Dia: 18/02/2023
Local: Maricá
Participantes: Leandro do Carmo
Relato
Caminho percorrido
Aproveitando os dias de carnaval que estava em Rio das
Ostras, saí para mais um pedal. Minha rota de hoje era seguir para Rocha Leão
por um caminho que já conhecia e voltar por um outro que havia visto no Google
Maps. Saí de casa por volta das 6 horas e 40 minutos e fui pedalando a estrada.
O primeiro trecho é em asfalto. Passei pelas obras do Shopping de Rio das
Ostras e entrei na estrada vai em direção à Cantagalo. É uma estrada sem
acostamento e eu não gosto de pedalar nessas condições, mas segui em frente,
visto que não havia muito movimento.
Mais a frente, peguei a entrada em direção à Rocha Leão.
Agora, era estrada de chão e estava muito mais agradável e mais seguro pedalar.
Tinha bastante poeira na estrada. Passou um caminhão que levantou uma nuvem. Eu
já havia passado por ali há bastante tempo e tinha uma vaga lembrança. Não
mudou muita coisa. Quando cheguei em Rocha Leão, tudo ainda estava fechado. Não
tinha ninguém na rua, com exceção de um grupo de pessoas que estavam num ponto
de ônibus. Dei uma conferida no GPS para verificar o caminho até a antiga Estação
Ferroviária.
Segui a linha do trem e de longe conseguia ver a Estação.
Está bem cuidada e tem até dois vagões. Estes não tão bem cuidados quanto a
estação, mas vale a pena a visita. Fiz um lanche e descansei um pouco.
Continuei seguindo a linha do trem até entrar na Estrada da Macuca, que corta a
Reserva Biológica da União. Um caminho bem agradável. Ao final, estava na
Rodovia Serramar, RJ 162. Apesar do movimento, é uma rodovia que possui acostamento,
dando mais segurança ao ciclista. Foram 8,5 quilômetros até chegar à rotatória de
entrada da cidade.
Segui pedalando pela orla. Tinha muita gente pelo caminho e
demorei bastante para cruzar a Praia do Bosque a do Centro. Dei uma parada na
Praça São Pedro para descansar e segui pedalando, passando pela Praia do
Cemitério e a Boca da Barra. Cruzei a ponte antiga, atualmente interditada para
a passagem de veículos, onde parei para ajustar o banco. Segui em direção à
Praça da Baleia, onde peguei a orla de Costa Azul, passando pela praia do
Remanso, até chegar novamente em casa, depois de 44 km percorridos.
Iniciei uma campanha de financiamento coletivo para
viabilizar a publicação de um novo livro que preparei. Se puder contribuir, comprando antecipadamente ou apoiando com
qualquer valor (ou os dois!), só entrar no link do CATARSE abaixo.
O projeto consiste na arrecadação de fundos para a
publicação do livro "ADRENALINA, Meus relatos de aventura!". De minha
própria autoria, conta com 145 relatos, escritos durante 8 anos (2012-2019) e
publicados no blog www.pitbullaventura.com.br. Entre as aventuras, a
"Expedição ao Monte Roraima", "Escalada no Dedo Deus", a
"Escalada na Impressionante Agulha do Diabo", "Mergulho em
Abrolhos", "Travessia Petrópolis x Teresópolis", a dura
"Travessia da Serra Fina" e a "Trilha Salkantay" são apenas
algumas das grandes aventuras contadas no livro. Conta também, como foi
percorrer as trilhas de Niterói e Maricá para o lançamento do meu primeiro
livro, o Guia de Trilhas de Niterói e Maricá, projeto elaborado pelo Clube
Niteroiense de Montanhismo, finalizado em 2017.
O livro “ADRENALINA, Meus relatos de aventura!”, conta
com interação digital, onde é possível acessar, no momento da leitura, as fotos
e vídeos disponíveis, bastando apontar a câmera do celular para o “QR CODE” no
título de cada relato. Lá, o leitor poderá deixar seu comentário e interagir
diretamente com o autor.
A história
Superar os desafios, percorrer caminhos onde somente poucos
conseguissem chegar. Aproveitar a vida de maneira diferente, mais intensa. O
tempo só anda pra frente, passa rápido, por isso não abdico de meus objetivos.
Muitas vezes sou chamado de louco por gostar dessas aventuras. Sempre gostei de
estar em contato com a natureza e encontrei no montanhismo a conexão perfeita.
