domingo, 5 de maio de 2013

Exercício de escalador

Por Guilherme Belém


Como melhorar a sua escalada?


Nós temos a resposta!

Sempre que entramos de cabeça em algum tipo de esporte, nos espelhamos em heróis que toda a vida tem se dedicado a tal aventura. É aí que entra a diferença entre o iniciante, o praticante amador, o intermediário e os heróis atletas de alto nível.

Como educador físico e treinador, devo alertar que existe sim uma grande diferença entre esses treinos. Precisamos nos adaptar a cada estímulo dado, sem tentar pular as fases do aprendizado motor. No primeiro momento, o iniciante se depara com o desafio tanto cognitivo quanto motor, ou seja; a destreza física pode ocorrer, porém o costume de se expor a alturas, ventos e pequenas dificuldades na via de escalada, podem fazer com que o treino vire um pesadelo. É preciso vivenciar algumas vezes a via e exposição para criar intimidade com a rocha, aprimorar técnicas de passadas, desempenho de força e economia de energia em um determinado momento exigente da via e principalmente superar o medo.

Métodos de treinamentos são muito eficazes nesses aspectos, porém demandam trabalho, disciplina, determinação e responsabilidade. O corpo entende o estímulo dado, e nessa hora precisamos saber exatamente onde por em prática os exercícios , intervalos de descanso, incremento de carga e execução perfeita de movimentos.

Iniciarei a matéria com dicas de treino para iniciantes, e nas próximas postagens trabalharei outras categorias . 

Obs: Para a prática de qualquer atividade física é necessário um exame médico e autorização do mesmo, para que a atividade não vire uma adversidade. Lembrando que essa é uma planilha de treino para escaladores iniciantes.

Antes de realizar o exercício é necessário que se faça um aquecimento das musculaturas e mobilidade articular. Ou até mesmo realizar 1 série desses exercícios com 50% da carga empregada, afim de evitar lesões.

Método de treinamento: Alternado por segmento corporal.

Objetivo: Melhorar o desempenho de escaladores iniciantes com o treinamento resistido (neuromuscular).

Exercício
Série
Repetições
Carga
Intervalo
Agachamento unilateral ou afundo
2 a3
12 a 15
Peso corporal
30”
Remada
2 a 3
12 a 15
70%
30”
Levantamento terra
2 a 3
12 a 15
Peso corporal
30


Flexão de braços
2 a 3
8 a 10
Peso corporal
30”
Agachamento
2 a 3
12 a 15
Peso corporal
30”
Tríceps mergulho
2 a 3
8 a 10
Peso corporal
30”
Flexão plantar
2 a 3
12 a 15
Peso corporal
30”
Bíceps p. Supinada
2 a 3
8 a 10
70%
30”
Flexão de antebraço
2 a 3
12 a 15
70%
30”
Extensão de antebraço
2 a 3
12 a 15
70%
30”
Abdominal supra completo no chão.
2 a 3
12 a 15
70%
30”



Definição de cada exercício:

Agachamento Unilateral ou Afundo

Músculos trabalhados: Glúteo, quadríceps e posteriores da coxa.

Realizando: Posicionar os pés e pernas afastadas em um eixo antero-posterior (uma perna na frente e a de apoio atrás), o calcanhar de trás fica fora do chão, sendo o apoio com a ponta do pé, e a frente o pé ficará chapado no chão. Desça o corpo de forma que o mesmo continue ereto e não vá a frente. Depois é só trocar o lado.


 
Agachamento

Músculos trabalhados: Quadríceps, posteriores da coxa e glúteos.

Realizando: O movimento se inicia com o indivíduo em pé com os pés paralelos e alinhados ao quadril, postura ereta, olhar no horizonte e agachar o quadril com se fosse sentar em uma cadeira, terminando o momento de força ao ficar novamente em pé.



Remada
Músculos trabalhados: Adutores escapulares, deltóides no porção posterior e trapézio 2.
Realizando: Poderá ser feito da forma sentado ou de pé (nesse caso o corpo deverá estar flexionado paralelo ao solo. Onde será realizado no momento da força uma abdução horizontal de ombros ou extensão dos mesmos. Poderá ser feito ou uso de halteres, uma barra fixa ou móvel ou até um elástico tensionado.




