Acaba de ser terminada a conquista da via Mulheres Que Dizem
Sim, situada na face sudeste da Pedra da Gávea. A via possui aproximadamente
600 metros de extensão, feitos em 13 enfiadas até um grande totem aos pés do
imponente cume sul da montanha, de onde segue-se em vara-mato até o
topo. Toda em proteção mista e com pouquíssimos lances em artificial, as
"Mulheres" talvez sejam a maior via de escalada da cidade do Rio de
Janeiro.
Basicamente, a via é dividida em duas partes por um grande
platô onde bivacamos algumas vezes durante a conquista. A primeira parte
da via (até o grande platô) possui bonitos lances em agarras e
aderência que não devem passar de 5sup A0. Neste trecho existe uma grande
laca horizontal com 15 metros de extensão (a qual apelidamos de
"bota") toda protegida em móvel. Por si só, essa parte da
via (sete esticões com proteção mista e boas colocações) já
representa uma boa aventura.
Após o grande platô, na segunda parte da via, a parede fica
mais vertical e as "Mulheres" mais exigentes: enfiadas de sétimo
grau em lances de agarras, transpondo frisos, pequenos diedros, fendas e
buracos que, além de propiciarem bonitos lances, permitem a colocação de
proteção móvel.
O grau sugerido para via é 7º VIIb A0 E2 D4. As proteções fixas são em grampos
de 1/2" e os artificiais em parafuso. Deve-se levar um jogo completo
de camalots com os números 02 e 03 repetidos e um jogo de
stoppers. Pode-se rapelar de qualquer parte da via com uma corda de 60
metros.
O croqui está disponível na croquiteca do Clube
Excursionista Carioca.
Por ficar praticamente voltada para o oceano, a escalada
propicia um visual fantástico e a sensação de que se está fora da
cidade. O acesso para a via é feito pela Estrada do Joá em São Conrado, em
um terreno situado após a casa nº1000, para quem vem do bairro. Deve-se
subir a trilha (aprox. 30 min.) em uma leve diagonal para a direita até a base
da parede.
Conquistadores: Cadu Spencer, Miguel Monteza, Alexandre
Charão e Rafael Rossi. Apoio: Daniel d´Andrada. Centro Excursionista Carioca
(CEC).
DICAS: Algumas agarras ainda por quebrar; lacas soltas;
treinar comunicação, guia não vê o participante; descida por trilha; segurança
de corpo no final da via; a via mais forte dessa face; possui um lance no final
mais exposto que o normal da via; no verão, chegar bem cedo, fica sombra até
umas 10 horas.
Estava para repetir essa via há algum tempo. Havia feito ela
com o Guilherme há uns dois anos e meio. Na verdade, nem lembrava muita coisa
da via. Só me recordava da primeira enfiada, na qual considerei forte, se
comparando com as outras dessa face. Abri a atividade no site do ClubeNiteroiense de Montanhismo e fiquei na espera de algum participante... Não
demorou muito para que logo aparecesse uma companhia, acho que nem uma hora! A
Stephanie me passou um e-mail perguntando sobre a via e se ela poderia ir.
Ainda falei para ela: “Quem vai me dizer é você!”
Marcamos as 07:30 no gramado em frente ao Costão. Estava
tudo certo. A previsão era de tempo nublado, sem chuva, perfeito para uma
escalada. Alguns dias antes, o Marcos Lima me ligou perguntando se ele poderia
ir também. Ele tinha acabado de concluir o curso básico com o Ian e estava na
pilha de escalar. Pensei até em dizer que já estava lotada, pois não queria
muito entrar em uma cordada de 3, mas sem o sol... a história é outra. Falei
que estava tudo bem e avisei do horário. Combinamos de nos falar no domingo bem
cedo, pois se chovesse, cancelaríamos.
