O mês passou rápido e já estávamos na semana de mais uma
regata. Para mim sempre tem alguma coisa nova e dessa vez não seria diferente.
A novidade era que nessa regata teria a participação de várias classes, cada
uma largando num horário. Como sempre, chegamos cedo ao PREVELA para arrumar os
barcos. Na semana anterior, já havia separado todo o material, ficando mais
fácil dessa vez. O dia estava meio nublado fazia um pouco de frio. A previsão
era um vento mais forte para o horário da Regata. Ajustamos tudo tivemos que
fazer alguns ajustes na distribuição das tripulações dos barcos. Com isso, o
João acabou indo com o Pepe e a Alice e o Lucas foram comigo. Programamos nossa
saída para as 11 horas e muito antes disso já estava com tudo pronto.
Aproveitei para fazer um lanche junto com as crianças.
Foi dando a hora e começamos a colocar os barcos na água. O
ventou entrou e conseguimos ir velejando até ao Praia Clube. Foi um velejo
gostoso. Alice foi timoneando até bem próximo. Como não iríamos atracar no
Praia Clube, ficamos dando uns bordos. Foi um espetáculo ver os grandes
veleiros em volta. Uma atmosfera diferente. Fiquei um pouco afastado, mas aos
poucos fui tomando coragem e me aproximei mais. Aos poucos, as largadas das
diferentes classes foram iniciadas. A classe dingue seria a última. O percurso
divulgado para essa regata foi o barla-sota, que consite de duas boias
alinhadas na direção do vento, além de uma boia de largada. A largada ocorre em
uma linha imaginária situada entre a boia de largada e o barco da comissão de
regatas. Cada trecho a ser percorrido entre duas boias é chamado de perna. O
barla-sota possui apenas pernas de contra-vento e de empopado. Eu não entendi
muito bem, então a minha estratégia foi acompanhar os barcos da frente, simples
assim.
Continuei dando uns bordos já perto da linha de largada e
assim que tocou o sinal, a bandeira foi levantada, dando o sinal de 1 minuto.
Foi hora de me preparar. Largamos um pouco atrás e na empopada seguimos. O
vento estava bom e seguimos em direção à primeira boia. Fui pedindo ao Lucas e
a Alice para irem ajudando nas tarefas e na organização do barco. As vezes
sentavam atrás, as vezes um pouco mais a frente, tudo isso para equilibrar o
peso do barco. A primeira boia foi montada e seguimos em direção a próxima.
Seguimos velejando com um vento um pouco mais forte até montar novamente a boia
perto do barco da Comissão de Regata. Dali, voltamos na empopada. Seguimos bem,
até que chegamos a boia e o barco do Pepe ficou atravessado, tive que desviar
um pouco para fora. Fazendo o contorno da boia, um outro barco me atrapalhou e
tive que manobrar para não ser atingido. Isso me fez perder 3 posições na
manobra. O vento havia aumentado e já estava numa direção um pouco diferente.
Cacei bem a retranca e a Alice e o Lucas começaram a ajudar a escorar o barco.
Foi muito bacana a agilidade dos dois.
Num determinado momento, o moitão da escota soltou, pois, a
argola que prendia o pino havia esgarçado. Fui perdendo velocidade e não tinha
muito o que fazer. O Lucas e Alice procuraram a peça no fundo do
barco e não acharam. Enrolei o cabo da escota nos pés e pedi para a Alice ir
timoneando. Finalmente consegui achar a peça e recoloquei o moitão no lugar.
Perdemos mais duas posições. Voltamos a velejar com uma velocidade considerável
e logo cruzamos a linha de chegada. As crianças adoraram a aventura. Dali,
seguimos direto para o PREVELA. Mas não foi fácil voltar. Fomos num contravento
até conseguir chegar à praia. Missão cumprida!
