Por Leonardo Carmo Data: 12/07/2014
Participantes: Mariana Abunahman e Leonardo Carmo
Dicas:
Dificuldade técnica da trilha: leve
Tempo médio de 4hs
Evitar essa trilha no verão e em dias de muita chuva.
Vários pontos de captação de água.
Deixar o carro na sede do PETP. O ônibus passa na frente e te deixa na entrada da trilha. Na volta, a trilha acaba praticamente na entrada do PETP.
Relato
Iniciamos a trilha exatamente as 10:07. Começamos pela antiga estrada de carro. Mais a frente um pouco a estrada se transformou em um pequeno caminho. Não estava chovendo mas tinha muita água correndo pelo caminho.
As 11:07 saímos da primeira parte da trilha e continuamos pelo acostamento da estrada atual. Depois de andar um pouco, as 11:18 entramos na segunda parte da trilha. O início dela tem algumas pedras soltas, mas logo em seguida o terreno melhora.
As 11:27 chegamos na antiga caixa d’água. Entre esses pontos, da pra ver um pequeno pedaço da linha do trem.
As 11:43 chegamos na primeira ponte.
As 11:48, chegamos na segunda ponte. Ter cuidado ao passar por elas, pois em dia chuvoso fica muito escorregadio. Em dia de chuva, as pontes ficam bastante escorregadias. Tomar muito cuidado.
Seguimos em frente por cerca de 4 km onde tem uma placa informando o final da trilha. Aproveitamos e paramos para lanchar. Isso as 12:33.
Depois de um tempinho curtindo o visual da mata, às 12:54 resolvemos continuar. O caminho agora é por uma estradinha de chão batido. Super tranqüilo. Em alguns pontos existem casas com alguns vira-latas que querem marcar território. Cuidado que eles latem muito, mas não chegam a morder. Mais a frente tem uma casa meio estranha. A Mariana viu uma cabeça de boneca pendurada na porta e sentiu um cheiro de comida. Eu acho que eles estavam cozinhando alguma criança e a cabeça na verdade não era de boneca rsrsrsrsrsrs.
Depois de andar mais um pouco, às 14:06, chegamos no final.
Cabo Frio é um município do estado do Rio de Janeiro.
Localiza-se a 22º52'46" de latitude sul e 42º01'07" de longitude oeste,
a uma altitude de quatro metros acima do nível do mar. Faz divisa com Armação
dos Búzios a leste, Arraial do Cabo a sul, Araruama e São Pedro da Aldeia a
oeste, e Casimiro de Abreu e Silva Jardim a norte. É o sétimo município mais
antigo do Brasil e o principal da Região dos Lagos. Possui 200.380 habitantes,
segundo estimativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística em agosto de 2013.
Descoberto por Américo Vespúcio em 1503, Cabo Frio teve a
sua colonização marcada pelo constante ataque de piratas franceses e
holandeses. A cidade povoada através de concessões de sesmarias, foi o ponto de
partida para exploração do pau-brasil. Em 1615, os franceses foram derrotados
pelos portugueses. E em 13 de novembro do mesmo ano fundam a cidade Santa
Helena. Em 15 de agosto de 1616 instala-se o município, passando a cidade
chamar-se Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio.
Até o século XIX, a economia baseava-se na agricultura com
mão-de-obra escrava. A abolição da escravatura ocasionou o colapso econômico;
só se restabelecendo bem mais tarde com o desenvolvimento da indústria do sal,
da pesca e do turismo, sobretudo após a implantação da rodovia e da estrada de
ferro, esta última, hoje, desativada.
Pontos de Mergulho:
Ilha Comprida
Ilha do Breu
Ilhas das Emerências (de Dentro e de Fora)
Ilha Dois Irmãos
Ilha dos Capões
Ilha dos Papagaios
Ilha dos Pargos
Ilha Redonda
Laje do Foguete
Laje do Peró
Relato
Ainda não havia mergulhado em Cabo Frio e há muito tempo
ouvia falar dos pontos de mergulho do local. Surgiu essa oportunidade de ir com
a Corsários Divers e não pensei duas vezes. Aceitei o convite. Nosso ponto de
encontro foi em frente ao condomínio onde mora o Leandro Pessoa, em Manilha.