O domingo amanheceu bom e nos encontramos por volta das 7:30
h em Itacoatiara. Fomos direto para a caminhada de aproximação. Descemos pela
praia e seguimos no costão. Fomos paralelo à praia e começamos a subir na
altura do grande platô de vegetação. Algumas pessoas começam a subir antes,
sendo que, por onde passamos, é mais fácil. Encontramos muito lixo pelo
caminho, vi que havia necessidade de um mutirão de limpeza no local. Mas essa
fica para a próxima, nosso objetivo, pelo menos hoje, seria outro.
Na base, nos arrumamos e combinamos algumas coisas, pois nas
duas primeiras paradas perde-se o contato visual. Esse era o grande teste do
Marcos, ainda brincamos que seria a hora para saber se gostava ou não de escalar!!!
Comecei a subida com a segurança da Stephanie. Saí e costurei o primeiro
grampo. Continuei subindo e aos poucos a parede foi ganhando verticalidade. Os
lances são bons, bem protegidos e com agarras, umas melhores, outras nem tanto.
O negócio é que é constante. Alguns lances, precisava parar e dar uma analisada
melhor, demorando um pouco mais que o normal, mas fui tocando até chegar a
primeira parada, a única dupla da via. Algumas nuvens ameaçavam encobrir o
costão, mas o vento logo as dissipavam. Não estava aquela vista da praia, com
água verde, quase transparente, que estamos acostumado a ver nos dias sol, mas
as nuvens que encobriam parte da praia de Itacoatiara e o Morro das Andorinhas,
foi um espetáculo a parte.
Montei a parada e gritei que já estava preso. Consegui ouvir
o Marcos gritando OK. Tinha vento, mas não estava tão forte, deixando a
comunicação tranquila. A Stephanie veio escalando e pensei nos lances que havia
feito... Deve estar passando um perrengue!!! Mas ela conseguiu superá-los e depois
de alguns minutos comecei a ver o capacete dela e não demorou muito até chegar
onde eu estava. O Marcos veio logo em seguida e no mesmo ritmo, chegou onde
estávamos. Pronto, primeira parte da missão estava completa! A Stephanie ainda
comentou que se terminasse ali, estaria satisfeita. Mas eu não!!!! Missão
cumprida, é missão toda cumprida!!!
Logo tratei de me preparar para a próxima enfiada. Segundo o
croqui, o crux ficava entre o primeiro e o segundo grampo após a parada, numa
pequena diagonal para a esquerda. Ali eu lembrava bem. Costurei o primeiro
grampo, subi um pouco e abri bem a perna para a esquerda, num movimento de
tesoura, mas bem aberta mesmo, o suficiente para dar equilíbrio e continuar até
o segundo grampo. Dali fui seguindo reto, num caminho bem óbvio. Vi um grampo e
pensei que talvez dessa para chegar, dei uma esticada, mas não deu. Quando dei
uma afrouxada na corda, ela enroscou num grampo bem abaixo, fora do meu alcance
de visão, dificultando a minha subida. Voltei, desescalando até o grampo de
baixo e montei a parada. Tive que fazer um pouco de força puxando a corda na
hora da segurança da Stephanie, mas consegui traze-la. Isso cansou um pouco. O
Marcos veio logo em seguida e nos reunimos na parada.
Demos uma ajeitada nas cordas e saí para terceira enfiada. A
parede perdeu verticalidade e os lances foram ficando mais fáceis. Tem um
pedaço em que começa-se a escalar sem ver o próximo grampo, mais sem muita
dificuldade. Resolvi montar a parada no penúltimo grampo da via. Não tinha certeza
se teria corda o suficiente para chegar até ao próximo.
Quando a Stephanie chegou, um pouco cansada, avisei que mais
uns 20 metros e estaríamos no cume. Já dava até para ouvir algumas pessoas
conversando lá em cima. O Marcos chegou logo em seguida. Como já estávamos no
final. Não saí logo. Ajeitamos a corda com mais calma. Avisei que daria
segurança de corpo no final da via e comecei a escalar. Costurei o último
grampo e fui até cume do Costão. Lá, passei uma fita num arbusto, só como
backup e mandei a Stephanie subir. Ela veio e em seguida o Marcos.