Participantes: Leandro do Carmo, Michel Cipolatti, Luís Avelar, João Pedro e
Thiago Hentzl
Dicas para escalar a Agulha do Diabo
É uma atividade pesada. Só de caminhada de aproximação,
leva-se, em torno de 4 a 5 horas. A caminhada após o Mirante do Inferno é a
mais crítica e costuma ficar bem úmida, dificultando bastante, por isso, avalie
caso esteja em período chuvoso. Muita gente opta por acampar no Paquequer, numa
pequena área antes do Mirante do Inferno (mas deve-se pedir autorização com o
Parque), para sair bem cedo no dia seguinte. A escalada em si consiste em
lances de entalamento e chaminés. O lance final é feito em cabo de aço. No
cume, o espaço é limitado e cabem poucas pessoas. Não é muito comum encontrar
grandes grupos escalando, mas há possibilidade. Se for fazer em um dia, comece
bem cedo e tenha certeza de que voltará parte do caminho durante a noite.
Como chegar à Agulha do Diabo
Na trilha para a Pedra do Sino, logo após a Cota 2000, há
uma saída para a esquerda. Essa trilha é conhecida como “Caminho das
Orquídeas”. Siga descendo e vire à direita na bifurcação. Seguirá por um longo
caminho até chegar ao acampamento Paquequer, um pequeno descampado, onde cabem
poucas barracas. Dali, cruzará o rio Paquequer e subirá em direção ao Mirante
do Inferno. Pegar uma saída à esquerda, que te levará ao colo entre o Mirante
do Inferno e o São João. Descerá à direita, até a base da Agulha e subirá um
trecho bem úmido.
Relato da Escalada à Agulha do Diabo
Quase seis anos se passaram desde a minha primeira ida à
Agulha do Diabo. Já estava na hora de voltar nessa espetacular escalada. Assim
como os antigos ensinamentos, algumas escaladas seguem a mesma dinâmica: um vai
com um que já foi e leva outro que ainda não foi... E assim, a experiência vai
se perpetuando. Nos clubes de montanhismo isso ainda é bem forte. E foi desse
jeito que essa escalada foi marcada. Conversando com amigos, um sugeriu fazer a
Agulha do Diabo e como na roda de conversa, eu era o único que já tinha ido,
coube a eu organizar a empreitada. E com o maior prazer. Logo criamos um grupo
no WhatsApp e começamos a organizar os detalhes. Primeiro foi decidir o dia.
Nem todos puderam ir. No final, formamos um grupo de cinco: eu, Michel, Luís,
João e o Thiago. Combinamos de sair às 5h, visto que o horário de abertura do
parque é somente às 7h, mas vale a pena chegar um pouco mais cedo e aguardar na
fila. Seguimos direto e já tinham alguns carros na fila. Assim que deu 7h,
começamos a subir e estacionamos ao lado do Centro de Visitantes para assinar
os termos. Já tinha duas cordadas para subir a Agulha, todas comerciais, algo
que aumentou consideravelmente nos últimos anos. Depois dos trâmites
burocráticos, seguimos para o estacionamento, onde nos preparamos e começamos a
caminhar.
A caminhada
Eram 7 horas e 40 minutos quando iniciamos a caminhada.
Fomos direto até a Barragem e entramos na trilha do Sino. Seguimos subindo num
bom ritmo. Fomos revezando as cordas, assim não ficaria pesado para ninguém.
Demos uma boa esticada, parando somente na entrada da trilha do Paredão
Paraguaio, onde aproveitamos para comer algo rápido. Assim que algumas pessoas
se aproximaram, iniciamos a caminhada para não atrasar. O caminho que era uma
trilha bem discreta, já está bem aberto. Com certeza o volume de pessoas ali
aumentou nos últimos tempos. Apesar de mais íngreme e técnico, corta um caminho
considerável, principalmente para quem vai em direção à Pedra da Cruz e Mirante
do Inferno. Esse é o motivo do aumento do fluxo. Mais acima, passamos pela entrada
para a Pedra da Cruz e continuamos subindo até pegar uma saída à esquerda,
estávamos entrando no “Caminho das Orquídeas”. O nome foi dado por Salomyth,
Minchetti e Thiers, todos montanhistas do CEB, que ao procurarem um novo e mais
fácil acesso à Agulha do Diabo, se depararam com uma pedra de bom tamanho
coberta de musgo, batizada com nome de "Pedra do Tapete", na qual
pendia uma imensidão de orquídeas em flor, daí, resolveram dar o nome do
caminho de “Caminho das Orquídeas”.