Levantamento terra
Músculos trabalhados: Eretor da coluna lombar, pré-estiramento do glúteo e ísquios tibiais.
Realizando: De pé com o olhar no horizonte e pés paralelos na largura do quadril, movimentando o tronco para frente como uma referencia oriental (semelhante ao exercício chamado de “bom dia”) e com os joelhos semi flexionados.


Flexão de Braços
Músculos trabalhados: Peitoral, tríceps, deltóides porção anterior.
Realizando: Deitar o corpo em decúbito ventral, e usar as mãos abertas para empurrar o corpo para cima.

Tríceps mergulho
Músculos trabalhados: Tríceps (extensor do cotovelo)
Fazer um apoio em um banco, onde os braços estarão apoiados no mesmo, na largura do quadril. Ao descer o corpo freando o movimento e quando subir estenderá o cotovelo.



 -


Flexão Plantar
Subir e descer o calcanhar em relação ao solo, com o corpo de pé. Musculatura envolvida: Panturrilha.


  
Bíceps pegada supinada
Flexionar o cotovelo, com as mãos voltadas para cima pegando uma resistência (halteres, fitas, anilhas elástico etc.) Musculatura envolvida: flexor do cotovelo (bíceps).




Flexão de punho
Músculo trabalhado: flexor de punho.
Realizando: Pode ser sentado ou em pé, desde que o antebraço esteja com uma resistência, e com as palmas das mãos para cima, e subir ao máximo a mesma em relação ao ante braço.

-


Extensão de punho
Músculo trabalhado: Extensor do punho.
Realizando: Mesma forma que o exercício anterior, porém com as palmas das mãos viradas para baixo.


Abdominal Supra Completo
Músculo trabalhado: Abdômen
Realizando: Flexionar o tronco, retirando o corpo por completo do chão.




    
As repetições devem ser  realizadas por completo, de forma que ao fim da série o músculo fique cansado. Os intervalos serão rigorosamente respeitados, e a carga deverá ser revista a cada 2 a 3 semanas. É aconselhado que a série inicie com pouca carga, poucos exercícios  que gradativamente será aumentado. O treino não pode ser fácil, pois dessa forma não trará ganho significativo das valências preteridas.
Para mensurar a força, é necessário fazer um teste de ação máxima (1RM), peça ajuda a um professor de educação física. Onde saberá 100% da sua carga.Este tipo de treinamento complementa a escalada, mas deve vivenciar a rocha, aprender a traduzir em forma de movimento leituras de passadas e obstáculos na via.

Faça um alongamento no fim do treino com a finalidade de relaxar a musculatura e manter seus níveis de movimentação articular.

Para maiores esclarecimentos: guilhermebelem@gmail.com

“Quem não tem dúvidas... tem dívidas! Kmon!”

BOM TREINO!

Guilherme Belém é Professor Especialista em Exercício aplicado à Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais, Medicina do Exercício, Emagrecimento e Consultor PitbullAventura. CREF:028167-G/RJ.

Agradecimentos: Aos modelos, professores e amigos Renato Stoeckli, Bruno Giesta, Bruno Pereira, Fabio Castelo e Leandro do Carmo.




quinta-feira, 2 de maio de 2013

Travessia Petrópolis X Teresópolis em 1 dia

Por Vitor Pimenta

Material Utilizado: Luva, toca, uma muda de roupa extra, óculos escuro, protetor, de 1,5l a 2l de água (é possível reabastecer), clorin, headlamp, 4 sanduiches, pastilha SUM ou Gatorade, capa de chuva ou anorak, 4 sanduiches.

Relato

Conhecer e superar os meus limites (em todos os campos) e vislumbrar aquele quadro pintado a mão por DEUS, foi foda!

Após algumas trocas de emails, liderados pelo Pimentel, nos reunimos na rodoviária, Pimentel, Claudio, Pedro, Dino, Rosane, Wilton, Daniel e eu. Comprado as passagens, chegamos em Petrópolis e fomos até o parque de táxi que nos deixou bem próximo da entrada.

Começamos a trilha às 9h,  destino, Morro do Açu, e com um ritmo bom fizemos uma breve parada perto da cachoeira Véu de Noiva. Lanchamos e passamos por um casal de 60 anos cada e já tocamos pra cima. Essa subida era bem íngreme e dava na pedra do Queijo (essa pedra vista de longe parece um queijo). Mais uma parada rápida para fotinhas e tocamos novamente para o crux físico: Isabeloca.

