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terça-feira, 8 de julho de 2014

Escalada na Via Moby Dick no estilo Aventura!

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Moby Dick no estilo Aventura!

Local: Morro do Morcego - Jurujuba - Niterói RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Claudney Neves

Via Moby Dick
Via Moby Dick – 3º IV E1 D1 205 metros

Material necessário: 7 costuras e corda de 50m

Acesso: Pode ser acessado de duas maneiras: Uma, por um sítio, no final da praia de Jurujuba, no ponto final do ônibus 33, próximo a Igreja, mas essa é uma opção que não tentamos, pois há um tempo atrás, um amigo meu teve problemas com o acesso por ali;  a outra, é contornando o morro do Morcego, a partir da praia de Adão, seguindo pelo costão.

Dicas: A via é bem tranquila e bem protegida, porém muito suja em alguns trechos, mas nada que prejudique. Na caminhada, em alguns pontos, tem que abrir caminho no capim, principalmente num platô na Face Norte, mais ou menos no ponto da via Morcego Nervoso.

Acesso à base:
Via Moby Dick
Linha Vermelha: Acesso à base / Linha Verde: Caminho de volta após o rapel








 

Vídeo


Relato


Agora foi!!! 

Via Moby Dick
Na primeira vez que marcamos o tempo não ajudou, mas agora deu tudo certo. Depois de aproximadamente 3 horas, estávamos terminando o rapel na face sul. Tínhamos cumprido nosso objetivo. A via Moby Dick, no Morro do Morcego, em Jurujuba, sempre me despertou curiosidade. Na verdade, qualquer via que eu não tenha nenhuma informação me desperta curiosidade! Já havia feito duas vias lá, mas na face sul, a Paredão Sangue “Bão” e Visão Oposta. Já havia, também ido até a base dela, porém, remando. E essa era a minha idéia dessa vez, mas a logística não seria uma das tarefas mais fáceis! Acabamos ficando com a mais simples: vamos seguir caminhando pelo costão até chegar a base e ponto! Poderíamos pedir autorização a uma residência no final de Jurujuba, mas por algumas pessoas terem tido problemas lá, preferi ficar com a possibilidade de chegarmos por um caminho que não dependesse da boa vontade de ninguém.

Via Moby Dick
Ah, já tinha até esquecido de falar que o meu companheiro de aventura, seria o Claudney, do Clube Excursionista Light. Trocamos vários e-mails sobre a via e tínhamos um objetivo em comum: escalar e conhecer a via Moby Dick. Tínhamos poucas informações. O Claudney me passou um relatório do conquistador, o Theotônio da Silva, que na verdade não tinha muitos detalhes, além de um esboço do croqui, mas, também, sem muita informação. Eu sabia onde era a base e tinha a teoria de que dava para chegar passando por cima de um grande platô com vegetação. Mas para saber se a teoria iria funcionar na prática, tínhamos que ir conferir pessoalmente. Essa era única maneira.

Marcamos dia 07/06, sábado, às 07:30, em frente a Igreja de Jurujuba. Fomos pontuais e nos dirigimos à praia de Adão, onde começaríamos nossa caminhada. Uma foto para registrar o momento e seguimos. Caminhamos pela areia e começamos a subir. Fomos contornando o pequeno costão e passamos por alguns pescadores. Em alguns pontos a pedra estava úmida, o que nos fez redobrar a atenção. Continuamos caminhando e logo pegamos nosso primeiro capinzal. Felizmente curto, mas já dava para sentir o que
Via Moby Dick
encontraríamos pela frente. Contornamos uma grande fenda, próximo ao mar e seguimos caminho por uma enseada. Havia bastante lixo trazido pela maré, e também, muita coisa deixada, provavelmente, por pescadores que frequentam o local. Mais adiante, vi que o costão ficava bem vertical, impossível de passar. Porém, havia uma saída para uma pequena trilha, de início bem óbvio. Seguimos por ela e passamos por cima dessa parte vertical, até chegarmos novamente num costão, onde deu para caminhar tranquilamente.