Assim que começamos a descer, chegamos a um lajeado e foi
possível se deparar com uma vista fantástica. Estávamos de frente para o
Mirante do Inferno. Ao lado esquerdo, víamos o São João e parte da cidade de
Guapimirim, do lado direito, o São Pedro. Bem mais ao fundo, a ponta da Agulha
do Diabo. Esse seria o nosso primeiro contato com ela. O dia aberto e firme
dava a certeza de que teríamos uma grande escalada. Fizemos algumas fotos e
iniciamos a descida. Era um caminho bem delicado e fiquei impressionado com a
degradação nas bordas do caminho. Alguns trechos ficaram bem escorregadios por
conta da lama formada, mas com cuidado continuamos descendo. Cruzamos um
córrego com bastante lama e foi difícil passar sem molhar o pé. Mas seguimos
firmes até chegarmos ao acampamento Paquequer. Ali, encontramos uma das
cordadas que estavam à nossa frente e aproveitamos para fazer um lanche
reforçado, visto que é um ponto de coleta de água. Descansamos bem e
continuamos nossa caminhada. Voltamos a subir e logo pegamos uma discreta saída
à esquerda e seguimos em direção ao colo entre o Mirante do Inferno e São João.
Foi um trecho na qual não lembrava muito bem, mas segui à frente sem problemas.
Já no colo, ponto que antecede a descida para o “Vale da Geladeira”, tivemos o
segundo contato coma Agulha, esse sim completo. É uma vista de arrepiar.
Difícil de acreditar que em pouco tempo estaríamos naquele cume. Ventava forte,
talvez potencializado pelo canal formado entre as montanhas, com isso não foi
possível ficar muito tempo ali. Tínhamos que voltar a caminhar. O trecho a
seguir era bem delicado, com muita pedra solta.
Assim que todos chegaram, começamos a descer. Em pouco tempo
já estávamos bem abaixo. Num lance o bastão de caminhada do Luís caiu e o
peguei. Fui caminhar com ele e depois de uns três passos, escorreguei e minha
mão esquerda bateu com força no chão, diretamente nos dedos. Foi uma for forte,
mas mexi os dedos e não senti nada fora do lugar, tinha sido só a pancada
mesmo. Na hora, com o sangue quente, não foi um problema, mas no dia seguinte
que o inchaço foi forte. Acho que o bastão me fez ter a falsa sensação de que
estava mais tranquilo e acabei me desconcentrando. Entreguei logo o bastão e
voltei a caminhar mais concentrado. Mais abaixo, voltamos a subir num trecho
bem molhado. Escorria água por todos os lados e não foi fácil, mais uma vez,
percorrer o caminho. Só que agora estávamos subindo. Lembrei que teríamos volta
e subida seria descida, assim como a descida, subida. Mas para que sofrer por
antecipação? De volta à subida, seguimos passando pelos trechos difíceis até
chegar à grutinha, onde tínhamos um lance de chaminé, tendo que passar por um
buraco bem apertado, já um aquecimento para os trechos da escalada. Fomos
passando um por um e dali até a base, foram poucos metros. Lá, a primeira
cordada já estava na via e a segunda, se preparando para subir. Não tinha
espaço para todos no pequeno platô, com isso alguns ficaram mais embaixo.
A escalada
No platô, nos arrumamos e a segunda cordada que estava na
nossa frente ainda demorou um pouco em sair. Estávamos perdendo um tempo
precioso. Assim que eles subiram, nos preparamos seguir. Dividimos nossas
cordadas assim: Eu, Thiago e Luiz e outra era o João Pedro e o Michel. O João
seguiu escalando e o Luís, logo em seguida. A primeira enfiada segue num trecho
usando uma canaleta bem à esquerda, ganhando um bloco. Após o João subir, o
Michel sentiu um puxão forte na corda e ouvimos um barulho. Na hora, nem
percebemos, mas o João tomou uma queda, devido à quebra de um arbusto. O Luís
subiu em seguida, dando segurança para mim e o Thiago. Assim que passamos pelo
João, vimos que ele tinha machucado o dedo. Ele fez o curativo e seguimos na
escalada. Fizemos nossa parada logo após a diagonal. Subi e parei mais acima,
antes de um trecho meio de entalamento. O Luís chegou e tocou essa próxima.
