Dia: 29/12/2024
Local: Itacoatiara – Niterói - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Alice Carvalho, Carla Komora, Priscila e
Massimo
Relato
Aproveitando que a Alice estava super animada com a escalada
que ela havia feito, aproveitei para leva-la também ao Alto Mourão, também
conhecido por Pedra do Elefante. Era sábado de manhã, quando mandei uma
mensagem no grupo do Clube Niteroiense de Montanhismo, avisando que iria levar
a Alice. Logo a Karla confirmou, assim como a Priscila e seu filho. Combinamos
tudo na manhã de domingo, seguimos para o início da trilha.
Como o Massimo era da idade da Alice, eles logo se
enturmaram e foi mais fácil do que eu esperava. Estava calor, mas começar cedo
tem suas vantagens. Subimos rápido e demos uma parada no trecho onde tem uma
laje e uma área mais aberta. Ali, praticamente termina a subida inicial.
Fizemos um lanche rápido para carregar as baterias e seguimos andando.
A caminhada estava muito agradável e fomos conversando e
contando histórias. Paramos novamente para algumas fotos no primeiro mirante.
De lá, conseguíamos ver várias pessoas subindo o Costão de Itacoatiara.
Caminhamos para o trecho mais técnico. Já na base, Mássimo e Alice subiram
devagar, mas sem problemas. Foram sem medo. Passamos por diversos obstáculos e
logo estávamos no cume. Subimos a pequena pedra que corresponde ao ponto mais
alto e de lá fomos para o mirante para Itaipuaçu e ficamos numa sombra para
podermos fazer um lanhe e descansar.
Fizemos algumas fotos e iniciamos nosso retorno. Descemos
sem nenhum problema e cruzamos com algumas pessoas que subiam na hora mais
quente da manhã. Fizemos novamente uma parada naquele trecho mais aberto e
dali, sabíamos que teríamos só descida, o que fizemos rapidamente até o carro.
Missão cumprida! Nada mal para dois estreantes na trilha: Mássimo e Alice!
Dia: 14/12/2024 Local: Ilha Grande - RJ Participantes: Leandro do Carmo e Jefferson Figueiredo
Vídeo
Relato
Ilha Grande é um verdadeiro paraíso localizado na Costa
Verde do Rio de Janeiro, no município de Angra dos Reis. Com uma área de 193
km², é a maior ilha do estado e a sexta maior ilha marítima do Brasil. Já fui à
Ilha Grande diversas vezes, conhecendo locais fantásticos. Mas chegar à ilha
remando, ainda não havia feito e estava na minha lista fazia tempo. Falta
arrumar companhia. Eu já havia conversado com o Jefferson sobre essa remada e
de vez em quando falávamos sobre. Em novembro, havia surgido, enfim, uma data
possível.
Remar de Conceição de Jacareí até Abraão não é uma tarefa
das mais complicadas. São aproximadamente 12 km. Na semana anterior, estávamos
preocupados com as condições do tempo, pois o Jefferson iria com a família e ficaria
alguns dias a mais. Mas a previsão melhorou e confirmamos nossa ida. Na sexta
feira a noite, amarramos os caiaques em cima do meu carro. No sábado cedo
pegamos a estrada e seguimos para Conceição de Jacareí. Ele chegou um pouco
mais cedo e nos encontramos numa padaria próximo à estrada. Dali seguimos para
o local onde estacionamos os carros.
Dali da praia, conseguia ver o Pico do Papagaio e com isso,
ficava fácil identificar a vila de Abraão, nosso destino. Arrumamos tudo e
levamos os caiaques para água. Era aproximadamente 9h 30min quando começamos a
remar. O dia estava nublado, mas firme. Aquela condição bem agradável.
Rapidamente, contornamos a Ilha da Sororoca, que fica em frente a Conceição de
Jacareí. O mar estava liso, com pequenas ondulações. Uma leve brisa soprava.
Remamos até chegar ao balizamento do canal entre o continente e a Ilha Grande.
Foi ali que fizemos nossa primeira parada rápida. Nem sinal de navio, então era
remar e cruzar logo o canal. Falo isso, pois já tive algumas experiências de
ver um grande navio e achar que dá para cruzar o canal antes dele chegar.
Engana bastante e num piscar de olhos ele já está em cima. Só que um grande
navio não tem freio como um carro e um caiaque na água é quase imperceptível.
Risco grande de um acidente.
Remamos e logo havíamos passado o outro balizamento,
indicando que já estávamos fora do canal. O silêncio de vez em quando era
quebrado pelas embarcações que faziam o transporte de passageiros para a Ilha
Grande. Em alguns momentos nos afastávamos, mas logo estávamos juntos
novamente. O ideal é estar sempre o mais próximo possível. Já próximos à
entrada da enseada do Abraão, uma corrente mais forte nos obrigava a corrigir o
rumo constantemente. Mais alguns minutos e estávamos em frente à praia do
Abraão.
