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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Via Bohemia Gelada/Chaminé Pão-de-Açúcar – CBE 2024

Por Leandro do Carmo

Via Bohemia Gelada/Chaminé Pão-de-Açúcar – CBE 2024

Via Bohemia Gelada/Chaminé Pão-de-Açúcar – CBE 2024


Dia: 07/04/2024
Local: Urca – Rio de Janeiro - RJ
Participantes: Leandro do Carmo, Alberto Porto e Silva Ptizer

Relato

Essa foi a aula de escalada longa do Curso Básico de Escalada do CNM. Optamos por voltar a escalar no Pão-de-Açúcar por representar um ícone da escalada brasileira e além de poder fazer cume numa via bem bonita, uma grande aventura. Saímos cedo de Niterói com o intuito de aliviar o calor que vinha fazendo e conseguir estacionar com tranquilidade na Urca. Já no início da Pista Cláudio Coutinho, nos reunimos e de lá seguimos andando até entrar na trilha. Dali, subimos até a base da Escadinha de Jacó, pois a trilha principal está interditada, devido a um desmoronamento.

Nos equipamos e subimos, seguindo até a base das vias. Repassamos alguns procedimentos e subi para a primeira enfiada. Fui subindo em direção a uma cristaleira em lances bem fáceis até chegar a um ponto onde resolvi montar a parada. Tive que ir sincronizando com a outra cordada para conseguirmos parar em locais confortáveis e um não atrapalhar o outro.

Da nossa primeira parada, subimos até a próxima, passando pelo grande buraco. Há tempos que prefiro passar pela lateral direita dele, evitando passar por dentro. Passei rápido e logo estávamos na segunda parada. A vista impressionava, estava quente, mas pela hora ainda estava tranquilo. Vários barcos cruzando a entrada da Baía de Guanabara. Conseguíamos acompanhar as cordadas que estavam na Heniken.

Já estava há um tempo sem escalar, mas subi bem tranquilo. A via ajudava também. Fazer uma via fácil depois de um tempo sem escalar, dá um pouco mais de segurança. Saí para a terceira enfiada e passei por um trecho bem bonito, várias linhas, como se fossem rasgos na rocha. Montei a parada um pouco para a direita, em um dos grampos da Chaminé Pão-de-Açúcar. A Silvana e o Alberto chegaram logo em seguida.

Era hora de sair para enfiada mais bonita da via. Nesse ponto emendamos na Chaminé Pão-de-Açúcar, até pegar a trilha do Costão. Assim que estava saindo para a quarta enfiada, ouvi um barulho de alguém caindo, com certeza teve uma queda. Parecia em alguma cordada da Heniken. Fiquei olhando, mas como ninguém disse nada, segui escalando. Desviei para a esquerda e longo entrei no trecho vertical. Optei por não costurar uma proteção que fica mais a direita, tendo que dominar uma fenda. Dá um arrasto grande. Porém, o lance fica mais exposto. Mas a quantidade e qualidade de agarras compensa.

Subi com cuidado. Com mãos e pés sempre bem posicionados, fui ganhando altura, até conseguir costurar um grampo, dando mais segurança. Havia passado o pior. Dali para cima, era mais fácil. Entrei na grande canaleta, subindo um pouco mais e resolvi montar a parada onde fosse melhor acompanhar os participante. Não tinha contato visual, mas foi possível gritar para a Silvana e o Alberto, que responderam em seguida, subindo rápidos até a parada.

Dali, já dava para ver o final da via. Faltavam poucos metros para o platô. Na hora que o sol apertou, já estávamos nos aproximando do fim da escalada. Escalei metros finais, dando segurança no platô. Trecho curto onde as vias se encontram, sendo também final para Heniken. Logo em seguida, as outras cordadas começaram a chegar e foi que descobri que o barulho havia sido uma queda do Daniel, mas foi tudo bem, só um pequeno ralado.