Subiu e ganhou o friso, fazendo um lance até chegar ao platô, onde subimos eu e
o Thiago. Dali seguiu por mais uma horizontal, num trecho exposto até chegar a
um platô, onde seguiu andando até a parada que usamos para o rapel na volta.
Dali para cima, seguimos andando numa trilha, passando por baixo de alguns
blocos, até a base onde fazemos as chaminés.
Organizamos as cordas e voltamos para a escalada. Cada um
foi subindo da sua forma. Dá para ver claramente para onde devemos seguir.
Fomos até ao final do corredor, subindo uma chaminé, passando por um buraco e
ganhando um bloco. O Luís estava à frente e segui por uma horizontal, dando uma
parada num grande bloco entalado, que antecede um lance que dá para artificializar
para chegar ao platô. O Michel passou por mim e foi para junto do Luís que
subiu e montou uma parada bem na borda do platô. Subi em seguida, indo direto
ao platô. Ali organizei novamente a corda para deixar tudo pronto para o
“cavalinho”. Fiz um lanche rápido para entrar no trecho final da escalada.
Ainda aguardamos a cordada da frente por um tempo considerável. A menina que
estava meio travada no lance do cavalinho, quase desistindo por algumas vezes.
Depois de bastante tempo, conseguiu passar. O Luís foi em seguida. Entrou no
cavalinho e seguiu para dentro da chaminé. O Thiago foi o próximo. Entrou com
um pouco de dificuldade, mas passou. Fui o terceiro. Posicionei bem a perna
esquerda dentro da fenda e fui passando rapidamente, sem dar muito tempo.
Quanto mais demoramos, mais vai cansando. Para entrar na chaminé, ganhei um
bico de pedra, mas tive que voltar e mudar a minha mochila de posição. Posicionei-me
novamente no bico de pedra e consegui entrar na base da Chaminé da Unha. É bem
apertado, não dava nem para movimentar os pés. Na posição que eu estava,
fiquei. Só dava para mexer a cabeça lá dentro. O Michel chegou em seguida e se
posicionou mais na entrada da chaminé.
Estava frio, mas pelo menos demos sorte de não estar
ventando lá dentro. Era hora de subir a Chaminé da Unha. Ela começa bem
estreita, mas melhora depois que chegamos num pequeno friso, onde existe uma
segunda laca, simplesmente apoiada nessa maior. Como o Luís havia subido
primeiro, montou a segurança e nós aguardamos até a cordada de cima ir ao cume.
Fui subindo lentamente para dar tempo da cordada subir. Dei uma parada nesse
pequeno platô que divide as lacas que formam a unha. O Michel chegou logo em
seguida. Ficamos ali durante um tempo, pois não tinha espaço para todos no topo
da unha. O Thiago já estava lá e assim que liberou, também subi. Sentei ao lado
do Luiz, enquanto e ainda aguardamos um pouco enquanto o pessoal já terminava o
rapel. Assim que o caminho foi liberado, pudemos começar a entrar no cabo de
aço e começar a fazer cume. O Luís seguiu primeiro. Fui dando segurança e logo
ele chegou. O Michel já estava no topo da Unha conosco, enquanto o João subia.
O sol já havia ido embora e o vento deixa o fim de tarde bem frio. Minha mão
doía e ficar com ela exposta foi duro. Era ficar movimentando, pois ainda tinha
o trecho do cabo de aço para passar e fazer força no cabo com mão gelada, gera
um certo incômodo, mas era subir ou subir. Era aproximadamente de 16 horas e
trinta minutos quando o Luís chegou ao cume. Fui logo em seguida. Já no cume,
pude contemplar toda aquela imensidão. Só de pensar que há pouco tempo atrás
estava olhando lá de baixo. Aproveitei para fazer algumas fotos e assinar o
livro de cume. Aos poucos todos subiram e nos reunimos para a tradicional foto
de cume.