Andamos mais um pouco e já dava para imaginar que para acessar o cume do Morcego, deveríamos começar a subir, mas esse não era nosso objetivo, pelo menos por esse caminho. Seguimos em frente. Já estávamos entrando na face norte e fomos em uma diagonal para cima, com o intuito de contornar o grande platô. Seguimos tranquilos e passamos por um ponto, onde provavelmente começaria a via Morcego Nervoso. Dali para frente era um incógnita, mas meu instinto me dizia que estávamos indo no caminho certo.

Via Moby Dick
Por enquanto, dava para caminhar no costão, mas alguns metros à frente, não seria assim tão fácil. Cogitei até continuar no costão, mas estava tão sujo, que ficaria até perigoso. Na pior parte, o Claudney abriu o capim, fazendo praticamente um túnel. Ainda o ouvi dizer que “não estava tão ruim assim”... Acho que era para levantar a moral!!! Quando cheguei no final, percebi que realmente, não estava tão ruim assim e que o pior já havia passado. Descemos um pouco chegamos no ponto onde eu havia chegado de caiaque. Mais alguns metros e estávamos na base. Primeira parte da missão foi cumprida!

Na base, dava para ver pelo menos uns 4 ou cinco grampos. Combinamos que iríamos revezar a guiada. Nos equipamos e o Claudney guiou até a primeira parada. A via nesse começo está bem suja, assim como, no meio e no final, resumindo: toda suja! Mas os lances são bem tranquilos e rapidamente também cheguei na parada. Como já estava com as costuras, peguei mas algumas e parti para a segunda enfiada. Subi rápido e fui à esquerda de um grande platô com vegetação. Quando já estava acima do platô, não via mais o próximo grampo, olhava para um lado e para o outro e nada. Tinha certeza de que a via seguia para a esquerda, mas nem sempre o óbvio é o caminho! (depois eu fui entender o porquê dela não ir pela esquerda...) Sem querer olhei e vi o grampo bem a direita, um pouquinho acima do platô e abaixo de mim. Segui para lá, o costurei e fui subindo numa diagonal até chegar na parada dupla. Ainda bem que era dupla! Esses grampos não estavam muito bem batidos...

Via Moby Dick
Lá montei a parada e o Claudney veio escalando e de vez em quando parava para atualizar o esboço do croqui que fazia. Na parada, passei o resto do equipamento que estava comigo e ele seguiu guiando a via. Fez uma enfiada mais curta, até a próxima parada dupla, uns trinta metros. Subi rápido e me juntei a ele. Atualizamos o croqui. A via seguia sempre bem protegida, um ou outro lance com os grampos um pouco mais espaçados, mas bem tranquila. A vista dali era fantástica. O tempo estava ajudando, o sol típico de inverno não era forte, mas o suficiente para deixar o as condições extremamente agradáveis.

Comecei a guiar a próxima enfiada, um pouco mais forte que as anteriores, mas ainda sim, a via seguia tranquila, porém sempre suja. Mais uma enfiada curta, uns 35 metros. Montei a parada e o Claudney chegou. Dali, deu para perceber o porquê da via não ter seguido pela esquerda, como mencionei anteriormente: ela chegaria a uma linha enorme de vegetação, com muito capim, talvez fosse impossível passar... Talvez não fosse impossível, mas com certeza não seria a melhor ideia. Como disse, nem sempre o óbvio é o caminho!

Via Moby Dick
Faltava apenas uma enfiada. Pela verticalidade da parede, parecia que o crux era ali. O Claudney seguiu guiando e foi subindo até que não consegui mais vê-lo. Comecei a subir e passei pelo melhor lance da via, justamente no final. Mais alguns metros e já estava no local onde também terminam as vias Visão Oposta e Paredão Sangue “Bão”. A missão estava cumprida!!!! Aproveitei para fazer um lanche e seguimos para o rapel. Ainda bem que havia colocamos mais um grampo no meio da parede, pois o que estava lá, está tão mal batido, que seria difícil parar nele!