Faltava apenas uma cordada, que demorou um pouco devido ao calor. Esperamos no final do trecho de escalada da Trilha do Costão, onde estava uma sombra agradável. Com todos reunidos, seguimos subindo até pararmos para uma foto do grupo na Pedra Filosofal. Mais um pouco de caminhada, estávamos no cume do Pão-de-Açúcar. Agora podia de dizer que a escalada havia acabado. Uma grande escalada num dia maravilhoso.



Via Bohemia Gelada/Chaminé Pão-de-Açúcar – CBE 2024

Via Bohemia Gelada/Chaminé Pão-de-Açúcar – CBE 2024

Via Bohemia Gelada/Chaminé Pão-de-Açúcar – CBE 2024

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Via Bohemia Gelada/Chaminé Pão-de-Açúcar – CBE 2024


quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Escalada na Chaminé Gallotti

Por Leandro do Carmo

Escalada na Chaminé Gallotti

Data: 29/05/2021
Local: Pão de Açúcar
Participantes: Leandro do Carmo, Luis Avelar e Blanco P. Blanco










Vídeo

Essa escalada fazia parte do nosso treino para escalar a Chaminé Cachoeiro, no Pico do Itabira. Na semana anterior, o Blanco e o Luis haviam feito a Chaminé Stop, mas eu não pude ir. Combinamos de chegar á Praia Vermelha, por volta das 8:30. Eu cheguei mais cedo, com o intuito de arrumar uma vaga para estacionar, mas não foi nada fácil. Acabei deixando o carro lá perto da mureta... Um pouco longe... Aproveitei para tomar um café da manhã e de lá, fui para o nosso ponto de encontro.

O Luis chegou em seguida e depois o Blanco. Com tudo pronto, seguimos para a Pista Cláudio Coutinho. Dali, caminhamos até a base. Optamos por fazer a primeira enfiada da Lagartão. A via Lagartão já foi considerada um das vias mais difíceis do Brasil e sua conquista foi muito arrojada. Já na base, nos arrumamos e o Blanco seguiu guiando num trecho mais exposto e com proteções móveis. Em alguns lances foi bem devagar... De baixo, já imaginava o que viria pela frente!

Depois de um tempo, o Blanco chegou à parada e foi minha vez de subir. A saída foi bem tranquila e logo entrei na primeira fenda de meio corpo, bem apertada. Há algumas agarras que ajudam na progressão. Um pouco mais acima, outro sistema de fendas grandes, meio que entalamento de corpo. Passado os pontos apertados, cheguei a um platô, achando que estava tranquilo... Dali, segui por uma pequena passagem mais horizontal para a direita, onde fiz um lance bem delicado, numa saída negativa. As agarras são bem sólidas, mas é um lance de força e técnica, bem aéreo. Com corda de cima, foi tranquilo. Passado o trecho, já conseguia ver o Blanco na parada. E dali até ele, foi bem tranquilo.

O Luis veio logo em seguida e na parada, aproveitamos para tomar uma água e o Blanco escalou mais uns 10 metros até o ponto onde faríamos o rapel até a Gallotti. Iniciamos o rapel que é meio rapel, meio escalada... Não é muito confortável, mas chegamos lá, estávamos entre a P2 e a P3 da Gallotti. Dali seguimos subindo com o Luis guiando. Subi por uma chaminé bem suja e alguns blocos encaixados bem bonitos, me lembrando o filme 127 horas... Alguns lances foram bem apertados. Uma grande aventura...

Escalamos tranquilos até a P5 da via. Estávamos próximos da Oposição da Meia Lua. O Luis saiu para guiar e passou um veneno na virada. Seguiu escalando e aí começaram os problemas. Quando ele saiu do nosso campo de visão, a corda não subia mais. Estava parada. Passamos um longo tempo esperando, pois ele poderia estar num lance mais delicado, mas nada... Resolvi ligar e ele me disse que a corda estava presa e não conseguia puxar e que estava numa posição ruim. Depois de alguns minutos, liguei novamente e ele havia prendido a corda. Então montei a segurança com o pedaço de corda que tínhamos e o Blanco saiu guiar o trecho e tentar liberar a corda para o Luis puxar.

