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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Conquista da Via Carlos Boechat - 4° Vsup E2 D2 - 220 metros

Por Michel Cipolatti

Conquista da Via Carlos Boechat - 4° Vsup E2 D2 - 220 metros

Dicas:

Para acessar a base, seguir pelas pedras à direita da prainha de Itacoatiara, até encontrar a trilha que passa abaixo das casas de um condomínio e descer no setor de boulders do Oriente (caminho também frequentado por pescadores).

A via se inicia próximo ao último bloco deste setor, que fica “apoiado” na parede. Da base, é possível ver as quatro primeiras chapeletas e a fenda que permite vencer o trecho negativo.

A primeira parada dupla (P1) foi instalada na quinta proteção fixa, logo após a fenda, para evitar o atrito da corda na aresta da parede e o “peso” a ser puxado pelo guia, além de facilitar a subida do participante e a comunicação entre os dois. É possível esticar da base até o P2 com uma corda de 60m, no limite da corda.

Os esticões seguintes são predominantemente em agarras (cristais) e algumas passadas em aderência. A via segue tendendo levemente para a esquerda.

Após a última parada dupla (P5), é possível caminhar até a trilha do morro das Andorinhas, que dá acesso próximo à praia de Itaipu. A via pode ser rapelada com uma corda de 60m, porém, recomenda-se a descida por esta trilha, para evitar danos à vegetação da parede durante o rapel, evitar o rapel em aresta na chegada à base, e ainda, para desfrutar do mirante do Morro das Andorinhas, voltado para as lagoas de Itaipu e Piratininga na descida.

Download do croqui em PDF


Via Carlos Boechat

Relato da conquista da Via Carlos Boechat



Com a perda do amigo, engenheiro, administrador regional da Região Oceânica de Niterói, durante muitos anos eleito vereador de Niterói, que nos deixou aos 70 anos, no dia 12 de dezembro de 2020, vítima de covid-19, iniciei uma busca por uma parede a fim de conquistar uma via de escalada em sua homenagem, em alguma formação rochosa de Niterói. Foi lançado o desafio!

Normalmente, se encontra uma parede, se conquista uma via, e durante (ou depois) se decide o seu nome. Desta vez foi ao contrário. Eu já tinha o nome da via, mas não sabia onde seria.

A escolha da linha não foi fácil, pois, apesar do relevo acidentado, o município possui diversas vias e algumas paredes já não comportam novas conquistas. Além disso, a intenção era abrir uma via “diferenciada”. Tanto o local, quanto a vista, deveriam impressionar os escaladores que viessem a conhecer e repetir.

Foram paqueradas algumas possibilidades no Morro do Morcego, Santo Inácio, Cantagalo, Costão de Itacoatiara e Alto Mourão. Foram vários dias de procura e olhar atento às paredes, quando certo dia, meus olhos bateram na face sudeste do Morro das Andorinhas, aquela voltada para Itacoatiara. A rocha possui muita vegetação, e à primeira vista, não seria um local apropriado. Porém, ao chegar na base, depois do setor de blocos do Oriente, encontrei uma linha relativamente “limpa”, com pouca vegetação. Definido, então, o local e o traçado da via. Ao consultar o Parque Estadual da Serra da Tiririca, foi constatado que este setor não possui vias de escalada e encontra-se liberado para novas conquistas. Ufa!

Escolhido o dia 26 de janeiro de 2021 para iniciar a ascensão. Ao convidar alguns escaladores para fazer a minha segurança (e ninguém pôde ir comigo), decidi iniciar sozinho, em auto-segurança, o que dificulta mas continua sendo possível. Assim, o desafio se tornou ainda maior.

Avistei uma fenda negativa a cerca de 15 metros da base em que foi preciso usar uma estratégia inusitada para mim. Deixei a mochila com a furadeira pendurada pelo cliff na quarta chapeleta, subi a fenda em livre e só então puxei a mochila para cima. Foi o maior perrengue!

A parede demanda uma diversidade de técnicas de escalada, com lances atléticos, como a referida fenda, e lances mais técnicos, como os cristaizinhos e as aderências no meio da parede. Foram cinco investidas que demandaram muito esforço e dedicação. Vários momentos de risco e dificuldade (o risco era controlado, viu, mãe?) e muita adrenalina. Durante os momentos de cansaço, dor e desconforto, consegui manter o foco e a motivação, pois a vontade de vencer o desafio era maior (frase boa para o vídeo).