Para o teste do Marcos, até foi bom. Bom não... Foi
ótimo!!!! Já começou com chave de ouro. Nesse ritmo, já, já, vais estar
guiando. E a Stephanie acostumada com o Córrego dos Colibris... Enfim, uma escalada
mais completa!!!!
Escalada na Via Paredão Mabelle Reis - Córrego dos Colibris
Local: Córrego dos Colibris / Parque Estadual da Serra da Tiririca
Data: 31/08/2014
Participantes: Leandro do Carmo e Stephanie Maia
Via Paredão Mabelle Reis – 4º IVsup E2 D1 - 140m
Dicas: Para acessar a
base da via, seguir a trilha do Córrego dos Colibris, quando chegar
a uma cisterna de cimento, seguir para a direita, depois virar para a
esquerda. Seguir reto até uma grande árvore a sua esquerda, após
seguir para a esquerda pegando um leito de seco de um córrego. Em um
determinado ponto verá a parede a sua direita. Ali fica a base da
Via Paredão Fogo do Inferno, seguindo adiante, chegará a uma grande
árvore, com o tronco oco. Virar 90º a direita até chegar a parede.
Na base, tem um diedro com vegetação. O começo da via é bem
vertical e dá para ver facilmente os grampos. Rapel obrigatório
pela própria via. Sem dúvida a melhor via do setor.
Relato
Última via do setor do
Córrego dos Colibris que faltava para eu para escalar. Com essa,
finalizaria o projeto com a Stephanie. Pela descrição da via no
guia antigo de Itacoatiara, do Léo Nobre, essa era a mais forte do
setor - 4º IVsup E2 D1 - 140m. Mas não foi por esse motivo que
deixamo-la por último. O fato é que começamos pela ordem da
direita para esquerda, fazendo a Estela Vulcanis primeiro.
Como o sábado foi
nublado, não precisaríamos sair cedo afinal de contas achávamos
que não daria sol no dia seguinte. Assim marcamos as 08:30 h da
manhã. Parei ainda na padaria para tomar um café. Mas não perdemos
muito tempo e logo estávamos na entrada da trilha. Como da outra
vez, nos arrumamos ali e seguimos para a base da via. Não tinha
muito informação de onde era base. Quando fiz a Fogo do Inferno, vi
a linha de grampos na parede e tirei como referência uma grande
árvore na mata. Entrei na trilha e após a cisterna de cimento e a
grande figueira, peguei a esquerda um leito de rio seco e fui
subindo. Passei pela base da via Paredão Fogo do Inferno e cheguei
numa grande árvore, que deveria ser a que tinha pego como
referência. Virei 90º a direita e cheguei na parede. Dali foi fácil
ver os grampos. Uma base limpa. Muito mais fácil de achar do que eu
estava imaginando.
O começo é bem
vertical. A saída é que tinha um pouco de líquens, o que a deixou
um pouco escorregadia. Tive que ir com bastante cuidado, analisando
bem os movimentos. Costurado o primeiro grampo, segui subindo sem
maiores problemas. Mais acima os lances ficam bem verticais, quase
uns 90º. Boas agarras, mas que num primeiro momento me deixaram
receoso, pois pareciam que eram umas pedras coladas na parede e que
poderiam soltar a qualquer momento... Mas depois que peguei
confiança, ficou mais fácil...