Isabeloca, por causa da Princesa Isabel, é uma subida hard. Ali pagamos nossos pecados. Com os mais experientes espalhados no início, meio e fim da caravana fomos vencendo pouco a pouco um incentivando o outro até que chegamos num descampado muito vasto. A visão se perdia no horizonte e avistamos o Castelo de Açu. Ali começou meu drama. Não sei se o damasco estava estragado, ou pela altitude eu comecei a me sentir enjoado e a ideia de não conseguir começou a me rodear. Num determinado ponto resolvi forçar vômito e logo depois me senti melhor. Resolvi seguir até o Açu e de lá ver se continuaria ou não. Rosane se propôs a voltar comigo se necessário então fomos.

Em 3:30m (me corrijam se eu estiver errado) chegamos no Açu. São um amontoados de pedra reunidos em um único ponto de uma beleza só com uma cruz na outra ponta, em homenagem a um grupo de montanhistas que morreram por um raio. Descasamos, nos alimentamos e antes de partimos o Pimentel perguntou se todos estavam bem e queriam prosseguir. Deixou claro que havia ainda umas 8 horas de percurso e senti o peso daquelas frases. Fiz um minuto de silêncio e avaliei minha situação. Percebi que tinha folego para continuar, mas estava ainda um pouco enjoado. Decidi que estava apto a prosseguir e tocamos rumo ao Sino.Nesse trecho, A dianteira era revesado hora pelo Pimentel hora pela Rosane que vira e mexe vinha com umas tiradas fantásticas tipo: "O caminho é por aqui. Fiz esse caminho alguns anos atras e lembro dessa flor". Descemos mais do que subimos rumo ao Vale das Antas e ali foi desanimador... No alto do Morro da Luva avistávamos uma enorme descida em direção ao Vale da Antas, porém avistávamos, também, uma enooooome subida do outro lado. Lembrei o que o casal de 60 anos falou como uma voz grave e profética. "Enquanto se caminha sem ver o destino é ótimo..."

Essa subida era pouco acentuada e entre 2 paredes de vegetação espessa recheado de uma flor linda, se não me engano orguídeas. O que distraia nossa mente era as piadinhas infames de 10 em 10 minutos do Dino. "Atras de quem?", "Colocou tudo msm?", "Quer sentar?". No meio do caminho o enjoo voltou e depois de poucos instantes vomitei de novo. Entre O carboidrato do Pimentel e o Gatorade do Wilton, Rosane me diz que um amigo dela morreu nas msm condições em que me encontrava... Wilton que vinha sempre na minha cola pra ajudar caso necessário cai na gargalhada e solta a perola: essa caminhada perdeu a graça nos primeiros 100m. Agora virou uma questão de preservação da espécie.

Com a solidariedade de todos e colocado todo o mal pra fora, me senti renovado e dei continuidade subindo o elevador, que na verdade era uma escada. Sim, o chamado elevador é uma escada. Uma série de vergalhóes fincados na pedra onde nos levaria ao crux pscicológico: Lance do Cavalinho.Para chegar no Cavalinho desescalamos um lance fácil, mas com um abismos a direita numa pedra úmida e grampos que auxiliavam a descida. Subimos uns trepa-pedras e um a um fomos domando o Cavalinho. Um pouco antes de eu entrar no Cavalo, Daniel dividiu seu último gole d`água comigo e lá fui eu. Lance fácil para escalador, mas que não deixa a desejar no psico. Depois de mais algumas subidas e de 5h de caminhada, chegamos no abrigo do SinoDescansamos por 30min, nos agasalhamos, comemos alguma coisa e já estávamos descendo. Seriam 3h de descida, mas no escuro fizemos em 4h. Era um zique-zaque interminável. Era Rosane atolando na lama, Pimentel dando cabeçada no galho, Claudio escorregando em pedras soltas, tudo isso somando a um bom e velho papo sobre Universo espaço/tempo e teoria dos buracos negros.

