quarta-feira, 16 de julho de 2014

Mergulho em Cabo Frio - RJ

Por Leandro do Carmo

Mergulho em Cabo Frio - RJ

Local: Cabo Frio
Data: 06/07/2014
Participantes: Corsários Divers
Operadora: Over Sea

Mergulho em Cabo Frio






Pequeno histórico da cidade de Cabo Frio

Cabo Frio é um município do estado do Rio de Janeiro. Localiza-se a 22º52'46" de latitude sul e 42º01'07" de longitude oeste, a uma altitude de quatro metros acima do nível do mar. Faz divisa com Armação dos Búzios a leste, Arraial do Cabo a sul, Araruama e São Pedro da Aldeia a oeste, e Casimiro de Abreu e Silva Jardim a norte. É o sétimo município mais antigo do Brasil e o principal da Região dos Lagos. Possui 200.380 habitantes, segundo estimativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em agosto de 2013.

Descoberto por Américo Vespúcio em 1503, Cabo Frio teve a sua colonização marcada pelo constante ataque de piratas franceses e holandeses. A cidade povoada através de concessões de sesmarias, foi o ponto de partida para exploração do pau-brasil. Em 1615, os franceses foram derrotados pelos portugueses. E em 13 de novembro do mesmo ano fundam a cidade Santa Helena. Em 15 de agosto de 1616 instala-se o município, passando a cidade chamar-se Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio.

Até o século XIX, a economia baseava-se na agricultura com mão-de-obra escrava. A abolição da escravatura ocasionou o colapso econômico; só se restabelecendo bem mais tarde com o desenvolvimento da indústria do sal, da pesca e do turismo, sobretudo após a implantação da rodovia e da estrada de ferro, esta última, hoje, desativada.

Pontos de Mergulho:

Ilha Comprida
Ilha do Breu
Ilhas das Emerências (de Dentro e de Fora)
Ilha Dois Irmãos
Ilha dos Capões
Ilha dos Papagaios
Ilha dos Pargos
Ilha Redonda
Laje do Foguete
Laje do Peró



Relato

Ainda não havia mergulhado em Cabo Frio e há muito tempo ouvia falar dos pontos de mergulho do local. Surgiu essa oportunidade de ir com a Corsários Divers e não pensei duas vezes. Aceitei o convite. Nosso ponto de encontro foi em frente ao condomínio onde mora o Leandro Pessoa, em Manilha. Marcamos às 05:40h e saímos por volta das 06:00h. Ainda paramos em um ponto da Via Lagos para tomar um café da manhã e seguir viagem.

Chegamos no local de saída, que fica ao lado do Mercado Municipal de Peixes de Cabo Frio. Lá tem um amplo estacionamento, o que facilita muito para a logística. Seguimos até a operadora Over Sea e fomos arrumando as coisas dentro do barco. Não lembro em quanto estávamos, mas estava cheio, é muito melhor mergulhar em saídas assim, com amigos se torna muito mais agradável. Posso até não conhecer todo mundo, mas amigo de amigo, amigo é!!!!

Como estávamos em um grupo grande, tudo tinha que está bem organizado, pois se não, seria uma confusão dentro do barco. A tática que o Leandro Pessoa arrumou foi a seguinte: separava os grupos e indicava os cilindros que iriam utilizar, assim já poderíamos entrar no barco e ir arrumando o equipamento. Deixei quse tudo pronto antes mesmo do barco sair.

Ainda não estava definido o local do mergulho, dependíamos das condições do mar. Pelas notícias que tivemos durante a semana, a visibilidade estava quase a 15 metros. A expectativa era grande. Curtimos a navegação no canal Itajuru, apreciando as belas lanchas e mansões nas suas margens. Na saída da barra, a visão do Forte São Matheus e a praia do Forte, eram um espetáculo a parte. Ao sair do canal, o vento estava forte, deixando o mar um pouco mexido. Alguns enjoaram. Seguimos para o lado oeste da Ilha Comprida, nosso primeiro mergulho do dia.


Primeiro Mergulho – Ilha Comprida
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Perfil do Mergulho

Tempo de Mergulho: 61 min
Profundidade Máxima: 11 m
Início do Mergulho: 10:35 h
Temperatura da água: 22°C
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Não foi o melhor local para ancorar, mas não estava nem aí, queria era cair logo na água e antes mesmo do barco desligar os motores, já estava pronto. Esperava apenas o meu grupo. Ainda bem que todos foram rápidos e alguns minutos depois já estávamos dentro d’água. O dia estava bem agradável. A água é que estava um pouco fria. Porém, a visibilidade estava boa e compensava qualquer coisa. Começamos a descer e quando estávamos no fundo, foi só esperar o OK de todos para iniciarmos nosso mergulho. Nessa primeira parte, como referencial, tínhamos a Ilha Comprida a nossa direita, assim, voltaríamos com ela a nossa esquerda.