Iniciamos o rapel. Fizemos o primeiro até o topo da Unha e
mais um até o platô do Cavalinho. Com muito cuidado descemos até os grampos
para o terceiro rapel. O chão estava bem escorregadio. Do platô fizemos um até
a base da chaminé e descemos andando até o último rapel. Dali, emendamos duas
cordas e fizemos um até a base. O Michel foi o último e optou por parar e fazer
mais um rapel, visto que como estávamos com duas cordas, elas poderiam agarrar
quando fosse recolhida. Eram 18 horas e 10 minutos quando todos chegaram à
base, a escuridão tomou conta. Foi preciso acender as lanternas. Ali, arrumamos
tudo e aproveitei para comer algo bem rápido. Começamos a descida e fizemos um
rapel curto acima da grutinha, evitando ter que passar por dentro dela. Se já foi
difícil na ida, imagina agora? Já estava bem cansado e com tudo molhado e
escorregadio, descer parece ser pior. Fomos lentamente e logo começamos a subir
em direção ao colo entre o Mirante do Inferno e São João. A subida foi
delicada, havia muita pedra solta e sem visibilidade, todo cuidado era pouco. Às
19 horas e 20 minutos já estávamos na trilha do Mirante do Inferno e 25 minutos
depois, estávamos descansando no Paquequer. Ali pudemos relaxar um pouco. Foi
hora de fazer um lanche reforçado e descansar para o trecho final. Falava uma
subida até a bifurcação da Pedra da Cruz e depois só descida. Havia duas
pessoas que estavam dormindo no Paquequer, iriam fazer a Agulha no dia
seguinte. Uma estratégia diferente. Era hora de voltar a caminhar.
De volta à trilha, subimos o Caminho das Orquídeas e
entramos na trilha que passa na base do Paredão Paraguaio. Agora era só
descida. Era só ligar o piloto automático e deixar levar. O bate papo da ida
deu espaço ao silêncio total, quebrado somente pelo som da natureza. Não
enxergava nada além de uns dois metros a minha frente, bastava apagar a
lanterna que a escuridão era total. Caminhamos relativamente próximos, mesmo
distantes, conseguíamos ver a luz da lanterna do outro. Sempre com sensação de
que o próximo ponto de referência nunca chegava, seguimos descendo e foi um
alívio chegar à Cachoeira do Véu da Noiva. Fiz uma parada rápida, hora de
recuperar um pouco de energia para o trecho final. Era 22 horas e 17 minutos
quando chegamos à Barragem. Dali até o carro foi mais uns 15 minutos. Foi um
alívio chegar. Iniciamos a caminhada às 7 horas e 33 minutos e terminamos 15
horas depois. Um belo teste de resistência. Mas ainda não havia acabado,
faltava a volta. E voltar dirigindo não foi uma tarefa das mais fáceis. Descemos
a serra de Teresópolis e tudo fechado, nem loja de conveniência de Posto de
Gasolina funcionando. Por sorte, achamos um posto perto da entrada de Magé. E
foi um milagre! Foi só entrarmos que a loja fechou a porta. Mas pelo menos
fomos muito bem atendidos, mesmo com os funcionários já querendo ir embora. Foi
comer um lanche e beber o um energético para o ânimo e humor voltarem com
força, ficando bem mais tranquilo chegar em casa. Deu até para separarmos os
equipamentos. Um dia cansativo, mas escalar a Agulha do Diabo é literalmente
assim: do inferno ao céu em pouco tempo!
Foi em 2019 que Leandro do Carmo e Ary Carlos começaram a explorar o local, procurando novas possibilidades de conquistas em Niterói. Essa face já era comentada, mas ninguém ainda tinha muita informação. Ela se tornou mais acessível depois que a Travessia Tupinambá foi consolidada, pois o acesso fica bem ao final da travessia. Alguns projetos foram conquistados, mas uma série de acontecimentos, como a pandemia e o falecimento do Ary, impediram a continuidade das vias. Em 2023, liderados pelo Luis Avellar, novas investidas foram feitas e novas vias foram conquistadas e novos setores foram descobertos. Atualmente, o local é bem completo e possui vias de variados graus e estilos, além de muito potencial para conquistas.
Setor de Baixo
Setor onde foram iniciados os primeiros projetos. São lances mais fortes que se destacam pela verticalidade e pequenas agarras. Um grande desafio. Há muito potencial para novas conquistas. Em alguns pontos há bastante vegetação e fica sombra na base o ano inteiro, devido à altura das árvores.