Procuramos um melhor local para desembarcar e acabamos
saindo em frente ao largo onde fica à Igreja de São Sebastião. Foram cerca de
2h 30min de remada. Já na areia, descansei um pouco e levamos os caiaques para
guardar no Hostel onde eu me hospedaria. Carregar aquele peso foi a parte mais
difícil. Até tentamos carregar os dois juntos, mas não deu muito certo. O
hostel ficava logo após a ponte e demorei um pouco para encontrá-lo. Me
surpreendi com a quantidade de pessoas circulando pelas pequenas ruas e vielas
de Abraão. Até barulho de carro e máquinas eu estava ouvindo. Coisa que
pareceria impossível, se comparado à primeira vez que estive ali, em 2002. Esse
trecho que tive que caminhar carregando o caiaque me cobrou um preço. Senti um
pouco as costas, mas só sentiria mesmo no dia seguinte.
Com tudo arrumado, tomei um banho e arrumei as coisas. Dei
uma volta pela vila e nos encontramos para almoçar, bem próximos de onde
ficamos hospedados. Após o almoço, andei até a praia e descansei um pouco num
banco em frente à praia. À noite, ainda comemos uma pizza e fui dormir cedo,
pois voltaríamos no dia seguinte.
Amanheceu chovendo. Havíamos combinado de tomar café da
manhã numa padaria próxima, mas resolvemos esperar mais um pouco, até que a
chuva passasse. Isso atrasou um pouco nossa saída. A dor nas costas estava um
pouco mais forte e estava com um hematoma na lateral do quadril, justamente
onde o caiaque encostava na hora de carregar. Com isso, levamos um caiaque de
cada vez do hostel até a praia. Arrumamos tudo, fizemos algumas fotos e
iniciamos nosso retorno. Saímos um pouco mais pela esquerda, aproveitando um
pouco mais a remada.
Remamos bem e fui tentando encontrar o balizamento do canal.
Mas de longe, fica imperceptível. Mais um pouco remando e consegui avistar de
longe. Nas minhas contas, metade do caminho. Seguimos no rumo da Ilha da
Sororoca. As ondulações estavam um pouco maiores que no dia anterior, mas nada
que preocupasse. Estávamos um pouco mais distantes. As costas incomodavam um
pouco, mas estava próximo do fim.
Aos poucos a praia foi se aproximando e o fluxo de barcos
aumentou consideravelmente. De longe, vi o Jefferson parada já bem próximo da
ilha. Cheguei perto e parei também para dar uma descansada. Faltavam poucos
metros. Comemoramos o sucesso da remada e fizemos os últimos metros bem devagar.
Já na praia, levamos os caiaques para cima e arrumamos tudo. Deu um pouco de
trabalho, mas não tinha jeito. Tomei um banho para relaxar e aproveitamos para
almoçar um peixe frito num quiosque em frente ao estacionamento. Dali, o
Jefferson seguiu para o cais, retornando para Abraão, pois iria embora somente
na terça feira. Eu, peguei a estrada de volta para. Enfim, consegui chegar à
Ilha Grande remando.
Dia: 19/12/2024
Local: Campo Escola Ary Carlos – Niterói - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Alice Carvalho
Vídeo
Relato
Fazia um tempo que a minha filha Alice estava me pedindo
para escalar. Aproveitei que tiraria uns dias de férias em dezembro e perguntei
se ela queria escalar. Ela ficou toda empolgada. Peguei uma sapatilha infantil no
Clube Niteroiense de Montanhismo, pois a que tinha em casa ainda não era o tamanho
do pé dela. Chamei o Velhinho para nos acompanhar. Assim ele poderia ir dando
um porte ao lado dela, caso precisasse. Tem uma via no Campo Escola Ary Carlos
que conquistei junto com o Marcelo e o Luis que é ideal para a primeira
escalada de alguém. É a Via Recuperação. São quase 90 metros e se emendar na
Via Didática, fica uma escalada bem interessante e com uma vista bem bonita,
para o grau da via.
Acordamos cedo e passei na casa do Velhinho e de lá seguimos
para início da trilha. A caminhada foi rápida e perto da base encontramos dois
filhotes de urubu que se afastaram logo assim que chegamos perto da base. Ali
no arrumamos e passei algumas orientações para a Alice. Subi puxando a corda e
parei logo na primeira dupla, com quase 30 metros. Não queria ficar muito
longe. A Alice veio subindo, passando o primeiro crux sem problemas. O velhinho
seguiu solando bem perto. Pensei que a Alice fosse se enrolar para tirar as
costuras, mas ela foi bem e não teve problemas.
Da primeira parada, segui para a segunda, passando por um
trecho bem mais sujo. Alice subiu em seguida e ainda falei para ela ter cuidado
com os espinhos de um cacto próximos. Vimos uma cordada na Golpe da Cartão.