Marcamos às 05:40h e saímos por volta das 06:00h. Ainda paramos em um ponto da
Via Lagos para tomar um café da manhã e seguir viagem.
Chegamos no local de saída, que fica ao lado do Mercado
Municipal de Peixes de Cabo Frio. Lá tem um amplo estacionamento, o que
facilita muito para a logística. Seguimos até a operadora Over Sea e fomos
arrumando as coisas dentro do barco. Não lembro em quanto estávamos, mas estava
cheio, é muito melhor mergulhar em saídas assim, com amigos se torna muito mais
agradável. Posso até não conhecer todo mundo, mas amigo de amigo, amigo é!!!!
Como estávamos em um grupo grande, tudo tinha que está bem
organizado, pois se não, seria uma confusão dentro do barco. A tática que o
Leandro Pessoa arrumou foi a seguinte: separava os grupos e indicava os
cilindros que iriam utilizar, assim já poderíamos entrar no barco e ir
arrumando o equipamento. Deixei quse tudo pronto antes mesmo do barco sair.
Ainda não estava definido o local do mergulho, dependíamos
das condições do mar. Pelas notícias que tivemos durante a semana, a
visibilidade estava quase a 15 metros. A expectativa era grande. Curtimos a
navegação no canal Itajuru, apreciando as belas lanchas e mansões nas suas
margens. Na saída da barra, a visão do Forte São Matheus e a praia do Forte,
eram um espetáculo a parte. Ao sair do canal, o vento estava forte, deixando o
mar um pouco mexido. Alguns enjoaram. Seguimos para o lado oeste da Ilha
Comprida, nosso primeiro mergulho do dia.
Primeiro Mergulho – Ilha Comprida
---------------------------------------------
Perfil do Mergulho
Tempo de Mergulho: 61 min
Profundidade Máxima: 11 m
Início do Mergulho: 10:35 h
Temperatura da água: 22°C
---------------------------------------------
Não foi o melhor local para ancorar, mas não estava nem aí,
queria era cair logo na água e antes mesmo do barco desligar os motores, já
estava pronto. Esperava apenas o meu grupo. Ainda bem que todos foram rápidos e
alguns minutos depois já estávamos dentro d’água. O dia estava bem agradável. A
água é que estava um pouco fria. Porém, a visibilidade estava boa e compensava
qualquer coisa. Começamos a descer e quando estávamos no fundo, foi só esperar
o OK de todos para iniciarmos nosso mergulho. Nessa primeira parte, como
referencial, tínhamos a Ilha Comprida a nossa direita, assim, voltaríamos com
ela a nossa esquerda.
De cara já vemos muitas gorgônias, conhecidas com Orelha de
Elefante, que balançam lentamente com a corrente, formando um belo espetáculo.
Um pouco mais a frente uma arraia repousava no fundo. Fomos seguindo
acompanhando pequenos peixes mas nada que impressionasse. Acho que fiquei mau
acostumado com Abrolhos... Numa toca, um pouco depois, uma moreia pintada nos
recebia com seu famoso movimento de abrir e fechar a boca, utilizado para
forçar a entrada de água para as brânquias, conseguindo, assim respirar, visto
que ficam maior parte do tempo paradas dentro da toca. Muitos tem medo de
chegar perto, mas com certeza passamos por muitas e nem nos damos conta, se não
a ameaçarmos, não teremos problemas!
Passei e vi um pontinho azul numa pedra, voltei e vi que era
um nudibrânquio, há tempos que não via um. O refluxo ali estava um pouco forte,
o que não permitiu bater fotos ou filmá-lo como queria. Seguimos até um pouco
mais a frente e começamos o nosso retorno, agora com a pequena corrente a nosso
favor. Na volta, mais uma moreia. Agora ela estava repousando numa fenda, sem a
sua posição tradicional. Alguns baiacus e um peixe cofre, roubaram a cena nessa
volta. Continuamos e chegamos bem em baixo do barco, onde fizemos nossa parada
de segurança e retornamos a superfície.
