terça-feira, 29 de outubro de 2024

Expedição Bolívia 2024 - Chacaltaya

Por Leandro do Carmo

Data: 16 a 27/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.

Chacaltaya


Curiosidades sobre Chacaltaya

Chacaltaya é uma montanha localizada na Cordilheira dos Andes, na Bolívia, com uma altitude de 5.435 metros acima do nível do mar. Administrativamente, está no município de La Paz, na província de Pedro Domingo Murillo. A montanha fica a cerca de 30 quilômetros da cidade de La Paz.

A geleira de Chacaltaya, que existiu por cerca de 18 mil anos, desapareceu completamente em 2009, devido ao aquecimento global. Isso teve um grande impacto na estação de esqui, que foi desativada em 2002. A estação de ski era a mais alta do mundo. O local ainda é um destino popular para turistas, oferecendo vistas impressionantes das cidades de La Paz e El Alto, além de outros picos nevados, como o Huayna Potosí.

Chacaltaya é conhecida não apenas por sua beleza natural, mas também por seu papel na ciência. Em 1947, o físico brasileiro César Lattes ajudou a construir um observatório de raios cósmicos na montanha. Esse observatório foi crucial para estudos sobre partículas subatômicas.

Vídeo do Trekking à Chacaltaya

Relato do Trekking à Chacaltaya

Contratamos uma van para nos levar até o ponto onde inicia a caminhada para Chacaltaya. A van chegou no horário combinado e seguimos viagem. Saímos da área central de La Paz e aos poucos a quantidade de casas foi diminuindo. Fizemos uma parada em um local para comprar água. O local era bem pobre e com casas bem simples. Como de costume, não havia árvores. Tudo era marrom e com bastante poeira. Ao fundo podíamos ver um grande lago e fomos nos afastando dele, até que a estrada foi diminuindo, marcando o início de uma forte subida.

O trecho foi ficando bem estreito e por vezes era difícil acreditar que o carro passaria. Havia muitas pedras e lá de baixo, podíamos ver algumas construções bem ao alto. Bem provável que estávamos chegando. Depois de muitas curvas, consegui reconhecer o local pelas fotos que havia visto. E depois de cerca de 1 hora desde a saída de La Paz, havíamos chegado.

Chacaltaya


Saímos da van e foi só dar uma caminhada em volta que o cansaço já deu seu cartão de visitas. Aproveitei para fazer algumas fotos. A vista impressionava. Apesar de já termos tido contato com esse tipo de paisagem no dia da “Estrada da Morte”, hoje era diferente. Estávamos prontos para a primeira caminhada acima dos 5.000 metros.

A caminhada é bem curta, cerca de 2 km ida e volta, mas o que pesa aí é a altitude. Iniciamos a subida a 5.200 metros e chegamos a 5.435 m. São 335 metros a mais do que eu havia feito no Peru. Começamos a subir, cada um no seu ritmo. Nem sinal de gelo. Havia apenas um pequeno ponto, cerca de 50 cm. Só de pensar que no local já existiu uma estação de ski.

Subi devagar, porém num ritmo constante. A respiração estava pesada. Era uma sensação de cansaço permanente, difícil de explicar. Mas segui subindo até que atingi o primeiro cume, a 5.400 metros. Parei para fazer algumas fotos e percebi que havia um outro cume mais à frente. Este fica ocultado por esse primeiro.

Chacaltaya


Desci um trecho e segui para o outro cume. A caminhada foi mais curta que a inicial e logo cheguei. Estava bem cansado e não foi fácil chegar ali. Tinha uma pedra com a inscrição de 5.435 metros. Levantei e tirei uma foto. Queria deixar o registro. Foi o ponto mais alto que já havia chegado. Aos poucos todos foram chegando, cada um no seu ritmo. A vista do topo de Chacaltaya é espetacular. De lá, você pode ver as cidades de La Paz e El Alto, além de outros picos nevados, como o Huayna Potosí.