Passado o crux da via,
fiz a parada na primeira dupla de grampos, a uns 25 metros. A
Stephanie veio logo em seguida. Até que enfim um via boa nesse
setor, comentamos... Uma via limpa, sem vegetação... Achávamos que
não fosse fazer sol, inclusive, a previsão era de chuva para a
parte da tarde. Estávamos enganados... O sol veio com força e ali
já não tinha mais sombra. Já saí para ganhar tempo, afinal de
contas qualquer minuto a mais no sol faz a diferença. A segunda
enfiada foi tranquila, alguns pontos um pouquinho sujos, mas sem
problemas. Montei a parada novamente numa dupla de grampos. A
Stephanie veio em seguida. Na parada, aproveitamos para beber uma
água, o calor estava forte! Ela aproveitou para medir a inclinação
da parede naquele ponto, na qual registrou 54º.
Saí para a terceira
enfiada. Fui subindo e percebi que os lances foram ficando um pouco
mais expostos que nas duas primeiras envidadas. Para melhorar a
situação, as agarras foram ficando muito mais quebradiças. Tive
que escolhê-las com mais precisão. Não estava com a menor vontade
de tomar uma vaca... Fui subindo até um lance mais exposto que o
normal. Procurei ainda por algum grampo escondido e nada. E para
piorar, uma grande laca oca, na posição que eu estava, era
obrigatório passar. Procurei a melhor agarra. Quando pus força ,
ela quebrou... Se a melhor era essa... Tudo para testar o
psicológico!!! Quando olhei para baixo, tive certeza que o
psicológico estava em dia. Dei uma pausa e respirei fundo e toquei
pra cima.
Cheguei no grampo e
adiantei para não perder mais tempo. Subi mais um pouco e montei a
terceira parada. Avise a Stephanie para subir com cuidado ao passar
por aquela laca. Ela veio subindo e parou algumas vezes para
fotografar. Na parada, dava para ver o último grampo um pouco mais
acima. O calor já estava incomodando. Resolvemos descer dali, não
valia a pena ter que subir mais um lance só para chegar ao final da
via. Mas antes da descida, mais algumas fotos e mais uma medição da
inclinação, que estava na casa dos 49º, se não me engano...
Começamos a rapelar.
Ao todo foram 5 rapeis até a base. Quando terminei o último rapel,
vi como é bom ficar entre as árvores... Uma brisa começou a soprar
e refrescou ainda mais o ambiente. Aproveitei para fazer algumas
fotos da base e de algumas referências no caminho. Descemos a trilha
já pensando no caldo de cana gelado da volta...
Até a próxima!!!
Leandro na primeira enfiada
Na primeira enfiada
Blocos que identificam a base da via
Montando a segunda parada
Árvore na trilha , chegando nela, basta dobrar 90° para a direita e subir que chegará à base da via
Via Paredão Fogo do Inferno – 3º IVsup E2 D2 - Croqui
Dicas: Para acessar a
base da via, seguir a trilha do Córrego dos Colibris, quando chegar
a uma cisterna de cimento, seguir para a direita, depois virar para a
esquerda. Seguir reto até uma grande árvore a sua esquerda, após,
seguir para a esquerda pegando um leito de seco de um córrego. Em um
determinado ponto verá a parede. A base da via é difícil de
encontrar, pois precisa-se subir um costão com bastante vegetação
e bromélias. Não consegui achar o primeiro grampo. Rapel
obrigatório pela própria via.
Pela quantidade de vegetação que tem na base, é uma via que não recomendo.
Relato
Continuando com o
projeto de escalar as vias do Córrego dos Colibris para o trabalho
de mestrado da Stephanie, marcamos de fazer a Paredão Fogo do
Inferno. Foi a primeira via a ser conquistada no local. Nunca tinha
ido na base dela, sabia que tinha muita vegetação no começo. Mas
como tínhamos que fazê-la... Nossa idéia era começar bem cedo e
tentar fazer a Fogo do Inferno e a Mabele Reis no mesmo dia. Mas não
foi tão fácil assim...