De cara já vemos muitas gorgônias, conhecidas com Orelha de Elefante, que balançam lentamente com a corrente, formando um belo espetáculo. Um pouco mais a frente uma arraia repousava no fundo. Fomos seguindo acompanhando pequenos peixes mas nada que impressionasse. Acho que fiquei mau acostumado com Abrolhos... Numa toca, um pouco depois, uma moreia pintada nos recebia com seu famoso movimento de abrir e fechar a boca, utilizado para forçar a entrada de água para as brânquias, conseguindo, assim respirar, visto que ficam maior parte do tempo paradas dentro da toca. Muitos tem medo de chegar perto, mas com certeza passamos por muitas e nem nos damos conta, se não a ameaçarmos, não teremos problemas!

Passei e vi um pontinho azul numa pedra, voltei e vi que era um nudibrânquio, há tempos que não via um. O refluxo ali estava um pouco forte, o que não permitiu bater fotos ou filmá-lo como queria. Seguimos até um pouco mais a frente e começamos o nosso retorno, agora com a pequena corrente a nosso favor. Na volta, mais uma moreia. Agora ela estava repousando numa fenda, sem a sua posição tradicional. Alguns baiacus e um peixe cofre, roubaram a cena nessa volta. Continuamos e chegamos bem em baixo do barco, onde fizemos nossa parada de segurança e retornamos a superfície.

No barco já deixei o equipamento pronto para o próximo mergulho. Assim quando todos começassem a subir, daria espaço para cada um arrumar o seu. Aproveitei para pegar um pouco de sol na proa da embarcação e fazer um lanche. A essa altura a fome já apertava. Aos poucos, todos foram subindo. E após a tradicional chamada, navegamos até o nosso próximo ponto de mergulho, a Ilha dos Papagaios.


Segundo Mergulho – Ilha dos Papagaios
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Perfil do Mergulho

Intervalo de Superfície: 01:07 h
Tempo de Mergulho: 62 min
Profundidade Máxima: 16,1 m
Início do Mergulho: 12:43 h
Temperatura da água: 22°C
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A navegação foi mais tranquila que na ida. Tínhamos o vento a nosso favor. Depois de alguns minutos, estávamos já ancorados e nos preparamos para o próximo mergulho. Dessa vez, mergulharíamos no Ilha dos Papagaios, a ilha mais visitada da região, devido a proximidade da saída do canal e por ser um local abrigado dos ventos predominantes da região. Nosso ponto de mergulho seria na terceira enseada na face oeste.

Depois de tudo pronto, caímos logo na água, afinal de contas, estávamos ali para isso! Seguimos com a ilha a nossa esquerda. Logo de cara já deu para perceber que esse mergulho seria melhor que outro. Tinha muito mais vida. Muitos mais peixe pelo caminho.

Mais a frente, uma grande tartaruga repousava entre as pedras. A oportunidade de filmá-la e fotografá-la bem de perto. No começo, ela nem se incomodou, parecia que nem estávamos ali. Mas aí já viu... Abusamos um pouco e chegamos tão perto que não teve jeito, ela bateu em retirada... Continuamos nosso mergulho e para minha surpresa vi um polvo, tinha acabado de soltar sua tinta preta, tentando se defender de quem chegou um pouco perto demais. Fiquei ali ainda algum tempo vendo-o se movimentar de um lado para o outro. Ver um polvo fora da toca, a essa hora, não é uma coisa tão comum.

Mas as boas surpresas não pararam por aí. Um grande cardume de filhote de olho de cão, pelo menos era o que parecia, estava estacionado mais a frente. Um belo visual. Por vezes passava pelo lado, por baixo, por entre e parecia que eles não se importavam com a minha presença. Seguimos um pouco mais para o fundo, atingindo 21 metros. Voltamos logo em seguida pois não havia muita coisa de interessante.

Na volta passamos por duas grandes manilhas colocadas lado a lado, sem muito atrativo. Na hora tentei imaginar o motivo, que só fiquei sabendo mais tarde, depois de uma pesquisa na internet, que fora colocado ali para a criação de recife artificial. Passamos por um ponto, já na volta, onde o refluxo ficou mais forte, hora jogava para frente, hora, para trás. Acelerei um pouco para passar do local. Ameaçou a me dar câimbra na perna esquerda. Dei uma alonga e aliviei um pouco a batida nessa perna, sem forçar outra.

Segui bem devagar até em baixo do barco, onde fiz a parada de segurança e subi até a superfície. No barco, foi comemorar o grande mergulho. Comentei que esse, havia sido melhor que o primeiro e todos concordaram comigo. Arrumei todo o equipamento, assim ficaria tranquilo durante o resto do tempo. Aproveitei para tomar um pouco de sol. Aos poucos todos foram subindo a bordo e iniciamos a nossa volta.

Por enquanto a navegação estava tranquila, ainda estávamos abrigado do vento, passando pelas segunda e primeira enseada. O comandante do barco pediu para que ninguém ficasse sentado nas bordas da embarcação. Em breve entraríamos na parte agitada da navegação. De onde estávamos, dava para ver, mais a frente, que o mar estava grosso. Ultrapassamos a ponta da ilha e entramos na zona do vento. Navegamos ainda mais alguns metros numa diagonal, com algumas ondas atingindo o barco a boreste, até que numa rápida manobra, o comandante colocou o barco com o vento de popa. Aí, foi só seguir até a entrada da boca da barra, onde entramos, sem problemas, no canal Itajurú. Ali estava sem vento e navegamos até o cais, todos com o sorriso nos rosto e aquele gostinho de quero mais!!!


