Mostrando postagens com marcador offroad. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador offroad. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Jalapão

Jalapão, TO

Por Leonardo Carmo

11 a 20/06/2021

Leonardo Carmo e Carina Melazzi



Jalapão sempre foi um lugar que eu queria conhecer. Ouvia muitas histórias e lendas sobre esse lugar. Muita gente falava que só dava pra ir com um carro 4x4 e com guia. Isso sempre me intrigou. Em 2018 cogitamos a possibilidade de irmos pra lá, mas até então não tínhamos um 4x4, mas mesmo assim começamos as pesquisas pra tentar encarar esse desafio.

Bom, ainda bem que não fomos naquela época. O couro realmente come por lá. Classifico o Jalapão como "O triturador de carros".

Duas semanas atrás, a gente tinha ido pra Serra da Canastra e fizemos um laboratório em relação ao que poderíamos melhorar para essa grande missão. Um ponto que nos preocupava e que nos afetou muito na Canastra foi a poeirada que entrou na caçamba. Mesmo com a capota marítima e tudo encaixotado, foi tenso. Era poeira até a alma.

A L200 agora equipada com uma capota de fibra nos deu mais espaço e uma vedação melhor. Desde que voltamos da Serra da Canastra, fiquei trabalhando esses detalhes. 

Depois de tudo revisado e planos traçados, partimos pra missão: comemorar o aniversário de Carina em pleno cerrado do Tocantins.

Dia 11/06 - Saímos de Niterói por volta das 3h30 da madrugada com destino a Luizlândia do Oeste/MG, nosso primeiro ponto de pernoite. Esse primeiro trecho precisava ser mais longo, pois era o primeiro dia e estávamos com todo o gás. Dormimos num hotel de beira de estrada. O hotel Pirapatos é simples, recomendado pra quem não tem frescuras.

Dia 12/06 - Tomamos uma café da manhã com um pão dormido há pelo menos 3 dias 😂, mas era o que tinha. Nosso destino agora era a cidade Alvorada do Norte em Goiás. Conseguimos ficar num hotel chamado "Paraíso". Hotel pequeno, porém limpinho e agradável.  De noite, demos uma volta pelas redondezas e achamos uns bares à beira rio. O Rio Grande, um largo e imponente rio de águas agitadas, deu uma relaxada após mais um dia de estrada. 

Dia 13/06 - Sem conseguir pegar o café da manhã do hotel, metemos
o pé na estrada com destino a Mateiros, Tocantins. Aí vem a encrenca 😝. Paramos pra tomar café da manhã bem na fronteira com Goiás/Bahia. Não se espantem. Fomos parar no Jalapão pela Bahia. Aqui não tem vida fácil e nunca terá 😊.

A nossa ideia inicial era fazer a rota do Jalapão inversamente, pois a princípio iríamos continuar viagem para Serras Gerias e fazia sentido entrar por Mateiros e sair por Ponte Alta e continuar descendo, só que essa ideia cobrou um preço. Depois de cruzar a fronteira de Goiás, rodamos pelas "BAs" da vida cortando as plantações de sorgo e algodão. Parecia cena de filme de terror. A gente andava, andava, andava e nada mudava até que nas brenhas das plantações da cidade de Luiz Eduardo Magalhães, o GPS indica pra dobrar à esquerda, só que a BA de terra estava em obra. Aí começou a encrenca propriamente dita. 

Nesse ponto paramos e perguntamos pro funcionário da obra se o caminho era por ali mesmo. O cara olhou e disse que sim e que a gente ia rodar muita coisa por estradas de terra e não sabia quais eram as condições do terreno 😐. Como não tínhamos escolha, seguimos em frente. O bicho começou a pegar. Por conta das obras, os caras abriram uma estradinha secundária margeando as plantações, ora de sorgo, ora de algodão. Tava uma poeirada do cacete e o terreno era meio fofo. Desse ponto até o nosso destino faltavam 248 km. Foram os quilômetros mais tensos que já encarei.

Sem saber o que viria pela frente, metemos o pé levantando poeira. A cada km rodado vinha uma sensação diferente. Não sabia se sentia alívio porque faltava menos ou se sentia apreensão por ver que a estradinha piorava cada vez mais.