Mostrei para ela a vista e como já estávamos alto. O negócio dela era saber o
quanto nós subiríamos. Ela estava tranquila e isso foi dando mais confiança.
Saí da segunda parada, e subi mais um pouco, passando pelo segundo crux. Um
trecho de aderência e um pouco mais técnico. Mas ela subiu rápido e logo estávamos
na terceira parada, já no final da via.
Dali, emendamos na via Didática e paramos um pouco mais
acima. Estávamos num excelente ritmo e seguimos subindo. Pulei uma parada e
parei numa proteção simples mais acima, um pouco mais confortável. Alice estava
bem feliz e nem sinal de cansaço. Saímos para o último trecho da escalada e o
mais bonito, com lances mais verticais. Ela veio rindo e brincando com o
Velhinho e logo chegou ao Mirante do Carmo. Batemos uma foto para deixar
registrado, a primeira escalada a gente nunca esquece! Será?
Dia: 20/11/2024
Local: Niterói - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Ricardo Bemvindo
Relato
O Clube Niteroiense de Montanhismo organizou mais uma invasão
em comemoração ao aniversário do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Nos
encontramos as 7h 30min para a tradicional foto, no gramado em frente ao Costão
de Itacoatiara. Quando cheguei já tinham algumas pessoas e aos poucos fomos
organizando as cordadas. Algumas pessoas nem esperaram e já seguiram para a
base das vias. O dia estava aberto e a previsão era de forte calor.
Aos poucos, todos se organizaram e iria fazer cordada com
meu amigo de trabalho, o Ricardo. Já fazia uns três anos que ele não escalava e
sugeri seguir para a face leste, pois é o local com vias mais acessíveis e onde
tem menos procura, comparada com a faze oeste, a que sai da praia. Dali seguimos andando. Minha ideia era seguir
até a base e ver qual via tinha menos gente.
Já na base, vi que a Entre Quatro Paredes só tinha a cordada
do Leandro Conrado com a Amanda. Perguntei se daria para fazer também. Com tudo
acertado, nos equipamos aguardei o Leandro Conrado subir até a primeira parada
para começar a escalar. A Ideia era não atrapalhar muito. Assim que ele chegou,
iniciei minha subida. Segui rápido, passando pelo crux. Passei pelo Leandro,
fazendo a horizontal. Dá um arrasto na corda, mas optei por seguir para não
atrapalhar muito.
Na última vez que fiz essa via, havia feito a horizontal
mais por cima, dessa vez, resolvi fazer bem por baixo, próximo à vegetação.
Isso facilitou bastante. Do outro lado da horizontal, subi um pouco e montei a
parada no grampo acima. O Ricardo veio em seguida. Sentiu um pouco os quase 3
anos sem escalar. Já após a horizontal, parou um pouco e reclamou da panturrilha.
Avisei que o pior já havia passado.
Segui para a próxima enfiada, subindo tranquilo. Em alguns
trechos é possível subir andando pela positividade da parede. Montei a parada e
o Ricardo subiu em seguida. Dali podíamos ver várias outras cordadas, tanto na
Novos Horizontes, quanto na Mário Motta Jr e Alan Marra. A cordada do Leandro
veio em seguida. E optei por fazer uma variante que conecta a via Entre Quatro
Paredes com a Mário Motta Jr, também conhecida como Bombeiros. Essa variante eu
havia feito há alguns meses e achei uma ótima opção, pois faríamos mais uma
enfiada.
Subi, encontrando uma cordada na Mário Motta Jr. Passei
direto e dei segurança já no final da via. O Leandro fez a via normal, terminando
um pouco mais abaixo. Ali nos encontramos com várias outras cordadas que haviam
subido por outras vias e faces do Costão. Era hora de arrumar as coisas e
seguir para churrasco. Que venham mais eventos como esse.
Dia: 15 a 17/11/2024
Local: São José do Barreiro SP/Mambucaba RJ
Participantes: Leandro do Carmo, Simone d'Oliveira, Andréa Vivas, Alexandre Bibiani, Aline Vaz, Carla Rosa, Daniel Candiotto, Fabienne, Juliana, Juliana Silva, Maria Fernanda Patrício, Nerval Roedel, Silvana e Sérgio Molina
Histórico
O Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB) foi criado em
1971 com objetivo principal de proteger as últimas áreas de Mata Atlântica e
ecossistemas marinhos do litoral sul-fluminense. É a segunda maior Unidade de
Conservação Federal de Mata Atlântica, com 104 mil hectares, e abrange parte
dos municípios de Ubatuba, São José do Barreiro, Areias e Cunha, no estado de
São Paulo; e Paraty e Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro.
O PNSB faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e
a é unidade núcleo do Mosaico da Bocaina, um dos mais significativos
remanescentes brasileiros do bioma da Mata Atlântica, e que, juntamente com
outras unidades de conservação, compõe o Corredor Ecológico da Serra do Mar.