De repente erramos o caminho e saímos num clarão. Quando estávamos prestes a retorna para achar o caminho certo, se não me engano, o Dino teve a belíssima ideia de desligarmos as lanternas e nos demos o luxo de deslumbrar a arrojada engrenagem do Universo. Estrelas cadentes, planetas, constelações... ver aquilo tudo rodeado por montanhas e com a Lua cheia foi incrível. Voltamos a trilha e terminamos-a às 22h. O taxista tinha ido embora e não tinha sinal de telefone pra chamar outro. Daniel logo se prontificou em andar em direção ao portão para procurar sinal. Pimentel e Pedro foram juntos e graças ao email do Marcos eles conseguiram. Fomos até a Rodoviária, mas foi em vão e decidimos dormir num albergue. No dia seguinte, acordei às 6:00 e tentei acordar os outros. Ninguém deu atenção. Fui até a padaria, mas esta estava fechada e então resolvi voltar na frente

Queria agradecer a todos pela ajuda e carinho e dizer que só segui em frente por que me senti apto e pela confiança que pude depositar no grupo. É provável que eu tenho me confundido com a ordem cronológica ou com a disposição das pessoas.



Lance do Elevador



segunda-feira, 29 de abril de 2013

Escalada na Via Paredão Emil Mesquita - Parque Estadual da Serra da Tiririca - Niterói - RJ

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Paredão Emil Mesquita - Parque Estadual da Serra da Tiririca - Niterói - RJ


Via Emil Mesquita – 3º V E2 D2

Local: Itacoatiara
Data: 13/04/2013
Participantes: Leandro do Carmo e Leonardo Carmo e Marcos Duarte

DICAS: Sombra na até +/- 10 da manhã (outono); como a base está bem no começo da trilha interditada para o Alto Mourão, devemos ter cuidado ao acessá-la para não aguçar a curiosidade das pessoas que ficam descansando nos bancos; a via é bem protegida, principalmente no crux; em dias de chuva ou que tenha chovido no dia anterior, é bem provável que o começo da via esteja muito molhado; o crux está no final, numa barriga com diagonal para a esquerda .


Relato

Na base da via
Há muito tempo que gostaria de fazer essa via. Na primeira vez que tentei fazê-la, o começo estava completamente molhado, ainda consegui costurar dois grampos e só. Nas outras duas vezes, choveu! Agora era a hora.

Aproveitei que o Marcos Duarte precisava fazer sua avaliação no Clube Niteroiense de Montanhismo e como já havia feito uma atividade na Pracinha com ele, não teria problema em entra numa via. Fiz o convite para fazer a Emil Mesquita, assim, cumpriria o meu dever com o clube e saciaria a minha vontade de fazer a via! Como seria uma escalada tranquila, aproveitei para abrir uma atividade no site, disponibilizando mais uma vaga para quem quisesse nos acompanhar. Combinado o dia e horário, foi só torcer para que o tempo ajudasse. Fiz contato com o Ary, pois sabia que ele estaria por lá e de repente poderia nos acompanhar na subida, mas ele já tinha combinado de fazer a Agulha Guarischi com a Alessandra. Na última hora, meu irmão aceitou o convite e também foi com a gente.

O tempo ajudou e sábado de manhã partimos para Itacoatiara. Cheguei um pouquinho atrasado e o Marcos já estava lá, em frente à entrada do Parque. O Ary aguardava a Alessandra. Esperamos um pouco até ver se a Alessandra viria, pois se não, o Ary subiria com a gente. Tinha uma galera do CEB que iriam fazer algumas vias no Tucum (Costão). Ainda bem, pois se tivesse mais gente querendo fazer a mesma via, ficaria complicado.

Por volta das 08:30, iniciamos a trilha até a base. Chegando lá, conversamos sobre os procedimentos do clube, segurança, rapel, backup, dinâmica da escalada, nós, cordada em “A” e em “I”, as responsabilidades do guia e do participante na cordada, entre outras coisas.

Como estávamos em três, decidimos por subir em “A”. Os lances iniciais são muito tranquilos, os grampos bem visíveis e linha da via bem definida entre a vegetação. Um verdadeiro corredor. Pela densidade da vegetação em volta da linha, devem ter retirado muita coisa à época da conquista. Hoje em dia, nunca se conquistaria uma via dessas!