Passei por experiências fantásticas, algo que realmente mexeram comigo. Difícil
até de conseguir explicar. Talvez pelo comprometimento, talvez pelo risco ou
quem sabe somente pelo êxtase de sentir a adrenalina correndo pelo meu corpo.
Foi a partir de 2011 que comecei a escrever os relatos
dessas minhas experiências. Queria poder registrar esses momentos. Mas os
registros foram muitos e decidi criar um blog. Nele, teria a oportunidade de
compartilhar um pouco desses meus momentos de conexão. Escrever foi um desafio.
Meus obstáculos agora eram o teclado e a tela. Transpor em palavras o momento
exato daquele trecho mais perigoso da escalada era o desafio. Aos poucos fui
acumulando histórias e meu diário de bordo cresceu. Foram escaladas, trilhas,
mergulhos, remadas, etc. Conheci lugares fantásticos. Uns, praticamente, no
“quintal de casa”.
A pandemia chegou e a impossibilidade de poder fazer o que
mais gostava me fez colocar em prática um projeto antigo: transformar os
relatos escritos para o blog em um livro. E assim nasceu o livro: “ADRENALINA,
MEUS RELATOS DE AVENTURA”.
O Autor
Sou Leandro do Carmo, casado, pai de dois filhos,
multiesportista, com foco no Trekking, Escalada, Mergulho e Canoagem. Formado
em Administração pela UFF, MBA em Finanças pela FGV, trabalhando, atualmente,
com Gestão de Fundos de Investimentos. Fui presidente do Clube Niteroiense de
Montanhismo em duas oportunidades (2014-2016; 2018-2020) e Diretor Técnico
(2020-2022). Participei da abertura de várias trilhas em Niterói como o
Circuito Temiminó, Travessia Tupinambá e a Travessia da Serra de Itaitindiba,
em Maricá. Conquistei diversas vias de escalada e participei de diversas
reformas. Autor do Blog pitbullaventura.com.br e do Guia de Trilhas de Niterói
e Maricá.
Pedal Cassorotiba x Parque Paleontológico de Itaboraí
Dia: 04/02/2023
Local: Niterói/Maricá
Participantes: Leandro do Carmo, Hebert Calor e Andréa Vivas
Depois de ter feito o pedal até Ponta Negra, combinei com o
Hebert de fazer um pedal. Optamos por pedalar pela estrada de Cassorotiba, em
Maricá. Marcamos cedo e atrasamos um pouco a nossa chegada. Minha preocupação
era com o sol. Estamos num verão bem forte. Quando não está chovendo, está
fazendo sol. São só essas duas opções. E não dá para escolher. Vai na sorte.
Estacionei o carro em frente à Igreja de São João Batista, na entrada do Spar.
Montei minha bicicleta e aguardei o Hebert e a Andréa chegarem.
Saímos para o pedal por volta das 7 horas. O calor já estava
bem forte. Seguimos pedalando em direção à Estrada de Cassorotiba. Poucos
carros passavam pela estrada. Hoje, boa parte da estrada já está asfaltada e
está bem melhor do que quando passei pela primeira vez, a pé, quando fiz a
travessia da Serra de Itaitindiba pela primeira vez. Fomos pedalando até que o
asfalto acabou. Apesar de quente, estava uma manhã bonita.
Seguimos andando até começarmos uma subida mais forte. Não
consegui pedalar direto, mas cheguei lá. Ao final da subida, fizemos uma
parada. Ali tive que ajeitar meu banco. Depois de uma boa descansada,
continuamos o pedal. Dali, já pegamos uma descida, o que facilitou e compensou
a forte subida que havíamos passado. O caminho seguia bem bonito e paramos numa
bica d’água bem na beira da estrada, próximo a uma porteira. Após me refrescar,
seguimos pedalando. Passamos por algumas grandes poças de água, na qual, passei
com cuidado e com medo de ter algum buraco. Mais a frente, uma subida, onde parei
para apreciar a bela vista. O local impressionava. Uma área rural tá próxima do
centro urbano. Um privilégio.
Seguimos pedalando até entrar novamente no asfalto e seguir
até o Parque Paleontológico de São José do Itaboraí. Já na porta, estava
fechado por conta do horário. Mas entramos por uma portinha lateral e seguimos
até o portão onde dá acesso à Lagoa de São José. Estava fechado, mas o Hebert
foi procurar alguém que pudesse liberar o acesso. Como o vigia havia perdido a
chave, ele disse que podíamos pular. Passamos as bicicletas e seguimos até o
mirante ao final da estradinha. Tudo bem conservado e bonito. Ali, fizemos uma
parada e descansamos um pouco.
