terça-feira, 8 de novembro de 2016

Guia de Trilhas de Niterói e Maricá: 23º dia, subindo a Pedra de Inoã

Por Leandro do Carmo

Guia de Trilhas de Niterói e Maricá: 2º dia, subindo a Pedra de Inoã

Local: Maricá / Pedra de Inoã
Data: 13/02/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Marcos Lima, Ary Carlos, Jhonny Marques, Luciano Gomes e José Antônio.

Assim que chegamos a Inoã, ela se destaca... Toma conta da paisagem local. Assim é a Pedra de Inoã: Imponente!

Chegamos cedo ao ponto de encontro, na primeira entrada para Itaipuaçu. Lá, esperamos o pessoal chegar. O local de início fica em frente ao primeiro retorno após o Queijão. Iniciamos a caminhada por um capinzal que incomoda um pouco, mas logo entramos na mata. E foi aí que a brincadeira começou... Achar a trilha não foi muito fácil, mas conseguimos chegar. É uma trilha bem fechada e o rastro não está muito bem definido. Existem até algumas marcas pintadas nas árvores, mas elas estão, na maioria, visíveis para quem desce.

Seguimos subindo até num caminho bem íngreme até chegarmos a um grande platô. De lá, descemos levemente até encontrar o único ponto de subida. Uma passagem entre as pedras que leva ao último trecho antes do cume. Mais acima já dava para ver a bela vista. No cume, seguimos para o mirante voltado para a Serra do Calaboca. No caminho, cruzamos com uma jararaca enrolada ao lado de um tronco caído.

A volta foi mais simples... Como já sabíamos o caminho... Foi só curtir!


Seguem algumas fotos desse dia! Até a próxima.







Quinta Invasão - Setembro/2016

Por Leandro do Carmo

2016 bombou!!! Foram aproximadamente 80 pessoas participando do maior evento de escalada da cidade. Nos dividimos nas diversas vias do Costão, Mourão, Agulha Guarischi e Telégrafo. Além das escaladas tivemos as clássicas trilhas do Costão com Pata de Gato e Bananal. Uma grande festa!

Seguem as fotos:






sábado, 22 de outubro de 2016

Agulha do Diabo - Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Data: 19/10/2016

Participantes: Leonardo Carmo e Marcos Lima


Essa via estava na nossa mira já fazia tempo. Entra temporada e sai temporada e nada até que o Marcos Lima, já no desespero, deu uma intimida com três super missões. Dentre elas, a Agulha do diabo. Já numa época não muito apropriada, escolhei essa via e comecei a estudá-la de forma minuciosa. Como faríamos bate e volta, não poderíamos errar, pois não teríamos outra chance. Seja pelo risco de se machucar ou de ter que abortar e não ter mais uma janela de tempo bom como tivemos na semana do ocorrido.


Uns 5 dias antes, comecei a monitorar a previsão do tempo e falei com o Marcos para ele se preparar para uma missão. Só disse pra onde iríamos dois dias antes rsrsrs.

E assim foi toda a preparação rsrs. Partimos de Niterói às 4 da manhã do dia 19/10/2016. O dia estava perfeito. Um calor infernal e tempo aberto. Só que alta montanha é diferente. O tempo muda do nada. Entramos no PARNASO as 6 hs já com os ingressos comprados.

Chegando lá na barragem onde deixamos o carro, pegamos as mochilas e partimos pela interminável trilha do Sino. Subimos num ritmo intenso. A umidade estava alta. Suava feito um porco em fuga rsrs. Entramos na variante da trilha que sai numa bifurcação que da na Pedra da Cruz e Cota 2000. Por ali começa a trilha que vai para o Mirante do inferno e São João.

Obs.: pegando essa variante da trilha e chegando nessa bifurcação, tem que seguir a trilha que vai para a cota 2000 e entrar à esquerda e começar a descer. Se subir pela trilha convencional do Sino, quando chegar na cota 2000, entrar a esquerda e um pouco mais a frente, pegar a trilha a direita.

Continuamos a nossa empreitada e cada vez mais a vontade de escalar a Agulha. Não foi possível conter a vontade de vê-la mais uma vez e tirar uma foto e subimos até o mirante do inferno. Dali em diante foi sofrido. Entramos no Vale da Geladeira. Um lugar muito úmido. Percorremos uma íngreme descida e depois uma íngreme subida. Tudo estava molhado. Esse trecho é muito escorregadio. Andamos praticamente por pedras soltas e ensaboadas rsrs.