Cordada do CEB na Via Entre 4 Paredes
Comecei a subir e quando estava aquecendo, já era hora de parar. Com uma corda só, ter que parar de 25 em 25 metros é chato. Há algum tempo que não escalava assim. Porém, nesses casos, prefiro até que seja desse jeito, pois sempre há contato visual com os participante e se pode acompanhar toda a escalada. Montei a parada e mandei o Marcos e o Leonardo subirem. Eles vieram rápido e assim que chegaram, comecei a escalar novamente.

Cheguei a segunda parada num platô, muito mais confortável. Dali já dava para ver uma cordada na Guarischi, não tinha certeza que era o Ary e a Alessandra. No Tucum, as cordadas do CEB estavam na Alan Marra, Entre 4 Paredes e Novos Horizontes. Um visual bonito. Pausa para algumas fotos e comecei a subir novamente. Mais alguns metros e já estava parando novamente.

O tempo estava perfeito. Firme e sem sol. Isso já estava ajudando bastante. Quando o Marcos e o Leonardo chegaram na terceira parada, iniciei a quarta enfiada. Subi um pouco e até que enfim cheguei num lance bom. Praticamente um degrau, mas bem liso. Uma passada e estava dominado. Mais acima, montei a 4ª parada e depois de mais alguns minutos, todos já estavam lá.


Morro do Tucum (Costão de Itacoatiara)
Que visão do Costão! Dava a impressão de ter
crescido mais um pouco!.  Víamos vários pontos coloridos no meio da face leste e muitas pessoas na trilha principal, visando chegarem a cume. Dali não víamos mais a Guarischi, mas tínhamos visão do Bananal, da praia inteira, Morro das Andorinhas, etc.

Fui para 5ª enfiada. Comecei a subir e vi que já estava no crux. Uma barriga, numa diagonal para esquerda, em regletes e bem protegida. Algumas marcas de magnésio espalhadas, até dificultavam um pouco, pois umas estavam mais distantes e em alguns lugares pouco amigáveis! As ignorei e fiz a minha própria linha. Mais fácil assim! Numa pequena passada, costurei o grampo e aí ficou mais fácil. O psicológico ajudou. Um pézinho mais acima e estava dominado. Costurei mais um grampo e cheguei numa parada dupla. Logo veio o Leonardo e em seguida o Marcos.

Marcos no Rapel
Vi mais três grampos acima e uma dupla. Porém, como já tínhamos passado o “melhor” da via, decidimos rapelar dali mesmo. E assim iniciamos a descida. Quando chegamos no platô, logo acima da vegetação, vi o Ary escalando, na altura da “cabeça da tartaruga”, mais ou menos no local onde as vias Face Sudoeste e Paredão Eldorado utilizam um grampo em comum. Bati algumas fotos e continuamos a descida.

Chegamos à base e descemos a pequena trilha. Fomos até o começo da subida do Costão e aproveitei para tirar algumas fotos do Ary e a Alessandra no cume da Agulha Guarischi.

Enfim, consegui fazer a via!!!! Até a próxima!





quinta-feira, 25 de abril de 2013

Escalada na via M2 - Babilônia - Urca RJ

Por Leandro do Carmo

Escalada na via M2 - Babilônia - Urca RJ


Via M2 – Maurício Motta – 4º V E2 D2

Local: Urca
Data: 16/03/2013
Participantes: Leandro do Carmo e Leandro Pestana

DICAS: Só tomar cuidado com o horário de fechamento da portaria, o resto é tocar pra cima!!!

Relato

Já estava tentando marcar uma escalada com o Leandro Pestana, fazia algum tempo. Nunca dava! Em umas das reuniões do CNM, combinei com ele de escalar no final de semana. Tudo certo, tínhamos marcado de irmos ao setor das cervejas, no Pão-de-Açúcar. Marcamos as três da tarde na Urca.

Quando estava quase chegando na praia Vermelha, o telefone tocou. Era o Leandro avisando que iria atrasar um pouco, pois daria uma volta de Stand Up. Aproveitei para fazer um lanchinho...Quando ele voltou, conversamos sobre o tempo. Estava fechado por trás do Babilônia e decidimos ficar por ali mesmo, pois se chovesse, o abandono seria mais rápido.

Nem sabíamos qual via fazer, entramos e fomos caminhando. Ao passar pela M2, vimos que estava vazia. Vamos nessa? Perguntei. Nem precisamos andar muito... Já resolvemos logo o problema. Nos arrumamos e perguntei: Posso ir? Com o ok do Pestana, toquei pra cima. Não falei para ele, mas estava sendo uma honra escalar com o cara que conquistou um monte de via que me amarro escalar em Niterói... e ainda tem mais: estava guiando o cara!!!