Valeu Corsários, missão cumprida, até a próxima!

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio

Mergulho em Cabo Frio


sábado, 12 de julho de 2014

Escalada em Niterói - Morro do Morcego e Jurujuba

Por Leandro do Carmo

Piratininga


Escalada em Niterói - Morro do Morcego e Jurujuba

Escalada no Morro do Morcego
Na ponta do Bairro Jurujuba, do cume do Morro do Morcego se tem uma vista privilegiada da Fortaleza de Santa Cruz, entrada da Baía de Guanabara, Charitas, Icaraí, Mac, Ponte Rio-Niterói, Aterro do Flamengo, Pão-de-Açúcar, etc. É alvo constante da especulação imobiliária, o que tornaria esse paraíso ainda mais inacessível!!! O lugar é fantástico. Possui 4 vias tradicionais e 1 projeto, além de 3 esportivas. Tem algumas pequenas chaminés que dão um bom treino. O cume do Morro do Morcego pode ser acessado também por caminhada.

Localização



Face Norte do Morro do Morcego

Para se acessar a face norte pode-se costear o morro, a partir da praia de Adão. É uma caminhada chata. Pode-se chegar por mar, mas o desembarque só se dá com o mar calmo. Já tentei desembarcar na praia do Morcego, mas como é propriedade particular, tive que ir embora. Na época da conquista da Moby Dick, todo o acesso foi feito por um sítio no final de Jurujuba, perto da Igreja, porém algum tempo depois, o Leandro Pestana, antigo presidente do CNM, teve o acesso negado, fica aí a dúvida...

Segue o acesso até a face norte, feita por caminhada
Linha vermelha: Acesso à Face norte
Linha verde: Caminhada de volta, após o rapel


Escalada no Morro do Morcego
Editado por Claudney Neves























Linha das vias da Face Norte do Morro do Morcego

Escalada no Morro do Morcego


Vias da Face Norte do Morro do Morcego


Projeto do Leandro Pestana

Mari do Metrô - 3º IV E2 D1 --------- + RELATO DA CONQUISTA  + CROQUI

Moby Dick - 3º  IV E1 D1 --------- + RELATO  + CROQUI  +VÍDEO

Morcego Nervoso - 3º IV (A2/VI) E3/E4 D1 -------- +  CROQUI


Face Sul do Morro do Morcego


Para acessar a Face Sul, pode-se passar por uma casa, a última da direita de quem vai para as praias de Adão e Eva, caso o morador permita a entrada, ou seguir um vara mato a partir da praia de Adão. Seguindo pela casa, pegar a rua de chão (as vezes o caminho está tomado por mato) até um ponto onde tem uns eucaliptos, dali seguir para a esquerda, costeando uma ruína de um muro, nunca o ultrapasse. Assim você chegará na rocha (nesse ponto costuma ter muito mato também). Moradores do local falam de abelhas, mas em todas as vezes que fui, não as encontramos, ou melhor, elas não nos encontraram! Segue o tracklog para acessar a base.

Linha das vias da Face Sul do Morro do Morcego

Escalada no Morro do Morcego

Vias da Face Sul do Morro do Morcego

Cristais em Colapso - VIsup E2 - Esportiva

Olho Grande - Vsup E2 - Esportiva

Via não identificada - Projeto iniciado pelo Curso de Guias do CEB

Bat Caverna 4° V+ E2 D1 60m --------- + Croqui

Paredão Sangue Bão - 3º V E2 D1 ------- + CROQUI   + RELATO  + VÍDEO

Visão Oposta - 3º IV E2 D1 ------- + CROQUI + RELATO + Vídeo



Setor das Praias


Via Aposentado e de Folga - V E1 30m --------- + Croqui / Relato / Vídeo

Conquistadores: Leandro do Carmo e Marcos Lima - 2019

Seguindo em direção  à Fortaleza de Santa Cruz, a via fica bem em frente à descida da praia de Adão. Os grampos são bem visíveis. É uma via curta com o crux bem na saída, entre o primeiro e o segundo grampo. A partir daí, segue bem tranquila até uma parada dupla. Não é tão alto, mas o visual é fantástico.

Acesso Negado - VIIa (top rope)
Conquistadores: Leandro Pestana

O nome da via deve-se ao fato que durante uma conquista no Morro do Morcego, o Leandro Pestana foi proibido de entrar para terminar a conquista e acabou indo até praia e conquistou essa via.

Chaminé Saí Ralado - V ------ + CROQUI / Relato da Conquista
Conquistadores: Leandro do Carmo e Guilherme Belém - 2013

Não é uma chaminé com paredes paralelas, ela é em formato de V. O começo é um pouco alto, sendo difícil a saída. Tem uma agarra alta e para vencer o lance, tendo que usar o braço, pois fica sem apoio para os pés. Muitas agarras quebrando. Tem um dupla de grampos para rapelar até a base, caso esteja em maré alta.