O grande diferencial do PNSB está em seu enorme gradiente
altitudinal que vai de áreas marinhas em Paraty/RJ, até os mais de 2.000m do
“Pico do Tira Chapéu”, no estado de São Paulo. A vegetação que acompanha este
gradiente envolve as Restingas, presentes nas áreas litorâneas; a exuberante
Floresta Ombrófila em diferentes formações conforme sua altitude; até chegar
aos Campos de Altitude nas áreas mais altas da serra. Sua grande extensão
permite a sobrevivência de animais de grande porte e ameaçados de extinção tais
como: mono-carvoeiro, sagüi-da-serra-escuro, bugio e felinos diversos. Estas
características resultam em uma imensa variedade de climas, paisagens,
cachoeiras e espécies que elevam o Parque Nacional da Serra da Bocaina ao grau
de extrema importância para a conservação da biodiversidade.
Trilha do Ouro – Caminho de Mambucaba
A região do Parque Nacional da Serra da Bocaina é cortada
por diversas trilhas que guardam remanescentes da história da interiorização do
país. Dentre essas trilhas, a que perfaz o Caminho de Mambucaba tem a sua
operacionalização turística consolidada há bastante tempo, o que a consagra
como a mais famosa das “Trilhas do Ouro” que cortam a Bocaina.
A travessia pode ser feita em três ou quatro dias de
caminhada acompanhando o Rio Mambucaba desde sua nascente em São José do
Barreiro, no estado de São Paulo, até desaguar na Baía da Ilha Grande, entre os
municípios de Angra dos Reis e Paraty, no estado do Rio de Janeiro. No seu
percurso é possível visualizar parte do calçamento histórico, belíssimas
paisagens e a biodiversidade da Mata Atlântica. Além disso, pode se aproveitar
diversas cachoeiras como a de Santo Izidro, a das Posses e a espetacular cachoeira
do Veado.
A trilha histórica contribui para a integração cultural da
Bacia do Rio Paraíba do Sul e da região do litoral sul-fluminense. Nos
municípios paulistas de Bananal, São José do Barreiro e Areias, por onde passam
o caminho dos tropeiros e a antiga estrada Rio-São Paulo, aflora a cultura
caipira e tropeira e se festeja a Folia de Reis. Na região litorânea, onde
Angra dos Reis é conhecida pela beleza das praias e ilhas e Paraty reconhecida
pelo seu conjunto histórico-cultural do período colonial, têm-se a influência
da cultura caiçara. Esse patrimônio ambiental, histórico e cultural situado
próximo a importantes centros urbanos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro
e Minas Gerais aumenta ainda mais a importância do Parque Nacional da Serra da
Bocaina, no que tange à conservação e ao turismo. Dessa forma torna-se ainda
mais necessário manter e ampliar o seu grau de conservação.
O Caminho de Mambucaba - “Trilha do Ouro” é citado por
alguns historiadores como um dos “descaminhos” do ouro, rotas de contrabando,
fugindo às barreiras dos caminhos oficiais.
O “ciclo do ouro” ocorreu entre o final do século XVIII e
início do século XIX. Nesta época este caminho seria uma trilha indígena sem
nenhum tipo de calçamento e com movimento mínimo. Ao longo do século XIX,
quando ocorreu o apogeu do café no Vale do Paraíba, cresceu na via o transporte
de café até o porto de Mambucaba, e de mercadorias “Serra Acima”.
Por conta das inúmeras tropas de mulas que por ali
trafegaram carregadas de café, a estrada recebeu calçamento, pontes e
benfeitorias diversas, além da instalação de vendas e ranchos, para
abastecimento e descanso das tropas e dos tropeiros, e de um registro para
fiscalização e cobrança dos direitos devidos.
Originalmente a estrada partia de São José do Barreiro,
distrito de Areias até 1859, recebendo em seu percurso variantes de Bananal, e
de Campos de Cunha.
Do porto de Mambucaba o café era transportado para
embarcações até o porto do Rio de Janeiro. No retorno, as tropas de mulas
levavam mercadorias para suprir as necessidades das fazendas e das vilas
cafeeiras do interior.
O período de maior atividade desta rota ocorreu entre 1840 e
1864. Seu declínio começa na década de 1870 quando o café passa a ser
transportado pelos trens da Estrada de Ferro D. Pedro II e ramais
intermediários. O segundo e derradeiro golpe no movimento da estrada ocorre com
a abolição da escravidão em 1888, que reduziu de forma drástica e rápida a
produção de café do Vale do Paraíba. Sucumbiram a estrada assim como as vendas
e ranchos para pouso dos tropeiros que, com a interrupção do tráfego regular das
tropas de mulas subindo e descendo a serra, desapareceram. Declinaram também o
porto e a freguesia de Mambucaba, uma das mais importantes localidades
comerciais da Baía da Ilha Grande.
