Pré-venda liberada no site do clube! ENTREGA A PARTIR DE
01/07/2017. Preço promocional de lançamento por tempo limitado. Adquira já o
seu e ajude o projeto!
Guia de Trilhas de Niterói e Maricá
Com o intuito de viabilizar a continuidade do projeto,
estamos lançando a pré-venda do Guia de Trilhas com preço promocional até
01/07/2017. Adquira já o seu.
O GUIA SERÁ ENTREGUE SOMENTE A PARTIR DE 01/07/2017.
O Guia conta com aproximadamente 250 km de trilhas mapeadas
e distribuídas em 13 setores nos municípios de Niterói e Maricá. São 57
roteiros com informações de como chegar, fotos do início da trilha e de pontos
importantes, gráfico altimétrico, mapas topográficos e dados formatados de
acordo com a nova classificação de trilhas da FEMERJ. Conta ainda com dados
históricos e curiosidades sobre os locais das trilhas.
Uma excelente oportunidade para você que quer conhecer os
lugares mais fantásticos!
Via Emil Mesquita – 3º V E2 D2 - Parque Estadual da Serra da Tiririca - Niterói - RJ
Participantes: Leonardo Carmo, Carina Melazzi e Marcos Lima.
Já fazia um tempo que eu queria voltar e escalar a Emil Mesquita.
Eu tinha tinha combinado com a Carina de fazer um via, só não sabia qual rsrs.
Pra variar, na madruga, o Marcos me manda uma mensagem perguntando o que eu faria no sábado.
Aí eu pensei rápido e resolvi entrar na Emil Mesquita e eles concordaram. Essa seria a primeira escalada da Carina em Niterói. Precisava de uma via bacana, que não pegasse sol tão cedo e que tivesse um visual incrível.
Então partimos pra escalada. Sei que entramos na via por volta das 8:40 e chegamos ao cume antes do sol aparecer. Só pegamos um pouco de sol na hora de rapelar. Como estávamos com duas cordas, foi tranquilo. Rapelar nessa via só com uma corda é meio enjoado pois demora um pouco.
O dia estava simplesmente incrível.
Para informações sobre a via, leia o relato completo do Leandro do Carmo.
No final de 2016, o CNM entrou em contato com o projeto Montanha para Todos,
nascido a partir da história de vida de um casal de montanhistas, que se viu
desafiado, em nome do amor, diante das sequelas de uma doença fisicamente
incapacitante, a continuar trilhando pelas montanhas. O desafio consistiu
no cumprimento da promessa do marido, Guilherme, á sua mulher, Juliana, de que
voltariam a todas as montanhas pelas quais já haviam andado. Foi
criada, então, a Juliette, cadeira de rodas especialmente desenvolvida para proporcionar
acessibilidade às montanhas.
O Niteroiense lançou-se, então, no desafio de adquirir uma
Juliette própria, ao invés de apoiar a compra por um parque público porque acreditamos
que a disponibilidade dessa cadeira para os clubes de montanhistas,
independente de burocracias que envolvem o uso de um bem de um órgão público,
pode facilitar e simplificar seu uso.
No início de 2017, depois de uma bonita campanha de captação
de recursos para cobrir os custos dessa aquisição, a Juliette do CNM
tornou-se realidade. Essa campanha se constituiu da venda de rifas de uma
bicicleta, doada pelo Colégio Pluz da Região Oceânica de Niterói, além de um
churrasco, na AABB de Piratininga, no qual pudemos contar com a presença de
muitos de nossos associados, além de convidados vindos de outros clubes do Rio.
Recebemos também algumas doações diretas, em dinheiro para colaboração no
projeto.