 Iniciei a descida e para baixo foi mais fácil. Não havia o esforço da subida e percorri cerca de 1 km bem rápido. Estava frio, mas não se comparava com o momento na qual havíamos chegado. Ainda dei uma volta no entorno das antigas construções e de lá pegamos a van para nos levar de volta. A descida foi mais assustadora que a subida, pois já sabia o caminho na qual teríamos que fazer. Mas devagar vencemos as inúmeras curvas apertadas da estrada.

De lá seguimos para o Vale de la Luna. Estava tão cansado, que optei por ficar dormindo na van. Após a rápida visita, voltamos para o apartamento, onde nos preparamos para o dia seguinte: Vale do Condoriri.

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya

Chacaltaya


quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Expedição Bolívia 2024 - Pedal na Estrada da Morte - Yungas Road

Por Leandro do Carmo

Data: 18/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.

Estrada da Morte - Bolívia


Curiosidades sobre a Estrada da Morte

A estrada foi construída na década de 1930 por prisioneiros de guerra paraguaios durante a Guerra do Chaco (1932-1935). Este conflito foi entre Bolívia e Paraguai, e a estrada foi uma das muitas infraestruturas desenvolvidas durante esse período.

Inicialmente, a estrada foi construída para conectar La Paz, a capital da Bolívia, com a região de Yungas, facilitando o transporte de recursos agrícolas e minerais entre essas áreas.

Durante a década de 1990, a estrada ganhou notoriedade devido ao alto número de acidentes fatais. O Banco Interamericano de Desenvolvimento a classificou como a estrada mais perigosa do mundo. A combinação de curvas fechadas, falta de guardrails e condições climáticas adversas contribuíram para essa reputação.

Apesar dos perigos, a Estrada da Morte se tornou uma atração popular para ciclistas de downhill e aventureiros. Empresas de turismo oferecem passeios guiados, permitindo que os visitantes experimentem a adrenalina de descer essa estrada icônica enquanto apreciam as vistas deslumbrantes.

A estrada também é uma porta de entrada para a região de Yungas, conhecida por sua biodiversidade e produção de coca e ouro. A estrada desempenha um papel importante na economia local, tanto pelo turismo quanto pelo transporte de produtos agrícolas.

A aventura começa a cerca de 4.700 metros de altitude, nas proximidades de La Paz, e desce até aproximadamente 1.200 metros em um percurso de cerca de 65 km. Durante a descida, você passará por paisagens incríveis, desde picos nevados até florestas tropicais úmidas

 Percurso do pedal na Estrada da Morte


Vídeo do pedal na Estrada da Morte - Yungas Road


Relato do pedal na Estrada da Morte - Yungas Road

Durante a noite, ouvi um choro de mulher bem ao fundo e pensei em estar sonhando. Só quando me levantei, o Leandro falou que a Dâmaris havia passado mal e desmaiou durante a noite. Fiquei perplexo com a notícia. Assim que ela acordou, nos contou que foi ao banheiro e quando voltou, sentou-se na cama. Quando acordou, estava no chão. Aí percebeu que havia batido a boca. Sangrou bastante. Mesmo assim, ela decidiu ir ao pedal. Acho que se fosse comigo, estaria indo embora para casa...

Tomamos um café e seguimos para a entrada do apartamento para esperar a van, que chegou no horário combinado. Seguimos na van e ainda fizemos uma parada em lugar bem pobre, já perto de um pedágio e de lá, paramos somente no local chamado de La Cumbre. A viagem durou cerca de

Todo o equipamento foi arrumado e tomamos um café rápido. Me arrumei e testei a bicicleta. Dei sorte e acabei ficando com a mais nova de todas. Ouvimos instruções importantes, principalmente de como ultrapassar os caminhões. Esse primeiro trecho era de aproximadamente 22 km de asfalto e teríamos trânsito, tanto de caminhões mais lentos, como de carros descendo a “Ruta Nacional 3”. Já entrei na estrada sentindo a bike e testando os freios. Aos poucos fui me soltando e pegando mais confiança, com isso a velocidade foi aumentando.