O resultado foi uma escalada muito bonita, com seu início bem próximo do mar, onde as ondas batem na base da montanha, o que traz ao mesmo tempo uma mistura de paz e apreensão. Difícil de explicar! Meu objetivo foi atingido (pelo menos eu fiquei impressionado). Na última investida, no dia 15 de abril de 2021, o mar estava agitado e o início da via molhado pelos respingos. Para completar a beleza do local, a vista para um “cartão postal da cidade”: a praia de Itacoatiara cercada pela Serra da Tiririca.

Fico muito satisfeito com o resultado, na torcida para que muitos escaladores a admirem com o devido cuidado com a vegetação, e faço a doação da via ao Clube Niteroiense de Montanhismo.

Fico, também, muito honrado em conseguir fazer esta homenagem. Este trabalho, além de eternizar em uma montanha da Região Oceânica o nome do “amigo incansável”, como disse o Prefeito da cidade em uma homenagem (e o Boechat era mesmo uma pessoa excepcional), certamente contribui para o desenvolvimento do montanhismo na cidade de Niterói.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Escalada na Via Leila Diniz e Remada em Itaipu

Leandro do Carmo

Via Leila Diniz e Remada em Itaipu

Dia: 07/03/2022
Local: Itaipu
Participantes: Leandro do Carmo, João Pedro, Gabriel Oliveira e Angela


 Relato  

Nos preparamos para uma conquista na Ilha do Veado, em Piratininga. O Gabriel e o João já haviam ido algumas vezes. Conquistar uma via já exige uma logística mais elaborada, ainda mais em uma ilha. As vias do local seriam as primeiras do tipo em Niterói, não há relatos de conquista insular na cidade. Para esse dia, levamos um caiaque e um SUP. A conta não bate, somos quatro, temos uma prancha e um caiaque? Os outros dois irão nadando, simples.  

E assim combinamos. Chegamos à Piratininga um pouquinho antes das 5 horas da manhã. Ainda estava escuro. Tudo vazio. Foi só estacionar o carro e pude ouvir o barulho das ondas batendo. Penei logo: “não vai rolar”. Mas para ter certeza, fui com a Ângela dar uma conferida no mar. Fomos pela areia e passamos por alguns pescadores. De perto, deu para confirmar minhas suspeitas: o mar realmente estava forte. As ondas estavam quebrando com força na areia. Voltamos para o carro para esperar o Gabriel e o João, que ainda não haviam chegado.  

Assim que o Gabriel e o João chegaram, pelo barulho das ondas, também sentiram que hoje seria complicado. Conversamos sobre outra possibilidade. A idéia era fazer alguma via. Resolvemos ir para a Leila Diniz, em Itaipu. Seguimos até lá e como estávamos com o caiaque e a prancha em cima do carro, resolvemos deixar um carro num estacionamento fechado, pagando um pouco mais caro, porém garantindo a segurança. Deixei meu carro no estacionamento em frente à praia. Separamos o equipamento e seguimos para a base da via.  

A praia estava vazia. Deu para ver um grupo de pescadores puxando uma rede e lembrei-me da minha infância quando via com mais frequência esse tipo de pesca artesanal na região. O dia estava completamente aberto. Por esse lado aqui de Itaipu, nem sinal de ondas. O mar estava um tapete, bem diferente das condições de Piratininga. Agora não tinha jeito. Já na base, nos arrumamos e o Gabriel e a Ângela saíram para primeira cordada. Eu e o João seguiríamos em seguida.  

O João subiu rápido e fui logo em seguida. Como de costume, a primeira enfiada fica com bastante areia da praia. O crux da via está nesse trecho, mas com agarras bem sólidas. Subi rapidamente e logo cheguei à parada onde o João estava. Resolvemos subir à francesa na próxima e fui até acabarem as costuras, mesmo pulando algumas proteções. Avançamos bem e o João veio logo em seguida. O Gabriel e a Angela estavam na mesma tocada, subindo quase juntos a nós.  

Montei a parada e o João veio logo em seguida. Como estava com as costuras, subiu direto, tocando pra cima. A vista estava impressionante. A cor da água surpreendia. Era um tom de verde que nos fazia parecer estar na Ilha Grande. Em vários trechos do costão do Morro das Andorinhas podíamos ver as pedras do fundo. Ainda estávamos na sombra, mas o sol já dava sinal que apareceria a qualquer momento.  

O João tocou, parando mais acima. Subi logo em seguida. E fomos assim até o final da via. Já no platô, o sol chegou tranquilo. Fizemos um lanche e apreciamos a vista, que por sinal, continuava fantástica. Até foi melhorando, na medida em que o sol batia, dando um contraste com aquela água clara, parecendo uma pintura. Meu medo era ter bastante capim na saída, estávamos no verão e, geralmente, ali fica complicado. Dei uma volta e parecia que não seria tão ruim assim. Guardamos todos os equipamentos e começamos a saída. Até que foi mais fácil do que imaginava. Atravessamos o trecho, praticamente em linha reta e logo estávamos na trilha do Morro das Andorinhas.  

No caminho de volta, resolvemos dar uma remada. Pensamos na possibilidade de alugar algum caiaque duplo para que todos pudessem remar. Deixamos os equipamentos de escalada no carro e fomos até a praia procurar alguém que tivesse alugando. Conseguimos achar um e voltamos ao carro para pegar os equipamentos. Não foi tão fácil passar com a prancha pela areia. A praia já estava lotada. Entrei no mar e aguardei o João, Gabriel e a Angela. Nossa idéia iniciar era ir até a Ilha Mãe.  

A água estava mesmo fantástica, corroborando com a impressão que tive lá de cima. A temperatura estava bem agradável, apesar do sol forte. Mas, não deixei de passar protetor solar e colocar uma camisa manga comprida com proteção UV, além de um boné, é claro. Fomos costeando o Morro das Andorinhas. Eu já fui muitas vezes ali, mas hoje foi um dia daqueles na qual poderíamos classificar como inesquecíveis. Nem acreditava que estava em Itaipu. Remamos até um pouco depois da Ilha Menina, onde percebemos um vento mais forte. Optamos por ficar por ali.  

Voltamos bem devagar, curtindo esse dia espetacular. Difícil foi conseguir atravessar a praia lotada. Uma aventura a parte. Mas até que o improviso deu certo. Mas será que foi melhor do que o programado? Essa resposta nunca terei...  








terça-feira, 8 de março de 2022

Escalada na via Ezequiel Gongora

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Ezequiel Gongora - 4º V E2/E3 D1 160m

Data: 15/02/2022 
Local: Morro do Ubá - Itaipú
Participantes: Leandro do Carmo e Marcos Lima

Via Ezequiel Gongora






Relato

Toda vez que falava com o Velhinho sobre escalar, ele falava: Vamos lá fazer a Ezequiel Gongora... E isso foi ficando. Eu ainda não havia ido nesse setor. Além da Ezequiel Gongora, a maior via, existem outras mais curtas, mas pouca informação de repetições. Mas a via saiu sem programação...

Já era quase oito da noite, quando passei uma mensagem para o Velhinho perguntando se ele queria escalar no dia seguinte. Ele disse que havia marcado com o Arthur para ir na Serrinha. Eu me convidei e marcamos as 7h30min no posto da subida da estrada para Itaipuaçu. Por volta das 7 horas da manhã, ele me enviou uma mensagem avisando que o Arthur não iria mais. Tranquilo, iríamos só eu e ele. Cheguei à casa dele as 7h 30min e antes de entrar no carro ele já disse: Ezequiel Gongora. Excelente ideia!

Seguimos em direção a entrada da pequena trilha. Estacionamos o carro. A entrada da trilha não está marcada e não tão óbvia. Inclusive, marquei no Wikiloc para facilitar. Já na trilha, após nos aproximarmos do muro de uma casa, ouvimos alguém gritando: “Não pode fazer essa trilha não”. De vez em quando ouvimos relatos de que moradores reclamam. Da próxima vez, vamos sem fazer barulho.

Fomos caminhando e identificando a base das outras vias, com a ideia de repeti-las em outra oportunidade. Como havia dito, a trilha é bem curta e logo estávamos na base, que por sinal é bem fácil de identificar. Ali, nos arrumamos e eu saí para guiar a primeira enfiada. Estava nublado e uma temperatura bem agradável. A saída foi bem delicada com pequenas agarras. Fui subindo até vencer uma barriga numa sequência de 5 grampos até começar a ir uma pouco para a direita. Os lances são bem técnicos. Com mais uma subida, estava na primeira parada.

Via Ezequiel Gongora

O Velhinho veio logo em seguida. Na parada, ainda comentamos o quanto o dia estava agradável. Pela posição do sol, se o céu estivesse aberto, já estaríamos querendo ir embora. Mas a brisa estava ótima e logo saí para a segunda enfiada. Saí num lance bem longo e logo estava próximo a uma canaleta. Subi pela borda da esquerda, onde tem mais agarras, mas algumas com risco de quebra. Fui bem devagar e escolhendo bem onde por as mãos e os pés. Subi até um grampo, mas resolvi descer e parar no de baixo.  O velhinho chegou logo depois.

Na parada, pedi para o Velhinho guiar a próxima enfiada. Ele prontamente aceitou e saiu. Foi subindo e costurou um grampo que estava meio escondido e mais acima, perdemos contato visual. Já na parada, foi minha vez de subir. Saí para escalar e logo venci os primeiros lances. Com corda de cima, não precisa escolher tanto as agarras. Acredita e vai. Mais alguns metros e estava na parada, bem antes do crux.

Dali, já podíamos ver o trecho vertical onde está o crux. Descansei um pouco, me preparei e saí para guiar a última enfiada. A saída foi tranquila, até chegar a um grampo. O trecho fica bem vertical, mas agarras são bem sólidas, diferente da enfiada anterior. Isso deu um pouco mais de confiança. Fiz uma passada reta e logo costurei o grampo de meio. Não dava para ver o próximo, mas era só subir. Não hesitei. Me reposicionei e toquei pra cima. Coloquei um pé mais alto e procurei uma boa mão e fiz o lance, saindo um pouco mais para a direita. Depois de dominado o degrau, passei a solteira no grampo de inox. Respirei fundo e aí, tudo ficou mais tranquilo.

Via Ezequiel Gongora

O Velhinho veio em seguida. Na parada, pedi para o velhinho descer de baldinho até um grampo de baixo, para evitarmos fazer o rapel dali. E assim começamos a descida até a base da via. Já na base, nos arrumamos e seguimos para tomar um Assaí em Itacoatiara. Ainda bem que o Arthur furou... Tive a oportunidade de escalar uma via que ainda não havia feito em Niterói.



Via Ezequiel Gongora

Via Ezequiel Gongora

Via Ezequiel Gongora

Via Ezequiel Gongora

Via Ezequiel Gongora

Via Ezequiel Gongora

Via Ezequiel Gongora

Via Ezequiel Gongora

Via Ezequiel Gongora



terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Stand Up - Ilha Mãe

Por Leandro do Carmo

Stand Up – Ilha Mãe

Data: 20/01/2022
Local: Charitas
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Carina, Flávia Figueiredo, Leandro Pestana, Fernando Marques e Luciana Caribé

Depois de remar duas vezes na Baía de Guanabara, resolvi ir para Itaipu. Minha ideia era remar até a Ilha Mãe. Dessa vez não fui sozinho. Marcamos de nos encontrar as 6h, na Lagoa de Itaipu. A ideia de sair da lagoa, era para evitar pegar a praia cheia na volta, além de caminhar pouco com a prancha e caiaques.

Chegamos na hora combinada e fomos arrumando as coisas até entrarmos na água. A maré estava cheia, corria pouca água no canal. Foi fácil iniciar a remada e chegar à arrebentação. Conforme o tempo passa, o canal fica mais assoreado. Tô vendo o dia dele fechar e voltar a ser como era. Muita gente não sabe, mas o canal não é natural, ele foi aberto de forma permanente na década de 70.

As ondas estavam pequenas e passar a arrebentação foi bem tranquilo. Dali, rumamos para a Ilha Mãe. A remada foi bem tranquila. Mais um dia bem agradável. Rapidamente chegamos lá. Ficamos um bom tempo parados deixando a maré levar. Aproveitei para dar uma remada em volta. Depois de um tempo, começamos a remar de volta. Ainda fomos à enseada da Casa de Pedra.