Saímos por volta das
06:00 h da manhã e seguimos até Itaipú. Estacionamos o carro e já
saímos arrumados para a base da via, na minha idéia ganharíamos
tempo. Cruzamos a cisterna de cimento, a grande figueira e segui até
quase a base da via Aline Garcia e Chuva de Guias, onde seguimos por
um discreto caminho, muito fechado. Mais tarde saberia que não era o
melhor. Era um costão com muita vegetação. Seguimos subindo, com
um pouco de dificuldade até chegar a um local mais confortável.
Quando demos uma relaxada, vi que estava faltando alguma coisa: a
corda!!! Deixei a corda dentro do carro. Voltei rapidinho para
pegá-la, enquanto a Stephanie fazia algumas fotos.
Consegui voltar por um
caminho melhor do qual havíamos feito. Fui e voltei literalmente
voando! Já havíamos perdido tempo de mais. Continuamos subindo para
ver se encontrávamos o grampo. Procuramos durante um bom tempo e
finalmente achei uma sequência de 3 grampos. Ali, nos encordamos e
eu segui escalando. Foi difícil continuar. A vegetação aumentou
mais ainda, o que dificultou bastante a subida. Optei por seguir por
uma linha bem óbvia e sem bromélias, uma passada difícil e bem
suja, e nada. Nenhum sinal de grampos. Subi mais um pouco e nada,
avaliei seguir numa horizontal, mas se tivesse que desescalar,
ficaria mais complicado.
Voltei dali, até um
pouco mais abaixo e tentei o caminho mais fechado. Já estava
pensando até em desistir... Mas missão dada, tem que ser
cumprida!!!! Foi quando encontrei uma parada dupla. Mais acima tinha
outro grampo. Acho que agora havia encontrado! Montei a parada ali e
a Stephanie veio, pulando as bromélias com um maior cuidado. Ainda
falei: Tudo pela ciência!!! Vi que o lance era bem vertical e pelo
que havia visto no croqui, seria o crux da via. Estava bem sujo.
Nenhum sinal de frequência. Mas já estava ali e teria que seguir!
Perdemos bastante tempo
e já tínhamos a certeza de que não daria para fazer as duas vias.
Comecei literalmente a escalada. O grampo está um pouquinho alto e a
queda ali, iria direto à base. Ainda falei para a Stephanie ficar um
pouco mais para o lado, poi se eu caísse, iria direto em cima dela.
Mas segui sem problemas. Dali para cima a via já ficava como as
outras do local. Fui seguindo até a dupla de grampos, onde montei a
parada. A Stephanie veio logo em seguida. Ainda comentamos o quanto
essa via causa impacto na vegetação. Dali, dava para ver os grampos
da via Mabele Reis, a nossa próxima investida.
Subi novamente, agora
sempre vendo os grampos seguintes. Sem querer pulei um grampo, que só
foi visto pela Stephanie quando ela subiu. Contornei um pequeno platô
de vegetação e montei a parada. O sol deu uma esquentada.
Aproveitei para acelerar mais um pouco. Estava torcendo para ter uma
sombra no final via... Cheguei lá e nada de sombra, só o sol forte.
Pelo menos era uma parada confortável. Ficamos ali durante um tempo.
Aproveitamos para fazer um lanche.
Começamos a descida
pois o rapel era obrigatório. Até que fomos rápidos e chegamos até
a primeira parada dupla da via, naquele mar de bromélias. Dali, para
evitar ao máximo o impacto na vegetação, resolvemos descer
andando. Devagar passamos pela área mais fechada e seguimos descendo
pelos grampos. Nem o utilizamos, fomos devagar por um pequeno diedro
que tem no começo. Andar ali era muito desconfortável. Mas
conseguimos chegar até a base. Não foi por onde começamos, mas foi
por um caminho melhor.
Sem dúvida a pior via
do setor. Valia a pena até uma avaliação para verificarmos a
possibilidade de desequipagem. Pois por possuir as mesmas
características das outras vias do setor e por causar grande impacto
na vegetação, acho que ninguém sairia perdendo! Fica como
sugestão.
Enfim completo!
Faltando apenas uma, a Paredão Mabele Reis, mas essa ficará para a
próxima!