Passamos no buraco da Agulha meio que deslizando, pois estava completamente molhado.

Enfim, chegamos à base.

A primeira enfiada tinha uma parte molhada. Isso acabou dificultando um pouco a saída, mas não tinha jeito. Era encarar ou voltar. Vencido esse lance, partimos para a segunda enfiada. Lance tranquilo. Sem complicações. Partimos então para a terceira enfiada. Nessa, tinham duas partes molhadas que dificultou muito a nossa vida. Mas... ou encara ou aborta. A quarta enfiada também foi relax. Dali percorremos por um trecho de terra passando pela gruta que leva a te a entrada da chaminé do L. Antes da entrada da gruta da pra ver o cabo de aço da Agulhinha da Neblina.

A Chaminé do L a princípio deu um susto mas no decorrer vimos que não era nada disso. Nessa chaminé não tem grampos de proteção. Pra iniciar tem que ir até o final dela e começar a subir. Passar entre duas pedra entaladas quase saindo da chaminé. Depois que chegar nessa última pedra entalada, vai ter que fazer uma horizontal de volta até chegar em cima de uma outra pedra entalada que fica na entrada da chaminé. É meio louco mais é maneiro. Aí tem que ter um cuidado, pois a corda pode prender com facilidade. Chegando nesse ponto, tem dois grampos que finalizam a chaminé levando a uma parada dupla. Nesse ponto também estava molhado. Dificultando ainda mais a nossa vida. Esse é um lance delicado. Optamos por usar um estribo e fazer um artificial. Mesmo assim é um lance chato. Vencido tudo isso, chegamos no final da P5. Continuamos um pequeno trecho de trilha até chegar no lance do cavalinho.

Psicologicamente assusta. Pois se olhar pra baixo, é o abismo rsrsrs. Mas é só controlar os ânimos e partir pra dentro. O Marcos passou realmente no estilo cavalinho. Eu consegui passar rastejando mais por dentro do que por fora. A entrada no cavalinho requer muita atenção. Uma queda ali pode te deixar numa situação desconfortável demais. O final desse lance é super estranho também. A gente fez segurando no bico de pedra e jogando o corpo todo pra fora e entalando o pé numa fenda. Ali é jeito e força. Fazendo isso, entra na chaminé da Unha. A base dela é super apertada. Mal da pra virar a cabeça pra olhar pro lado. A saída é enjoada. Depois ela vai ficando mais larga e confortável. Nessa chaminé tem 3 grampos que dão uma segurança maior. Chegando no 2º grampo é recomendado virar o corpo e subir invertido pra poder terminar a chaminé confortavelmente. Eu subi do mesmo jeito que comecei e deu certo rsrs.

Terminando mais um lance, a P6, chega a hora do ataque final pelo cabo de aço. Apesar de ser cabo de aço o lance requer muita atenção. Tem um trecho que é uma parede. Subimos costurando normalmente fazendo toda a segurança. Uma queda ali se não estiver costurado ou você vai quebrar a coluna quando a solteira parar no grampo ou vai ficar despencar Agulha abaixo rsrs.

Vencido mais esse lance, chegamos ao cume (P7). Esse cume é um dos menores que eu já fui. Acredito não encontrar outro que seja menor. Estar lá em cima é indescritível. Uma sensação única que só estando lá pra saber.

Chegamos no cume por volta das 15 hs. Estávamos no limite do nosso tempo de segurança que estabelecemos. O tempo estava fechando. Ficou sinistro. Precisávamos sair dali o mais rápido possível. Batemos umas fotos, vídeos, assinamos o livro de cume e começamos a preparar pra descer.

Esse primeiro rapel vai até o topo da chaminé da unha. Dali tem que fazer outro por fora da chaminé até o platô e andar um pequeno trecho até o final da chaminé do L (P5). Esse terceiro rapel é por dentro do L terminando bem na entrada. Dali é caminhar até a parada dupla da P4, montar outro rapel e descer até a P1. Depois é só finalizar o rapel da P1 e pronto. É só pegar o caminho de volta até a barragem.