Faltando poucos km pra cruzar a fronteira da Bahia com Tocantins, a precária e tensa estrada de terra era desviada pra uma outra plantação. O problema foi que não tinha indicação de como voltar pra estrada principal. Aí foi hora de manter a calma e deixar o faro de montanhista indicar o caminho. Depois de voltar pro rumo, cruzamos a fronteira. Já estávamos no Tocantins e o GPS indicava que era hora de dobrar à direita, mas quem é que via a entrada? Depois de umas analisadas, vimos um rastro e decidimos seguir por lá. Inacreditavelmente ali era a TO 247. A mais estranha estrada que tinha visto na vida. Logo no início, a estreita estradinha tinha uma erosão enorme e o carro ficou muito inclinado. Não dava mais pra continuar. O risco de tombar era iminente. Só restava dar ré e tentar uma outra solução. Consegui então cortar por cima e sair dessa erosão. Mais à frente a louca TO 247 cruzava um terreno bem prejudicado. Continuei descendo e veio uma cerca. Eu não estava entendendo mais nada. Daqui a pouco veio um areão e tava ficando cada vez mais difícil transitar por ali. Por precaução, eu já estava com o 4x4 acionado. Não podia dar mole. Ficar atolado ali seria sentenciar o fim da missão. De olho no marcador de combustível que já estava ameaçando a entrar na reserva, avistamos umas casinhas e depois de rodar mais de 200 km, conseguimos perguntar sobre as condições da estrada. Pra tranquilizar aquele momento, veio a informação de o que o pior já tinha passado 😖. Ali era o povoado próximo a um lugar chamado Galhão, onde tem um fervedouro chamado Galhão. Dali em diante tudo ficou mais tranquilo, ou menos tenso, pois Mateiros estava logo lá em baixo. Depois de mais uns 30 km de agonia, chegamos a Mateiros.

Nos hospedamos na pousada Bela Vista. Depois de dar uma baixada na adrenalina, fui ver o estrago que a poeira fez na caçamba. Não teve vedação que segurasse a poeira. Peguei uma cerveja e fiquei limpando as caixas e dando uma guaribada no carro pra não deixar a poeira acumular muito. Ainda deu tempo de ver o jogo do Mengão.Depois do jogo, saímos para comer uma "jantinha". Em parte de Goiás e Tocantins, eles servem refeição à noite chamada de "jantinha". Paramos num bar simples perto da prefeitura. O dono do bar que também é Flamenguista, nos recepcionou muito bem.

Ali, bebendo uma enquanto a gente esperava a "jantinha" chegar, conhecemos o Junera, um cara super gente boa, responsável por vários projetos ambientais e sociais em Mateiros, incluindo o "Pé de Copaíba". Conversando com ele, pegamos várias dicas e até tive o prazer de beber a Jalapa, a famosa cachaça do Jalapão.

Conversando com os locais, soube que quase ninguém chega em Mateiros por essa TO 247 😁.

Dia 14/06 - Saímos de Mateiros com destino a São Félix do Tocantins. Antes, passamos no posto e pedi pra abarrotar o tanque de diesel. Era melhor garantir, pois o perrengue do dia passado, foi tenso.

Nosso primeiro atrativo do dia era a cachoeira do Prata. Um ponto que normalmente fica fora dos pacotes das agências, logo, estaria vazio. Antes, passamos no Pé de Copaíba e na comunidade do Prata. Continuando viagem, chegamos no ponto onde sinalizava a entrada para a cachoeira do Prata. Eram mais 10 km até lá. Os areões já estavam terríveis. Dirigir nessas condições sem saber o que vem pela frente é literalmente uma aventura, pois se não entrar com tudo, atola. Não podia dar nada errado, pois tomar uma decisão errada significaria ficar por lá até passar alguém pra ajudar.

Depois de conhecer a cachoeira do Prata, voltamos os 10 km de areão até entrar na estrada principal. Aí foi aguentar as impiedosas costelinhas de vaca até São Félix. Lá, passamos no mercado pra comprar algumas coisas, pois precisaríamos fazer o jantar.

Com as coisas compradas, partimos pro Fervedouro Bela Vista, o maior do Jalapão. Por lá acampamos e pernoitamos.