Quando pensava que o capim já tinha acabado, lembrei que faltava descer o caminho de acesso à face sul. Como da última vez que estive ali, o capim havia tomado conta de tudo. Pouco restava do caminho que havíamos feito. Mas passamos e quando chegávamos no final, o caseiro que toma conta do local nos avisou que o dono não queria mais ninguém passando ali... Ele nos deixou passar pelo portão. Agradecemos e fomos embora. Tomara que seja só mau humor!!!!!


Valeu pessoal!!!!!!

Via Moby Dick
Mais uma por fazer

Via Moby Dick
Na parada

Via Moby Dick
Claudney terminando mais uma enfiada

Via Moby Dick
Claudney registrando a vista do cume

Via Moby Dick
Praia de Adão, o começo da caminhada


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Escalada no Morro do Morcego - Relato da via Visão Oposta

Por Leandro do Carmo

Escalada no Morro do Morcego - Relato da via Visão Oposta

Local: Morro do Morcego – Jurujuba – Niterói RJ
Data: 12/04/2014
Participantes: Leandro do Carmo, Michael, Ary, Giovani e Arley






Relato

Estava com muita vontade de voltar ao Morro do Morcego. A minha primeira ida até lá foi em 01/09/2012. Na oportunidade fizemos a via Paredão Sangue Bão. Já estava mais que na hora de voltar!!!!


Na reunião social do Clube Niteroiense de Montanhismo, perguntei ao Ary se ele estava a fim de voltar lá. Ele aceitou o convite e logo chamamos outras pessoas também. Dessa vez, o Michael, Giovani e o Arley nos acompanharam. Marcamos as oito da manhã, em frente a Igreja de Jurujuba.

Cheguei uns 10 minutos antes do horário e parei o carro um pouco mais a frente, bem próximo da casa onde costumamos pedir autorização para entrar. Voltei para o ponto de encontro e o Michael estava chegando. Logo depois, veio Giovani. O Ary demorou um pouco, pois teve um pequeno problema na sua moto. Como já havia passado de 8:30, o Ary resolveu ligar para a casa do Arley, que por desencontro de informações, não sabia que a escalada estava confirmada. Como ele mora relativamente perto, esperamos ele chegar.

Depois de todos reunidos, nos dirigimos para o começo da trilha. Na casa, perguntamos se poderíamos entrar para acessar o caminho. Fomos muito bem recebido pela dona da casa, mas não pelo seu cachorro. Ainda bem que estava preso! Ela nos alertou sobre umas abelhas, que tem lá por cima. O caminho, que é uma rua, estava bem mais limpo que da última vez, pensei que dessa vez seria moleza chegar até a base. Seguimos até a parte dos eucaliptos e viramos para a esquerda. O mato ali estava um pouco mais alto que da última vez, mas nada que atrapalhasse.

Mas na frente, quando começamos a subir para a direita, em direção às ruínas de um muro, minha surpresa. Era tanto capim, que formava uma barreira! Eu pensando que seria moleza... O Ary já prevendo que teríamos bastante mato, levou um facão. Foi a nossa sorte, pois abrir o mato com as mãos e pernas, não seria uma tarefa muito agradável....

Por vezes tínhamos que ir e voltar, pois a cada caminho que tomávamos o mato parecia que aumentava. Com o Ary sempre a frente, abrindo caminho com o facão, conseguimos chegar até a base. Quando vi a pedra na minha frente, pensei: “Que bom que chegamos, agora vai!!!” Mais um engano! Estava tudo fechado. Havia caído uma árvore e estava tudo embolado com um tipo de cipó, fechando bastante o caminho. Pensei até que não fosse dar para continuar. Mas o Ary foi guerreiro! Abriu bem o caminho e descemos em direção á base da via. Ali já estava bem limpo. Acho que o problema tinha sido a queda da árvore e também ao incêndio que ocorreu no final do ano passado. Nessas circunstâncias, o mato cresceu com força.