Equipamentos utilizados:

Corda de 60 m, 3 costuras e 1 estribo e 1 friend (ajudou na 3º enfiada devido a parede estar molhada).

Por não conhecermos a via, estabelecemos horários como meta e uma delas era chegar no cume no máximo até as 15 hs.

Não é preciso fazer a trilha com muita água, pois existe uma boa fonte de captação no Acampamento Paquequer.

Obs.: para entrar no parque as 6 hs da manhã é preciso comprar os ingressos antecipadamente pelo site e já levar o termo de responsabilidade impresso bem como os comprovantes de pagamento.






















quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A temperatura que está nem sempre é a que sentimos!

Por Leandro do Carmo

Artigo escrito para o Boletim CNM SETEMBRO/2014

A sensação de temperatura que o corpo humano sente é freqüentemente afetada por vários fatores. O corpo humano é uma máquina térmica que constantemente libera energia e qualquer fator que interfira na taxa de perda de calor do corpo afeta sua sensação de temperatura. Além da temperatura do ar, outros fatores significativos que controlam o conforto térmico do corpo humano são: umidade relativa, vento e radiação solar.

O índice de temperatura-umidade (ITU) é um avaliador do conforto humano para o verão, baseado em condições de temperatura e umidade. Ele é calculado pela equação abaixo:

ITU = (0,8 x T) + (UR ( T – 14,3 ) / 100) + 46,3

Onde, T = Temperatura em ºC, UR = umidade relativa do ar e ITU = Índice de Temperatura e Umidade.

A evaporação do suor é uma maneira natural de regular a temperatura do corpo, pois o processo de evaporação é um processo de resfriamento. Quando o ar está muito úmido, contudo, a perda de calor por evaporação é reduzida, pois o ar já está saturado com umidade. Por isso, um dia quente e úmido parecerá mais quente e desconfortável que um dia quente e seco. Na tabela ao lado são mostrados os ITU’s calculados com temperaturas em graus Fahrenheit e Celsius.

À medida que sua temperatura corporal aumenta, a temperatura da pele também aumenta, então começa a transpiração. Em condições normais, o suor evaporaria, resfriando seu corpo. Em ambientes úmidos, o suor não consegue evaporar devido à saturação do ar, que já está denso com vapor d’água. O suor acumula sobre a pele, esquentando-a ainda mais e, consequentemente, seu corpo. Seu corpo tenta compensar tudo isso gerando ainda mais suor, que também não pode ser evaporado. O ciclo continua até a desidratação e o colapso do organismo, que não consegue mais desempenhar os movimentos esportivos. Essa é a forma que o organismo encontra para reduzir sua temperatura.

Para dias assim devemos manter-nos sempre hidratados, bebendo água em períodos regulares e mesmo sem sede. Evitar exercícios extenuantes e se possível, trocar aquela longa via ou camianhada, por uns boulders a beira mar ou perto de rios, ou até mesmo aquele passeio em uma cachoeira. Assim, poderemos sempre nos refrescar quando o calor apertar.

No inverno, o desconforto humano com o frio é aumentado pelo vento, que afeta a sensação de temperatura. O vento não apenas aumenta o resfriamento por evaporação, devido ao aumento da taxa de evaporação, mas também aumenta a taxa de perda de calor sensível (efeito combinado de condução e convecção) devido à constante troca do ar aquecido junto ao corpo por ar frio. Por exemplo, quando a temperatura é -8ºC e a velocidade do vento é 30Km/h, a sensação de temperatura seria aproximadamente de -25ºC. A temperatura equivalente "windchill" ou índice "windchill" ilustra os efeitos do vento.

Analisando a tabela nota-se que o efeito de resfriamento do vento aumenta quando a sua velocidade aumenta e a temperatura diminui. Portanto, o índice "windchill" é mais importante no inverno. No exemplo acima não se deve imaginar que a temperatura da pele realmente desça a -25ºC. Através da transferência de calor sensível, a temperatura da pele não poderia descer abaixo de -8ºC, que é a temperatura do ar nesse exemplo. O que se pode concluir é que as partes expostas do corpo perdem calor a uma taxa equivalente a condições induzidas por ventos calmos com a temperatura -25ºC. Deve-se lembrar que, além do vento, outros fatores podem influenciar no conforto humano no inverno, como umidade e aquecimento ou resfriamento radiativo.