Vídeo da Trilha do Ouro
Relato
A logística para fazer essa travessia não é das mais fáceis
e eu tinha vontade fazer já fazia um tempo. Quando a Andréa e a Simone abriram
essa atividade no CNM, aproveitei para me inscrever e já tirar da minha lista
de pendências. Aproveitaríamos o final de semana prolongado com o feriado de 15
de novembro.
Para a logística, optamos por contratar uma van para nos
levar até São José do Barreiro e depois nos buscar em Mambucaba. Para os
pernoites, ficaríamos hospedados nas super modestas pousadas Barreirinhas e Zé
do Zico. Definida a logística era esperar o dia.
O tempo não estava bom. Havia chovido nos dias anteriores e
a previsão não era das melhores para o final de semana. Algumas pessoas
desistiram, mas ao final éramos 15 pessoas. Marcamos de sair lá da sede do CNM,
às 4h da manhã do dia 15, sexta-feira. Como havia tido reunião social no clube,
optei por dormir lá. Assim não precisaria acordar tão cedo. Ainda passamos num
posto na Praça da Bandeira, lá no Rio, para pegar parte do grupo. Era uma
atividade em conjunto entre o CNM e o CEB.
A viagem foi tranquila e chegamos por volta das 7h na
padaria que havíamos feito contato para tomarmos café da manhã. Depois de tudo
pronto pegamos a estrada que leva à portaria do Parque Nacional da Serra da
Bocaina. Foram 26 km, na qual fizemos em aproximadamente 1 h. A estrada estava
em boas condições. Já na portaria, preenchemos os termos e nos preparamos para
o início da caminhada.
Dia 1: Portaria do Parque x Pousada Barreirinhas
Depois de tudo pronto, foi hora de colocar a mochila nas
costas e iniciar a caminhada. Como não iria levar barraca, a mochila foi leve.
Era por volta das 9h 30 min quando iniciamos a caminhada. Seguimos por uma
estradinha e logo cruzamos um rio, passando por uma ponte, a primeira de muitas
ao longo desses 3 dias de caminhada. Estávamos paralelos ao rio Mambucaba. Aos
poucos fui aumentando o ritmo da caminhada, à medida que o corpo ia aquecendo.
Fomos num bom papo até chegar à primeira cachoeira do dia, a Cachoeira do Santo
Isidro.
A cachoeira do Santo Isidro é a que fica mais próxima da
portaria do parque, são aproximadamente 1,5 km de caminhada. Entramos no
caminho onde havia uma placa indicativa e logo chegamos ao topo da cachoeira,
dali começamos a descer. A cachoeira tem uns 50 metros e forma um grande poço
com fundo arenoso. Como o tempo estava bastante nublado e muito quente,
aproveitei para tomar um banho e garantir logo o mergulho, não sabia o que me
esperava pela frente. A temperatura da água estava bem agradável.
Depois do mergulho, era hora de voltar. Só que agora era
subida. De volta a estrada, continuamos nossa caminhada. Passamos por trechos
com bastante lama. Alguns carros passaram por nós, indo em direção a algumas
pousadas dentro do parque. Pegamos um atalho sinalizado pelo parque. Nesse
ponto já estávamos divididos em alguns pequenos grupos. Aproveitei para
conhecer a Cachoeira dos Mochileiros. Bem pequena, mas sempre vale a pena. A
descida é que não é muito boa. São trechos bem íngremes e escorregadios. C
De volta a caminhada, acabei encontrando novamente com
algumas pessoas do grupo que haviam passado direto pela Cachoeira dos
Mochileiros. Continuei andando sempre desviando das poças de lama. Existiam
vários trechos em recuperação, onde árvores exóticas estavam sendo retiradas
para dar lugar a mata nativa. Novamente na dianteira do grupo, veio uma placa
indicando a Cachoeira da Posse. Era uma entrada bem aberta e num largo,
deixamos as mochilas num canto se seguimos descendo novamente. Nesse ponto, há
um bom lugar para camping, mas é muito perto da portaria. Estávamos a apenas 8
km. Mais uma bela cachoeira. Dessa vez não mergulhei, mas na volta parei para
fazer um lanche.
Nesse ponto, nos reunimos novamente. Nossa ideia era parar
para juntar o grupo de tempo em tempo. Era hora de voltar a caminhar e resolvi
voltar antes do corpo esfriar totalmente. A Maria Fernanda me acompanhou nesse
trecho e andamos bem. Um pouco após a Cachoeira das Posses, passamos por uma
placa que indica um ponto de controle do parque. Mais à frente, entramos numa
área mais aberta e agradeci por estar nublado, porém, não tínhamos muita vista.
Não dá para ter tudo nessa vida.