Após o descanso, pegamos as bicicletas e voltamos pelo mesmo
caminho. Parei no mesmo ponto onde havia parado na ida para apreciar a vista e
aproveitei para fazer algumas fotos. Nesse ponto, veio um grande grupo de
ciclistas. Dali seguimos pedalando e aproveitei para jogar uma água no corpo lá
na bica. Mais a frente, a grande descida na ida, se transformou, é claro, numa
grande subida. Nem pensei em seguir pedalando, saltei da bicicleta e fui
empurrando até o alto, onde paramos para descansar.
Dali, pegamos uma grande descida e seguimos pela estrada de
Cassorotiba. O sol estava bem forte. No começo, as árvores faziam uma sombra,
mas depois foi sol até o final. Esse trecho castigou, já estávamos próximos das
10 horas e trinta minutos da manhã. Cheguei no carro bem cansado. Arrumamos
tudo e fomos tomar um caldo de cana que desceu perfeito. Mais 33 km, nada mal
para o segundo pedal.
Participantes: Leandro do Carmo e Michel Cipolatti
Vídeo
Relato
Foi duro completar os 76 km de pedal. Afinal de contas,
nunca havia pedalado uma distância tão grande, o máximo que fazia era pegar a
bicicleta para ir até a praia de Icaraí e isso de vez em quando. Mas como estou
com vontade de pedalar pela Praia do Cassino, a maior praia do mundo, com cerca
de 235 km, tinha que fazer um teste. Já estava até atrasado na preparação.
Comprei minha bicicleta em dezembro de 2022, mas lesionei minha mão logo assim
que comprei e acabei quebrando duas costelas no dia 1º de janeiro, o que me
impediu de fazer esse pedal antes. Mas enfim, saiu!
Amanheceu um sábado chuvoso, uma chuvinha fraca, mas
constante. Pensei: “se o dia der sinal de melhoras, vou pedalar amanhã”. Fui
velejar logo após o almoço, já com bastante sol, o que me deu a certeza de o
dia seguinte fosse parecido com o de hoje: manhã nublada e tarde. Mandei uma
mensagem no grupo do Clube Niteroiense de Montanhismo, perguntando se alguém
queria me acompanhar. Só o Michel topou a empreitada. Marcamos de sair as 5
horas da subida de da Serrinha em Itacoatiara.
Acordei cedo, eram 4 horas da manhã. Tomei um café. Já havia
deixado tudo arrumado na véspera. Seguia até a entrada de Itacoatiara, onde
estacionei o carro e fui até o posto da subida da Serrinha, onde o Michel já me
esperava. Até pensei em atravessar até o Recanto de Itaipuaçú de carro e
iniciar o pedal de lá, mas resolvi começar dali mesmo.
Iniciando o pedal, comecei a subida da serrinha e fui só até
um certo ponto. Já ficou pesado. Tem um trecho bem íngreme no começo. Subi
empurrando e encontrei o Michel logo ali no Mirante. O dia estava bem aberto e
o sol já tinha nascido. Estava bem quente e pegar uma manhã nublada, como achei
que fosse acontecer, não rolou. Agora era torcer para não esquentar muito.
Dali, descemos até o recanto, cruzamos o canal seguimos paralelo a praia por
uma estrada de chão, até estar novamente na orla da praia de Itaipuaçú. A rua
já está toda asfaltada, faltando somente o acabamento em algumas partes. Mais à
frente, seguimos pela ciclofaixa da orla.
O mar estava bem calmo. Algumas pessoas corriam pela rua. Mais
a frente, passamos por uma festa, estavam quase fechando a rua. A gente ali
pedalando e o pessoal ainda bebendo. Algumas também estavam na areia pescando.
Passamos por um trecho onde existe uma colônia e lá tinham vários barcos e
redes esticadas na areia. Mais à frente, um grande grupo de caiaques na água
pescando. Não tinha nada aberto. Já no final da praia, fizemos uma rápida
parada para algumas fotos. Aproveitei para beber um pouco de água. Dali,
entramos na estrada que cruza a restinga. É o trecho mais bonito, até porque só
tem vegetação de restinga, uma paisagem fantástica.
Fomos pedalando e seguimos direto até Barra de Maricá, onde
pegamos o asfalto novamente. Como estava cedo, tinha pouco movimento. Passamos
por Barra de Maricá, cruzamos a ponte e seguimos por Guaratiba. Esse trecho é o
mais chato, porque a ciclovia é na calçada e não tem espaço na rua. Começamos a
procurar um local para tomar um café da manhã. Seguimos até Cordeirinho, onde
achamos uma pequena padaria. Ali, fizemos nossa parada. Michel aproveitou para
uma rápida manutenção na bicicleta dele. Comprei dois “Gatorades”. Depois do
merecido descanso, voltamos para o pedal.