A nossa cadeira chegou no dia da palestra sobre o Projeto,
quando tivemos a alegria de receber Guilherme e Juliana, mentores e
protagonistas do Montanha para Todos. O casal nos falou do início da batalha pela recuperação de saúde da Juliana
e do compromisso assumido, em nome do amor, de que continuariam nas montanhas,
apesar das limitações físicas que se tornaram permanentes no corpo da Jú. Além
desse compromisso pessoal, os dois também estão empenhados em fazer chegar ao
maior número de pessoas portadoras de necessidades especiais, a possibilidade
de acesso a passeios por trilhas de montanha. Pra isso, contam com a parceria
de patrocinadores que os estão ajudando a tornar o sonho realidade,
proporcionando a distribuição do equipamento pelos parques nacionais.
Fizemos o passeio inaugural da nossa Juliette na trilha do
Morro das Andorinhas, contando com duas cadeiras, a 0001 da Juliana, e a 0006
do CNM, com a adolescente convidada, Valentina. Foi um lindo dia, cheio de
emoções, sorrisos, disposição, solidariedade, e principalmente, alegria, numa
verdadeira celebração à vida.
Haverá uma página no site do clube para o cadastro dos
candidatos ao passeio, nela, constará uma ficha de elegibilidade, a qual os
candidatos ao deverão preencher com os
dados médicos que nos ajudem a escolher, baseados nas características e nas
limitações físicas, a trilha mais adequada à sua dificuldade, para que possamos
sempre proporcionar um passeio seguro e tranquilo.
Atualmente estamos trabalhando, com muito empenho e carinho,
na abertura e manejo de uma trilha alternativa para acesso ao cume do Morro
Santo Inácio, no Parque da Cidade de Niterói, cuja inauguração está prevista
para o início de abril, com a presença de Juliana e Guilherme.
É muito bonito, gratificante e emocionante, ver o empenho, carinho, dedicação e o desejo
de doar tempo e energia pra fazer alguém feliz.
A Pedra Bonita fica dentro do Parque Nacional da Tijuca. É fácil chegar lá. Basta programar no GPS que não tem erro.
Esse setor é muito movimentado aos finais de semana. É aconselhável deixar o carro, se for o caso, em uma das áreas que estiver disponível antes da entrada do Parque, pois lá dentro não tem muitas vagas.
A trilha começa um pouquinho abaixo da área de estacionamento já dentro do parque. Não tem bifurcações. Bem tranquila quanto orientação. Praticamente sem dificuldades técnicas. Trilha boa para quem não está acostumado ou está tendo contato que esse tipo de ambiente pela primeira vez.
Andando bem devagar e curtindo, da pra percorrer, segundo meu gps, 2,890 m em 1:20 h,. parando pra tirar fotos e relaxando lá no cume.
Nesse dia o tempo estava chuvoso mas vou deixar as fotos falarem por si só.
Dicas: O primeiro trecho da trilha é bem abrigado. O segundo é bem exposto ao sol, onde se caminha num pasto. Uma subida bem forte. Depois entramos novamente em área abrigada. O terceiro trecho é o mais forte da caminhada. Existe água durante o percurso. Em dias de chuva forte, pode ficar difícil cruzar o rio. Há cobrança de ingresso para tomar banho de rio próximo a entrada da trilha, mas durante a caminhada há possibilidade de visitar vários poços. Há boa infraestrutura em Sana. Há possibilidade de deixar o carro bem próximo da entrada da trilha, num estacionamento particular.
Aproveitei que meu irmão iria levar um grupo e me juntei a
eles. Marcamos de sair bem cedo do Rio em direção à Sana. O dia estava bem
aberto e o calor com certeza viria com força. A viagem foi bem tranquila e assim
que chegamos à Casimiro de Abreu, paramos para tomar café da manhã. Dali,
seguimos para Sana. A estrada está razoavelmente boa e rapidamente vencemos os quase
30 km até o ponto onde deixamos o carro para seguir caminhando.
Seguimos andando e passamos pelo posto da prefeitura para
nos identificar. Ali é preciso assinar um livro de visitantes. O local está
muito bem organizado e identificado como área particular, chamada de Sítio Bambu.
Inclusive toda a margem esquerda da trilha está cercada e há cobrança para quem
quer tomar banho de rio. Mais a frente passamos por um ponto onde os visitantes
compram os ingressos para o banho de rio. Como sabíamos que haveria
possibilidade de tomar banho de rio mais a frente, optamos por não comprar.