Setor Morro dos Macacos

Localização

Exibir mapa ampliado

Via

Chaminé do Forte - 4º V A2 E3 D3 ------- + CROQUI

terça-feira, 8 de julho de 2014

Escalada na Via Moby Dick no estilo Aventura!

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Moby Dick no estilo Aventura!

Local: Morro do Morcego - Jurujuba - Niterói RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Claudney Neves

Via Moby Dick
Via Moby Dick – 3º IV E1 D1 205 metros

Material necessário: 7 costuras e corda de 50m

Acesso: Pode ser acessado de duas maneiras: Uma, por um sítio, no final da praia de Jurujuba, no ponto final do ônibus 33, próximo a Igreja, mas essa é uma opção que não tentamos, pois há um tempo atrás, um amigo meu teve problemas com o acesso por ali;  a outra, é contornando o morro do Morcego, a partir da praia de Adão, seguindo pelo costão.

Dicas: A via é bem tranquila e bem protegida, porém muito suja em alguns trechos, mas nada que prejudique. Na caminhada, em alguns pontos, tem que abrir caminho no capim, principalmente num platô na Face Norte, mais ou menos no ponto da via Morcego Nervoso.

Acesso à base:
Via Moby Dick
Linha Vermelha: Acesso à base / Linha Verde: Caminho de volta após o rapel








 

Vídeo


Relato


Agora foi!!! 

Via Moby Dick
Na primeira vez que marcamos o tempo não ajudou, mas agora deu tudo certo. Depois de aproximadamente 3 horas, estávamos terminando o rapel na face sul. Tínhamos cumprido nosso objetivo. A via Moby Dick, no Morro do Morcego, em Jurujuba, sempre me despertou curiosidade. Na verdade, qualquer via que eu não tenha nenhuma informação me desperta curiosidade! Já havia feito duas vias lá, mas na face sul, a Paredão Sangue “Bão” e Visão Oposta. Já havia, também ido até a base dela, porém, remando. E essa era a minha idéia dessa vez, mas a logística não seria uma das tarefas mais fáceis! Acabamos ficando com a mais simples: vamos seguir caminhando pelo costão até chegar a base e ponto! Poderíamos pedir autorização a uma residência no final de Jurujuba, mas por algumas pessoas terem tido problemas lá, preferi ficar com a possibilidade de chegarmos por um caminho que não dependesse da boa vontade de ninguém.

Via Moby Dick
Ah, já tinha até esquecido de falar que o meu companheiro de aventura, seria o Claudney, do Clube Excursionista Light. Trocamos vários e-mails sobre a via e tínhamos um objetivo em comum: escalar e conhecer a via Moby Dick. Tínhamos poucas informações. O Claudney me passou um relatório do conquistador, o Theotônio da Silva, que na verdade não tinha muitos detalhes, além de um esboço do croqui, mas, também, sem muita informação. Eu sabia onde era a base e tinha a teoria de que dava para chegar passando por cima de um grande platô com vegetação. Mas para saber se a teoria iria funcionar na prática, tínhamos que ir conferir pessoalmente. Essa era única maneira.

Marcamos dia 07/06, sábado, às 07:30, em frente a Igreja de Jurujuba. Fomos pontuais e nos dirigimos à praia de Adão, onde começaríamos nossa caminhada. Uma foto para registrar o momento e seguimos. Caminhamos pela areia e começamos a subir. Fomos contornando o pequeno costão e passamos por alguns pescadores. Em alguns pontos a pedra estava úmida, o que nos fez redobrar a atenção. Continuamos caminhando e logo pegamos nosso primeiro capinzal. Felizmente curto, mas já dava para sentir o que
Via Moby Dick
encontraríamos pela frente. Contornamos uma grande fenda, próximo ao mar e seguimos caminho por uma enseada. Havia bastante lixo trazido pela maré, e também, muita coisa deixada, provavelmente, por pescadores que frequentam o local. Mais adiante, vi que o costão ficava bem vertical, impossível de passar. Porém, havia uma saída para uma pequena trilha, de início bem óbvio. Seguimos por ela e passamos por cima dessa parte vertical, até chegarmos novamente num costão, onde deu para caminhar tranquilamente.

Andamos mais um pouco e já dava para imaginar que para acessar o cume do Morcego, deveríamos começar a subir, mas esse não era nosso objetivo, pelo menos por esse caminho. Seguimos em frente. Já estávamos entrando na face norte e fomos em uma diagonal para cima, com o intuito de contornar o grande platô. Seguimos tranquilos e passamos por um ponto, onde provavelmente começaria a via Morcego Nervoso. Dali para frente era um incógnita, mas meu instinto me dizia que estávamos indo no caminho certo.

Via Moby Dick
Por enquanto, dava para caminhar no costão, mas alguns metros à frente, não seria assim tão fácil. Cogitei até continuar no costão, mas estava tão sujo, que ficaria até perigoso. Na pior parte, o Claudney abriu o capim, fazendo praticamente um túnel. Ainda o ouvi dizer que “não estava tão ruim assim”... Acho que era para levantar a moral!!! Quando cheguei no final, percebi que realmente, não estava tão ruim assim e que o pior já havia passado. Descemos um pouco chegamos no ponto onde eu havia chegado de caiaque. Mais alguns metros e estávamos na base. Primeira parte da missão foi cumprida!