Com isso, o tempo foi passando e a escalada que era para ser tranquila e terminar durante o dia foi ficando no limite. Quando o Blanco chegou à chapeleta após o lance da Meia Lua, eu subi. Cheguei mais acima e no lance de domínio para chegar à chapa, entrei de mal jeito e apoiei a costela meio de lado. Estava em um bico de pedra e o peso do corpo foi esmagando. Na hora, a dor foi grande, mas tinha que continuar. Na chapeleta, o Blanco subiu e aí descobrimos o porquê da corda estar presa: ela estava por cima de um degrau, fazendo um “L”. Não iria correr nunca naquela posição. Liberada a corda, o Luis montou a parada num bico de pedra e dali seguimos subindo.

Quando cheguei à parada, senti que não estava nada bem. Mas a maior preocupação era outra: terminar a escalada com luz do dia. Antes de chegarmos ali, até cogitamos descer por conta do horário, mas também não seria nada fácil. Cometemos um erro gravíssimo: só tínhamos uma lanterna! Ou era subir rápido, ou escalar a noite... Nossa opção foi subir rápido, claro!

Depois de beber um água e comer alguma coisa, o Blanco saiu guiando. Na parada, fui logo em seguida. A chaminé já começa apertada e não é simples. Iniciei um pouco mais para dentro e depois fui saindo, passei pela chapeleta e segui tocando para a direita, numa diagonal, até chegar numa espécie de banco confortável. Dali, já via o Blanco na parada. Faltava pouco!!!!!

O Luis veio em seguida e pedi para ele parar um pouco mais abaixo. Guiei esse último trecho e passar da parede para a entrada foi um lance bem exposto. Dominei um degrau, até alcançar uma pequena árvore na esquerda. As pessoas maiores talvez tenham mais facilidade. Dali, subi pela trilha até onde achei um local mais confortável para dar segue ao Blanco, que veio logo em seguida. Foi chegar, dar uma arrumada na corda e a noite foi chegando. Em cima do laço!

O Blanco passou por mim foi direto para cima. O Luis veio depois e quando ele chegou onde estava, recolhi o que sobrou de corda e subi também. Tudo resolvido! Arrumamos a corda já completamente no escuro e com ajuda da luz do celular. Subimos mais um pouco até chegar á trilha e poucos metros depois, já estávamos no cume do Pão de Açúcar. Descemos de bondinho e paramos no Árabe para lanchar. Foi uma escalada em tanto. Uma escalada de aventura. Um excelente treino para o Itabira... Mal sabia que a minha costela daria trabalho...

Curiosidades sobre a Chaminé Gallotti:

Matéria publicada no site da BBC (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45476624)

O mistério da múmia da Gallotti, que intriga estudiosos quase 70 anos após ser achada no Pão de Açúcar

O mistério teve início na manhã de 19 de setembro de 1949. Lá pelas sete da manhã, cinco amigos - Antônio Marcos de Oliveira, Laércio Martins, Patrick White, Ricardo Menescal e Tadeusz Hollup - se encontram na Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro, para escalar o Pão de Açúcar.

Não era uma escalada como outra qualquer. Em vez de simplesmente subir o paredão de 396 metros de altura por uma das três vias de acesso já desbravadas, os montanhistas, membros do Clube Excursionista Carioca (CEC), decidiram explorar uma quarta trilha, ainda mais perigosa e arrojada que as anteriores.

"Durante anos, foi considerada a mais difícil escalada do montanhismo brasileiro."

Ainda na clareira que dá acesso ao paredão, Hollup, então com 19 anos, começou a desconfiar de que algo estava errado quando viu um sapato de mulher, deteriorado pelo tempo, em plena Mata Atlântica.