O começo é bem tranquilo, fui subindo sem muito esforço. Cheguei numa parada dupla onde parei e mandei o Pestana subir. Ele veio tranquilo, até que chegou na parada. A próxima enfiada foi dele. Havia me falado que estava há muito tempo sem guiar e veria o que ia dar. Subiu montou a parada. Também toquei pra cima.

Aproveitamos para tirar algumas fotos e me preparei para guiar a próxima enfiada. Trecho completado, nos preparamos para rapelar. Já estava no final do dia e o aquecimento já valeu! No segundo rapel, quando o Pestana começou a puxar a corda, tinha esquecido de desatar o nó na ponta. Ficou, uns dois metros acima da parada. Tive que escalar esse pedaço para soltá-lo.

Mais alguns minutos estávamos na base. Valeu pela escalada!


Até a próxima!












terça-feira, 23 de abril de 2013

A primeira vez no Stand Up

Por Leandro do Carmo

A Primeira vez no Stand Up

Local: Icaraí
Data: 21/03/2013
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém



Relato

O Stand Up é um esporte que vem ganhando destaque nas praias do Rio de Janeiro. Mas o que ele tem de diferente? Não tinha jeito... Tinha que ir lá e conferir!!!!

O Guilherme de vez em quando rema ali em Icaraí, aproveitando um projeto da academia onde trabalha. Como estava de férias e ele sabia disso, me fez o convite e eu na hora topei! Como combinado, estava lá, às 10:00h da manhã. Ele ainda não tinha terminado a aula. Aproveitei para tomar uma vitamina na cantina. Assim que terminou, descemos para pegar as pranchas na parte de baixo do Iate Clube Icaraí.

Primeira aventura do dia: atravessar a rua!!! Com uma prancha daquele tamanho na cabeça, não foi uma das tarefas mais fáceis...rs Ainda mais levando em consideração a educação da maioria dos motoristas!!! Mas vencemos a primeira!!! Na areia, ouvi alguns conselhos do Guilherme e ele foi para água. Vi como ele entrou e fiz igualzinho. 

Meu medo era não conseguir ter equilíbrio e ter dificuldade para remar. Mas, dei umas quatro remadas, peguei um pouco de velocidade e fiquei de pé. Engraçado que quando o Guilherme, já na minha frente, me falava para eu dar algumas remadas ajoelhado, e depois levantar, eu passei ao lado dele remando!!!! O cara “bolou”!!! Não diria que estava tranquilo, mas já tinha entendido como funcionava a coisa! É claro que a prancha maior, acho que uma 10.6, ajudou um pouco. Se tivesse sido uma menor, tivesse sido tão fácil.

Segunda missão cumprida: ficar de pé! Agora era escolher o destino e remar... remar.... e remar. Falei assim: Vamos até o Morcego! Como o Guilherme já estava acostumado e se alguém fosse passar perrengue, esse seria eu, ele concordou. E assim fomos.

De vez em quando dava um gás e aumentava a velocidade só para sentir prancha. A cada minuto, ficava muito mais a vontade, até que... água! Caí... Não tem aquele ditado que “pato novo não mergulha fundo”. Pois é não sabia nem andar, já queria correr! Mas continuei e logo chegamos na rota dos catamarãs de Charitas, o Guilherme me falou: “Dá um gás! E fui... Agora com um pouco mais de cuidado. Veio um catamarã que passou bem na frente e ondas formadas, quase me derrubaram de novo. A sorte foi que ajoelhei na hora. Mais alguns minutos e chegamos na praia do Morcego.

Descansamos um pouco e voltamos para a água. Afinal de contas, estava ali para remar! Ainda demos um passeada em volta do Morro do Morcego e começamos a voltar. Pedi ao Guilherme para trocar de prancha, queria sentir como seria remar numa prancha menor. Me ferrei! O Guilherme ficou mais a frente e eu devo ter caído umas 10 vezes!!!! Eu e minha mania de dificultar as coisas! Ele chegou e falou: “tá tranquilo?”. Teimoso, respondi que sim... rs Fui sofrendo até a metade da volta. Com o tempo fui me acostumando à prancha menor e nem caía mais. Só não consegui imprimir mais velocidade... Mas tá tranquilo...rs

Chegamos de volta ao Iate Clube guardamos as pranchas e já marcamos a próxima...