No barco já deixei o equipamento pronto para o próximo
mergulho. Assim quando todos começassem a subir, daria espaço para cada um arrumar
o seu. Aproveitei para pegar um pouco de sol na proa da embarcação e fazer um
lanche. A essa altura a fome já apertava. Aos poucos, todos foram subindo. E
após a tradicional chamada, navegamos até o nosso próximo ponto de mergulho, a
Ilha dos Papagaios.
Segundo Mergulho – Ilha dos Papagaios
---------------------------------------------
Perfil do Mergulho
Intervalo de Superfície: 01:07 h
Tempo de Mergulho: 62 min
Profundidade Máxima: 16,1 m
Início do Mergulho: 12:43 h
Temperatura da água: 22°C
---------------------------------------------
A navegação foi mais tranquila que na ida. Tínhamos o vento
a nosso favor. Depois de alguns minutos, estávamos já ancorados e nos
preparamos para o próximo mergulho. Dessa vez, mergulharíamos no Ilha dos
Papagaios, a ilha mais visitada da região, devido a proximidade da saída do
canal e por ser um local abrigado dos ventos predominantes da região. Nosso
ponto de mergulho seria na terceira enseada na face oeste.
Depois de tudo pronto, caímos logo na água, afinal de
contas, estávamos ali para isso! Seguimos com a ilha a nossa esquerda. Logo de
cara já deu para perceber que esse mergulho seria melhor que outro. Tinha muito
mais vida. Muitos mais peixe pelo caminho.
Mais a frente, uma grande tartaruga repousava entre as
pedras. A oportunidade de filmá-la e fotografá-la bem de perto. No começo, ela
nem se incomodou, parecia que nem estávamos ali. Mas aí já viu... Abusamos um
pouco e chegamos tão perto que não teve jeito, ela bateu em retirada...
Continuamos nosso mergulho e para minha surpresa vi um polvo, tinha acabado de
soltar sua tinta preta, tentando se defender de quem chegou um pouco perto
demais. Fiquei ali ainda algum tempo vendo-o se movimentar de um lado para o
outro. Ver um polvo fora da toca, a essa hora, não é uma coisa tão comum.
Mas as boas surpresas não pararam por aí. Um grande cardume
de filhote de olho de cão, pelo menos era o que parecia, estava estacionado
mais a frente. Um belo visual. Por vezes passava pelo lado, por baixo, por
entre e parecia que eles não se importavam com a minha presença. Seguimos um
pouco mais para o fundo, atingindo 21 metros. Voltamos logo em seguida pois não
havia muita coisa de interessante.
Na volta passamos por duas grandes manilhas colocadas lado a
lado, sem muito atrativo. Na hora tentei imaginar o motivo, que só fiquei
sabendo mais tarde, depois de uma pesquisa na internet, que fora colocado ali
para a criação de recife artificial. Passamos por um ponto, já na volta, onde o
refluxo ficou mais forte, hora jogava para frente, hora, para trás. Acelerei um
pouco para passar do local. Ameaçou a me dar câimbra na perna esquerda. Dei uma
alonga e aliviei um pouco a batida nessa perna, sem forçar outra.
Segui bem devagar até em baixo do barco, onde fiz a parada
de segurança e subi até a superfície. No barco, foi comemorar o grande
mergulho. Comentei que esse, havia sido melhor que o primeiro e todos
concordaram comigo. Arrumei todo o equipamento, assim ficaria tranquilo durante
o resto do tempo. Aproveitei para tomar um pouco de sol. Aos poucos todos foram
subindo a bordo e iniciamos a nossa volta.