Também nos foi informado que em breve haveria a obrigatoriedade de contratar
guia local para subir o Peito do Pombo... Não sou a favor da obrigatoriedade,
mas como ele me disse que já havia sido aprovado pelo conselho consultivo, pode
ser que em breve teremos novidades...
Bom, contratempos a parte, iniciamos a caminhada. O caminho
inicial está bem cuidado e como havia dito, a borda esquerda está toda cercada
e há apenas algumas entrada onde pessoas conferem os ingressos comprados para o
banho do rio. Seguimos andando e passamos por algumas bifurcações, onde deve-se
ficar sempre à direita. O dia avançava e o calor vinha junto. Como estávamos
abrigados do sol, isso por enquanto não era um problema. Passamos por algumas
entradas de sítios, tanto para a direita, quanto para a esquerda. Mais a
frente, passamos por uma porteira, sendo um bom ponto de referência.
Andamos mais um pouco, sempre num terreno levemente plano.
Tem algumas subidas, mas no geral seguimos tranquilos. Mais a frente uma
segunda porteira. Dali, a vista é fantástica. À nossa esquerda, já podíamos
ver, ao alto, o nosso objetivo do dia. Ao fundo, uma bela vista do vale, por
onde serpenteia o rio Peito do Pombo. Paramos para um lanche rápido e seguimos
andando até passarmos por uma grande árvore, que se torna o destaque no local e
serve como sais um ponto de referência. Seguimos caminho e passamos por um curral a nossa esquerda.
Mais a frente, o ponto chave da caminhada, onde cruzamos o rio para a margem
esquerda. Dizem que quando chove forte, fica difícil de cruzar o rio,
então
atenção com os dias de chuva... O rio
estava bem baixo e foi fácil atravessá-lo.
Depois de cruzar o rio, chegamos
talvez no ponto mais delicado e de difícil orientação. Desse ponto, devemos
subir um pasto em direção a um bambuzal que fica bem ao alto. Como em área de
pasto, existem diversos caminhos de boi que se cruzam e levam a diferentes
caminhos. Nesse ponto, escolha o melhor ou até siga subindo fazendo o seu
próprio caminho, mas tenha sempre o bambuzal como referência. Como estávamos
numa área aberta, o sol veio castigando. Não via a hora de chegar...
Enfim chegamos à sombra... E quanto achava que tinha
terminado, vi que havia mais um trecho longo de pasto... Deveria chegar à mais
um bambuzal... Cruzamos a cerca e pra lá segui subindo. Mais um trecho de
subida e logo estava cruzando a cerca e seguindo para a última parte da
caminhada. Mais uns metros de sol e entramos novamente num trecho abrigado.
Após mais uma subida, veio a parte final, com uma forte subida. Ali, encontramos
o último ponto de água, abaixo de uma grande pedra.
A subida é forte e com todo esse calor, foi duro vencê-la. Mas
aos poucos e com muito suor, fui vencendo os metros finais... Quando a subida
foi suavizando, foi possível ver a pedra bem a frente... Faltavam poucos
metros... Caminhei mais um pouco até que pude ver completamente a Pedra do
Peito do Pombo a minha frente. Subi um cume que fica bem ao lado dela e pude
ter uma noção melhor de toda a região.
De onde eu estava podia ver até o Pico do Frade. O verde das
árvores, em suas dezenas de tons, contrastavam com azul do céu, formando um
belo visual. Desci e fui até a base da pedra, onde pude descansar num bela
sombra. Ainda deu tempo de dar uma conferida na via de escalada que tem no
local, mas essa ficará para uma próxima oportunidade. Havia colocado minha camisa e minha meia para secar ao lado da mochila enquanto dava um volta pelo local. Quando fui me preparar para descer, percebi que um pé de meia havia sumido, com certeza o vento levou... Como não quis calçar bota sem meia, co receio de machucar meu pé, resolvi descer descalço. De vez em quando costumo fazer isso... Durante a volta ainda paramos
para um banho de rio e depois foi só caminhar de até o carro...