Na base, dava para ver pelo menos uns 4 ou cinco grampos. Combinamos que iríamos revezar a guiada. Nos equipamos e o Claudney guiou até a primeira parada. A via nesse começo está bem suja, assim como, no meio e no final, resumindo: toda suja! Mas os lances são bem tranquilos e rapidamente também cheguei na parada. Como já estava com as costuras, peguei mas algumas e parti para a segunda enfiada. Subi rápido e fui à esquerda de um grande platô com vegetação. Quando já estava acima do platô, não via mais o próximo grampo, olhava para um lado e para o outro e nada. Tinha certeza de que a via seguia para a esquerda, mas nem sempre o óbvio é o caminho! (depois eu fui entender o porquê dela não ir pela esquerda...) Sem querer olhei e vi o grampo bem a direita, um pouquinho acima do platô e abaixo de mim. Segui para lá, o costurei e fui subindo numa diagonal até chegar na parada dupla. Ainda bem que era dupla! Esses grampos não estavam muito bem batidos...

Via Moby Dick
Lá montei a parada e o Claudney veio escalando e de vez em quando parava para atualizar o esboço do croqui que fazia. Na parada, passei o resto do equipamento que estava comigo e ele seguiu guiando a via. Fez uma enfiada mais curta, até a próxima parada dupla, uns trinta metros. Subi rápido e me juntei a ele. Atualizamos o croqui. A via seguia sempre bem protegida, um ou outro lance com os grampos um pouco mais espaçados, mas bem tranquila. A vista dali era fantástica. O tempo estava ajudando, o sol típico de inverno não era forte, mas o suficiente para deixar o as condições extremamente agradáveis.

Comecei a guiar a próxima enfiada, um pouco mais forte que as anteriores, mas ainda sim, a via seguia tranquila, porém sempre suja. Mais uma enfiada curta, uns 35 metros. Montei a parada e o Claudney chegou. Dali, deu para perceber o porquê da via não ter seguido pela esquerda, como mencionei anteriormente: ela chegaria a uma linha enorme de vegetação, com muito capim, talvez fosse impossível passar... Talvez não fosse impossível, mas com certeza não seria a melhor ideia. Como disse, nem sempre o óbvio é o caminho!

Via Moby Dick
Faltava apenas uma enfiada. Pela verticalidade da parede, parecia que o crux era ali. O Claudney seguiu guiando e foi subindo até que não consegui mais vê-lo. Comecei a subir e passei pelo melhor lance da via, justamente no final. Mais alguns metros e já estava no local onde também terminam as vias Visão Oposta e Paredão Sangue “Bão”. A missão estava cumprida!!!! Aproveitei para fazer um lanche e seguimos para o rapel. Ainda bem que havia colocamos mais um grampo no meio da parede, pois o que estava lá, está tão mal batido, que seria difícil parar nele!

Quando pensava que o capim já tinha acabado, lembrei que faltava descer o caminho de acesso à face sul. Como da última vez que estive ali, o capim havia tomado conta de tudo. Pouco restava do caminho que havíamos feito. Mas passamos e quando chegávamos no final, o caseiro que toma conta do local nos avisou que o dono não queria mais ninguém passando ali... Ele nos deixou passar pelo portão. Agradecemos e fomos embora. Tomara que seja só mau humor!!!!!


Valeu pessoal!!!!!!

Via Moby Dick
Mais uma por fazer

Via Moby Dick
Na parada

Via Moby Dick
Claudney terminando mais uma enfiada

Via Moby Dick
Claudney registrando a vista do cume

Via Moby Dick
Praia de Adão, o começo da caminhada


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pico do Peito do Pombo

Pico do Peito do Pombo – Sana, Macaé- RJ.

Participantes: Leonardo Carmo, Stephanie Maia, Cadu, Alexandre Rockert, e Rafael (carinha parente do Highlander)



Iniciamos a trilha as 9:20. O início aparentemente é bem tranqüilo. Depois de uns 10 minutos a trilha começa a ficar bem úmida, com uma espécie de lama, mas não chega a ser um atoleiro.



O caminho é bem marcado nesse ponto, não tem erro.

As 10:24 chegamos na primeira porteira. Nesse momento encontramos um maluco que estava descalço, sem lanterna, sem comida e água dizendo que ira fazer a trilha também.

Seguimos todos juntos.

As 10:38 chegamos na segunda porteira.

As 10:46 chegamos na terceira porteira.

As 10:54 chagamos na parte do rio. Não tema mais ponte. A travessia tem que ser feita passando pela água ou pulando as pedras. Em tempo chuvoso é complicado de passar. A Stephanie parece que vai pelas pedras mas corajosamente voltou, triou as meias e bota e passou pela água gelada.



Após atravessar o rio, passamos pela quarta porteira. Nesse ponto é preciso ter atenção, pois tem vários caminhos de “boi” que podem induzir ao erro.  É uma área de pasto morro acima.



Como a orientação que tínhamos não era precisa, resolvemos que a Stephanie, Alexandre e o Cadu ficassem esperando enquanto eu procurava o caminho certo. O carinha que encontramos no caminho também subiu comigo. Depois de tocar uns bois e vacas, subir e descer o pasto feito um deles, encontrei o caminho e continuamos a trilha.