Durante a caminhada, fomos encontrando diversos grupos e a
gente ainda se encontraria diversas vezes durante esses 3 dias. Foram nossos
amigos de trilha. Numa bifurcação, onde indicava Barreirinha e Pousada Vale do
Veado, fizemos mais uma parada rápida. Nesse ponto encontramos mais um grande
grupo, o último desse primeiro dia.Seguimos e continuamos num trecho bem aberto. Pegamos algumas subidas e
em determinado ponto a Maria Fernanda me disse que era a última subida do dia,
mas ao final, ainda tinha mais. Ainda brincamos que toda subida na qual pegamos
era a última. Finalmente a última subida havia chegado.
Num determinado ponto, a chuva começou a apertar. Foi
necessário colocar a capa. Chegamos a uma placa, indicando Pousada
Barreirinhas. Ela saía da estradinha e o caminho era bem fechado. Mas
resolvemos seguir por ele. A descida foi meio ruim, estava bem molhado e
escorregadio. Mas logo avistamos uma casa ao fundo e foi fácil identificar que
era a pousada. Descemos um e voltamos para a estradinha que levava direto à
pousada.
Chegamos e entramos na varanda, onde fomos recebidos pelo
Sr. Tião. Ele nos orientou onde poderíamos deixar as coisas, sendo bem
objetivo. Estava bem cansado, havia caminhado num bom ritmo. Como a casa estava
vazia, aproveitei para tomar um banho. Aí sim consegui relaxar.
A chuva apertou e o Daniel chegou dando uma má notícia: O
Sérgio havia torcido o pé logo na saída da cachoeira das Posses, desmaiou e ele
estava lá sem condições de andar. Primeiro grande problema do dia. Logo em
seguida, chegou o Marcelo, confirmando a má notícia. Tínhamos um problema,
estávamos com uma pessoa, mais ou menos na metade do caminho sem conseguir
andar, segundo informações que havíamos recebido. Já tinha, aproximadamente, 1
hora que eu havia chegado na pousada.
A chuva apertou e por volta das 17h, a Andréa, Silvana,
Carla, Juliana e Alexandre. A situação não era nada animadora. A informação era
de que o Sérgio não tinha condições de andar. Por outro lado, ele estava
acompanhado de mais 4 pessoas, inclusive a Simone, guia do CNM. Com isso,
tentamos conversar com o Sr. Tião para buscá-lo de carro, mas ele disse que não
podia, pois precisava arrumar as coisas para os outros hóspedes. Enquanto isso,
outras pessoas foram chegando e a casa foi ficando cheia.
Eu não podia sair naquele momento para ajudar, pois ainda
não havia comido nada. A janta seria servida as 18h. A Carla ofereceu um pacote
de comida liofilizada, na qual aceitei. Minha ideia era comer e depois sair.
Uma das coisas que aprendi é que em um resgate, você não se deve colocar em
risco, se não, serão dois a serem resgatados. Sair sem ter comido nada, seria
um grande erro. Afinal de contas, até o ponto onde o Sérgio estava, seriam uns
9 km e voltar para a pousada ou seguir para a portaria, seriam mais uns 9 km,
depois de já ter andado 18 km no dia.
Assim que já estava quase pronto para sair, conseguiram
convencer o Sr. Tião em sair para buscar o Sérgio. Foi um alívio. Para
compensar, ajudamos na arrumação da janta. Em pouco tempo ele foi e voltou. Ele
os encontrou a aproximadamente 2 km da pousada. Depois de um tempo, o Sérgio
conseguiu andar com bastante dificuldade. Assim que chegou, vimos a situação
dele. Estava bem ruim, tremia bastante, já quase desenvolvendo uma hipotermia.
Falei para ele ir para o banho. O que deu um pouco de ânimo. Já mais aliviado,
jantei e aí pensei que fosse descansar.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas, dizia Joseph
Climber... Logo após a janta, a Juliana começou a sentir uma falta de ar e seu
rosto começou a inchar. Estava desenvolvendo uma alergia a alguma coisa que
havia comido. Seu rosto inchou a ponto de não conseguir enxergar direito. Mais
um grande problema. Demos um anti-alérgico e esperamos um pouco até amenizar.
Aos poucos ela foi conseguindo respirar melhor, mas o rosto ainda estava muito
inchado. Tínhamos dois problemas agora.
Após uma conversa com o Sr. Tião, soubemos que ele iria
embora no dia seguinte e cobrou R$ 1.000,00 para levar os dois e mais um
acompanhante até São José do Barreiro. Se ele já iria embora, por que é que
mesmo assim ele cobrou por um socorro médico? São coisas difíceis de entender. Cada
um que faça sua avaliação.
Dia 2: Pousada Barreirinhas x Pousada Zé do Zico
Choveu a noite inteira. A noite não foi boa. Pensei muito no
que poderia ter acontecido. Ainda não havia passado por nada parecido, mas tudo
tem sua primeira vez. Levantei-me ainda bem cedo e fui à varanda. Condições
desanimadoras. Tomamos café e ficamos esperando a chuva dar uma trégua. O
Sérgio caminhava com dificuldade e Juliana ainda estava um pouco inchada, mas
conversava bem. A Carla acompanharia os dois de volta até São José do Barreiro.