Não foi fácil entrar no canal de Itaipu com a maré vazando. Estava forte. Tive que remar com mais força para vencer a correnteza, logo após a arrebentação. Passado esse aperto, seguimos remando até ao ponto onde saímos. Uma boa manhã.








segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Trilha do Alto Mourão

Por Leandro do Carmo

Dia: 02/01/2022
Local: Parque Estadual da Serra da Tiririca
Participantes: Leandro do Carmo

Aproveitando segundo dia do ano e uma trégua nas chuvas, fui ao Alto Mourão, depois de quase 2 anos! Já tinha tanto tempo que não subia... Sem dúvidas, uma das mais belas trilhas de Niterói e Maricá. Sim, de Niterói e Maricá, pois a trilha percorre boa parte da linha que divide os dois municípios. Confira o vídeo que fiz com dicas do início da trilha, bem como os trechos mais técnicos. 



segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Escalada na Via Dois Dias de Sol - Vale da Serrinha

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Dois Dias de Sol 

Data: 03/10/2020 

Local: Vale da Serrinha – PESET 

Participantes: Leandro do Carmo e Luis Augusto




Mais uma conquista que eu ainda faltava repetir toda. Havia feito alguns trechos, pois não pude ir à todos os dias das investidas. Depois de ter feito a via CNM 15, mandei outro convite no grupo de CNM perguntando se alguém gostaria de escalar a via Dois Dias de Sol. O Luis e o Velhinho aceitaram o convite. De última hora, o Blanco também resolveu ir e acabou fazendo cordada com o Velhinho. 


Havia previsão de mudança de tempo no sábado de manhã, entraria um vento mais forte. Mesmo assim, marcamos cedo e seguimos para a base da via. Encontramos a Andressa e a Márcia também indo pra lá. Elas iriam fazer a Golpe do Cartão. Como para fazer a Dois Dias de Sol, também é preciso fazer a primeira enfiada da Golpe do Cartão, acabaria que todos começariam na mesma via. 


Chegando à base, encontramos o Thiago Lima numa cordada. Já estava terminando a primeira enfiada. Via lotada! Para ganhar tempo, o Velhinho e o Blanco foram escalando a francesa. E logo saíram, passando a cordada do Thiago. Eu comecei a escalar, assim que o Blanco subiu.  Subi rápido e logo cheguei o Thiago. Eu e o Luis também escalamos a francesa nesse trecho. O trecho da diagonal para a esquerda, que geralmente fica molhado depois das chuvas, estava completamente seco. Passei do trecho tranquilo e fiz a parada um grampo após a primeira parada da via, assim não atrapalharia a cordada do Thiago. 


A ideia era seguir a francesa, mas o arrasto da corda estava grande e resolvi para ali mesmo. O Luis veio logo em seguida e saiu para guiar o a próxima enfiada. Assim que ele chegou à parada, comecei a escalar, chegando rapidamente até ele. Aproveitei para fazer a variante “O Medroso Mais Corajoso”, indo até o primeiro grampo após a trilha da via “De Olho Nas Vizinhas” e voltei, saindo para guiar a terceira enfiada da via, a melhor da via. O dia estava bem agradável e o vento forte que entrava na manhã foi um espetáculo.




Saí para a esquerda, subindo um pouco e fiz a leve diagonal para a esquerda. Entrei no primeiro crux, costurando e subindo até uma proteção mais alta. Coloquei uma fita longa para diminuir o arrasto da corda e segui para os grandes degraus. Subi o primeiro e entrei na canaleta, fazendo mais por dentro. A rocha nesse ponto tem uma excelente aderência e é bem diferente dos trechos anteriores. Um lance bem bonito. Mais alguns metros e estava na última parada. O Luis veio rápido e fomos para o mirante do Carmo, onde nos preparamos para o rapel.


O vento estava bem forte, espantou o calor. Ainda ficamos ali um tempo. Como a trilha do Alto Mourão ainda está fechada por conta da pandemia, optamos por rapelar pela via Didática. Pensamos até em descer pela via Bruno Silva, mas teríamos que descer pelo outro lado.  Descemos rápido e ainda pudemos ver a Andressa e a Márcia rapelando a via Golpe do Cartão. Na base, o Velhinho precisou ir embora e eu, Luis e o Blanco fomos num projeto que estamos conquistando, uns 50 metros antes da via CNM 15. Ficamos lá por um tempo dando um treino na via, até que todos cansaram.  Uma boa manhã de escalada.