Depois de um tempinho, chegamos no setor da mata fechada por volta de 12:00. Paramos pra beber uma água e encher os reservatórios.



Dali em diante a trilha fica pesada. Bem hardcore. Um bom preparo físico nesse momento faz a diferença.

Quase no final da trilha você tem que optar em contornar a pedra para a direita ou esquerda. Pra esquerda o caminho é bem mais curto, porém um pouquinho exposto. Pela direita é mais protegido. Alguns lances com auxílio de corda fixa, mas da pra fazer sem também. Uns 5 minutinhos andando você se depara com o impressionante e intrigante Peito do Pombo.



As 13:49 chegamos no final da trilha.



Ficamos descansando, tirando fotos, conversando, dormindo, delirando até as 15:06 quando resolvemos descer.



Como já sabíamos que pegaríamos noite no caminho, deixamos as lanternas preparadas.

Depois de alguns escorregões, risadas, dores no joelho, etc, paramos para captar mais água.
Nesse momento, o carinha que estava com a gente, descalço, sem comida e lanterna, disse que tinha acabado de sofrer uma cirurgia. Tinha tirado um rim e parte do outro. O cara era literalmente parente do Highlander. Depois de uma boa conversa continuamos a descida. No caminho encontramos um pé de limão galego. Na verdade parecia um pé mutante. O limão parecia uma tangerina. A Stephanie, já alucinada, falava sem parar: pega pra colocar na cachaça... pega pra colocar na cachaça... Como não da pra contrariar mulher, desci com o Cadu até o pé mutante e fizemos a colheita.


Sobe pasto, desce pasto...  desce pasto.... desce mais pasto... até que chegamos no setor da travessia do rio. Paramos para lanchar, beber água e conversar mais um pouco. A água estava bem gelada e o nosso amigo Rafael, parente do Highlander, amarradão com as pernas dentro da água. Dali em diante já caminhamos no escuro. O Cadu estava doido pra estrear a sua lanterna. Ele caminhou durante todo o período noturno iluminando as copas das árvores e o mato. Mas com a sua habilidade de pesquisador não encontrou nada, exceto um cavalo que pastava meio doidão já no final da trilha. O Alexandre, as vezes me assustava rsrs. Ele ficava pra trás e dava umas corridas. Ele falava que era pra forçar menos os joelhos na descida. O parente do Highlander descalço, sem lanterna e já sofrendo de hipoclicemia continuava andando sem reclamar. A Stephanie resmungava mas não parava. Eu queria fazer toda a parte noturna sem lanterna. Comecei bem. Andei boa parte assim até que eu escuto um assovio. Eu estava fechando a fila e a Stephanie na minha frente. O Alexandre e o parente do Highlander estavam mais na frente puxando a fila e o Cadu "caçador de sombras" estava mais próximo a eles. Continuamos andando e novamente escutei o assovio só que um pouco mais perto. Como a Stephanie não falou nada, fiquei queto. Quando escutei pela terceira vez pedi para que ela parasse e pegasse a minha lanterna na minha mochila. Parecia cena de filme de terror. O assovio chegando mais perto e ela não conseguia abrir a minha mochila. De repente aparece um coroinha num cavalo branco. A Stephanie disse que era um burro, não o coroinha mas o animal que estava com ele. Sem saber o que fazer a Stephanie teve a brilhante ideia de perguntar sobre o resultado do jogo Brasil x Chile. O coroinha ficou quase um minuto falando que tinha sido 1 x 1. Resumindo depois de vários minutos ele voltou a falar em 1 x 1 mas que o Brasil tinha vencido nos pênaltis. Acho que ele já tinha bebido algum "suco de cana ardente" pois falou que ia deixar o seu cavalo/burro na grama alta relaxando e que talvez não voltasse pra casa no mesmo dia. Bom, sei que da mesma que forma que ele apareceu ele sumiu. A partir daí resolvi ignorar a minha visão noturna e liguei a lanterna.


Depois disso, as 19:03 chegamos na base (início da trilha). Todos estavam bem e já perguntando quando seria a próxima atividade mas na verdade todos queriam beber uma gelada.


Para finalizar, paramos em um bistrô onde degustamos um caldo verde com pimenta, caldo de abóbora, espaguete e uma boa e desejada cerveja.

Vai a dica: assim que atravessar o rio e passar pela porteira, siga em frente em direção a uma árvore bem grande. Por ser uma árvore grande, ela vai se destacar. Pegue o caminho de “boi” que passa bem ao lado dessa árvore e comece a subir o pasto. Do lado direito tem uma cerca. Se oriente por ela também. No alto do pasto, também do lado direito, tem um pequeno bambuzal. Chegue até ele. Nesse ponto você pode optar por passar pro lado de lá da cerca por uma espécie de porteira aberta ou continuar subindo. Passando pro lado de lá ou não terá que ir beirando a cerca. Chegando no alto do pasto, terá uma abertura na cerca, mas não tem porteira.  Passe por ali e comece a descer. Nesse ponto você já vai avistar a mata fechada e o Peito do Pombo.  Escolha um caminho de “boi” rumo à entrada da mata. Qualquer caminho levará pra lá. É meio instintivo. Na entrada da mata tem uma espécie de porteira, mas ela não abre. Tem que passar por uma abertura lateral. Cuidado pra mochila não rasgar na cerca.