Eles voltaram bem e ficamos sabendo dois dias depois que o Sérgio havia
quebrado o tornozelo e rompido o ligamento, tendo que operar. A Juliana foi
atendida em Rezende e passava bem.
Como a chuva não parava, resolvemos sair assim mesmo. A
caminhada continuava numa estradinha, agora um pouco pior que o trecho do
primeiro dia. Foi mesclando áreas abertas e mais fechadas. Aos poucos fui acostumando-me
com a caminhada num dia molhado e sem aquela vista. Inclusive, foi uma das
coisas que senti falta no primeiro dia. Passamos por uma casa à esquerda da
trilha, pegamos mais uma área de pasto e passamos pela Pousada e Camping da
Dona Palmira. Cruzamos uma porteira e seguimos subindo por um caminho que por
conta da chuva estava bem escorregadio. Optei por seguir pela margem, onde
havia um pouco da grama do pasto.
Passamos por alguns trechos de calçamento com bastante
cuidado, pois as pedras costumam escorregar bastante. Em alguns trechos foi bem
complicado. O barro vermelho molhado vira um sabão. Passamos na margem de um
pequeno lago e mais frente paramos na entrada da Fazenda Bananeira, onde
fizemos um lanche rápido. De volta a caminhada, passamos por duas casas um
pouco distante, mas não encontramos ninguém. Com um tempo nessas condições,
seria pouco provável encontrar alguém por ali, que não estivesse fazendo a Trilha
do Ouro.
A chuva foi diminuindo, mas o dia continuava bem instável.
Parece que o tempo passa mais rápido nessas condições. Chegamos á um córrego.
Estava com bastante água e seria necessário tirar a bota para passar. Havia uma
pinguela com dois troncos de árvore, mas que estavam em péssimas condições.
Achei melhor passar por ela do que tirar a bota. Eram dois troncos de espessura
diferentes e ainda estavam soltos. Balançava bastante, então foi preciso passar
com bastante cuidado. Só ao final que percebi que o arame que segurava um
tronco na qual servia de corrimão estava quase soltando. Bom que deu tudo
certo. Mas se também não desse, daria apenas um banho no azarado do dia.
Cruzamos por diversos grupos, uns conhecidos outros não. Em
algum momento todos se encontram, pois cada um vai pernoitando em locais
diferentes. Mais à frente, passamos por uma casa bem bonita. Sem sinal de
gente. Andamos bem e cruzamos uma porteira bem à beira de um grotão. Só era
possível ouvir o barulho forte do rio ao fundo. Descemos num trecho bem
escorregadio e logo chegamos a um descampado. Havia um senhor e uma criança
cuidando de uns cavalos. Um pouco depois, descobrimos que eles são os
responsáveis por levar os mantimentos de Mambucaba até o Zé do Zico. Ali era o
entroncamento para quem quisesse conhecer a Cachoeira dos Veados, talvez a mais
bonita da travessia, quiçá do Parque. Optei por deixar a cachoeira para mais
tarde e segui até o ponto onde faríamos nosso pernoite. Atravessamos a ponte
pênsil. Já na primeira passada, dei um leve escorregão. A madeira do piso
estava bem molhada e escorregava bastante. Segui com mais cuidado, pois o rio
estava cheio e a corrente era forte. Cair ali não estava nos planos.
Chegando ao Zé do Zico, foi hora de descansar um pouco.
Arrumei minhas coisas e dei uma volta para conhecer o local. A estrutura é boa
e há um gramado onde fica a área de camping. A casa é bem grande, mas simples.
Já tinha bastante gente e todos se organizaram. Para que ficássemos todos
juntos, me voluntariei em dormir num beliche na varanda. Aproveitamos para ir
conhecer à Cachoeira dos Veados. Chovia um pouco e estava tudo molhado pelo
caminho. Passamos por dois grandes pontos de acampamento e foi só chegar de
frente à cachoeira que podíamos sentir a sua força. Um forte deslocamento de
ar, unido ao barulho das águas, tornava a cena amedrontadora. Mas era
impossível não ficar hipnotizado pela beleza. Havia possibilidade de ir à parte
alta, mas como estava tudo molhado, achei melhor ficar por ali mesmo.
Voltando ao Zé do Zico, ficamos batendo um papo descontraído
na fila do banho. Jantei logo em seguida. Em algum momento da noite, olhei para
céu e vi algumas estrelas. Foi a esperança de que pudéssemos pegar um tempo bom
no último dia de caminhada.
Dia 3: Pousada Zé do Zico x Ponte de Arame
Acordei cedo e a primeira coisa que fiz foi conferir o
tempo. Estava levemente encoberto, mas com cara de que iria abrir em breve.