Por enquanto a navegação estava tranquila, ainda estávamos
abrigado do vento, passando pelas segunda e primeira enseada. O comandante do
barco pediu para que ninguém ficasse sentado nas bordas da embarcação. Em breve
entraríamos na parte agitada da navegação. De onde estávamos, dava para ver,
mais a frente, que o mar estava grosso. Ultrapassamos a ponta da ilha e entramos
na zona do vento. Navegamos ainda mais alguns metros numa diagonal, com algumas
ondas atingindo o barco a boreste, até que numa rápida manobra, o comandante
colocou o barco com o vento de popa. Aí, foi só seguir até a entrada da boca da
barra, onde entramos, sem problemas, no canal Itajurú. Ali estava sem vento e
navegamos até o cais, todos com o sorriso nos rosto e aquele gostinho de quero
mais!!!
Na ponta do Bairro Jurujuba, do cume do Morro do Morcego se
tem uma vista privilegiada da Fortaleza de Santa Cruz, entrada da Baía de
Guanabara, Charitas, Icaraí, Mac, Ponte Rio-Niterói, Aterro do Flamengo,
Pão-de-Açúcar, etc. É alvo constante da especulação imobiliária, o que tornaria esse paraíso ainda mais inacessível!!! O lugar é fantástico. Possui 4 vias tradicionais e 1
projeto, além de 3 esportivas. Tem algumas pequenas chaminés que dão um bom treino. O cume do Morro do Morcego pode ser acessado também por caminhada.
Para se acessar a face norte pode-se costear o morro, a partir da praia de Adão. É uma caminhada
chata. Pode-se chegar por mar, mas o desembarque só se dá com o mar calmo. Já
tentei desembarcar na praia do Morcego, mas como é propriedade particular, tive
que ir embora. Na época da conquista da Moby Dick, todo o acesso foi feito por um sítio no final de Jurujuba, perto da Igreja, porém algum tempo depois, o Leandro Pestana, antigo presidente do CNM, teve o acesso negado, fica aí a dúvida... Segue o acesso até a face norte, feita por caminhada Linha vermelha: Acesso à Face norte Linha verde: Caminhada de volta, após o rapel
Morcego Nervoso - 3º IV (A2/VI) E3/E4 D1 -------- +CROQUI
Face Sul do Morro do Morcego
Para acessar a Face Sul, pode-se passar por uma casa, a última da direita de quem vai para as praias de Adão e Eva, caso o morador permita a entrada, ou seguir um vara mato a partir da praia de Adão. Seguindo pela casa, pegar a rua de chão (as vezes o caminho está tomado por mato) até um ponto onde tem uns eucaliptos, dali seguir para a esquerda, costeando uma ruína de um muro, nunca o ultrapasse. Assim você chegará na rocha (nesse ponto costuma ter muito mato também). Moradores do local falam de abelhas, mas em todas as vezes que fui, não as encontramos, ou melhor, elas não nos encontraram! Segue o tracklog para acessar a base.
Linha das vias da Face Sul do Morro do Morcego
Vias da Face Sul do Morro do Morcego
Cristais em Colapso - VIsup E2 - Esportiva
Olho Grande - Vsup E2 - Esportiva
Via não identificada - Projeto iniciado pelo Curso de Guias do CEB
Conquistadores: Leandro do Carmo e Marcos Lima - 2019
Seguindo em direção à Fortaleza de Santa Cruz, a via fica bem em frente à descida da praia de Adão. Os grampos são bem visíveis. É uma via curta com o crux bem na saída, entre o primeiro e o segundo grampo. A partir daí, segue bem tranquila até uma parada dupla. Não é tão alto, mas o visual é fantástico. Acesso Negado - VIIa (top rope)
Conquistadores: Leandro Pestana
O nome da via deve-se ao fato que durante uma conquista no Morro do Morcego, o Leandro Pestana foi proibido de entrar para terminar a conquista e acabou indo até praia e conquistou essa via.
Chaminé Saí Ralado - V ------ + CROQUI / Relato da Conquista Conquistadores: Leandro do Carmo e Guilherme Belém - 2013
Não é uma chaminé com paredes paralelas, ela é em formato de V. O começo é um pouco alto, sendo difícil a saída. Tem uma agarra alta e para vencer o lance, tendo que usar o braço, pois fica sem apoio para os pés. Muitas agarras quebrando. Tem um dupla de grampos para rapelar até a base, caso esteja em maré alta.