É fácil de identificar a base. Tem um fenda que sobe em diagonal para a direita, com uma palmeira no meio. Dividimos as cordadas e o Giovani e o Arley foram com o Ary. O Michael foi comigo. Pedi para o Ary começar, queria filmar alguém fazendo aquele lance do começo. Depois que o Ary começou a segunda enfiada, eu comecei a escalar.

A saída é boa e é um lance de equilíbrio até chegar na palmeira. Abraçando a palmeira, a contornei e segui até o primeiro grampo. Costurei e dei uma descida até um degrau, um pouco mais embaixo e depois subi, continuando na fenda até o segundo grampo. Dali dava para ver a cordada do Ary em ação. Ele acabara de sair de sua primeira parada e estava reclamando da sujeira da via. Parede suja é complicado! Como eles estavam demorando um pouco, resolvi mandar o Michael subir, assim ele não ficaria lá em baixo sozinho. Quando o Arley saiu da parada, eu comecei a escalar.

A ponta onde montei a minha primeira parada, é o alto de uma chaminé. Fui cumeando a chaminé até um trepa pedra, onde tem um grampo. Costurei e pensei em colocar uma costura longa para diminuir o arrasto, pois ali a corda faria uma curva de quase 90°.  Pensei até em fazer uma parada ali, como o Ary fez, mas resolvi seguir, mesmo aumentando o arrasto. Dali para cima a parede vai ficando mais vertical. Porém as boas agarras compensam. Aquela camada grossa de líquen, por vezes cobre as agarras e é necessário ficar limpando para descobrir a melhor.

Via Visão Oposta

Passei por uma parada dupla quase escondida na vegetação e fui tocando para cima. A visão dali era muito bonita. A enseada de Jurujuba tomava forma. O sol batia de frente, bem na direção da cabeça quanto olhava para cima, buscando as agarras. Num lance, olhei para cima e vi o grampo um pouco distante. Pensei: “Tá longe...” Concentrei e com mais duas passadas, quando olhei de volta, ele já estava na altura da minha cabeça, ainda bem... Fui costurando os grampos até que a parede perdeu um pouco de inclinação, ponto onde existe um parada dupla.

Via Visão Oposta

Montei ali mesmo a nossa segunda parada e o Michael veio escalando. Subiu rápido e seguro. Mandando muito bem. Dali para cima, a via se encontra com a Pardedão Sangue Bão, tendo em comum os mesmos lances. Ofereci ao Michael a oportunidade de guiar, mas ele preferiu deixar para uma próxima oportunidade.

Fiz os lances finais e quando cheguei ao cume, fiz segurança de corpo para o Michael e ele subiu rapidamente. A via é curta mas muito boa. O cume do Morcego tem uma visão fantástica. Aproveitei para dar uma olhada em volta e ver se achava algum grampo de cume da via Moby Dick, mas nada. Deu para ver somente o lugar da base lá em baixo e mais nada.

Rapelamos direto com duas cordas. Aproveitamos para melhorar duplicar o ponto de rapel, caso fosse feito com apenas uma corda. Havia apenas um grampo mau batido no meio da parede. Agora, dá para escalar com uma corda só e com segurança. Na base, nos arrumamos caminhamos de volta. Ainda bem que o mato já estava baixo!


Até a próxima!