Dia 15/06 - Levantamos acampamento e partimos pro fervedouro Buritizinho. Esse fervedouro foi o menor que visitamos, porém super bonito. De lá seguimos para a cachoeira do Formiga. Tava cheio, mas resolvemos mergulhar assim mesmo. A estrada que vai pro Formiga é puro areão. Depois, continuamos e fomos no fervedouro do Ceiça e para a comunidade Mumbuca onde visitamos a sede dos artesãos que trabalham com o famoso Capim Dourado. Pra variar, toma-lhe areão. Em seguida fomos pro fervedouro dos Buritis. Nesse a gente se deu bem. Não tinha ninguém. Conseguimos curtir na tranquilidade. A dica pros Buritis é ir na hora do almoço. As agências com seus roteiros turistões, param pra almoçar e aí é hora de aproveitar os lugares vazios. Momento raro. Depois, voltamos pra Mateiros onde pernoitamos mais uma vez.

16/07 - Esse dia foi aniversário de Carina, um dos motivos pra gente ter ido pro Jalapão nesse período. Acordamos cedo e partimos pra Serra do Espírito Santo. Uma trilha tranquila pra quem ta acostumado. O visual lá de cima da uma noção ampla da imensidão do cerrado. De lá partimos pra entrada das Dunas. Chegamos nesse ponto antes do almoço. Paramos no bar da Betina pra beber uma e prosear um pouco. Aproveitei pra deixar a camisa do PitBull pendurada junto com as outras tantas de grupos que por lá passaram. Ao lado do bar tem umas árvores e lá ficamos estacionados esperando dar a hora de entrar pra conhecer as dunas. No dia anterior a gente já tinha acertado com o guia Marcelo @marcelojalapao. É obrigatório entrar com um guia local. Fizemos uma lanche enquanto o sol fervia a areia da estrada. Por volta do meio dia, bateu 49 graus.

A hora foi passando até que decidimos entrar antes que as agências chegassem. Atualmente existe uma limitação de 200 pessoas. Fazendo as contas, quantos carros não iriam querer entrar ao mesmo tempo? As dunas formam um cenário indescritível. Só indo lá pra entender. Depois de andarmos pelas dunas e pegar o pôr do sol, voltamos para a tensa estrada de terra/areia, seguimos para a comunidade do Rio Novo. Esse foi um trecho tenso, pois andar de noite num caminho desconhecido cheio de areões é um desafio e tanto. Não tinha jeito. O negócio era tocar em frente e encarar. Depois de aproximadamente uns 15 km, chegamos até Rio Novo. Lá ficamos acampados na praia do Caju conhecido também como redário do professor Wilson, indicação que recebemos do Junera (Pé de Coapíba).

Foi uma das noites mais incríveis que passamos. Só tinha a gente. Tomamos um merecido banho gelado ao ar livre e depois fizemos um jantar especial: estrogonofe. Afinal, era aniversário da Carina e tinha que rolar uma comida especial.

17/07 - Ao acordarmos, nos deparemos com aquele rio, o Rio Novo. Um dos poucos rios de água potável do mundo. Preparamos nosso café da manhã e ficamos à beira do rio vendo o lindo nascer do sol. Cenário melhor não podia existir. Carina ainda aproveitou para dar um mergulho.

Depois de levantar acampamento, nosso destino foi a Lagoa do Japonês. Antes disso, tínhamos que vencer alguns trechos de areões até chegar Ponte alto do Tocantins. Tocamos em frente. No trecho próximo a antena de celular, nos deparamos com três motociclistas que estavam passando sufoco para atravessar o areão. Ali ficamos esperando eles passarem. Depois que eles se resolveram, foi a nossa vez. O areão já estava brabo. A frente do carro cavucou o areão e entrou um pouco de areia no motor. O carro começou a fazer uns barulhos estranhos, mas logo a areia saiu e tudo voltou ao normal. Mais tarde eu veria que uma das correias sofrera avaria. Vencido o pior trecho, veio a parte das pedras brancas. Pedras famosas por cortarem os pneus. É altamente recomendável baixar as libras dos pneus para evitar problemas com cortes. Na habilidade seguimos até a cachoeira da Laje. Depois seguimos até o Cânion Sussuapara. Dali pra frente a estrada estava boa. Cheguei a andar a 70 km/h. Um alívio. Aí não demoramos muito pra chegar em Ponte Alta do Tocantins, considerada porta de entrada do Jalapão. No nosso caso foi somente a porta de saída.

Em Ponte alta, completei o tanque, fizemos umas compras e partimos para a Lagoa do Japonês. Pegamos asfalto até Pindorama. De lá até a lagoa encaramos mais estrada de terra, aproximadamente uns 30 km.