Acesso ao Setor de Baixo - Tibau
O acesso é bem rápido e não há trilha definida, mas a vegetação é bem aberta e não há problemas com a orientação. Deve-se entrar na trilha que leva ao Mirante da Taperam sendo o final da Travessia Tupinambá. Em poucos metros, entre num talvegue, à direta, e comece a subir. Quando diminuir a quantidade de pedras, saia para a direita, mirando uma diagonal. Passará por um grande pedra e já começará a ver a parede ao fundo. Dali é só subir.
Quando chegar à parede, siga para a direita para acessar a via Chapa Só Na Mente, última via desse Setor. Você verá uma enorme árvore caída com as raízes expostas, bem encostada na parede. Fica fácil a identificação. Nela, estão alguns projetos.
Virando à esquerda seguirá subindo para outros projetos. Atenção, pois esse trecho tem grande possibilidade de estar mais fechado, recomendado levar facão.
Vias do Setor de Baixo - Tibau
Projeto (Leandro do Carmo)
Projeto (Leandro do Carmo)
Projeto (Michel Cipolatti)
Projeto (Marcos Velhinho)
Projeto (Leandro do Carmo)
Projeto do Diedro Cego (Luis Avellar, João P. Neuhaus e Leandro do Carmo)
Diedro Chapa Só Na Mente - 6º VIIa E1 D1 25m ------ + Croqui
Setor do Meio
Setor com poucas vias devido as características da rocha. São inícios verticais e sem agarras. Em alguns trechos há bastante vegetação, o que torna inviável a abertura de novas vias.
Acesso ao Setor do Meio - Tibau
O acesso ao Setor do Meio é comum ao Setor do Luis. Com cerca de 5 minutos de caminhada já é possível acessar as primeiras vias. Começa em uma pequena rua transversal à rua dos Corais. Entrando nessa rua, vá até o final e verá a placa indicando a Travessia Tupinambá. Siga pela rua de terra à direita, subindo até um pouco antes de uma placa escrito "propriedade particular". Ali, vc entrará num caminho discretos e seguir subindo junto de uma linha de jaqueiras que sobe até perto da parede.
Chegando na parede, siga margeando pela direita. A trilha passa pela Via Mestre dos Pés, que é identificada por uma fenda frontal logo no começo. Seguindo mais, antes da vegetação começar a cobrir toda a parede, há a Via Alegria nas Pernas e Lágrimas nos Olhos.
Alegria nas Pernas e Lágrimas nos Olhos - 5º VI E2 D1 95m ----- + Croqui
Setor do Luis
Setor que foi conquistado todo em 2023. Pelas suas características tem grande potencial de se consolidar como um excelente Campo Escola. No inverno tem sombra na maior parte do dia e tem bastante sombra nas bases o ano inteiro.
Acesso ao Setor do Luis - Tibau
O acesso ao Setor do Meio é comum ao Setor do Luis. Com cerca de 5 minutos de caminhada já é possível acessar as primeiras vias. Começa em uma pequena rua transversal a rua dos Corais. Entrando nessa rua, vá até o final e verá a placa indicando a Travessia Tupinambá. Siga pela rua de terra à direita, subindo até um pouco antes de uma placa escrito "propriedade particular". Ali, vc entrará num caminho discretos e seguir subindo junto de uma linha de jaqueiras que sobe até perto da parede.
Chegando na parede você já estará no Setor do Meio. Siga margeando pela direita. A trilha passa pela Via Mestre dos Pés, que é identificada por uma fenda frontal logo no começo. Seguindo mais, antes da vegetação começar a cobrir toda a parede há a Via Alegria nas Pernas e Lágrimas nos Olhos.
A partir daí, siga paralelamente a parede, com alguns desvios e subindo e descendo. Fitas nas arvores e totens marcam o caminho. Próximo ao começo do Campo Escola a trilha sobe até junto da parede novamente. Indo bem para a esquerda e fazendo um trepa mato é possível acessar a via Formigas e Suas Máquinas Voadoras. As demais vias são acessadas por um grande platô mais alto. Para acessar o platô seguir por baixo até o canto direito da parede, onde logo é possível avistar as vias Segue O Velhinho e Speedrun. Seguindo esse platô pelo alto e para a esquerda, acessamos as outras vias. Seguindo para a direita, acessamos as vias Metamorfose e Velório de Urubu.