Via Visão Oposta
Vista do final da diagonal

Via Visão Oposta
Morro do Morcego, visto da praia de Charitas

Via Visão Oposta
Face sul do Morro do Morcego

Via Visão Oposta
Vista da trilha de acesso

Via Visão Oposta
Michael na base da via

Via Visão Oposta
Giovani no cume do Morcego

Via Visão Oposta
Galera reunida no cume

Via Visão Oposta
Jurujuba vista do alto


Via Visão Oposta
Fortaleza de Santa Cruz e Pão de Açúcar

Via Visão Oposta
Fortaleza de Santa Cruz

Via Visão Oposta
Acordada do Ary na primeira parada

Via Visão Oposta
Na base da via

Via Visão Oposta
Chegando na segunda parada

sábado, 22 de setembro de 2012

Escalada no Morro do Morcego pela Via Paredão Sangue Bão

Por Leandro do Carmo

Escalada no Morro do Morcego pela Via Paredão Sangue Bão

Local: Morro do Morcego - Jurujuba - Niterói RJ
Data: 01/09/2012
Participantes: Leandro do Carmo, Ary Carlos, Leonardo Carmo e Guilherme Belém






Croqui:

DICAS: Pedir autorização para entrada no local; a trilha está um pouco fechada; assim que chegar a base, virar a direita, passando por uma grande laca, formando uma chaminé, a base da sangue bão fica depois de uma base de tijolo; o crux está entre o 2º e o 4º grampo; às vezes parece que o grampo está alto; 3 enfiadas curtas, em média 25 metros; parede muito suja no começo, em dias de chuva, pode ficar muito difícil a escalada; a saída da segunda parada é um pouco difícil, para evitar um fator 2, pode-se costurar o grampo de cima antes de montar a parada.

Em breve disponibilizarei o tracklog da trilha.






Relato

Será que dá para ver Niterói por um outro ângulo? Sempre há uma maneira... Soube da existência de vias no Morro do Morcego e a primeira coisa que me disseram foi que ele possuía uma vista fantástica. E estavam certos!!!!! Realmente a vista é maravilhosa. Ver Icaraí, Jurujuba, Charitas, Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara por outro ângulo, não tem preço!!!

Na sexta-feira combinei com o Ary de escalar o Morcego, a final de contas ele já conhecia o local. Marcamos no sábado, as oito horas no Select, em frente ao Campo de São Bento. Nessa escalada, também participaram Guilherme Belém e meu irmão, o Leonardo. Pontualmente chegamos ao local e fomos direto para Jurujuba, onde paramos o carro no ponto final do ônibus 33. Dali seguimos até a segunda e última casa a direita da rua que segue para as praias de Adão e Eva.

A trilha

Pedimos autorização ao morador para podermos entrar na propriedade e ele nos alertou sobre algumas vespas. Contou que um grupo desceu correndo de lá há algum tempo atrás, devido à várias picadas. O Ary também já havia passado por elas em outra ocasião. Há época, o vespeiro parecia uma bola de futebol. Além também de uma Jararaca que estava enrolada abaixo do coqueiro, no início da via Visão Oposta, anterior a Sanque Bão. Mas deixado os perigos de lado... rs. Seguimos a estradinha.

No começo, tudo limpinho. Nada de mato. Pensei: “essa vai ser moleza”. A medida que íamos subindo, o mato foi aumentando e quando eu percebi já estávamos no meio de um matagal. O caminho não é frequentado há bastante tempo, não havia nenhum sinal de que havia passado alguém nas últimas semanas. Mas seguimos em frente. Chegando ao final da estrada, que por vezes não identicávamos o meio-fio, seguimos em diagonal à direita e passamos no meio de alguns eucaliptos. Nesse local , se subirmos reto à dereita, daremos nas ruínas de um antigo muro, não deve-se ultrapassá-lo. Mais a frente, avista-se um eucalipto sozinho. Subimos a direita dele até chegar numa mangueira, praticamente deitada. Viramos à esquerda. Dali é só seguir as ruínas do muro. Mais a frente, verá uma caixa d’água a sua esquerda e mais adiante uma grande pedra a direita e uma a esquerda. Pronto! Nesse ponto já estará de frente a parede.

Para a esquerda, tem uma calha de captação de água da chuva feita na beirada da pedra, de onde podemos seguí-la até o final. De lá se tem uma vista muito bonita e também é o ponto de onde chegamos do rapel, feito com duas cordas de 60m. Seguindo à direita da parede, passamos por uma chaminé e vemos uma palmeira cima de uma fenda em horizontal, caminho de onde inicia a via visão oposta. Mais adiante, descemos um degrau de tijolo e já chegamos na base da Sangue Bão. Decidimos entrar na via Sangue Bão, assim todos conheceriam a via e teríamos motivo para voltar e fazer a visão oposta.