Estrada da Morte - Bolívia


Fazia frio e demorei um pouco a me acostumar. Por vezes entrava um vento pela manga da camisa, era um sofrimento. Havia visto um relato de que começamos com frio, mas terminamos com muito calor. A roupa que usamos é bem pesada e estamos a 4.600 metros de altitude. Ao fim do pedal, a altitude é de 1.200 metros, já no início da Amazônia boliviana, com um clima bem diferente do que encontramos lá em cima.

A paisagem era fantástica. Eram paredões de rocha gigantescos. Ao fundo do vale existiam algumas casas e uma estrada bem precária. Entre diversas curvas, descemos, aproximadamente, 22 km. Depois de um túnel, que fizemos por fora, encontramos a nossa van. Dali, não era mais permitido andar de bicicleta e seguimos na van por mais 13 km, até que entramos numa estrada de terra. A paisagem mudou completamente. Já podíamos ver árvores. O Marrom das rochas deu lugar a um verde exuberante. Descemos alguns metros e paramos num vilarejo. Esse trecho havia sido um aquecimento para o que encontraríamos pela frente.

Estrada da Morte - Bolívia


Pegamos as bicicletas novamente e ouvimos as instruções importantes, pois deveríamos ficar à esquerda de quem desce, no estilo mão inglesa. A partir desse ponto, o asfalto deu lugar a uma estrada de terra com bastante pedra solta. Agora, cuidado redobrado, apesar da velocidade ser menor. Assim como no trecho anterior, comecei com cuidado e fui aumentando a velocidade aos poucos. Começamos com muitas curvas e aos poucos fui sentido mais confiança.

A estrada é bem estreita em alguns pontos, chegando a ter 3 metros. Em alguns pontos, tivemos que fazer a curva já próximos ao precipício. Em alguns pontos era impossível de acreditar que ali passava uma estrada. Continuamos descendo. Alguns foram bem à frente, acabei ficando na intermediária e apesar do responsável da empresa avisar para não nos preocuparmos em tirar foto, pois eles fariam, eu sempre que podia, dava uma parada. Acho que essa orientação era para não atrasar, imagina todo mundo parando?

Estrada da Morte - Bolívia


Em vários pontos, era possível ver alguma homenagem na borda da estrada, com certeza era de algum acidente. Tem até a história de uma turista que desceu em um dia e voltou no dia seguinte, tentando bater o recorde de tempo e acabou morrendo em uma das curvas... Como estava ali para me divertir, não me preocupei muito com a velocidade, mas em alguns trechos não tinha como não deixar a bike solta.

Passamos por alguns deslizamentos gigantescos. A van veio nos acompanhando e sempre que havia uma parada para descanso, depois de alguns minutos ela passava. Mais à frente, num ponto de controle, fizemos uma parada maior para o lanche. Lá pudemos descansar. Já não estava tanto frio quanto no começo. Outros grupos foram chegando e passaram alguns subindo de moto. Seria interessante fazer de moto também.

Pegamos as bicicletas e continuamos a descida. Era um verde que se perdia de vista. Aos poucos o calor foi aumentando. Definitivamente estávamos em outro cenário. Agora muito mais parecido com que a gente tem por aqui no Brasil. Até a poeira havia aumentado. Paramos num mirante e ali esperamos que todos chegassem. A van chegou logo em seguida. Nesse ponto, já existia bastante casa no entorno, muitas na beira das encostas. Dali, descemos rápido até o ponto final, onde deixamos as bicicletas. Tratei de tirar logo a roupa, pois o calor estava forte.

Apesar de ser só descida, foi bem cansativo. Foram cerca de 60 km. Ainda esperamos durante um bom tempo até que as bicicletas fossem lavadas. De lá, seguimos para o Hotel Villa Verde, onde almoçamos. Ainda ficamos lá descansando até dar a hora de voltarmos.