Localizada em Piratininga, em frente à prainha, a Ilha do Veado foi palco das primeiras vias de escalada em ilha de Niterói. São vias curtas e dá pra passar uma manhã escalando por lá. Para chegar à ilha tem que verificar as condições do mar, se estiver batendo, fica muito difícil e perigoso o desembarque na ilha.
Como chegar à Ilha do Veado
A prainha de Piratininga fica no ponto final do ônibus 39 e chegar lá de carro também não tem dificuldades. Tem bastante disponibilidade de vagas. Em dias de sol, costuma ficar extremamente cheio. Se não tiver caiaque ou stand up, dá para conseguir algum pescador que leve à ilha. Lá tem uma colônia e bastante barco disponível.
Face Norte - Ilha do Veado
Falésia dos Monstros
Visão geral das vias da Face Norte da Ilha do Veado
Megalodon - IIIsup
Homem das Cavernas - V
Cronos - IVsup
Kraken - VI
Leviatan - VIIa
Setor do Canal
Novas Auroras - Vsup
Escalada em Piratininga - Havaizinho
Setor de fendas e boulders. Em breve mais detalhes.
Chegamos cedo ao Prevela e o dia estava bonito, porém sem
vento. Arrumamos os barcos com calma. Como arrumamos tudo bem cedo, nossa ideia
era dar um treino antes, mas nada do vento entrar. Ficamos aguardando durante
um bom tempo e nada. Foi dando a hora e a única solução foi seguir para o Praia
Clube São Francisco rebocados. Enfileiramos os barcos e seguimos até lá.
Atracamos no píer do PCSF e aproveitamos para conferir nossas inscrições. Com
tudo certo ficamos por lá esperando a hora.
Aos poucos, os barcos foram saindo para água. Era o sinal de
que estava dando a hora. Dessa vez, o percurso da regata só seria
disponibilizado um pouco antes da largada e ficaria disponível no barco da
Comissão. Era uma situação diferente. O vento estava bem fraco e não havia
muita perspectiva de melhora. Fiquei dando uns bordos próximo à linha de
largada, na tentativa de largar melhor, um problema que ainda preciso corrigir.
O percurso da regata foi disponibilizado, tínhamos que seguir para uma boia na
altura da virada da Estrada Fróes, e depois para uma, na direção da Praça do
Rádio Amador. Agora era a hora! Assim que tocou o sinal de 1 minuto, tentei dar
um bordo e me aproximar mais ainda, mas não consegui chegar o suficiente,
saindo um pouco atrás. Com o vento fraco foi difícil acompanhar os mais
experientes. Poucos barcos conseguiram.
Com o tempo passando, o vento que era fraco parou de vez.
Foi difícil conseguir montar a primeira boia. Com muito custo contornei e a
volta foi dura. Ficamos quase a deriva. Fui remando com os próprios braços, bem
lentamente, até ser resgatado pelo nosso barco de apoio. No resumo, apenas 8
barcos conseguiram completar o percurso. Devido ao fraco vento, o resultado da
regata da Copa Gilaberte foi excluído do Ranking 2023 da Flotilha Ventania,
pois nenhum barco inscrito no ranking completou a prova. Apesar do vento fraco,
foi um dia de grande aprendizado.
Devido ao vento fraco reinante durante a regata da Copa
Gilaberte, os barcos atualmente inscritos no Ranking 2023 da Flotilha Ventania,
não completaram o percurso dentro do limite de tempo estabelecido no item 13.2
das Instruções de Regata. Para não prejudicar o Ranking, por
determinação da comissão organizadora o resultado da Copa Gilaberte não é mais
valido e não será computado na súmula geral do Ranking 2023. A súmula da Regata Aniversário de PCSF, passará a ser agora
válida para a quarta regata do Ranking.
Essa seria a terceira regata do Ranking . Já estava bem mais
a vontade e aquela sensação de “O que eu faço agora?” foi deixada pra trás. Até
o Lucas e o João já estavam entendendo melhor o funcionamento das coisas. O
João me disse: “Papai, presta atenção na hora da largada”. Até um relógio eu
estava usando dessa vez, pois quando o sinal de 1 minuto para a largada fosse
dado, eu teria mais noção de quanto tempo eu levaria para cruzar a linha de
largada bem posicionado.