Em pouco tempo, chegamos à Ponta Negra, sugeri passarmos
pela ponte nova, ainda não conhecia. Demos a volta, passando pelo centro de
Ponta Negra e paramos perto da boca do canal. Fizemos algumas fotos e demos uma
boa descansada. A praia já estava cheia e o sol esquentando cada vez mais. Era
hora de voltar. Afinal de contas, tínhamos muito caminho pela frente. Já estava
sentindo um pouco a perna, mas não dava para desistir.
Iniciamos a pedalada de volta, seguindo pela ciclofaixa até
cordeirinho. Eu já estava bem cansado e o banco incomodava bastante. Passamos
pela mesma padaria onde havíamos parado na ida, mas resolvemos seguir e parar
somente em Barra de Maricá. E continuamos a pedalada embaixo de um sol
implacável. Aproveitei uma pequena sombra para uma rápida parada. Já em
Guaratiba, pude ver a ponte e um alívio, pois já estávamos próximos a nossa
parada programada. Cruzamos a ponte e paramos próximo a uma padaria, em frente
ao DPO.
O calor forte desgastava demais. Ainda faltava toda a
restinga e a praia de Itaipuaçú. Depois de mais uma boa descansada, foi hora de
voltar. Subi novamente na bike e dei as primeiras pedalada. As pernas meio que
lutando para eu parar, mas logo avisei que não dava! Aos poucos, fui retomando
o ritmo. Seguimos agora pela orla, e logo estávamos na entrada da estrada de
terra que corta a restinga. Dali até Itaipuaçú, não teríamos sombra! Nem mesmo água
fresca. Era sol em cima o tempo todo. Optamos por seguir pela estrada próxima à
lagoa, visto que o Michel ainda não conhecia.
Passamos por Zacarias e seguimos pedalando. Ao fundo, as
montanhas de Maricá e a Serra da Tiririca ao fundo, por vezes me faziam
esquecer das dores que estava sentido, mas era só passar num buraco que
lembrava novamente. Continuei num ritmo bem tranquilo. Já próximo ao caminho
para voltar a estrada paralela à praia, tinham alguns carros parados com alguns
grupos pescando. Aproveitei para dar uma olhada no acesso à lagoa, pois estou
estudando a possibilidade de fazer a travessia das lagoas remando, saindo do
canal de Ponta Negra até a entrada do Canal da Costa.
Dali, pegamos o segundo caminho à esquerda e saímos já
próximos à Aeronáutica, fazendo um trecho maior do que se tivéssemos pego o
primeiro. Dali, foi rápido até a Itaipuaçú. Avistei uns pinheiros um pouco mais
a frente e avisei ao Michel que iria parar. Tinha que pegar forças para cruzar
a praia, apesar de que esse trecho, por ser asfalto, seria mais tranquilo.
Aproveitei para tirar o tênis e descansar bem. O vento agora era a favor,
apesar de fraco. Ajudaria pouco, mas já era bem melhor do que contra. Agora a
praia estava cheia e tínhamos que ter mais cuidado na ciclofaixa. Já no próximo
ao início da praia, demos uma parada numa sombra. O celular que estava na bolsa
da frente esquentou tanto que parou de funcionar. O sol estava forte.
Continuamos o pedal até o Recanto de Itaipuaçú, onde paramos
num mercado para fazer um lanche e descansar bem para o último desafio, ou o
tiro de misericórdia: a subida da serrinha! Nessa hora, eu me perguntava:
“porque que eu não havia deixado o carro ali?” Não adiantava chorar o leite
derramado, era subir e pronto. Eu saí a frente do Michel, mas logo ele me
alcançou. Nesse trecho, até subir quebra mola estava difícil. Fui subindo até
onde deu, e logo estava empurrando a bike. O Michel, guerreiro, passou por mim
pedalando e avisou que dava para subir. Achei até engraçado, só eu sabia do meu
sofrimento.
Foi duro chegar novamente ao mirante da serrinha. Lá
descansei mais um pouco. Resolvi descer empurrando, estava tão cansado que não
tinha condições nem de descer. Enfim havia chegado ao final! Me despedi do Michel
e segui até o carro, onde pude realmente relaxar. Havia pedalado cerca de 76
km, nada mal para quem nunca tinha pedalado uma distância maior que 5 km...