Foi concluída faz alguns meses uma conquista no contraforte do Perdido do Andaraí (conquistada por Carlos Arruzzo, Eliel França e Rodrigo Tavares, todos do CEG).
A via tem classificação geral em 3º, IIIsup, E1, D1, 100m. Seu nome é Roberto Schmidt, em homenagem a figura simpática e guia veterano que frequenta o CEG e o CERJ.
A saída pode ser feita pela laca que fica à esquerda da base da 12 de Fevereiro (usando camalots somente no final da laca que é muito larga no começo) ou por uma horizontal saindo do terceiro grampo desta mesma via. A via tem predominância de agarras. Ainda está suja e quebradiça, como em qualquer conquista recente. Foram feitas paradas duplas para possibilitar o rapel com maior segurança.
A via é interessante e agrega mais uma opção neste setor do Grajaú, que já conta com outras vias curtas e fáceis. Além disso, torna-se um verdadeiro oásis no verão, ficando na sombra por volta de 14:00H.
Estou enviando em anexo o croqui e uma foto da linha (agradeço ao Claudney do Light por esta foto!).
Projeto Limpando Nossa Praia - Um mergulho consciente!!!
Local: Praia de Itaipu
Dia 20/09/2014
Participantes: Leandro do Carmo, João Paulo Neto, Leonardo Carmo, Renato Rubis e Angelo Cordeiro
Relato
A ideia de fazer um mergulho para limpar o fundo já era um
projeto antigo. Sempre esbarrei na falta de participantes. Conversando com o
Felipe Queiroz do Parque Estadual da Serra da Tiririca, fiquei sabendo que teria
um evento de limpeza na praia de Itaipú. Fiz alguns contatos e logo arrumei um
voluntário, o João Paulo. Ele ficou bastante entusiasmado com a idéia e logo
nos organizamos. Fizemos vários convites, mas no final das contas, estávamos em
apenas três para o mergulho. Pouca
gente, mas o suficiente para efetuarmos o trabalho.
Com tudo certo, fui procurar alguém para ficar no apoio com
os caiaques. Meu medo era ficar muito vulnerável com o movimento das
embarcações na superfície. Assim falei com meu tio, o Renato e meu irmão
Leonardo, que logo aceitaram o convite. Assim estávamos com a equipe completa.
No dia do evento, o João Paulo foi pegar as garrafas alugada
em Jurujuba. Eu, meu irmão e meu tio, chegamos cedo em Itaipu, pois nosso medo
era não conseguir um bom lugar para estacionar e ter que carregar o equipamento
por uma distância maior. Ficamos bem localizados e assim que estacionamos o
carro, fomos retirando os caiaques de cima do carro, deixando tudo pronto. Algum
tempo depois, o pessoal do Parque Estadual da Serra da Tiririca – PESET chegou
e montou o stand que receberia os voluntários.Fui até a praia, onde outro grupo também organizava atividades,
inclusive uma de mergulho. Ali estava a maior concentração de pessoas. Voltei e
meu irmão e meu tio foram para a água dar uma remada enquanto eu aguardava o
João Paulo.
Nesse meio tempo, o João Paulo me ligou dizendo que tinha
que esperar encher as garrafas, pois as que tínhamos alugado, foram levadas por
outra pessoa.Paciência. . . Era preciso
20 minutos para encher uma. Como havíamos alugado 3, teríamos um atraso de 1
hora. Não tinha outra maneira a não ser esperar. Depois de algum tempo, dei uma ligada para o João Paulo que
falou que já estava no estacionamento. Fui até lá, peguei os últimos
equipamentos e levamos tudo para a areia. Já tinha bastante gente quando
chegamos. Algumas pessoas já haviam começado a coleta de lixo na praia.