Chegando na Lagoa do Japonês, nos deparamos com muitos carros de agência. O lugar estava cheio e isso nos decepcionou. A área de camping também não era convidativa. A gente precisava pensar rápido, pois já era 3 da tarde e estávamos sem GPS. Por algum motivo o carregador de celular não estava mais funcionando e os dois celulares estavam descarregados. só tínhamos o GPS convencional do carro que não reconhecia as estradas de terra daquela região. Resolvemos dar um mergulho na lagoa e continuar viagem. Pagamos R$ 30,00 cada um. A parada é muito nutela. Zero identificação com aquele ambiente. Aquele lugar vazio deve ser maneiro. De volta aos sacolejos dos buracos, pegamos umas orientações e continuamos. A meta era chegar na cidade de Natividade. Foram 45 km guiados pela intuição. Depois de muita poeira chegamos no asfalto. Dali pra frente foi moleza. Paramos num hotel simples e lá ficamos. Parte da missão tinha sido cumprida. Abri uma cerveja e fui tirar o excesso de poeira da caçamba. Mais tarde a gente saiu pra comer uma "jantinha". Do lado do hotel tinha um restaurante simples, porém arrumadinho e com preço honesto.

18/07 - De Natividade esticamos até Brasília. Resolvemos turistar um pouco por lá. Ficamos hospedados na pousada Jardim Brasília, bem próximo ao lago Paranoá. De noite saímos pra beber umas cervejas e comer hambúrguer.

19/07 - De Brasília fomos até Paraopeba (MG), onde pernoitamos. No meio do caminho paramos para almoçar no mesmo restaurante de beira de estrada onde compramos uma cachaça na primeira parte da viagem. Lá ficamos conversando com a dona do estabelecimento. Uma professora que gostava muito de falar. Por lá ficamos quase 40 minutos só de prosa boa.

20-07 - De Paraopeba voltamos para Niterói.

Instagram:

@leo.carmo1
@pitbullaventura

Wickiloc:

leo.carmo1

Guia do Jalapão

@marcelo_jalapao

Instituto Pé de Copaíba

@pedecopaiba


































segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Passa Vinte, MG

Passa Vinte, MG.

Por Leonardo Carmo

19 a 28/08/2021

Leonardo Carmo e Carina Melazzi


Eu vinha procurando um lugar onde a gente pudesse fazer trilha, escalar, ir numas cachoeiras, beber umas cachacinhas, comer uma boa comida, ficar numa roça... Encontramos tudo isso em Passa Vinte, cidade localizada no Sul de Minas Gerais.

Depois de abrir o mapa e marcar alguns pontos que queríamos conhecer, tínhamos que escolher um local pra ser a nossa base, a nossa casa temporária. As boas energias que transmitimos acabou nos levando até o Rancho Recanto das Águas @ranchorecantodasaguas. Um lugar extremamente sossegado e lindo. Era exatamente o que a gente buscava: uma área rural com Internet. A Internet era um pré-requisito, pois como a gente viaja e trabalha, não da pra ficar sem conexão.

Depois de vários contatos com o Ronaldo @ranchorecantodasaguas, acertamos a data e partimos.

Dia 19 - Chegamos em Passa Vinte. Paramos na pequena e pacata cidade em busca de um mercadinho pra fazer umas compras. Aproveitamos pra beber uma gelada num bar em frente à praça central. Depois de prosear um pouco com a moça do bar, seguimos para o rancho. Chegando, fomos recepcionados com uma deliciosa comida mineira. Como não gostar de Minas 😁? Mais tarde montamos a barraca e preparamos o nosso canto. O rancho estava fechado pra gente. Uma tranquilidade só.

Dia 20 - Acordei cedo pra poder ver a ordenha das vacas. Fazia tempo que eu não entrava num curral pra poder participar de uma ordenha. Passei boa parte da minha infância e adolescência em fazenda no Espírito Santo curtindo e acompanhando os trabalhos da roça. Me senti à vontade num ambiente que me era muito familiar.

Nesse dia, logo cedo, o Vander e a Mariana @exploreroverland chegaram pra nos fazer companhia. Na verdade eles já tinham chegado na madrugada e ficaram dormindo na estradinha perto do camping.