Nesse ponto tem praticamente o último ponto de captação de água. Tem um outro mais acima só que se for em época de estiagem a captação pode ser difícil.

Agora é só subir até o Peito do Pombo. Não tem erro.

Pra quem vai escalar é bom ficar ligado. No primeiro grampo já tem um mosquetão em péssima condição de uso. Os grampos também não estão lá essas coisas.

Outra dica, bem no início da trilha tem um estacionamento. R$ 10,00 o dia todo. Vale deixar o carro ali.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Caminhada ao Mirante do Inferno - Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Por Leandro do Carmo

Caminhada ao Mirante do Inferno - Parque Nacional da Serra dos Órgãos


Local: Mirante do Inferno, Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Data: 17/05/2014
Participantes: Leandro do Carmo, Ary Carlos, Alessandra Neves, Marcelo Sá, Patrícia Lima e Vinícius Araújo.

Mirante do Inferno


Dicas: Pode durar o dia inteiro; levar lanterna; muito água pelo caminho; um dos acessos, fica na altura da Cota 2000, na trilha do Sino; a descida é bem forte, muito úmida; ter cuidado com os buracos no caminho; existem algumas bifurcações, mas na ida, ficar sempre a direita e na volta, a esquerda.

Relato

Aproveitei o evento da Abertura da Temporada de Montanhismo do Parque – ATM PARNASO, e abri a atividade no Clube Niteroiense de Montanhismo para o lugar na qual sempre tive vontade de ir. Na verdade, queria conhecer o caminho que faria para uma possível investida na Agulha do Diabo, um sonho de 11 entre 10 escaladores!!!


Outros guias do clube abriram atividades. Estávamos em vários grupos indo para diferentes lugares do parque, entre eles: Pedra do Sino, com o meu irmão, Leonardo Carmo; Passagem da Neblina, com o Leandro Collares; Verruga do Frade, com o Alfredo Castinheiras (este em uma atividade do CET); e o Luiz Coelho Rala Bota, de surpresa, no cume da Agulha do Diabo.

Alguns grupos foram de carro, outros de van, outros acamparam, enfim, cada um deu seu jeito. Chegamos no Parque por volta das 7:40h da manhã e fomos para a Barragem, início de nossa aventura. O grupo do Collares já havia subido, ficando o grupo do meu irmão, que seguiria para o Sino. Eles saíram na frente e nós, um pouco depois, pois ainda ficamos aguardando o Vinícius Araújo. Mas como havíamos marcado as 07:30h e já era 08:30h, resolvemos subir também. Se ele chegasse, nos alcançaria ainda no caminho.

Começamos a caminhada. Um dos acessos para o Mirante do Inferno é seguindo pela trilha do Sino até a Cota 2000, onde se pega o Caminho das Orquídeas. E foi esse que fizemos. Seguimos subindo e com uns 15 minutos de trilha, o Vinícius me ligou, avisando que estava entrando no Parque. Avisei que já tínhamos começado e ele sugeriu que o esperássemos na cachoeira Véu da Noiva. Como teríamos que esperar o Vinícius, tratamos de andar um pouco mais lento. Assim, passado algum tempo, chegamos na cachoeira, onde fizemos nossa primeira parada. Como era um evento, o parque estava cheio. Tinha gente para tudo quanto é lado! No Véu da Noiva, não foi diferente. Vários grupos foram chegando e parando para descansar.

O Vinícius chegou uns 20 minutos depois, suando bastante, apesar da temperatura amena. Mas andar rápido é assim mesmo! Continuamos subindo, agora com o grupo completo. Estávamos em um grupo de 6, o que tornou a caminhada muito agradável e engraçada. Todos num alto astral!!!!! Passamos pela Cachoeira do Papel, o local do antigo Abrigo 2 e chegamos em nossa segunda parada, o antigo abrigo 3. Ali, aproveitamos para fazer um lanche. O Marcelo e a Patrícia foram no Mirante, mas as nuvens não permitiram ver muita coisa. Ficamos ali durante mais alguns minutos e continuamos a subida.

Mirante do Inferno
Algumas cordadas estavam no Paredão Paraguaio, na Pedra da Cruz. Foi um desafio achar os escaladores entre vegetação e em outros pontos da via. Andamos mais e chegamos na Cota 2000, o começo do Caminho das Orquídeas. Aqui, realmente a trilha do dia começava! Começamos a descer e logo chegamos num mirante, onde dali já teríamos uma vista alucinante do caminho, mas vista que era bom nada. Somente nuvens!!! Tudo branco, meio cinza... Continuamos descendo até chegarmos ao ponto onde provavelmente deu no nome ao caminho. Mas cadê as orquídeas? Nem sinal... Falo isso, pois conta a história que Salomyth, Minchetti e Thiers, todos montanhistas do CEB, ao procurarem um novo e mais fácil acesso a Agulha do Diabo, se depararam com uma uma pedra de bom tamanho - coberta de musgo, batizada com nome de "Pedra do Tapete", na qual pendia uma imensidão de orquídeas em flor. De tanta beleza, resolveram dar o nome do caminho de “Caminho das Orquídeas”. (Leia mais) 