A viagem de volta foi bem tranquila. Chegamos em La Paz já era noite. Arrumamos tudo para o dia seguinte, iríamos fazer a Montanha Chacaltaya.

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia



domingo, 20 de outubro de 2024

Expedição Bolívia 2024 - Chegada à La Paz

Por Leandro do Carmo

Data: 16/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.

Expedição Bolívia 2024


Nem todo mundo conseguiu comprar passagem para o mesmo voo, mas todos, exceto a Dâmaris que seguiria mais tarde e o Jorge que chegou no dia anterior, estariam no aeroporto de Congonhas, para pegar o voo para La Paz. Saímos sem atraso e chegamos em Guarulhos, de onde seguimos para Congonhas. Lá tivemos que esperar aproximadamente umas 3 horas até o horário do nosso voo para La Paz, pela empresa BOA.

Assim que entrei no avião já senti um grande calor. E só foi melhorar depois de algum tempo de voo. A viagem foi tranquila e ainda fizemos uma conexão em Santa Cruz de La Sierra antes de seguir para La Paz. Nem precisava de o comandante avisar que já estávamos nos aproximando do aeroporto de El Alto, pois as montanhas já mostravam que estávamos próximos do nosso destino. São cumes fantásticos que parecem furar o céu. Uma paisagem de tirar o fôlego, como se estivesse nos recepcionando.

De longe conseguia ver a pista do Aeroporto Internacional de El Alto e aos poucos o avião foi descendo, até tocar o solo e seguir na pista. Logo veio um rápido filme de tudo que havíamos planejado e que agora estava prestes a ser realizado.

Assim que saímos do avião, tivemos que caminhar um pouco e a altitude já foi mostrando sua força. O Aeroporto de El Alto está a 4.200 metros, fazendo jus ao nome. Me senti um pouco tonto e a longa caminhada até a saída fiz bem devagar. É como se o ar que respirássemos não fosse suficiente. Nos reunimos e conseguimos dois taxis para nos levar até o endereço do apartamento que havíamos alugado para o período que ficaríamos por lá.

Durante o caminho fui observando uma pouco da cidade e o caos que é o trânsito em alguns pontos. Assim que chegamos ao apartamento, tivemos que subir alguns lances de escada e não foi fácil! Dei uma organizada nas minhas coisas e comi algo. A Dâmaris chegou um pouco mais tarde. Agora sim estávamos completos! Era hora de descansar...

Data: 17/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.

Acordamos cedo. Nem tinha como ficar muito mais tempo na cama. A dor de cabeça já estava incomodando. Aproveitei para tomar um remédio e verifiquei minha saturação de oxigênio, na qual dava 78%. Muito baixa. Isso explicava o mal-estar que estava sentindo. De qualquer forma, tomei um café junto com meus amigos e seguimos para nosso primeiro passeio pela cidade.

Tudo era novidade. A cidade é bem diferente, são ruas estreitas e em alguns pontos tem um trânsito caótico. Seguimos para a agência JIWAKI, na qual havíamos contratado algumas atividades. Aproveitamos e fechamos o pedal na “Estrada da Morte” para o dia seguinte.

Não estava muito bem, mas continuei andando. Todos sentiram, mas o Rafael passou bastante mal nesse dia. Almoçamos num bom restaurante, mas acabei não aproveitando tanto devido as minhas condições. Depois do almoço, continuamos nosso passeio e resolvemos andar de teleférico. Em La Paz não existe metrô, mas tem teleférico para tudo quanto é lado. Não existe rua plana em La Paz. E para subir de forma rápido, só nele!

Voltamos para casa depois de um dia cansativo. Era hora de jantar e descansar para o dia seguinte.

La Paz

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Expedição Bolívia 2024

Por Leandro do Carmo

Data: 16 a 27/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.