Dois dias depois estava eu lá de novo! Agora “muito” mais solto! Já não era a primeira vez, agora seria a “segunda”. Na areia, o Guilherme me avisou que um camarada dele iria nos acompanhar. Remamos até a metade da praia, para que ele nos visse e voltamos. Hoje, iríamos para o lado oposto. Passaríamos pela Pedra do Itapuca, depois pela ilha que fica em frente ao MAC, até chegarmos a Ilha da Boa Viagem, onde a contornaríamos e voltaríamos.

Seguimos conforme combinado. Passamos pelo Itapuca com o mar bem calmo. Dava para ver as pedras aflorando conforme o levar das ondas. De vez em quando uma tartaruga aparecia. A natureza ainda forte, consegue resistir em meio a tanta poluição. Mas até quando? Me perguntei...

Mais um pouco de remada e contornamos a Ilha da Boa Viagem. Nessa hora, o amigo do Guilherme já estava com a gente. Demos a volta e fomos até aquele grande bloco entre a Ilha e rua. Ali é bem raso, se bobear, o remo bate nas pedras. Ponto final! Começamos o caminho de volta. Passamos pelo lado de dentro da ilha em frente ao MAC, onde cruzamos com um barco de pescadores. Na parte debaixo da pedra do MAC, onde tem algumas cavernas, estavam alguns catadores de mariscos. O local é bem sujo. De longe não percebemos, mas de perto....

Dali não dava para ouvir os barulhos do carro, só o movimento da cidade. Aquela tranquilidade contagia qualquer um. Muito lixo pelo caminho. O homem acaba destruindo o próprio local onde vive. Fiquei imaginando como seria há uns 100 anos atrás.... Um paraíso, com certeza!

Chegamos de volta ao ponto de partida. Mais um dia!

Terceiro dia

Depois de duas vezes, já estava ficando viciado!!! Queria ver depois que voltasse a trabalhar... rs. Dividir meu final de semana com mais um esporte.... Só acordando às 4 da manhã! Mas estava lá de novo!!! Hoje faltava um circuito a fazer: seguir a praia e beirar a Fróes até São Francisco. Decidido o trajeto, partimos.

A remada foi bem tranquila até o Canto do Rio, onde um vento contra, forçava-nos a  remar um pouco mais forte. Mas seguimos e logo estávamos em frente a uma grande loja de Jet Ski, que nem imaginava que existia. Um luxo! E como há gente com grana... rs

Era cada casa mais bonita que a outra. Ali a beleza era na terra. A água muito mais suja e com muito lixo. Cair ali não seria nada bom...rs! Com mais cuidado fui seguindo. Cruzamos o Iate Clube Brasileiro, O Iate Clube Icaraí e o Praia Clube São Francisco. Passamos pelos barcos atracados nas bóias. Remar por entre eles é muito legal. Chegamos em São Francisco e o Guilherme fez questão de chegar à areia. Eu, nem um pouco! Eta sujeira!!!!!

Na volta, pegamos um vento contra que nos deu muito mais trabalho... Quando chegamos na virada para Icaraí, o Guilherme me avisou que só tínhamos 18 minutos para volta... Vamos remar!!!!!! Demos um gás bonito e depois de 16 minutos, estávamos chegando na areia em frente ao Iate Clube Icaraí. Com dois minutos de folga!!! Em cima do laço! O Guilherme chegou primeiro e foi logo levando a prancha para a garagem, cheguei logo depois. Lavamos as pranchas, tomamos um banho e fomos embora.

Esses três dias foram excelentes. Vi que não tinha mistério. Um esporte que requer um pouco concentração, equilíbrio e preparo físico, é claro! Como aqui no Brasil tudo é caro, gastar de 3 a 4 pratas para praticar Stand Up, não seria nenhuma novidade. Apesar de seguirmos a tendência de outros lugares no mundo, estamos muito aquém de conseguirmos explorar o mínimo do potencial que esse,  e qualquer outro esporte, podem nos oferecer!!!

Desculpe o desabafo e até a próxima!!!