Como havia dito anteriormente, dormi na varanda, mas foi ótimo, não tendo
nenhum problema. Tomei meu café da manhã e arrumei a mochila. Não me preocupei
muito com a organização, pois não teria que tirar mais nada de dentro dela. Dei
uma volta pelo local e fui até a margem do rio, onde percebi que já havia baixado
o nível.
Estávamos todos prontos. Tiramos a foto oficial de partida e
iniciamos a caminhada. Pelos relatos que havia lido, esse último dia seria mais
complicado pelas pedras do histórico calçamento. Devido as chuvas e a grande
umidade, o caminho fica muito escorregadio e tombo pode ser perigoso. Todo
cuidado era pouco. Passamos da entrada da ponte e seguimos paralelos ao rio
durante um bom tempo, inclusive, sendo nosso companheiro durante toda a
caminhada. Ora ele estava mais perto, ora mais longe, mas sempre lá.
Logo de cara, tive uma surpresa quando vi a cachoeira dos
Veados ao fundo, uma vista espetacular. Estávamos em meio a uma mata muito bem
preservada. Um verde exuberante.O dia
estava bem firme e foi a primeira vez que vi o céu azul. Mas tudo tem seu
preço. Era bem cedo e já estava calor. Corria água por todos os lados. Tinha
bastante lama e a umidade era forte.
Aos poucos fui tomando a dianteira da caminhada,
ultrapassando diversos grupos. Tinha que andar com bastante cuidado para não
escorregar. Muitas vezes era preciso usar a borda da trilha, pois tinha muita
lama, daquelas que afunda o pé por inteiro. Achei uma picada no meio do caminho
e pelo barulho da água, deveria dar em alguma cachoeira. Resolvi descer para
conferir. Era um trecho do rio bem largo, com uma pequena corredeira, mas um
grande refluxo. Não seria ali que tomaria meu banho. De volta a trilha,
continuei andando.
Até o momento, só havíamos pegado descida e seria assim até
ao final. Depois de andar bastante, havia chegado em um novo rio. Andei um
pouco e vi que ele se encontrava com o rio Mambucaba, na qual havíamos
acompanhado desde o início da caminhada. Andei um pouco para tentar encontrar o
ponto de passagem e percebi que mais acima havia um outro caminho, fui seguindo
e cheguei a uma ponte que estava em péssimas condições. Inclusive, havia muitos
galhos obstruindo a passagem. Eu não quis arriscar. Voltei até ao ponto do rio
e percebi que a trilha continuava na outra margem.
Ali, fiz a minha parada para reencontrar o pessoal que havia
ficado para trás. Aproveitei para lanchar e tomar um banho. A água estava numa
excelente temperatura e pude ainda pegar um sol. Depois de alguns minutos
passou aquele senhor com a criança que estava com os cavalos, quando havíamos
chegado ao Zé do Zico no dia anterior. Eles atravessaram o rio com uma
facilidade e velocidade que me impressionou. Aos poucos, o pessoal foi chegando
e todos aproveitaram para tomar banho também. Vi que alguns grupos optaram por
atravessar a ponte. Como ainda faltavam algumas pessoas, fui à frente para
tentar encontrar com o motorista da van já ao final da caminhada. Então segui
andando.
Atravessei o rio e subi um pequeno trecho, voltando à trilha
principal. O calor foi aumentando à medida que estávamos mais próximo ao nível do
mar. E era um calor sufocante. Mas tinha que continuar e faltava pouco. Andei
num bom ritmo e logo cheguei a tão esperada ponte de arame. Nesse ponto já não sabia
muito bem para onde ir, ficando na dúvida se teria que atravessar a ponte ou
seguir pela estrada a minha frente. Tinha um carro estacionado e veio uma van. Eu
todo bobo achei que tivesse chegado, mas quando fui falar com o motorista, era
para outro grupo. Andei um pouco mais para frente, mas resolvi voltar até a
ponte e esperar um pouco.
Esperei um pouquinho e algumas pessoas foram chegando.
Resolvemos andar, pois pela hora, o motorista já deveria ter chegado. Andamos
alguns minutos e ela estava lá, estacionada na entrada de um sítio. Fiquei mais
aliviado. Tinham algumas pessoas lá também e aproveitei para entrar. Consegui
comprar uma jarra de suco, que até agora não sei qual era o sabor, mas estava
fantástico. Com o grupo reunido, seguimos para o local onde faríamos nosso
almoço. Comemos e tomamos banho, nos preparando para nosso retorno.
Já com sinal de internet, tivemos a notícia de que a Juliana
havia sido medicada em Resende, no próprio sábado e que estava em casa, estava
tudo bem com ela. O Sérgio havia quebrado o tornozelo em dois lugares e ainda
rompeu o ligamento. Iria operar na segunda feira.Bom, como diz o ditado: “entre mortos e
feridos, salvaram-se todos”. Mais uma travessia para a conta.