Expedição Bolívia 2024

Desde que voltei do Peru em 2018, já tinha vontade de ir para a Bolívia. Sempre ouvi falar que era um destino barato, se comparado a outras cidades da América do Sul. Havia muitas possibilidades de roteiro, mas acabamos fechando o seguinte:

Dia16: Chegada à La Paz
Dia 17: Livre
Dia 18: Bike na Estrada da Morte
Dia 19: Chacaltaya
Dia 20 e 21: Vale do Condoriri e Pico Áustria
Dia 22: Jogo do Flamengo
Dia 23 a 25: Huayna Potrosí
Dia 26: Livre
Dia: 27: Volta

Claro que nem tudo saiu como programado, principalmente para mim. Acabei mudando o meu roteiro e nas postagens seguintes, seguirei a ordem abaixo:

Dia 20 e 21: Vale do Condoriri e Pico Áustria
Dia 22 e 23: Jogo do Flamengo e dia Livre
Dia 24 e 25: Salar de Uyuni
Dia 26 e 27: Resgate da GoPro e retorno

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Alcobaça e Mãe D'Água

Por Leandro do Carmo

Alcobaça e Mãe D'Água

Dia: 22/06/2024
Local: Bomfim – Petrópolis - RJ
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo e Marina

Vídeo da Trilha do Alcobaça e Mãe D'Água 

 

Relato da Trilha do Alcobaça e Mãe D'Água 

Havia marcado de fazer a Travessia Petrópolis x Teresópolis, mas por um problema no sistema de agendamento do Parque e mudança nas regras, acabei não conseguindo vaga. Como opção, pensei em fazer o Alcobaça e o Mãe D’Água na mesma tacada. São dois cumes bem bonitos que tem o acesso em comum, o que facilitaria a logística. Era muito melhor aproveitar a viagem e fazer os dois, que totalizando daria, aproximadamente 11 km de caminhada. Acabei não me preocupando muito com a altimetria. Ainda bem que só fui saber na hora e da pior maneira possível. É aquela velha história: “tá na chuva é para se molhar”.

Encontrei meu irmão em Magé e de lá seguimos para Petrópolis, subindo a serra velha, em Raiz da Serra, distritro de Magé. Eu ainda não conhecia e achei bem bonita a vista, apesar do calçamento em paralelepípedo. Chegamos em Correas e fomos direto para o Vale do Bomfim. Até o restaurando do Tourinho, nós conhecíamos o caminho, a partir dali, seria novidade. Entramos na estradinha e seguimos subindo até que ficamos na dúvida de qual caminho seguir e estacionamos o carro num bom local. Perguntamos a um morador se podíamos deixar o carro ali e ele disse que sim. Ele nos disse que a trilha era mais acima.

Como estávamos relativamente próximos e não sabíamos as condições para cima, resolvemos deixar o carro ali mesmo e seguimos andando pela estradinha. Mais acima, no local indicado como estacionamento, vimos que o local era bom, mas fica para uma próxima. Continuamos subindo passamos pelo local onde o meu GPS indicava o início da trilha do Mãe D’Água, mas havia uma casa com portões fechados e uma placa com uma seta, indicando o início da trilha. Como nosso primeiro objetivo era o Alcobaça, seguimos subindo.

Um pouco mais acima, numa curva, uma placa indicava o início da trilha do Mãe D’Água. Essa ficaria para a volta. Continuamos subindo e numa bifurcação, pegamos o caminho da direita. A estradinha foi diminuindo e logo estávamos numa trilha. Passamos por um ponto de água e continuei subindo até chegar a umas placas do parque. Nesse ponto, a trilha continuava reta, mas tinha uma para a esquerda e outra para a direita. Como o Alcobaça estava para a direita, não tive dúvidas de qual caminho pegar.