A escalada

O Ary iniciou a escalada e guiou o Leonardo. Quando o Ary chegou na primeira parada, ele ainda perguntou se queríamos que a corda ficasse no lugar para um possível auxílio na subida. Achei que não era necessário. Então o Leonardo começou a subir e quando ele já estava no terceiro grampo, comecei a escalar. O primeiro lance é bem tranquilo, costurei o primeiro grampo e passe uma grande laca, costurando o segundo, onde tem uma parada dupla. Dali o negócio fica sinistro, o crux da via, um 5º para tirar o fôlego. O grampo fica à esquerda, onde tem que sair já para o lado, o que facilitará mais a subida. São três passadas rápidas, pois as agarras não são tão boas assim. Costurei o grampo e toquei para cima. Daí, vai seguindo para a direita, onde a parede está bem suja. Talvez em dias de chuva, fique difícil fazer o lance.

Costurei o quarto grampo e o quinto, antes de chegar a um platô onde fizemos a primeira parada. Enquanto o Ary guiava a segunda enfiada, o Guilherme veio subindo. A saída da primeira parada também é chata. Uma  passada em aderência, talvez um 4ºsup, onde a queda do guia, faz com que ele vá para cima do participante. Foi nessa hora que pedi para o Leonardo se posicionar com a mão acima, tipo em lance de boulder, para segurá-lo numa possível queda. Nem foi preciso, o Ary manda bem!!!! Logo passou e costurou o grampo. Dali foi subindo até a segunda parada.

O Guilherme guiou a segunda enfiada. Subi logo depois do Leonardo e os lance da saída da primeira parada é bem complicado mesmo. Vale até a pena subir e costurar o grampo antes de montar a parada, a fim de evitar um fator 2.  Do segundo grampo até a parada, o lance é bem bonito. Um vertical com grandes agarras, algumas de cristal. Os grampos não são tão próximos, mas as agarras dão mais segurança. Assim que cheguei na segunda parada, o Leonardo já estava guiando a última enfiada. Nem parei, subi direto. Dali para cima é bem tranquilo, vai quase que caminhando. Foram mais dois grampos até a última parada dupla, que nem precisamos costurar. Fomos direto até o cume, onde fizemos segurança de corpo.

A vista é fantástica. Ter uma visão 360º não tem preço. Dava para ver Jurujuba, Charitas, São Francisco, Icaraí, Ponte, Rio de Janeiro, Pão de Acúcar e Fortaleza de Santa Cruz... O dia estava perfeito. Por sinal, tem sido assim na maioria dos dias nesse inverno. Batemos várias fotos para registrar o momento e seguimos até o outro lado, onde faríamos o rapel com duas cordas de 60m.

Os grampos estão um pouco para fora, mas nada de assustar. Emendamos a corda e eu comecei o rapel. Descida bem bonita, com uma vista fantástica. Passei por um grampo muito mal batido, onde daria para fazer uma parada caso rapelássemos como uma corda só. Mas não aconselho. Como falei, ele está muito mal batido. Pensamos até descobrir quem o colocou e pedir autorização para trocá-lo e aproveitar e duplicá-lo também.

Chegamos até a base e nos preparamos para voltar. Aí, foi só enfrentar o capim...

Até a próxima!

Vista do final da calha de capatação de agua


















Vista de Jurujuba da primeira parada

Leonardo Guiando



Fortaleza de Santa Cruz e Pão-de-Açucar


Analisando o rapel

Preparando o rapel


Na trilha

Vista da trilha


Na calha



Boa Viagem e MAC

Adicionar legenda


Entrada da Baia de Guanabara e Fortaleza de Santa Cruz


Galera no cume