O caminho a partir dali ficava mais difícil, porém melhor, com mais emoção. Cruzamos córregos, andamos dentro do córrego, pulamos pedras, abaixamos, levantamos e finalmente chegamos no “Acampamento Paquequer”, uma pequena clareira que serve de base para quem vai escalar a Agulha em dois dias. Dali continuamos subindo. Nem havia dito, mas encontramos três bifurcações no caminho, umas mais óbvias, outras nem tanto, mas na ida, deve-se ficar sempre na direita, e na volta, a esquerda.

Mirante do Inferno
Mais uma subida e chegamos a beira de um penhasco e foi só contornar uma pedra a esquerda e subi-la pelo lado oposto para estarmos no Mirante do Inferno! O tempo estava bastante fechado e não dava para ter muita noção do quer veríamos pela frente. Aos poucos todos foram subindo. Aproveitei para esquentar a água e preparar um café. Alguns minutos depois, chegou mais um grupo grande, por coincidência, todos também de Niterói. O café estava pronto e para acompanhá-lo, um delicioso sanduíche com uma pasta especial, preparado pela Patrícia, a primeira atração do dia!!!! Foi um verdadeiro almoço... Ah se toda escalada fosse assim...

Como o tempo estava fechado, todos ficaram desanimados, pensando que não fosse possível ver nada! Falei que daqui a pouco o tempo iria abrir, ficaria algum tempo aberto, tempo suficiente para batermos bastante fotos e depois fecharia novamente. E não é que minhas palavras se tornaram realidade!!! Aos poucos as nuvens foram diminuindo. A visibilidade foi melhorando... E em minutos ela estava lá! Ainda não dava para vê-la perfeitamente, mas pelo menos tínhamos certeza que estava ali! A Agulha do Diabo se mostrava mas bela do que nunca. Eleita uma das 15 escaladas mais espetaculares do planeta, a Agulha foi conquistada em junho de 1941, por escaladores do Centro Excursionista Brasileiro – CEB.

Mirante do Inferno
Assim que as nuvens se dissiparam, percebi alguma coisa no cume. Eram duas pessoas. Estavam sentadas, contemplando aquela vista, que somente agora se mostrou tão bela. Como havia visto o Cabra Macho, esse é o nome do carro do Coelho Rala Bota, estacionado lá na Barragem, pensei logo que poderia ser ele. Ainda mais que eu sabia que o Coelho tinha programado de subir a Agulha na semana anterior, mas devido a chuva, não conseguiu. Apesar das evidências, não tinha certeza. De repente, o tempo abriu totalmente e vi que um deles usava um capacete amarelo, o mesmo que o Coelho usa, o outro, que estava em pé, parecia o David. Não tive dúvida! Gritei bem alto: “RAAALLLLLLAAAAA BOOOOTTTTAAAA”. Na mesma hora tive a resposta!!!! “Quem é???? E eu respondi: “PITBULLLLLLLL” Eram realmente eles!!! O David me pediu para bater algumas fotos, o que é claro, já havia feito! Fiquei muito feliz por eles e me deu uma vontade imensa de estar lá... Mas essa ficará para a próxima!

Aproveitei para tirar algumas fotos de outros grupos que estavam em outros cumes: o São João, Pedra da Cruz e Verruga do Frade. Um visual de tirar o fôlego! O tempo começou a fechar novamente. E em pouco minutos não víamos mais nenhum cume a nossa volta. Sem visibilidade, resolvemos descer. E assim caminhamos de volta.

Mas quem disse que o dia terminou?

De volta à Barragem, nos dirigimos à Casa dos Montanhistas, local onde seria realizada a parte social do evento. Tinha bastante gente e o clima era super agradável. Não tivemos tempo para arrumar o stand do clube, mas nem por isso desanimamos. Do clube, fomos os primeiros a chegar. Depois veio o Alfredo, junto com o pessoal do CET. Encontrei o Luiz Coelho e o David, cumprimentei-os pela grande conquista! Aos poucos todos foram chegando. Preparamos mais um café e fizemos um lanche merecido! Ao cair da noite, todos já estavam reunidos. A banda que animou a festa, só tocou clássicos do rock, de Led Zeppelin a Guns n’Roses. Foi um grande evento. Um dia para ficar na história!!!!!


Valeu pessoal, até a próxima!!!!

Mirante do Inferno
No acampamento Paquequer

Mirante do Inferno
Preparando um café

Mirante do Inferno
Cordada no São João

Mirante do Inferno
David e Coelho, é Rala Bota no cume da Agulha do Diabo

Mirante do Inferno
Patrícia Lima e Marcelo Sá

Alfredo e companhia no cume da Verruga do Frade

Mirante do Inferno
Galera no cume do Morro da Cruz

Mirante do Inferno
No Mirante do Inferno

Mirante do Inferno
Indo embora

Mirante do Inferno
PitBull Aventura!!!!!