Acesso: Pode ser acessado de duas maneiras: Uma, por um
sítio, no final da praia de Jurujuba, no ponto final do ônibus 33, próximo a
Igreja, mas essa é uma opção que não tentamos, pois há um tempo atrás, um amigo
meu teve problemas com o acesso por ali;
a outra, é contornando o morro do Morcego, a partir da praia de Adão,
seguindo pelo costão.
Dicas: A via é bem tranquila e bem protegida, porém muito
suja em alguns trechos, mas nada que prejudique. Na caminhada, em alguns
pontos, tem que abrir caminho no capim, principalmente num platô na Face Norte,
mais ou menos no ponto da via Morcego Nervoso.
Acesso à base:
Linha Vermelha: Acesso à base / Linha Verde: Caminho de volta após o rapel
Na primeira vez que marcamos o tempo não
ajudou, mas agora deu tudo certo. Depois de aproximadamente 3 horas, estávamos
terminando o rapel na face sul. Tínhamos cumprido nosso objetivo. A via Moby
Dick, no Morro do Morcego, em Jurujuba, sempre me despertou curiosidade. Na
verdade, qualquer via que eu não tenha nenhuma informação me desperta
curiosidade! Já havia feito duas vias lá, mas na face sul, a Paredão Sangue
“Bão” e Visão Oposta. Já havia, também ido até a base dela, porém, remando. E
essa era a minha idéia dessa vez, mas a logística não seria uma das tarefas
mais fáceis! Acabamos ficando com a mais simples: vamos seguir caminhando pelo
costão até chegar a base e ponto! Poderíamos pedir autorização a uma residência
no final de Jurujuba, mas por algumas pessoas terem tido problemas lá, preferi
ficar com a possibilidade de chegarmos por um caminho que não dependesse da boa
vontade de ninguém.
Ah, já tinha até esquecido de falar que o meu companheiro de
aventura, seria o Claudney, do Clube Excursionista Light. Trocamos vários
e-mails sobre a via e tínhamos um objetivo em comum: escalar e conhecer a via
Moby Dick. Tínhamos poucas informações. O Claudney me passou um relatório do
conquistador, o Theotônio da Silva, que na verdade não tinha muitos detalhes,
além de um esboço do croqui, mas, também, sem muita informação. Eu sabia onde
era a base e tinha a teoria de que dava para chegar passando por cima de um
grande platô com vegetação. Mas para saber se a teoria iria funcionar na
prática, tínhamos que ir conferir pessoalmente. Essa era única maneira.
Marcamos dia 07/06, sábado, às 07:30, em frente a Igreja de
Jurujuba. Fomos pontuais e nos dirigimos à praia de Adão, onde começaríamos
nossa caminhada. Uma foto para registrar o momento e seguimos. Caminhamos pela
areia e começamos a subir. Fomos contornando o pequeno costão e passamos por
alguns pescadores. Em alguns pontos a pedra estava úmida, o que nos fez
redobrar a atenção. Continuamos caminhando e logo pegamos nosso primeiro
capinzal. Felizmente curto, mas já dava para sentir o que
encontraríamos pela
frente. Contornamos uma grande fenda, próximo ao mar e seguimos caminho por uma
enseada. Havia bastante lixo trazido pela maré, e também, muita coisa deixada,
provavelmente, por pescadores que frequentam o local. Mais adiante, vi que o costão
ficava bem vertical, impossível de passar. Porém, havia uma saída para uma
pequena trilha, de início bem óbvio. Seguimos por ela e passamos por cima dessa
parte vertical, até chegarmos novamente num costão, onde deu para caminhar
tranquilamente.
Andamos mais um pouco e já dava para imaginar que para
acessar o cume do Morcego, deveríamos começar a subir, mas esse não era nosso
objetivo, pelo menos por esse caminho. Seguimos em frente. Já estávamos
entrando na face norte e fomos em uma diagonal para cima, com o intuito de
contornar o grande platô. Seguimos tranquilos e passamos por um ponto, onde
provavelmente começaria a via Morcego Nervoso. Dali para frente era um
incógnita, mas meu instinto me dizia que estávamos indo no caminho certo.