Com tudo pronto, decidimos que começaríamos o mergulho numa
pequena enseada e seguiríamos batendo o fundo até um determinado ponto mais a
frente.Levamos tudo para a água e fomos
colocando em cima do caiaque. O meu ficou super lotado: duas garrafas com
colete, cintos de lastro, roupa, nadadeira e mais algumas coisas. Meu tio levou
algumas coisas e o meu irmão, como tem um caiaque fechado, teve que rebocar uma
garrafa com um colete, o que deu um arrasto forte. O João Paulo e o Ângelo
seguiram pela areia e foram caminhando até o nosso ponto de saída.
Fui remando até lá e vi que o mar estava um pouco mexido.
Mas ali era raso e daria para desembarcar o equipamento. Não estava muito confortável,
mas foi o que deu. Tinha muito ouriço no fundo de pedras, o que nos rendeu
alguns espinhos no pé. Rapidamente nos arrumamos e seguimos até um ponto mais tranquilo.
Ali, combinamos que o Leonardo e o Renato nos acompanhariam durante o mergulho,
dando o apoio necessário. Faríamos 30 minutos de mergulho, subiríamos até a superfície
e programaríamos o próximo.
Assim fizemos. Descemos e fomos seguindo. A visibilidade não
era das piores. Já nesse começo, retiramos alguns plásticos e mais a frente vimos
uma âncora, que marcamos o local para voltar um outro dia. Mais a frente,
retiramos alguns cabos e redes e fizemos nossa primeira subida à superfície. Deixamos
nos caiaques o material recolhido evoltamos para o fundo.
Continuamos nosso mergulho e mais a frente, retiramos mais
rede e cabos enroscados, que por sinal é o que mais tem no local. Deu muito
trabalho, pois estava bem preso entre os corais e tínhamos que cortar os cabos
e ir dividindo em pedaços menores, para facilitar a retirada. Soltei também, um
grande pote de plástico que estava preso e um grande pedaço de rede.
Quando estávamos com uns 40 minutos de mergulho, subimos e
decidimos ir voltando devagar. Na volta, encontramos um barco que nos avisou
que havia uma grande rede bem abaixo deles e que não estavam conseguindo
tirá-la. Descemos e analisamos o local. Vi que ela estava agarrada em duas
grandes garatéias e enroladas em cabos. Vi que para tirá-la, precisaria
cortá-los. Assim começamos. Cortamos alguns cabos e fomos puxando e, devagar, a
rede foi soltando. O problema agora era conseguir trazê-la para a superfície.
Eu, João Paulo e o Angêlo seguramos nos cabos e começamos a subir. Fizemos
muita força, mas conseguimos chegar à superfície. Tivemos ajuda do barqueiro
Léo, onde conseguimos colocá-la em cima do barco, finalizando com sucesso o
resgate.
Como essa subida foi bem cansativa, aceitamos a carona do
Léo até a praia. No caminho ouvimos alguém pedir ajuda, eram dois mergulhadores
que tinham achado uma tampa de fogão, mas que pelo peso, não estavam
conseguindo subir com ela. Arrumamos um cabo no barco e o João Paulo desceu e
amarrou a tampa e cortou alguns cabos que a prendiam, assim, do barco,
conseguimos puxá-la. Com mais esse inusitado lixo, ouvimos mais dois
mergulhadores chamarem Um deles, era o Sérgio Schueler avisando que acharam um
triciclo. Chegamos perto, puxamos o cabo e colocamo-lo dentro do barco. Agora
sim estávamos pronto para voltar.
Chegamos à praia e tinha tanto lixo que foi preciso colocar
o barco na areia para retirar tudo. Algumas pessoas ajudaram e assim ficou mais
fácil. Levamos tudo para um local reservado na praia, onde alguns biólogos
faziam a separação e retiravam alguns seres marinhos que estavam presos na rede
e nos cabos.
Missão cumprida!!! Pousamos para a foto junto com o nosso
troféu!!! Valeu pessoal e que essa seja a primeira de muitas!!!! Até a próxima!!!!