Um anorak simples, do tipo corta vento, pode ser o suficiente para te deixar confortável, ou pelo menos minimizar o risco de hipotermia. Já passei por uma experiência na Travessia dos Olhos, na Pedra da Gávea, onde o vento forte estava me levando ao limite do frio, mas como levo sempre um anorak na mochila...

Fontes:

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Travessia da Neblina – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Atividade profissional feita em parceria PitBull Aventura x Templos de Rocha

Data: 17/09/2016

Guias: Leonardo Carmo / Taffarel Ramos / Monique Zajdenwerg


Percorremos aproximadamente 15 km em 8 hs. Trilha exigente.

Entramos no parque por volta das 7:30. Conseguimos estacionar o carro lá na barragem. Conseguimos economizar um bom pedaço. Na volta isso faz uma diferença danada.

No dia anterior tinha chovido um pouco na região, mas eu vinha monitorando o tempo durante toda a semana. E como eu confiava na minha intuição, mantive a programação. O dia simplesmente ficou espetacular. Uma luminosidade que nunca tinha visto. O céu estava com um azul diferente... algo inexplicável.

Começamos a nossa caminhada as 8 hs. Pegamos a trilha principal do Sino. Sobe, sobe, sobe, sobe... Chegamos o abrigo 1 e pausa para uma rápida conversa. E toca pra cima até chegarmos na cachoeira Véu da Noiva. Por conta da estiagem, o Véu não existia mais. Praticamente sem água alguma. Após uma rápida parada, continuamos tocando pra cima. Depois de um tempo, chegamos no Abrigo 3 onde paramos para lanchar.

Dali até a cota 2000 foi um pulo. A cota 2000 é o ponto onde inicia a trilha para a Travessia da Neblina e também para outros cumes.

Rapidamente chegamos no alto do Morro da Cruz. Lá tem um livro de cume. Depois, descemos um pouco até chegar no Queixo do Frade. A trilha é bem óbvia. Sem maiores problemas. Alguns pedaços expostos, mas nada assustador.

Passando do Queixo do Frade, a trilha vira um misto de trilha com vegetação baixa e lajes de pedra. Mais adiante já será possível ver a Verruga de Frade. Ali tem uns grampos onde pode montar um rapel e descer com segurança. Se o grupo for composto de pessoas experientes, da pra descer na aderência. Caso contrário, monte o rapel. Como nossa expedição era profissional, montamos todos os procedimentos de segurança para os participantes. Logo após terminar esse primeiro lance, vem uma horizontal para a direita seguindo a linha dos grampos. Nesse trecho, pode montar um corrimão com a corda para dar maior segurança. Acabando esse trecho, a trilha volta para a mata até chegar à base da Verruga do Frade. Ali paramos para lanchar novamente. 

Continuando a descida, mas a frente, tem um afloramento rochoso. Pode passar subindo ele ou contornar pela direita e mais a frente vem uma descida mais forte em meio a laje de pedra misturada com vegetação até chegar no início do Paredão Roy Roy. Ali tem um grampo para montar o rapel. Depois é pegar a trilha novamente até chegar em um ponto ótimo para apreciar a paisagem inclusive o Dedo de Deus. (cuidado quando for mais a frente um pouco pra tirar fotos. A vegetação está bem frágil e pode desabar a qualquer momento). A vista é incrível. Nesse ponto, é só dobrar a esquerda e começar a descer. A trilha começa a ficar bem íngreme e um pouco escorregadia. Daí pra baixo é só ficar ligado. Existem alguns totens. A vegetação pode dar uma confundida para quem não tem experiência. Nesse ponto, a trilha cruza alguns riachos. Em época de estiagem eles estarão secos. Vem um trecho com os bambus onde tem que ficar esperto. Depois de um tempinho, a trilha encontra novamente a trilha principal do Sino no ponto onde era o antigo Abrigo 2. 

Algumas dicas:

Se for entrar antes das 8 hs, é preciso comprar os ingressos do parque pela internet. Imprima todos os comprovantes e leve.

Levar lanterna.

Até a cota 2000 tem alguns pontos de captação de água. Se for em época de estiagem, melhor subir abastecido.

Levar equipamento básico para rapel. Corda de 30 m é o suficiente.

Aconselho a ter pelo menos uma pessoa experiente o grupo.