Como a Carina e eu já estávamos com o trabalho em dia, fomos na parte da manhã na cachoeira do Djalma, cerca de 2,5 km do rancho. A cachoeira tem dois níveis com dois poços, sendo o segundo mais legal pra tomar banho. O Vander e a Mariana ficaram no rancho, pois eles precisavam trabalhar.

De tarde, juntamos a tropa e partimos pra fazer a trilha da Pedra Lisa. O acesso à trilha é pelo município de Santa Rita de Jacutinga, mas a Pedra fica no município de Passa Vinte. É um pé lá e outra cá 😊. O Ronaldo @ranchorecantodasaguas tinha me explicado como chegava lá: era só seguir a estrada sentido Santa Rita de Jacutinga e entrar à esquerda no KM 11. Não sei por qual motivo eu coloquei na cabeça que era pra entrar no KM 15 e aí ficamos rodando, rodando até que apareceu um cara que falou que não era ali. Pegamos umas orientações e seguimos. Mais à frente veio o KM 11 juntamente com a entrada certa 😁. Dali em diante seguimos por uma estradinha de terra até uma fazenda onde começa a trilha. Até chegar a entrada da trilha anda bastante. Pedimos licença pra passar pelo quintal da casa e metemos o pé na trilha. A hora estava passando e o sol já estava quase se pondo. A trilha tem aproximadamente 2,5 km (ida). O início é uma leve subida em meio ao pasto. O trecho final é um costão que vai ganhando inclinação. Subimos até o cume em 37 minutos e conseguimos pegar o pôr do sol. Vale ressaltar a companhia de dois cachorros que praticamente nos guiaram até o cume.

Dia 21 - Vander e eu acordamos cedo e fomos pro curral ver a ordenha. Ele queria beber o leite recém tirado das tetas 😂. Depois de voltar da ordenha, tomamos um café da manhã e partimos para Carlos Euler, distrito de Passa Vinte. Lá, visitamos a cachoeira do Lajeado e a cachoeira Carlos Euler. Essa última é uma cachoeira bem grande e de uma suavidade indescritível. Para acessar essas cachoeiras não precisa pagar. A do Lajeado fica bem próxima à estrada e a do Carlos Euler é que precisa ficar ligado pra não perder a entrada. Passando o lugarejo é só dobrar à esquerda e passar por baixo do viaduto do trem, seguir em frente e entrar na primeira à esquerda. Vai passar por uma pequena ponte e logo verá a placa sinalizando a entrada da trilha. A trilha é praticamente plana em meio ao pasto. Super tranquila e acessível. Importante respeitar as regras do local.

De tarde, subimos até a linha do trem e esperamos ele passar. O trem passa mais ou menos na metade do morro. É uma verdadeira atração.

De noite, o @exploreroverland acendeu a fogueira móvel e fez uma guacamole debaixo de um céu mais do que estrelado. Haaaaaa pra acompanhar, uma cachacinha mineira que ganhei do Ronaldo @ranchorecantodasaguas.

Dia 22 - Ficamos curtindo o rancho. Na parte da tarde o @exploreroverland zarpou. Pra fechar o dia, vi o jogo do Mengão. A noite foi especial, pois foi Lua Cheia. Estava espetacular.

Dia 23 - Em uma bela segunda-feira, acordamos bem cedo, coloquei o trabalho em dia e partimos pra Santa Rita de Jacutinga que fica a 34 km do @ranchorecantodasaguas. Antes, passamos numas pequenas cachoeiras que ficam numa fazenda seguindo para Bom Jardim de Minas. Chegando em Santa Rita de Jacutinga, vimos uma padaria bem legal e resolvemos tomar um segundo café da manhã 😊. Depois de bem alimentados, andamos pela pequena e simpática cidadezinha e partimos paras as cachoeiras dos Meirelles e do Boqueirão da Mira. A cachoeira do Meirelles ta mais pra uma queda d'água do que cachoeira, mas como fica bem próximo à estrada, vale dar uma conferida. A cachoeira Boqueirão da Mira é bacana. A cachoeira em si é pequena, mas na parte de cima tem um cânion bem legal que vale a visita e um mergulho. Pra chegar nela tem que deixar o carro no final da estradinha e seguir a pé. Segue link do Wikiloc para as cachoeiras.

Dia 24 - Nesse dia resolvemos ficar pelo rancho, pois o trabalho nos chamava. Ficamos trabalhando curtindo o visual, ouvindo os mugidos das vacas e apitos dos trens que passavam lá no alto do morro.

