam, devem fazer um pedido e depositar uma pedra. O que a maioria das
pessoas fazem é apenas um trecho de toda a trilha, mas que vale a pena!
Como chegar à Trilha do Carteiro
O início da trilha fica ao final da rua Idilberto de Andrade, no centro de Tiradentes.
Vídeo da Trilha do Carteiro
Relato da Trilha do Carteiro
Depois de “turistar” pelos ruas e casarios antigos de São João del Rei e
Tiradentes nos dias anteriores, faltava fazer uma das coisas que mais gosto:
trilha! Existiam várias opções, mas a que se tornava viável era a famosa Trilha
do Carteiro, na Serra de São José. Estávamos eu, meu filho João e o Jorginho.
Era um desafio a parte, pois seria a primeira trilha com 10 km do João. Acho
que daria conta!
Acordamos cedo, pois queríamos fazer a caminhada na parte mais fresca do
dia. Já havíamos deixado tudo arrumado na noite anterior. Seguimos caminho até
Tiradentes e nos encaminhamos pela rua que leva ao início da trilha. Já
próximos, parei para perguntar e uma senhora confirmou o caminho. Andamos mais
alguns metros e estacionamos o carro. De cara já foi possível ver uma placa indicando
o início da trilha. Tudo bem organizado.
Iniciamos a caminhada em meio a bastante vegetação. Passamos por uma área
alagada, mas devido a pouca chuva, estava tudo seco. Fomos ganhando altura
lentamente e logo cruzamos uma cerca e pegamos mais uma leve subida. Olhando da
cidade, a Serra de São José parecia tão distante, que era difícil acreditar que
subiríamos por aquelas encostas. A medida que andávamos, ela se aproximava e
era possível identificar o único caminho possível de subi-la, mas não conhecendo
o caminho. Mais a frente, perdemos contato visual com a serra e passamos por
mais uma placa informativa. Em poucos metros entrávamos no trecho do calçamento
de pedras.
Esse calçamento construído pelos escravos me fez pensar o quanto o caminho
já fora importante. Muito mais do que levar as cartas, esse caminho talvez
tenha sido utilizado por tropeiros, levando mercadorias entre as vilas. O João
estava indo bem e não reclamava. A partir desse ponto, ganhamos altura mais
rapidamente, mas tudo tem seu preço. Passamos por uma porteira e uma gruta com
a imagem de uma Santa. A vista que tínhamos desse ponto era algo surpreendente.
Um pouco mais acima, paramos em um fantástico mirante. Ali, fizemos nossa
primeira pausa da caminhada. Aproveitei para fazer algumas imagens com o drone.
Encontramos algumas pessoas que estavam subindo. Dali foi possível entender
melhor o caminho que estávamos fazendo. Ficamos ali durante uns 15 minutos e
voltamos a caminhar.Já estávamos bem próximos a passagem para a outra vertente.
Andamos um pouco mais e entrávamos no trecho mais bonito do caminho até o
momento. As rochas erodidas pareciam esculturas. As árvores do início davam
lugares à pequenos e retorcidos arbustos. O solo era arenoso e em alguns pontos
parecia aquela areia branca e fina das praias do Rio de Janeiro.
Começamos a descer e olhando o mapa do local, foi possível identificar a
posição de algumas cachoeiras. Fomos atrás delas. De longe, identifiquei um
amontoado de pedras com uma cruz, com certeza era o local conhecido como o
“Túmulo do Carteiro”. Assim que chegamos nele, tratei de pegar uma pedra e
coloca-la na imensa pilha, fazendo o meu pedido. Uma pequena pausa para fotos e
continuamos descendo. Pegamos mais um trecho com calçamento de pedras. Reparei
que esses calçamentos estavam sempre nos trechos mais suscetíveis a erosão. Já
próximo dali, havia a marcação de uma cachoeira. Mas não ouvia barulho de água.
Desci mais um pouco e passei do ponto. Voltei e fui procurando com mais atenção
e achei uma discreta saída. Peguei-a e no fundo pequeno vale, corria um filete
de água que descia até uma pequena piscina natural. Só ali que percebi que já
estava na cachoeira! Só que cachoeira sem água...
Fiz um lanche rápido com o João e resolvemos voltar. Já estávamos na outra
vertente da Serra. Na volta, fui procurando a entrada para a cachoeira do
Carteiro e numa saída bem discreta, já próximo ao “Túmulo do Carteiro”, peguei
uma leve descida. Já podia ver do alto uma pequena queda d’água. Aproveitei
para tomar um banho e me refrescar um pouco, o calor já estava forte.
Encontramos algumas pessoas que andavam pelo local, procurando a cachoeira. Não
quis desanimar, mas falei que com o volume de água atual, não encontrariam
nada.
Voltando a caminhada, subimos até o ponto das “esculturas de pedras” e
optamos por ir até o “Mirante Central”. Como o calor já estava forte, fomos até
uma área mais aberta onde havia uma pedra bem na borda, virada para Tiradentes.
Mais uma daquelas vistas incríveis. Fiz mais algumas imagens com o drone e
depois de um tempo descansando, iniciamos nossa descida. O calor já incomodava
e descemos num bom ritmo, pois sabíamos que um pouco mais abaixo, teríamos
sombra. O João seguiu firme na descida.
Já no carro, contabilizamos o quanto andamos e o GPS marcava 9,4 km, 4 horas
17 min e um desnível de 500 metros acumulado. Uma ótima caminhada, num dia bem
agradável.