Local: Teresópolis – Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Data: 25 e 26 de maço de 2017
Participantes: Leonardo Carmo, Taffarel Ramos, Denise, Deborah e Victor.
Atividade feita pelo PitBull Aventura - Turismo
Começamos a trilha rumo ao Abrigo 4 por volta das 9:30. O tempo estava com sol entre nuvens. Quando chegamos no Abrigo 3 o tempo começou a fechar e baixou a neblina. Quando faltavam uns 30 minutos pro final da trilha, caiu uma água das boas. Mas nada que tirasse o ânimo da galera.
Quando foi por volta das 15:30, já estávamos no Abrigo 4.
No domingo, tivemos as companhias da Carina e Mariana, meninas que conhecemos no Abrigo.
Pra quem for ver o nascer do sol do cume da Pedra do Sino, sugiro levantar as 4 da manhã e começar a subida as 4:30. Após uns 40 min de caminhada em ritmo leve da pra chegar no cume e acompanhar o início da transição das cores do nascer do sol.
Relato completo do pode ser encontrado em uma outra postagem:
Data: 13/11/2016 Participantes: Leandro do Carmo, Clever Félix, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory
Quando conheci as cachoeiras do Espraiado, estava num
período grande de estiagem. Não chovia há muito tempo. Corria apenas um filete
de água. Fiquei imaginando como seria chegar ali depois de uns dias de chuva.
Mas para que isso fosse possível, tudo tinha que dar certo. Tinha que acertar o
dia!
Já estávamos no verão de 2016 e a previsão para o final de
semana era de chuva forte. Foi aí que tive a ideia de ir ao Espraiado. Mas não
tinha ideia de que tudo sairia perfeito: Muita chuva na noite anterior e também
no dia da atividade. E a maioria das pessoas acham que não dá para fazer nada
com chuva...
Nosso ponto de encontro foi a segunda entrada para Maricá.
Estávamos em cinco: Eu, Cléver, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory.
Dali seguimos em direção ao Espraiado, já com o tempo bem fechado. Na madruga
choveu forte, o que aumentou a minha expectativa em ver a cachoeira pesada.
Quando chegamos na curva que antecede a descida, antes de cruzar o rio
Caragueijo pela primeira vez, ouvi o barulho do rio. Estava forte! Sinal de rio
cheio, mas não fazia noção de quanto... Assim que avistei o rio, vi que seria
impossível atravessar de carro. Nem mesmo o guerreiro jeguinho, seria capaz
transpor aquele trecho. Parei o carro e fui conferir. Não tinha jeito. Dali em
diante, só andando. Paramos os carros um pouco mais acima.
Fui o primeiro a atravessar e a medida que avançava, ia
ficando cada vez mais fundo, até que a água chegou quase na minha cintura. A
correnteza estava forte e qualquer descuido, poderia ser arrastado. Fomos
fazendo uma corrente humana para facilitar. Assim que atravessamos a chuva
apertou novamente. Continuamos e mais a frente atravessamos o rio novamente.
Esse trecho estava mais perigoso e redobramos o cuidado. Daí para cima foi um
espetáculo da natureza. Os filetes de água que cruzamos pelo caminho em dias
normais, se transformaram em grandes obstáculos para nossa caminhada, que davam
um prazer a mais em estar naquele belo local.
Assim que passamos pela última casa, já ao final da precária
estradinha, entramos na trilha que dá acesso ao nosso destino. Seguimos por ela
e numa saída discreta para a direita seguimos em direção a cachoeira. A chuva
havia diminuído e as nuvens permaneciam bastante carregadas, um prenúncio de que
o tempo não melhoraria tão cedo. Mais alguns metros de caminhada e barulho foi
ficando cada vez mais forte. Quando consegui enxerga-la, bem do alto, percebi a
grande força da natureza. A imagem que eu tinha daquela cachoeira era apenas um
filete de água... Agora estava numa força e num volume, que fica difícil de
acreditar que era ali que havia estado há alguns meses antes.