Dia 25 - Acordei por volta das 4h50 pra poder participar da ordenha das vacas e depois tocar uns bois 😅. Meu parceiro de trabalho foi o Pé de Pano, um cavalo que simpático e bem tranquilo. Segundo o Pedro, funcionário do rancho, Pé de Pano tem a minha idade: quarentão 😆. Depois de cumprir a missão com parte do trabalho da roça (confesso que não fui tão mal assim), voltei pra outa parte do trabalho, agora na informática. Na parte da tarde resolvemos continuar os trabalhos e ficamos por ali, ora trabalhando, ora curtindo o rio. De noite vi o jogo do Mengão. Uma sapatada de 4 x 0 no Grêmio (primeiro jogo das quartas da Capa do Brasil).

Dia 26 - Resolvemos então conhecer a Pedreira de Passa Vinte @gruta_de_p20_climbing. Um setor de escaladas de vias esportivas. Fomos até o Camping do Angeus para conhecer o Angeus, dono do camping. As vias de lá além de serem esportivas, são bem fortes. É um dos melhores setores de vias esportivas do Brasil com vias predominantemente negativas de 9º a 10º graus. Resolvemos então brincar um pouco no setor Kids. É um setor bem tranquilo com três vias curtas de 3º grau. Valeu a escalada 😊. Existe uma via no setor das esportivas que é uma via tradicional. Segundo informações da Talita, mulher do Angeus, é um 5º grau. Na próxima a gente entra nela. Antes de ir embora, subimos de carro pela estradinha (recomendado para 4x4) que vai até as antenas. A visão de lá é bem bonita. Vale a subida.

Dia 27 - Esse era o nosso último dia em Passa Vinte. Não podíamos ir embora sem antes passar no Alambique do Geraldo (Geraldo Bandido) @cachacadogeraldo. O Ronaldo tinha me dado um pouco da cachaça deles e fui bebendo durante a nossa estada no rancho. Chegando na Fazenda Canavial Boa Vista, fomos recebidos pelo Igor, filho do Geraldo Bandido. Eu já tinha feito contato com ele no dia anterior. O Igor muito gente boa nos deu uma aula sobre o processo artesanal de produção de cachaça. Enquanto a Carina degustava os licores e eu atacava o barril de cachaça 😅 , mãe dele, muito gentilmente fritou torresmo pra acompanhar com a cachacinha e licor. Depois de quase 1h30 de prosa e boas doses de ping, antes de irmos embora, ela nos presenteou com um lindo pé de repolho, salsinha e cebolinha. O dia já estava perfeito. Antes de voltarmos pro rancho, passamos no mercadinho pra comprar algumas coisas pro almoço e janta.

Dia 28 - Dia de partir. O coração estava partido, mas não tinha jeito. Nos despedimos e zarpamos rumo à sede do Parque Estadual da Serra da Concórdia @serra_da_concordia, em Barão de Juparanã, distrito de Valença, RJ. Antes, passamos em Santa Rita de Jacutinga pra tomar um café da manhã. De lá foi só seguir viagem cortando as pequenas e simpáticas cidadezinhas que vinham pela frente. 

A sede do parque é muito bem estruturada. Possui uma bela e moderna estrutura de camping com banheiros, pias e até uma área para fogueira. Realmente uma excelente estrutura. Lá ainda conta com um algumas trilhas curtas e acessíveis. Começamos pela trilha da Capivara, emendamos na trilha dos Gaviões e fomos entrando em outras até que fizemos uma circular passando pela área de camping e finalmente chegamos na sede pelo outro lado.

A hospedagem é gratuita, porém está suspensa por conta da pandemia.

Em algum ponto do percurso fomos infestados de carrapatos. A gente parou pra beber uma cerveja num bar bem em frente à antiga Estação Ferroviária e comecei a sentir umas coceiras. quando a gente foi ver, nossas roupas estavam repletas de carrapatos. imediatamente trocamos as roupas, mas já era tarde. 

Na Serra da Canastra eu tinha sofrido um ataque de pulgas. Agora sofri um ataque de carrapatos. Por sorte a Carina só ficou com alguns. 

Será que carrapato e pulga só gostam de vira-lata? 😅😅

Assim foi a nossa expedição para Passa Vinte e arredores...

Até a próxima!

Link:

Instagram: 


Wikiloc: