Mostrando postagens com marcador relatos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador relatos. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Jalapão

Jalapão, TO

Por Leonardo Carmo

11 a 20/06/2021

Leonardo Carmo e Carina Melazzi



Jalapão sempre foi um lugar que eu queria conhecer. Ouvia muitas histórias e lendas sobre esse lugar. Muita gente falava que só dava pra ir com um carro 4x4 e com guia. Isso sempre me intrigou. Em 2018 cogitamos a possibilidade de irmos pra lá, mas até então não tínhamos um 4x4, mas mesmo assim começamos as pesquisas pra tentar encarar esse desafio.

Bom, ainda bem que não fomos naquela época. O couro realmente come por lá. Classifico o Jalapão como "O triturador de carros".

Duas semanas atrás, a gente tinha ido pra Serra da Canastra e fizemos um laboratório em relação ao que poderíamos melhorar para essa grande missão. Um ponto que nos preocupava e que nos afetou muito na Canastra foi a poeirada que entrou na caçamba. Mesmo com a capota marítima e tudo encaixotado, foi tenso. Era poeira até a alma.

A L200 agora equipada com uma capota de fibra nos deu mais espaço e uma vedação melhor. Desde que voltamos da Serra da Canastra, fiquei trabalhando esses detalhes. 

Depois de tudo revisado e planos traçados, partimos pra missão: comemorar o aniversário de Carina em pleno cerrado do Tocantins.

Dia 11/06 - Saímos de Niterói por volta das 3h30 da madrugada com destino a Luizlândia do Oeste/MG, nosso primeiro ponto de pernoite. Esse primeiro trecho precisava ser mais longo, pois era o primeiro dia e estávamos com todo o gás. Dormimos num hotel de beira de estrada. O hotel Pirapatos é simples, recomendado pra quem não tem frescuras.

Dia 12/06 - Tomamos uma café da manhã com um pão dormido há pelo menos 3 dias 😂, mas era o que tinha. Nosso destino agora era a cidade Alvorada do Norte em Goiás. Conseguimos ficar num hotel chamado "Paraíso". Hotel pequeno, porém limpinho e agradável.  De noite, demos uma volta pelas redondezas e achamos uns bares à beira rio. O Rio Grande, um largo e imponente rio de águas agitadas, deu uma relaxada após mais um dia de estrada. 

Dia 13/06 - Sem conseguir pegar o café da manhã do hotel, metemos
o pé na estrada com destino a Mateiros, Tocantins. Aí vem a encrenca 😝. Paramos pra tomar café da manhã bem na fronteira com Goiás/Bahia. Não se espantem. Fomos parar no Jalapão pela Bahia. Aqui não tem vida fácil e nunca terá 😊.

A nossa ideia inicial era fazer a rota do Jalapão inversamente, pois a princípio iríamos continuar viagem para Serras Gerias e fazia sentido entrar por Mateiros e sair por Ponte Alta e continuar descendo, só que essa ideia cobrou um preço. Depois de cruzar a fronteira de Goiás, rodamos pelas "BAs" da vida cortando as plantações de sorgo e algodão. Parecia cena de filme de terror. A gente andava, andava, andava e nada mudava até que nas brenhas das plantações da cidade de Luiz Eduardo Magalhães, o GPS indica pra dobrar à esquerda, só que a BA de terra estava em obra. Aí começou a encrenca propriamente dita. 

Nesse ponto paramos e perguntamos pro funcionário da obra se o caminho era por ali mesmo. O cara olhou e disse que sim e que a gente ia rodar muita coisa por estradas de terra e não sabia quais eram as condições do terreno 😐. Como não tínhamos escolha, seguimos em frente. O bicho começou a pegar. Por conta das obras, os caras abriram uma estradinha secundária margeando as plantações, ora de sorgo, ora de algodão. Tava uma poeirada do cacete e o terreno era meio fofo. Desse ponto até o nosso destino faltavam 248 km. Foram os quilômetros mais tensos que já encarei.

Sem saber o que viria pela frente, metemos o pé levantando poeira. A cada km rodado vinha uma sensação diferente. Não sabia se sentia alívio porque faltava menos ou se sentia apreensão por ver que a estradinha piorava cada vez mais.

Faltando poucos km pra cruzar a fronteira da Bahia com Tocantins, a precária e tensa estrada de terra era desviada pra uma outra plantação. O problema foi que não tinha indicação de como voltar pra estrada principal. Aí foi hora de manter a calma e deixar o faro de montanhista indicar o caminho. Depois de voltar pro rumo, cruzamos a fronteira. Já estávamos no Tocantins e o GPS indicava que era hora de dobrar à direita, mas quem é que via a entrada? Depois de umas analisadas, vimos um rastro e decidimos seguir por lá. Inacreditavelmente ali era a TO 247. A mais estranha estrada que tinha visto na vida. Logo no início, a estreita estradinha tinha uma erosão enorme e o carro ficou muito inclinado. Não dava mais pra continuar. O risco de tombar era iminente. Só restava dar ré e tentar uma outra solução. Consegui então cortar por cima e sair dessa erosão. Mais à frente a louca TO 247 cruzava um terreno bem prejudicado. Continuei descendo e veio uma cerca. Eu não estava entendendo mais nada. Daqui a pouco veio um areão e tava ficando cada vez mais difícil transitar por ali. Por precaução, eu já estava com o 4x4 acionado. Não podia dar mole. Ficar atolado ali seria sentenciar o fim da missão. De olho no marcador de combustível que já estava ameaçando a entrar na reserva, avistamos umas casinhas e depois de rodar mais de 200 km, conseguimos perguntar sobre as condições da estrada. Pra tranquilizar aquele momento, veio a informação de o que o pior já tinha passado 😖. Ali era o povoado próximo a um lugar chamado Galhão, onde tem um fervedouro chamado Galhão. Dali em diante tudo ficou mais tranquilo, ou menos tenso, pois Mateiros estava logo lá em baixo. Depois de mais uns 30 km de agonia, chegamos a Mateiros.

Nos hospedamos na pousada Bela Vista. Depois de dar uma baixada na adrenalina, fui ver o estrago que a poeira fez na caçamba. Não teve vedação que segurasse a poeira. Peguei uma cerveja e fiquei limpando as caixas e dando uma guaribada no carro pra não deixar a poeira acumular muito. Ainda deu tempo de ver o jogo do Mengão.Depois do jogo, saímos para comer uma "jantinha". Em parte de Goiás e Tocantins, eles servem refeição à noite chamada de "jantinha". Paramos num bar simples perto da prefeitura. O dono do bar que também é Flamenguista, nos recepcionou muito bem.

Ali, bebendo uma enquanto a gente esperava a "jantinha" chegar, conhecemos o Junera, um cara super gente boa, responsável por vários projetos ambientais e sociais em Mateiros, incluindo o "Pé de Copaíba". Conversando com ele, pegamos várias dicas e até tive o prazer de beber a Jalapa, a famosa cachaça do Jalapão.

Conversando com os locais, soube que quase ninguém chega em Mateiros por essa TO 247 😁.

Dia 14/06 - Saímos de Mateiros com destino a São Félix do Tocantins. Antes, passamos no posto e pedi pra abarrotar o tanque de diesel. Era melhor garantir, pois o perrengue do dia passado, foi tenso.

Nosso primeiro atrativo do dia era a cachoeira do Prata. Um ponto que normalmente fica fora dos pacotes das agências, logo, estaria vazio. Antes, passamos no Pé de Copaíba e na comunidade do Prata. Continuando viagem, chegamos no ponto onde sinalizava a entrada para a cachoeira do Prata. Eram mais 10 km até lá. Os areões já estavam terríveis. Dirigir nessas condições sem saber o que vem pela frente é literalmente uma aventura, pois se não entrar com tudo, atola. Não podia dar nada errado, pois tomar uma decisão errada significaria ficar por lá até passar alguém pra ajudar.

Depois de conhecer a cachoeira do Prata, voltamos os 10 km de areão até entrar na estrada principal. Aí foi aguentar as impiedosas costelinhas de vaca até São Félix. Lá, passamos no mercado pra comprar algumas coisas, pois precisaríamos fazer o jantar.

Com as coisas compradas, partimos pro Fervedouro Bela Vista, o maior do Jalapão. Por lá acampamos e pernoitamos.

Dia 15/06 - Levantamos acampamento e partimos pro fervedouro Buritizinho. Esse fervedouro foi o menor que visitamos, porém super bonito. De lá seguimos para a cachoeira do Formiga. Tava cheio, mas resolvemos mergulhar assim mesmo. A estrada que vai pro Formiga é puro areão. Depois, continuamos e fomos no fervedouro do Ceiça e para a comunidade Mumbuca onde visitamos a sede dos artesãos que trabalham com o famoso Capim Dourado. Pra variar, toma-lhe areão. Em seguida fomos pro fervedouro dos Buritis. Nesse a gente se deu bem. Não tinha ninguém. Conseguimos curtir na tranquilidade. A dica pros Buritis é ir na hora do almoço. As agências com seus roteiros turistões, param pra almoçar e aí é hora de aproveitar os lugares vazios. Momento raro. Depois, voltamos pra Mateiros onde pernoitamos mais uma vez.

16/07 - Esse dia foi aniversário de Carina, um dos motivos pra gente ter ido pro Jalapão nesse período. Acordamos cedo e partimos pra Serra do Espírito Santo. Uma trilha tranquila pra quem ta acostumado. O visual lá de cima da uma noção ampla da imensidão do cerrado. De lá partimos pra entrada das Dunas. Chegamos nesse ponto antes do almoço. Paramos no bar da Betina pra beber uma e prosear um pouco. Aproveitei pra deixar a camisa do PitBull pendurada junto com as outras tantas de grupos que por lá passaram. Ao lado do bar tem umas árvores e lá ficamos estacionados esperando dar a hora de entrar pra conhecer as dunas. No dia anterior a gente já tinha acertado com o guia Marcelo @marcelojalapao. É obrigatório entrar com um guia local. Fizemos uma lanche enquanto o sol fervia a areia da estrada. Por volta do meio dia, bateu 49 graus.

A hora foi passando até que decidimos entrar antes que as agências chegassem. Atualmente existe uma limitação de 200 pessoas. Fazendo as contas, quantos carros não iriam querer entrar ao mesmo tempo? As dunas formam um cenário indescritível. Só indo lá pra entender. Depois de andarmos pelas dunas e pegar o pôr do sol, voltamos para a tensa estrada de terra/areia, seguimos para a comunidade do Rio Novo. Esse foi um trecho tenso, pois andar de noite num caminho desconhecido cheio de areões é um desafio e tanto. Não tinha jeito. O negócio era tocar em frente e encarar. Depois de aproximadamente uns 15 km, chegamos até Rio Novo. Lá ficamos acampados na praia do Caju conhecido também como redário do professor Wilson, indicação que recebemos do Junera (Pé de Coapíba).

Foi uma das noites mais incríveis que passamos. Só tinha a gente. Tomamos um merecido banho gelado ao ar livre e depois fizemos um jantar especial: estrogonofe. Afinal, era aniversário da Carina e tinha que rolar uma comida especial.

17/07 - Ao acordarmos, nos deparemos com aquele rio, o Rio Novo. Um dos poucos rios de água potável do mundo. Preparamos nosso café da manhã e ficamos à beira do rio vendo o lindo nascer do sol. Cenário melhor não podia existir. Carina ainda aproveitou para dar um mergulho.

Depois de levantar acampamento, nosso destino foi a Lagoa do Japonês. Antes disso, tínhamos que vencer alguns trechos de areões até chegar Ponte alto do Tocantins. Tocamos em frente. No trecho próximo a antena de celular, nos deparamos com três motociclistas que estavam passando sufoco para atravessar o areão. Ali ficamos esperando eles passarem. Depois que eles se resolveram, foi a nossa vez. O areão já estava brabo. A frente do carro cavucou o areão e entrou um pouco de areia no motor. O carro começou a fazer uns barulhos estranhos, mas logo a areia saiu e tudo voltou ao normal. Mais tarde eu veria que uma das correias sofrera avaria. Vencido o pior trecho, veio a parte das pedras brancas. Pedras famosas por cortarem os pneus. É altamente recomendável baixar as libras dos pneus para evitar problemas com cortes. Na habilidade seguimos até a cachoeira da Laje. Depois seguimos até o Cânion Sussuapara. Dali pra frente a estrada estava boa. Cheguei a andar a 70 km/h. Um alívio. Aí não demoramos muito pra chegar em Ponte Alta do Tocantins, considerada porta de entrada do Jalapão. No nosso caso foi somente a porta de saída.

Em Ponte alta, completei o tanque, fizemos umas compras e partimos para a Lagoa do Japonês. Pegamos asfalto até Pindorama. De lá até a lagoa encaramos mais estrada de terra, aproximadamente uns 30 km.

Chegando na Lagoa do Japonês, nos deparamos com muitos carros de agência. O lugar estava cheio e isso nos decepcionou. A área de camping também não era convidativa. A gente precisava pensar rápido, pois já era 3 da tarde e estávamos sem GPS. Por algum motivo o carregador de celular não estava mais funcionando e os dois celulares estavam descarregados. só tínhamos o GPS convencional do carro que não reconhecia as estradas de terra daquela região. Resolvemos dar um mergulho na lagoa e continuar viagem. Pagamos R$ 30,00 cada um. A parada é muito nutela. Zero identificação com aquele ambiente. Aquele lugar vazio deve ser maneiro. De volta aos sacolejos dos buracos, pegamos umas orientações e continuamos. A meta era chegar na cidade de Natividade. Foram 45 km guiados pela intuição. Depois de muita poeira chegamos no asfalto. Dali pra frente foi moleza. Paramos num hotel simples e lá ficamos. Parte da missão tinha sido cumprida. Abri uma cerveja e fui tirar o excesso de poeira da caçamba. Mais tarde a gente saiu pra comer uma "jantinha". Do lado do hotel tinha um restaurante simples, porém arrumadinho e com preço honesto.

18/07 - De Natividade esticamos até Brasília. Resolvemos turistar um pouco por lá. Ficamos hospedados na pousada Jardim Brasília, bem próximo ao lago Paranoá. De noite saímos pra beber umas cervejas e comer hambúrguer.

19/07 - De Brasília fomos até Paraopeba (MG), onde pernoitamos. No meio do caminho paramos para almoçar no mesmo restaurante de beira de estrada onde compramos uma cachaça na primeira parte da viagem. Lá ficamos conversando com a dona do estabelecimento. Uma professora que gostava muito de falar. Por lá ficamos quase 40 minutos só de prosa boa.

20-07 - De Paraopeba voltamos para Niterói.

Instagram:

@leo.carmo1
@pitbullaventura

Wickiloc:

leo.carmo1

Guia do Jalapão

@marcelo_jalapao

Instituto Pé de Copaíba

@pedecopaiba


































terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Cachoeiras de Macacu e seus encantos

Cachoeiras de Macacu e seus encantos

Por Leonardo Carmo

30/01/2021

Local: Santa Fé, Cachoeiras de Macacu, RJ

Desde muito tempo que frequento a região de Cachoeiras de Macacu. Conheço vários poços e cachoeiras, além das trilhas e montanhas e sempre que posso, estou por lá.

Com uma semana batendo recorde de calor aqui em Niterói, resolvemos fugir das altas temperaturas e da aglomeração. Afinal, estamos em época de pandemia.

Depois de tudo combinado, pegamos a estrada.  

Nosso destino foi Santa Fé, um lugarejo em Cachoeiras de Macacu. Na verdade nem chega a ser um lugarejo, apenas alguns sítios na região.

Pra chegar em Santa Fé, tem que seguir o caminho pra Pedra do Colégio e seguir até o final da estrada. Dependendo da época, não da pra ir com carro normal.

Pra evitar a ida de curiosos nessa região, decidi não detalhar o caminho. Quem tiver interesse, é só entrar em contato que passo as orientações. Vou deixar os contatos no final da postagem.

Como eu já tinha ido lá uma semana antes, já sabia que a estrada estava complicada, mas como Leandro (meu irmão) foi com o 4x4, deixei o meu carro lá no início e seguimos no dele. Andamos aproximadamente 16 km na caçamba comendo poeira.

A estrada acabada numa ponte onde só passa à pé. De lá fomos direto pro poço da Captação ou poço do Mapa do Brasil. Andamos aproximadamente 2 km até esse poço. A trilha é tranquila, porém em dias chuvosos fica um pouco escorregadia. O poço tem dois nomes. Poço da captação, pois lá é feita a captação de água pra região de Boa Vista e arredores e poço Mapa do Brasil, pois o fundo em pedra faz o formato do mapa do Brasil. Lá ainda tem uma queda que da pra descer escorregando.

A água estava numa temperatura excelente e foi só curtir o dia. João e Alice (meus sobrinhos) se esbaldaram naquela água transparente e refrescante. Foi difícil na hora de ir embora, pois eles não queriam sair de lá rsrs.

Depois de curtir o lugar descendo várias vezes no tobogã natural, fomos para outro poço e lá fizemos um lanche e demos mais alguns mergulhos.

De lá, ainda seguimos para outra cachoeira. 






A região é rica em poços, cachoeiras e trilhas.

Fique atento à condição climática para evitar acidentes em cachoeiras

Não alimente animais silvestres nem os capture

Procure andar em silêncio para não espantar a fauna local

Traga sempre o seu lixo de volta

Vamos cuidar da natureza, pois fazemos parte dela!








Contatos: 

Whatsapp 21 99796-0339
Instagram @leo.carmo1 / @pitbullaventura
Wikiloc leo.carmo1


terça-feira, 1 de janeiro de 2019

5 Pontões e Pancas, ES.

Circuito 5 Pontões e Pancas, ES.

De 22/12/2018 a 01/01/2019.

Participantes: Leonardo Carmo / Carina Melazzi.


Dia 1 (22/12) - Rio x 5 Pontões (Itaguaçu) 636 km

Saímos do Rio às 6h com destino a 5 Pontões (ES). A viagem foi super tranquila, porém quando chegamos em Campos dos Goytacazes, cidade que faz divisa com o ES, nos deparamos com um grande engarrafamento. Graças ao atalho indicado pelo Google Maps, cortamos a cidade margeando a linha do trem e fugimos do trânsito.

Paramos já em solo capixaba, num desses restaurantes de beira de estrada. Aproveitamos também para abastecer.

Depois de alimentados e com o tanque cheio, seguimos em frente. O GPS sinalizou pra gente entrar no primeiro acesso de Cachoeiro de Itapemirim, mas resolvemos entrar no segundo, pois considero esse caminho mais bonito, uma vez que é possível ver parte dos picos Frade e Freira.

Um pouco mais adiante, em Alegre, a gente se deparou com a Pedra de Itabira, uma imponente montanha em formato de agulha.

Chegando em Vargem Alta, pegamos uma chuva e resolvemos dar uma parada pra dar uma proseada com o pessoal local.

Continuando viagem, fomos nos deparando com mais montanhas como Três Pontões.

Chegando em Afonso Cláudio, paramos rapidamente e mais à frente o GPS nos indicou um caminho diferente do que eu tinha feito em 2015. Cortamos 58 km de estrada de terra em ótimas condições. Diria que em melhor estado do que muita rodovia dita pavimentada.

Daí pra frente foi levantar poeira até o Recanto da Pedra, em 5 Pontões. Já chegamos bebendo uma cerveja e a tão esperada Itaraninha, uma cachaça da região de Itarana, cidade vizinha de Itaguaçu.

Dia 2 (23/12) - 5 Pontões

Acordamos por volta das 7h e fomos tomar o café da manhã capixaba feito pelo pessoal do Recanto da Pedra. O café parece mais um almoço.

Depois de bem alimentados, partimos para fazer o cume do Pontão Maior. A gente queria fazer a via, mas o tempo estava muito fechado e optamos por subir pela via ferrata mesmo. A via segue em paralelo à via ferrata. Em um determinado ponto elas se cruzam, então não bateu a frustração de não ter feito a via que queríamos. As duas vias têm 120 metros. Como o pessoal do Recanto da Pedra tinha levado um grupo pra fazer a via ferrata e eles estavam com uma corda de 130 m, aproveitamos e rapelamos por ela. Quando estávamos descendo, o tempo resolveu abrir um pouco e deu pra curtir o visual, só que o sol veio rachando. Por sorte ou não, o tempo voltou a dar uma fechada e ficou mais relax.

De volta ao Recanto da Pedra, foi hora de beber aquela gelada, prosear e partir pra dentro da comida capixaba .

Dia 3 (24/12) - 5 Pontões

Como já tínhamos feito o cume do Pontão Maior, resolvemos subir até a rampa de voo. O caminho até lá pode ser feito de carro. É uma subida estreita por meio do cafezal e só recomendo fazer quem tem um pouco de experiência em dirigir em terreno acidentado. Praticamente não tem área de manobra. É subir ou voltar de ré pelo estreito e sinuoso caminho. Muito fácil de se perder (marquei no GPS e está disponível no meu perfil do wikiloc). São aproximadamente 5,2 km (ida e volta a partir do Recanto da Pedra). Dá pra fazer a pé tranquilamente, mas o sol aqui tava rachando.

Depois de curtir o visual indescritível, voltamos para o Recanto, onde a cerveja gelada e a comida capixaba nos aguardavam.

Dia 4 (25/12) - 5 Pontões

Hoje era o dia em que iríamos para Pedra Azul. Choveu intensamente durante toda a madruga e quando estávamos tomando café, soubemos que havia um alerta de tempestade com granizo para 57 cidades do ES, incluído Domingos Martins, cidade onde fica situado o parque. Diante desse cenário, resolvemos abortar a ida para à Pedra Azul e ficar mais em 5 Pontões. Se é pra encarar o granizo, a gente encara aqui mesmo em 5 Pontões.

Dia 5 (26/12) - 5 Pontões x Pancas

Acordamos um pouco mais cedo, tomamos café e tiramos aquela foto bacana com o pesssoal do Recanto da Pedra. Depois da despedida, foi hora de meter o pé na estrada rumo a Pancas. A viagem foi tranquila, sendo que o GPS jogou a gente para mais um caminho de terror logo quando entramos no município de Colatina, mas com a gente não tem choradeira. Lá fomos nós percorrer mais 40 km de estrada de terra.

Depois de um tempinho, saímos no asfalto novamente e resolvemos ir até o Centro de Pancas beber uma gelada e depois partir pro sítio do Cantinho do Céu, local de hospedagem (acampamento).

Fomos super bem recepcionados pelo Fabinho, dono do sítio.

A partir daí foi montar acampamento, voltar pro centro de Pancas pra dar uma explorada na cidade.

Dia 6 (27/12) - Pancas

Depois de dar aquela descansada ouvindo o som da fauna local, acordamos e fomos tomar o café da manhã que a mãe do Fabinho tinha preparado. Café simples, porém gostoso.

O tempo não estava muito firme, resolvemos explorar a região começando por uma trilha. Fizemos a Pedra da Boca. Pra quem tem experiência e ta com o preparo físico em dia, ela é tranquila, mas pra quem ta despreparado fisicamente e não tem experiência com montanhismo, ela se torna difícil.

No meu perfil do wikiloc tem o GPS.

Obs.: o Fabinho é guia local, quem quiser, pode combinar com ele.

Depois de concluir a trilha, resolvemos almoçar no centro de Pancas e depois partir pra conhecer a rampa de voo livre da cidade. Não tem muitas placas indicando o local. Saindo de Pancas, tem que pegar a estrada que vai para Alto Mutum Preto e mais à frente, uma estrada de terra onde tem uma placa. Daí pra frente só tem uma outra placa meio que escondida no mato.

No meu perfil do wikiloc tem o GPS.

São 6 km de estrada de terra até a rampa. A estrada é razoavelmente boa, mas em época de chuva, forma um atoleiro mais ou menos na metade do trajeto. Um 4 x 4 passa fácil.

Depois de curtir o visual lá de cima, voltamos para o centro de Pancas e em seguida para o sítio, pois o tempo estava fechando.

Chegando no sitio, foi hora de bater um papo com o Fabinho até que os relâmpagos deram sinais de que viria chava pesada. Até que não choveu muito forte, mas choveu a noite toda varando a madrugada.

Dia 7 (28/12) - Pancas

Acordamos ainda com chuva e resolvemos ir até o centro para conhecer o Mercado Municipal e dar umas voltas pela cidade, pois não tinha muito o que fazer por conta da chuva. Depois voltamos para o camping e aproveitamos para explorar o sítio, mesmo debaixo de chuva.