A força da queda d’água era tão forte que o deslocamento de
ar formava uma forte corrente de vento. Descemos e fomos até a base, onde
tiramos diversas fotos para registrar o grande momento. Avisei ao pessoal que
havia outra tão grande quanto essa, um pouco mais acima e foi para lá que
seguimos. Pegamos um caminho que eu não conhecia, mas que achava que iria até
lá, mas na pior das hipóteses, voltaríamos e seguiríamos por onde eu conhecia.
No caminho, passamos por duas pequenas pontes de madeira que estavam bem
podres. Tivemos cuidado redobrado e nem chegamos a utilizá-las, de tão ruim que
estavam.
Andamos por um longo trecho em meio a mata. Esse era um
caminho que claramente era menos frequentado. Em alguns pontos estava bem
fechado. Passamos por alguns trechos bem íngremes e escorregadios. Como tudo
estava molhado, foi inevitável os escorregões. Andamos mais alguns minutos, até
que chegamos ao nosso segundo destino. Mais uma bela cachoeira nos esperava.
Diferente da primeira, essa fica um pouco mais escondida, mas nem por isso,
menos interessante. Aproveitamos para tomar um banho, apesar da chuva. Já
estávamos molhados mesmo...
Ficamos por algum tempo até que pegamos o caminho de volta.
Porém optamos por estender a caminhada, indo até o Alto Espraiado. Devido ao
tempo bem fechado, não vimos nada, mas nem por isso ficamos tristes... Afinal
de contas, nosso objetivo foi cumprido! Tivemos o privilégio de ver dois
grandes espetáculos da natureza e bem perto de nós... A maioria das pessoas não
tem noção de que existem cachoeiras de mais de 20 metros em Maricá... Tá aí a
prova!
Na descida, já no caminho normal da Travessia Espraiado x
Tomascar, pegamos trechos muito escorregadios e mais tombos! Pelo menos tirou
gargalhadas de todos nós... Como a chuva havia diminuído as travessias dos rios
foram mais tranquilas. Ainda conhecemos um cara que nos disse haver um
cachoeira em outro ponto, tão grande quanto essas... Pegamos o contato e
marcamos de nos falar para frente... Será mais uma para o circuito das
Cachoeiras do Espraiado?
Dois anos depois, estava de volta para completar aquela
escalada que estava engasgada... Chegar a poucos metros e ter que voltar, nem
sempre é uma escolha fácil. Mas como sempre digo: A montanha sempre estará lá! Abortamos
a escalada naquela e ocasião e agora estou tendo a oportunidade de voltar e
assinar o livro de cume. Na primeira vez, não tínhamos nenhuma informação de
início da trilha, fator que foi determinante para abortarmos, pois perdemos
horas procurando a entrada da trilha. Mas dessa vez, apesar o imenso calor,
organizamos com cuidado nossa aventura. (Link para a primeira tentativa).
Como estaria em Rio das Ostras no período entre o Natal e o
Reveillon, nos organizamos para atacar o Frade. O calor estava absurdo. No Rio
de Janeiro, a sensação térmica estava beirando os 50 graus. Tínhamos um
problema: o calor. Mas também tínhamos a solução, que por sinal bem simples:
começaremos a caminhada bem cedo. Para isso, na noite anterior, deixamos tudo
pronto, assim poderíamos sair bem cedo. Acertamos de sair às 5h da manhã, mas
para isso acordamos as 4:30h. Saímos de casa conforme combinado e a viagem foi
bem tranquila. Na estrada pudemos ver o nosso destino bem ao fundo e tinha
certeza que hoje tudo daria certo. Estacionamos o carro e seguimos até o início
da trilha. Era 6:40 da manhã quando cruzamos a cerca e começamos a subir.