Esperei meu irmão e a Marina chegarem. Entramos na trilha e ela fomos subindo. Era uma subida forte, sem trégua. A vezes a gente reclama das curvas de nível que suavizam a subida, mas alongam o caminho, porém, ali preferia que tivesse alguma coisa que ajudasse. A subida foi dura. Fui subindo na frente cheguei a um bonito mirante, onde tinha vista para boa parte da Travessia Petrópolis x Teresópolis. Aproveitei para dar uma descansada. De volta a subida, vi uma saída para a esquerda e decidi dar uma olhada. O caminho estava bem batido, andei por cerca de 200 metros e quando a descida foi ficando mais forte, voltei.

De volta a trilha principal, os arbustos foram dando lugar a vegetação rasteira e logo estava tudo aberto. Estava ouvindo o barulho do vento nas árvores desde o início desse trecho da trilha, mas só agora, quando estava desabrigado, é que pude perceber o quanto o vento estava forte. Passei por alguns trechos íngremes e que foi necessário o uso das mãos para poder subir. Em pouco tempo, estava no cume. A vista era fantástica. O dia aberto ajudava. Ventava bastante e procurei um local mais abrigado para ficar. Dali de cima era possível ver o Mãe D’Água mais abaixo. Ainda tinha um chão pela frente. Aproveitei para dar uma volta pelo local e tentar achar o ponto que faz a ligação para o Mãe D’Água. Fui me orientando pelo GPS, mas o caminho foi ficando meio estranho e acabei desistindo. Fizemos um lanche e nos preparamos para a descida.

A descida foi rápida. Logo chegamos na estradinha novamente. Descemos mais um pouco e entramos na plaquinha que indicava o início da trilha do Mãe D’Água. No começo achava que seria tranquilo, mas foi só começar a subir que fui me dando conta de que não seria tão fácil assim. Nesse primeiro trecho, estávamos abrigados e foi bem tranquilo. Porém, depois que passamos um ponto de água, a trilha foi abrindo e ficando mais íngreme. Nesse trecho, víamos o Alcobaça numa visão diferente. Entramos numa laje e nos guiamos por alguns totens. Passamos por grandes bromélias, até entrar novamente na trilha, numa saída para a esquerda.

O caminho continuava íngreme e estava bem seco, com muita poeira. A terra seca fazia escorregar bastante. Segui num bom ritmo, me distanciando do meu irmão e da Marina. Já estava mais alto que o Mãe D’Água e isso me incomodava, pois teria que descer e depois subir novamente. E fiquei com isso na cabeça. Já no alto, bem próximo ao Alcobaça vi que subida havia terminado, mas o Mãe D’Água estava lá embaixo e teria que descer até um colo e depois subir. E ainda tinha a volta...

Não via mais o meu irmão. Peguei a descida. Bem íngreme, por sinal. Quase uma linha reta. Segui descendo e atravessei o colo e comecei a subir. Subi um barranco bem íngreme e escorregadio e entrei num trecho bem bonito, com várias bromélias e um tipo de gramínea de uma cor vende bem diferente do que tinha em volta. Dali, conseguia ver meu irmão e a Marina iniciando a descida. Acenei para eles, que responderam logo. Continuei subindo, chegando ao cume logo em seguida.

Uma vista bem bonita. Como estava mais na borda do Vale do Bomfim, deu para ver melhor diversos cumes, como o Alicate e Pico do Glória. O Alcobaça roubava a cena. Num grande totem, pegamos o livro de cume e deixamos nossos nomes. Ventava menos que no Alcobaça, o que nos fez aproveitar um pouco mais. Nos preparamos e reiniciamos a caminhada. Ainda faltava um longo caminho pela frente.

A volta foi mais rápida. A maior parte foi descida, o que facilitou um pouco para mim. Cheguei ao carro e fiquei conversando com um morador. Com todos no carro, seguimos para a Padaria da praça de Correas e fizemos um bom lanche. Um dia excelente, já risquei mais dois cumes da minha lista!

Alcobaça e Mãe D'Água

Alcobaça e Mãe D'Água