Por enquanto, dava para caminhar no costão, mas alguns
metros à frente, não seria assim tão fácil. Cogitei até continuar no costão,
mas estava tão sujo, que ficaria até perigoso. Na pior parte, o Claudney abriu
o capim, fazendo praticamente um túnel. Ainda o ouvi dizer que “não estava tão
ruim assim”... Acho que era para levantar a moral!!! Quando cheguei no final,
percebi que realmente, não estava tão ruim assim e que o pior já havia passado.
Descemos um pouco chegamos no ponto onde eu havia chegado de caiaque. Mais alguns
metros e estávamos na base. Primeira parte da missão foi cumprida!
Na base, dava para ver pelo menos uns 4 ou cinco grampos.
Combinamos que iríamos revezar a guiada. Nos equipamos e o Claudney guiou até a
primeira parada. A via nesse começo está bem suja, assim como, no meio e no
final, resumindo: toda suja! Mas os lances são bem tranquilos e rapidamente
também cheguei na parada. Como já estava com as costuras, peguei mas algumas e
parti para a segunda enfiada. Subi rápido e fui à esquerda de um grande platô
com vegetação. Quando já estava acima do platô, não via mais o próximo grampo,
olhava para um lado e para o outro e nada. Tinha certeza de que a via seguia
para a esquerda, mas nem sempre o óbvio é o caminho! (depois eu fui entender o
porquê dela não ir pela esquerda...) Sem querer olhei e vi o grampo bem a
direita, um pouquinho acima do platô e abaixo de mim. Segui para lá, o costurei
e fui subindo numa diagonal até chegar na parada dupla. Ainda bem que era
dupla! Esses grampos não estavam muito bem batidos...
Lá montei a parada e o Claudney veio escalando e de vez em
quando parava para atualizar o esboço do croqui que fazia. Na parada, passei o
resto do equipamento que estava comigo e ele seguiu guiando a via. Fez uma
enfiada mais curta, até a próxima parada dupla, uns trinta metros. Subi rápido
e me juntei a ele. Atualizamos o croqui. A via seguia sempre bem protegida, um
ou outro lance com os grampos um pouco mais espaçados, mas bem tranquila. A
vista dali era fantástica. O tempo estava ajudando, o sol típico de inverno não
era forte, mas o suficiente para deixar o as condições extremamente agradáveis.
Comecei a guiar a próxima enfiada, um pouco mais forte que
as anteriores, mas ainda sim, a via seguia tranquila, porém sempre suja. Mais
uma enfiada curta, uns 35 metros. Montei a parada e o Claudney chegou. Dali,
deu para perceber o porquê da via não ter seguido pela esquerda, como mencionei
anteriormente: ela chegaria a uma linha enorme de vegetação, com muito capim,
talvez fosse impossível passar... Talvez não fosse impossível, mas com certeza
não seria a melhor ideia. Como disse, nem sempre o óbvio é o caminho!
Faltava apenas uma enfiada. Pela verticalidade da parede,
parecia que o crux era ali. O Claudney seguiu guiando e foi subindo até que não
consegui mais vê-lo. Comecei a subir e passei pelo melhor lance da via,
justamente no final. Mais alguns metros e já estava no local onde também
terminam as vias Visão Oposta e Paredão Sangue “Bão”. A missão estava
cumprida!!!! Aproveitei para fazer um lanche e seguimos para o rapel. Ainda bem
que havia colocamos mais um grampo no meio da parede, pois o que estava lá,
está tão mal batido, que seria difícil parar nele!
Quando pensava que o capim já tinha acabado, lembrei que
faltava descer o caminho de acesso à face sul. Como da última vez que estive
ali, o capim havia tomado conta de tudo. Pouco restava do caminho que havíamos
feito. Mas passamos e quando chegávamos no final, o caseiro que toma conta do
local nos avisou que o dono não queria mais ninguém passando ali... Ele nos
deixou passar pelo portão. Agradecemos e fomos embora. Tomara que seja só mau
humor!!!!!