O início é por um trecho de pasto, bem íngreme. Dessa vez
optei por seguir paralelo a cerca, pelo seu lado esquerdo, sem atravessá-la. Os
primeiros 40 minutos da trilha sãos os mais fortes, principalmente por ser o
trecho inicial. Aos poucos o corpo vai acostumando e logo estávamos num ritmo
bem rápido. A trilha está bem definida e não há bifurcação no caminho. Fomos
subindo e a manhã estava bem agradável. Corria um vento bom, compensando o
grande calor. Fomos passando por trechos bem bonitos, até que chegamos a um
primeiro mirante. De lá, pudemos ver o belo vale a nossa frente. Continuamos a
caminhada e mais acima chegamos num trecho mais íngreme, onde uma corda fixa
nos auxiliou.
Dali em diante foi uma sequencia de sobe e desce até que
chegamos a um enorme bloco de pedra. Este antecede os lances de cabo de aço e
corda. A partir daí, só se deve continuar se tiver equipamento de segurança...
Como estávamos preparados, seguimos subindo.
Começamos a subida e fomos seguindo os cabos. Uns mais
finos, outros mais grossos, mas no geral, estão em condições razoáveis. Em
alguns pontos, o cabo está com algumas pontas que podem causar ferimentos,
fique atento. Mais acima, nos deparamos com um trecho bem íngreme. Fui o
primeiro a subir e fixei uma corda mais confiável para nos auxiliar. Passa esse
primeiro trecho, contornamos o caminho para a direita e seguimos até o topo de
um platô. Ali a escalada realmente começaria. Como o Caíque nunca havia
escalado, optamos por não leva-lo dessa vez. Quem sabe depois de um treinamento
adequado ele possa a vir a superar esse desafio? A Montanha sempre estará lá...
Como ele não subiria, meu irmão resolveu ficar também para fazer companhia.
Eu e o Alex seguimos... Num pequeno platô, paramos e dali o
Alex foi me dando segurança. Passei por um pequeno arbusto e fui subindo sem
muitas dificuldades. Mais acima, resolvi montar a parada e o Alex veio subindo.
Ainda estava sombra, apesar do sol estar bem no alto. Por sorte a escalada é
pela parte oeste. Assim que o Alex chegou, já comecei a subir. Apesar de ter
cabo de aço e cordas por todo esse trecho também, dá para escalar em livre
tranquilo. É até mais gostoso. Os lances são bem tranquilos e com boas agarras.
A manhã continuava agradável e continuei subindo até chegar
a próxima parada. A partir dali segui por um longo trecho de caminhada até
chegar a um ponto onde fiz segurança de corpo para o Alex subir. A partir dali,
seguimos andando até o cume. É bom ficar atento, pois qualquer escorregão, não
terá onde segurar... Lá de baixo, não dava para perceber como era esse trecho.
Tinha a impressão de que seria um costão rochoso, mas havia uma vegetação
rasteira por todo o percurso. Alguns metros acima, chegamos a uma parte com
pequenos arbustos. Segui por um caminho até uma área aberta, sendo um belo
local para acampamento. Olhando de longe, não percebemos que o cume tem essa
vegetação.
Fiquei alguns minutos procurando o livro de cume em meio a
vegetação, mas não achei por ali. Sabia que ele existia e não queria descer sem
poder assiná-lo. Voltei até uma laje de pedra, onde inicia o caminho e,enfim,
consegui achar a urna com o livro. Deixei meu nome escrito. Aproveitei para
fazer algumas fotos e um rápido lanche. Parei ainda para apreciar a bela vista.
Além de todo o litoral, pude ver ao fundo a Pedra do Peito de Pombo, a Represa
de Tepera e todas as montanhas da região. Um belo espetáculo!
Depois de dois anos da primeira tentativa, consegui vencer
mais esse desafio! Para muitos, apenas uma montanha... Mas existem coisas nessa
vida que são difíceis de explicar... Só quem está lá, consegue sentir.
Foi hora de preparar as coisas para partir. Começamos nossa
descida. Foram alguns rapeis até que entramos novamente na trilha. Como a volta
é mais descida que subida, chegamos bem mais rápido ao carro... Afinal de
contas, pra baixo, todo santo ajuda!