Dia 8 (29/12) - Pancas

Acordamos com uma chuva fraca e por volta das 9h30 o tempo começou a abrir. Aproveitamos para fazer a trilha da Pedra do Vidal, que fica em Lajinha, distrito de Pancas, a aproximadamente 12 km do sítio.

A navegação da trilha é um pouco complicada, porque tem muitas bifurcações e não há qualquer tipo de sinalização. Como havia chovido pela manhã e na noite anterior, andamos por trechos de estrada de terra com bastante lama, tanto que o nosso carro não conseguiu subir até a porteira do Sítio Santa Maria, de onde começa a trilha. Em época seca, um carro normal consegue subir sem problemas. Em época chuvosa, só com 4x4 ou um fusca rsrs.

Segundo informações do Fabinho, dono do Sítio Cantinho do Céu, onde ficamos hospedados, a trilha tem aproximadamente 13 km (ida e volta). Por conta da chuva, acabamos começando a trilha tarde e não conseguimos chegar ao cume porque o tempo começou a fechar e achamos melhor retornar porque havia muita lama no caminho e um trecho grande de laje de pedra, sem falar que a navegação estava ficando cada vez mais complicada, pois não encontramos tracklog da trilha e não tínhamos qualquer outra fonte de informação.

No meio do caminho de volta, dava pra ver a chuva se aproximando e o som das trovoadas ficava cada vez mais alto. Daí foi o tempo certo de chegar no carro, encontrar um lugar para almoçar em Lajinha e a chuva começar a desabar.

Quando voltamos para o camping, a chuva estava se aproximando pelo outro lado da cidade, deixando a estrada de terra que dá acesso ao sítio ainda mais ensaboada.

Depois de um tempo a chuva deu uma trégua e aproveitamos para dar uma volta pelo sítio e curtir o visual.

Dia 9 (30/12) - Pancas

Como tinha voltado a chover, ficamos pelo sítio até que resolvemos dar uma saída e ir até à cidade. Nada de trilha ou escalada. O negócio era beber uma cerveja vendo a chuva cair. Ainda tentamos ir ate a base da pedra da Agulha, onde fica a chaminé Brasília, mas não conseguimos chegar por conta dos atoleiros. Na volta, mais um perrengue na ensaboada estradinha de terra até chegar no sítio.

Dia 10 (31/12) - Pancas

Esse dia foi agitado. Por volta das 6h acordamos e ao sair da barraca, vimos que a coisa tinha ficado seria demais. O Rio transbordou e a água já estava batendo na porta do carro. Foi o tempo de colocar o carro num ponto mais alto e só ficar observando. Não tinha mais o que fazer.

Depois de um bom tempo chovendo, o tempo foi dando uma acalmada e a chuva diminuindo. Como o rio era estreito e raso, não demorou muito pra água abaixar. Quando foi final de tarde, a situação já era mais tranquila. Deu até pra sair a pé e ver as condições da estrada de terra, pois teríamos que ir embora no dia seguinte.

Mais pro final do dia, o irmão do Fabinho convidou a gente e o outro pessoal que estava no camping para passar a virada de ano em sua casa. Rolou um churrasco, cerveja e a boa cachaça capixaba.

Essa viagem foi marcante. Passamos o Natal em 5 Pontões e a virada do ano em Pancas. Nas duas ocasiões, as famílias abriram as portas de suas casas pra gente passar com eles as festas de final de ano.

Dia 11 (01/01/2019) - Pancas x Rio (712 km)

Levantamos por volta das 6h30 e começamos a desmontar acampamento. A ressaca tava martelando a cabeça, mas nada que umas folhas de boldo e água gelada não resolvam.

A viagem de volta foi relativamente tranquila. Pegamos um trânsito pesado em Rio Bonito (RJ) e uma chuva forte em Tanguá (RJ). Tirando isso, tudo na normalidade.

Antes da gente terminar a viagem, já estávamos planejando a próxima. Agora é começar a organizar as coisas e meter o pé na estrada novamente.

Até a próxima!

Seguem alguns contatos:

Recanto da Pedra (5 Pontões): (27) 99767-5150 (Luzia)

Sítio Cantinho do Céu (Pancas): (27) 99620-9357 (Fabinho)

Meu perfil do Wikiloc com as marcações: https://pt.wikiloc.com/wikiloc/user.do?id=1945151

5 Pontões



















Pancas