"Será que, daqui a pouco, vamos encontrar a dona do sapato?", perguntou ele, em tom de brincadeira.

"Mesmo assim, não dei muita importância. Joguei o sapato fora e continuamos a subir", explicou em sua última entrevista, dada ao programa Esporte Espetacular, da TV Globo, em 22 de outubro de 2017.

Tadeusz Hollup, o último dos desbravadores da chaminé Gallotti, morreu no dia 27 de agosto de 2018, aos 88 anos.

Havia um cadáver no meio da escalada

Alguns metros acima, Oliveira, o caçula do grupo, com 18 anos, já desbravava a encosta do morro. Dali a pouco, por volta das 11h30, se deparou com um cadáver, preso pela garganta, numa fenda estreita da rocha, apelidada de "chaminé" pelos alpinistas.

Ao contrário do que se poderia imaginar, o defunto não estava em estado de putrefação e, sim, "mumificado".

 



"Quando o vento bateu mais forte, o cabelo dele, que era enorme, pousou no meu ombro. Foi aí que vi que era uma pessoa. Fiquei apavorado!", relatou Oliveira no documentário Cinquentona Gallotti (2004), escrito e dirigido por Priscilla Botto e Paulo de Barros.

Na mesma hora, berrou para os amigos: "Ó, tem uma pessoa morta aqui!".

Hollup e Menescal caíram na gargalhada. "Que história é essa?", quis saber Hollup, aos risos.

"Achou a dona do sapato?", fez graça Menescal. Os dois levaram na brincadeira. Mas Oliveira, não. Quando chegaram ao local, tomaram um susto daqueles. A coisa era séria mesmo.

Diante da "descoberta" macabra, os amigos resolveram suspender a escalada e avisar a polícia. A tão sonhada conquista da chaminé Gallotti - proeza alcançada só cinco anos depois, em 1954 - teria que ficar para outro dia.

 

A "descoberta" da múmia virou notícia em todos os jornais. Para espanto geral, o laudo, assinado pelo médico-legista José Seve Neto, desfez o mal-entendido: o cadáver não era de mulher, como imaginado inicialmente por causa da vasta cabeleira, mas de um homem.Na manhã seguinte, os cinco voltaram à Urca, acompanhados de policiais, repórteres e legistas. Munidos de grampos, martelos e brocas, desceram o corpo da "múmia" até a clareira, onde estavam os bombeiros. Naquela época, os escaladores usavam cordas de sisal e coturnos com tachas. Tudo muito rudimentar para os padrões atuais.

Segundo a nota publicada na edição do dia 20 de setembro de 1949, do jornal O Globo, os restos mortais pertenciam a "indivíduo de cor branca, com 35 anos presumíveis, de 'compleixão' (sic) franzina e com 1,60 m de altura".

Ainda de acordo com o laudo, o defunto, que vestia um suéter e uma camisa sem mangas de algodão, não apresentava sinais de fratura, nem vestígio de bala ou facada. E o pior: não trazia documentos.

"Os legistas concluíram que o cadáver estava lá havia uns seis meses, pelo menos", relata Oliveira.

"Foi mumificado devido à maresia."

O químico Emiliano Chemello, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), explica que a maresia pode ter ajudado, sim, na mumificação do cadáver. Isso porque o sal presente nela absorve a água, retardando processo de decomposição do corpo.

"Os antigos egípcios usavam um minério chamado natrão, rico em carbonato de sódio. Eles empacotavam o natrão, em pequenas bolsas, dentro do corpo da múmia, além de jogarem um punhado do minério sobre o cadáver. Quarenta dias depois, o defunto estava encolhido e duro", diz.

Que fim levou a 'múmia' carioca?

Apesar de toda a repercussão nos jornais da época, nenhum amigo, parente ou familiar apareceu no Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer o corpo. De quem era o cadáver encontrado na chaminé Gallotti? Ninguém sabe. A identidade da "múmia", sete décadas depois, continua ignorada.

 


Mas essa é apenas uma das muitas perguntas sem resposta. Outra: como foi parar lá? Há várias hipóteses: de suicídio a assassinato. Para o extinto jornal A Noite, um dos muitos a cobrir o caso, os restos mortais pertenciam a um mendigo que teria se jogado morro abaixo.

Rodolfo Campos, roteirista e diretor do curta A Múmia da Gallotti (2009), tem outra versão: "Por ser um homem vestido de mulher e ter os cabelos compridos, suspeito que fosse um travesti que, talvez, estivesse fugindo de alguém ou tentando se esconder na mata. Mas é impossível afirmar com certeza".

Será que, no fim das contas, o mistério da "múmia" carioca esconde um caso de transfobia?

Há quem sustente, ainda, a tese de que o corpo seria de algum morador de uma favela próxima, localizada entre o Morro da Urca e o Pão de Açúcar.

O historiador Milton Teixeira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), rebate essa teoria. Ele explica que, naquele local, há uma caverna e que, nos anos 1940, morou ali um português que vivia da pesca e da venda de artesanato. Nos anos 1960, o tal eremita ganhou a companhia de um casal de retirantes cearenses.

"Em 1968, os militares ordenaram a saída dos três e hoje, na caverna, vivem apenas morcegos", arremata o historiador.

Outra pergunta intrigante: que fim levou a "múmia" do Pão de Açúcar? Tudo indica que, a exemplo das peças egípcias que faziam parte do acervo de 20 milhões de itens do Museu Nacional, teve destino trágico. A diferença é que, em vez de ter sido consumida pelas chamas de um incêndio, teria sido sepultada como indigente por falta de documentação e reconhecimento familiar.

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Algumas fotos da escalada















sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Via Bohemia Gelada / Chaminé Pão-de-Açúcar

Por Leandro do Carmo

Via Bohemia Gelada / Chaminé Pão-de-Açúcar

Data: 06/08/2014
Local: Face Leste do Pão-de-Açúcar
Participantes: Leandro do Carmo, Denise do Carmo e Stephanie Maia



Dicas: Lá o sol chega cedo; se for escalar no verão, deixe para a parte da tarde; como relatado no Guia da Urca, muitas escaladores fazem parte da Bohemia Gelada e terminam pela Chaminé Pão-de-Açúcar, no final seguimos para a trilha norma do Costão.



Relato

Assim como no anterior, resolvemos fazer a última aula do Curso Básico de Escalada do Clube Niteroiense do Montanhismo no Pão-de-Açúcar, no setor das cervejas, face leste. Lá, as vias, Heniken, Bohemia Gelada, tem graduações parecidas e são relativamente longas, contando a caminhada na trilha do Costão. Nosso ponto de encontro foi na Urca, as 8 horas da manhã. Nessa aula apenas o Rafael não pode comparecer. Na Urca sempre encontramos gente conhecida. Difícil chegar lá cedo e não encontrar ninguém. Com todos reunidos, eu, minha mãe, Patrícia, Stephanie, Danilo e o Ary, seguimos para pista Cláudio Coutinho. No meio do caminho, o Leonardo ligou dizendo que já estava chegando. Ficamos aguardando na altura da Pedra do Urubu.

Com a chegada do Leonardo e da Mariana, estávamos completos. Seguimos para o começo da trilha do Costão e fomos caminhando sempre conversando e rindo bastante com cada história que surgia... Chegamos na bifurcação e descemos em direção ao pequeno rapel de uns 20 metros para o setor. Todo mundo se equipou e seguimos para a base. A cordada ficou assim dividida: Eu, minha mãe e a Stephanie, seguiríamos na Bohemia Gelada; Ary, Patrícia e o Danilo, na Heniken; e o Leonardo e a Mariana também na Heniken.

Descemos e base terminamos de nos arrumar. Nos encordamos e comecei a subir. O primeiro grampo é bem alto e visível, diferente da Heniken, onde começamos a escalar sem vê-lo. Não tem muita dificuldade, apesar das agarras serem bastante lisas. Mais ou menos na metade, meu pé deu uma escorregada e meu ombro saiu e voltou para o lugar. Primeira vez que isso tinha acontecido, ainda dei uma joelhada certeira numa agarra. Com o sangue quente, nem percebi, mas no dia seguinte... Cheguei no primeiro grampo e segui adiante.

Mais um pouco acima e fiz a primeira parada. A Stephanie e minha mãe vieram logo em seguida. Assim que elas chegaram já me preparei para a próxima. Foi só o tempo de montar a segurança e comecei a subir. O dia estava super agradável. Tempo aberto, sol e temperatura agradável. Mais acima já conseguia ver as cordadas na Heniken. Mais uma parada. Tinha que fazer umas enfiadas mais curtas, pois uma das cordas era menor e as vezes não dava para seguir muito, devido a distância das grampeações.

Cheguei no lance onde tem um buraco. Dava para entrar quase todo nele. O grampo não fica visível, é preciso subir para encontrá-lo. Na tesoura, fui subindo até que encontrei uma boa agarra na lateral direita do buraco, onde passei e costurei o grampo, facilitando a subida. Pelo croqui no Guia da Urca, dá para melhor a proteção ali com um friend. Segui escalando e cheguei no próximo grampo. Dava até  para subir um pouco mais, mas resolvi parar ali mesmo, assim ficaria perto dos participantes nesse lance mais delicado e poderia passar algumas orientações com mais facilidade.

A Stephanie passou bem pelo lance e em seguida veio minha mãe, que também passou sem problemas, apesar de ser mais baixa, o que a fez ter que subir um pouco mais para chegar naquela boa agarra da direita. Ficamos na parada durante um pouco mais de tempo. Descansamos bem e seguimos para mais uma. Passei por um lance onde tem umas pequenas valas paralelas na rocha. Uma curiosa formação. Mais acima, onde a Bohemia Gelada cruza com a Chaminé Pão-de-Açúcar, resolvi não seguir por ela e terminar na Chaminé mesmo. Num pequeno platô, resolvi fazer a parada. O local estava totalmente na sombra, era o local perfeito, apesar de ainda ter corda para continuar.

A próxima enfiada, já na Chaminé Pão-de-Açúcar, comecei num zig zag de grampos, com algumas boas passadas e excelentes agarras. Boa parte ainda na sombra, o que facilitou bastante. A grampeação as vezes parecia longa, mas a solidez da parede e agarras dava tranquilidade para seguir. Fui procurando o melhor ponto para parar. Escolhi o melhor grampo e também tinha que ser aquele mesmo, não dava para seguir, pois a corda não chegaria ao próximo. Minha mãe veio e pedi para ela se ancorar no grampo abaixo. A Stephanie veio em seguida e chegou na parada. Imediatamente ela montou a segurança e segui escalando.

Nesse ponto o Ary resolveu terminar também na Chaminé Pão-de-Açúcar. Fez uma passagem, atravessando da Heniken para ela. Fui subindo, seguindo a mancha negra na rocha e vi o trecho da Santos Dumont de onde se pega a trilha do Costão. Subi mais um pouco para ver  encontrava algum grampo e voltei. Subi para a esquerda, parei num grampo e mandei a Stephanie vir. Minha mãe havia ficado numa parada mais confortável e poderia esperar mais um pouco. O Ary acabava de chegar também. O Leonardo e a Mariana acabaram, também, optado por terminar pela Chaminé Pão-de-Açúcar.

A Stephanie veio escalando e passou por mim, indo direto para o começo da trilha, assim como a minha mãe. Lá esperamos que todos chegassem e aproveitamos para fazer um lanche, afinal de contas já era hora do almoço!!! Com todos reunidos, ficamos ainda batendo algumas fotos e conversando até que decidimos pegar a trilha do Costão. Seguimos subindo e subindo... Depois de já ter feito toda a via, terminar subindo não foi tão legal assim. Mas a vista lá de cima recompensava qualquer esforço. Enfim chegamos ao cume do Pão-de-Açúcar. Havíamos completado nosso objetivo. Estava cheio, foi difícil arrumar um lugar para sentar. Aproveitei para fazer um lanche mais reforçado na lanchonete. A fome estava forte. Ficamos apreciando a bela vista que temos lá de cima e depois de descansarmos bastante, começamos o nosso retorno. Primeiro descemos de bondinho até o Morro da Urca e depois seguimos por trilha até pista Cláudio Coutinho. Um excelente sábado!!!

Valeu, até a próxima!

Via Bohemia Gelada
Leonardo, Mariana e Danilo

Via Bohemia Gelada
Leonardo e Ary

Via Bohemia Gelada
A cordada de Leandro, Denise e Stephanie

Via Bohemia Gelada
Mariana na parada e o Ary chegando

Via Bohemia Gelada
Leonardo escalando

Via Bohemia Gelada
A galera reunida

Via Bohemia Gelada
Vista da trilha

Via Bohemia Gelada
No final da trilha do costão

Via Bohemia Gelada
Visual das cordadas

Via Bohemia Gelada
Descendo para a base da via


Via Bohemia Gelada

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Escalada na via M2 - Babilônia - Urca RJ

Por Leandro do Carmo

Escalada na via M2 - Babilônia - Urca RJ


Via M2 – Maurício Motta – 4º V E2 D2

Local: Urca
Data: 16/03/2013
Participantes: Leandro do Carmo e Leandro Pestana

DICAS: Só tomar cuidado com o horário de fechamento da portaria, o resto é tocar pra cima!!!

Relato

Já estava tentando marcar uma escalada com o Leandro Pestana, fazia algum tempo. Nunca dava! Em umas das reuniões do CNM, combinei com ele de escalar no final de semana. Tudo certo, tínhamos marcado de irmos ao setor das cervejas, no Pão-de-Açúcar. Marcamos as três da tarde na Urca.

Quando estava quase chegando na praia Vermelha, o telefone tocou. Era o Leandro avisando que iria atrasar um pouco, pois daria uma volta de Stand Up. Aproveitei para fazer um lanchinho...Quando ele voltou, conversamos sobre o tempo. Estava fechado por trás do Babilônia e decidimos ficar por ali mesmo, pois se chovesse, o abandono seria mais rápido.

Nem sabíamos qual via fazer, entramos e fomos caminhando. Ao passar pela M2, vimos que estava vazia. Vamos nessa? Perguntei. Nem precisamos andar muito... Já resolvemos logo o problema. Nos arrumamos e perguntei: Posso ir? Com o ok do Pestana, toquei pra cima. Não falei para ele, mas estava sendo uma honra escalar com o cara que conquistou um monte de via que me amarro escalar em Niterói... e ainda tem mais: estava guiando o cara!!!

O começo é bem tranquilo, fui subindo sem muito esforço. Cheguei numa parada dupla onde parei e mandei o Pestana subir. Ele veio tranquilo, até que chegou na parada. A próxima enfiada foi dele. Havia me falado que estava há muito tempo sem guiar e veria o que ia dar. Subiu montou a parada. Também toquei pra cima.

Aproveitamos para tirar algumas fotos e me preparei para guiar a próxima enfiada. Trecho completado, nos preparamos para rapelar. Já estava no final do dia e o aquecimento já valeu! No segundo rapel, quando o Pestana começou a puxar a corda, tinha esquecido de desatar o nó na ponta. Ficou, uns dois metros acima da parada. Tive que escalar esse pedaço para soltá-lo.

Mais alguns minutos estávamos na base. Valeu pela escalada!


Até a próxima!