Não havia velejado na semana anterior, pois não houve
atividades no Prevela, o que nos fez marcar de nos encontrarmos também no
sábado, com intuito de arrumar os barcos e dar um treino. O que mais eu
precisava era de alguns minutos a mais dentro da água, ou melhor, dentro do
barco. No domingo, dia da regata, chegamos mais tarde ao Prevela, era 10h.
Começamos a montar os barcos e organizar tudo. Ao todo, éramos 5 Dingues na
água. Por volta das 12h 30min saímos velejando em direção ao Praia Clube São
Francisco.
Velejamos empopados com um vento constante e rapidamente
chegamos à entrada do quebra mar do PCSF. Aproveitei para treinar um pouco mais
a largada. Depois de uns 5 bordos, fui para o píer sem aquele medo de 2 meses
atrás. Desembarcamos no clube e aproveitamos para um rápido lanche. Estávamos
com tudo pronto e esperamos somente a hora de ir para a água.
Assim que os veleiros começaram a ir para a água, chamei o
Lucas e o João para que a gente começasse a preparar as coisas. O vento estava
mais forte que nas últimas duas regatas. Porém, o trecho inicial dessa regata,
estaríamos com um vento contra. Essa primeira boia seria mais complicada.
Depois de um tempo na água, escutamos o aviso de 5 minutos e bandeira foi
levantada. Assim que ela descesse, faltaria 1 minuto. Aproveitei para dar uns
bordos e calcular o tempo entre um ponto qualquer e a linha de largada, entre a
torre do PCSF e uma bóia que foi fixada.
Assim que ouvimos o sinal e bandeira desceu, comecei a
marcar o tempo no relógio, não me distanciando muito. E quando faltavam 20
segundos, cambei e fui velejando para a linha de largada. Alguns veleiros já
estavam à frente. Tocou o sinal da largada. Estava um pouco mais atrás, mas foi
bem melhor que das últimas vezes. Não consegui acompanhar o rumo dos que
estavam à frente, mas fui seguindo-os a uma certa distância. A partir de um
certo ponto, optei por seguir diferente. Ou daria certo e ganharia alguma
distância ou continuaria para trás. Fui dando uns bordos no rumo do Naval.
Aproveitei um vento de través, e fui tentando me aproximar
mais do Iate Clube Jurujuba. Os outros veleiros estavam mais próximos da bóia.
Mas percebi que andavam pouco. Logo o vento parou por aqui também. E como ainda
tenho dificuldade com vento fraco, acabei perdendo, novamente, a diferença que
havia tirado. Lentamente, montei a bóia e segui velejando. Optei por um rumo
diferente, na tentativa de tirar alguma distância. Depois que passou a altura
do Morro do Morcego, consegui velejar numa empopada. Os outros barcos se
concentraram bem mais longe que o nosso.
Mais um barco veio na minha cola e seguimos mais paralelos à
praia. Já chegando à bóia em frente à Praia das Flexas, dois barcos já
voltavam, passando por mim. Os outros estavam bem próximos da bóia. Percebi que
tinha tirado uma boa distância, mas não o suficiente. Cruzei a bóia e segui
voltando. O vento havia aumentado um pouco e estava quase num contra vento. Fui
dando uns bordos até estar próximo aos clubes. Já dava para ver a
linha de chegada. Faltava pouco.
Não sabia exatamente a minha colocação, mas
estava melhor do que nas duas regatas anteriores. Mais alguns metros e cruzamos
a linha de chegada, ouvindo o sinal sonoro da organização da regata.
Comemoramos e entramos no canal do quebra-mar do Praia Clube. Atracamos e
ficamos aguardando os outros velejadores chegarem. Perguntei ao Luan, pai do
Lucas, se ele sabia em qual posição havíamos chegado. Ele respondeu que era a
sexta colocação. Nada mal para a terceira regata. Participamos da entrega da
premiação e seguimos velejando de volta até o PREVELA, onde almoçamos e
arrumamos os barcos. Uma melhora significativa com relação às duas últimas
regatas. Seguindo na evolução.