Por Leandro do Carmo
Explorando o Morro do Boqueirão, novas vias em Niterói
Data: 27/08/2025
Local: Piratininga - Niterói – RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Luís Avellar
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Visão Geral das vias |
Wikilock
Download: https://loc.wiki/t/228977740?wa=sc
Relato
O Morro do Boqueirão é uma pedra que fica ao final da Rua Estrela, no Cafubá. A primeira vez que fui lá foi quando estava fazendo o mapeamento para o “Guia de Trilhas de Niterói e Maricá” (PitBull Aventura: Guia de Trilhas de Niterói e Maricá: Quinto dia, fechando o PARNIT). Até então, não havia muita informação sobre o local; inclusive, eu e o Cléver reabrimos a trilha nesse dia. Mas o que realmente me chamava a atenção era a parede que víamos quando estávamos em Piratininga. Sempre pensei no potencial que havia ali, inclusive uma canaleta que fazia uma diagonal para a esquerda. De qualquer forma, fiquei adiando a ida.
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Parede vista do Centro Eco Cultural Sueli Pontes |
O Luís chegou a ir lá numa investida, mas não avançou muito, deixando mais vontade ainda de ir lá e conquistar alguma via. Depois que escalei a Paredão Itaipu com o João Neuhauss e o Luís, conversamos sobre os pontos de escalada que ainda não tinham conquista e surgiu o assunto do Boqueirão. O João e o Alexandre Langer marcaram de ir lá, mas eu não pude no dia, tinha um compromisso. Eles foram e ficamos surpresos quando chegaram lá e encontraram duas vias já prontas. Aproveitaram para conquistar a canaleta. Agora era hora de ir lá e repetir as vias.
Convidei o Luís para irmos lá. O Alexandre me passou um Wikiloc do caminho que abriram e eu fui preparado para consolidar a trilha de acesso. Chegamos lá, deixamos as motos perto do caminho que dá acesso à trilha e seguimos andando. Entramos na trilha e seguimos subindo até que encontrei a picada que eles abriram. Conferi o Wikiloc e bateu com o que eles haviam me passado. Já saquei o facão. Descemos sem muitos problemas e passamos por um grande bloco. Daí, seguimos até a lagoa. Havia muito lixo no local e o cheiro da lagoa estava horrível.
Apesar do lixo, esse trecho era bem bonito e, se um dia a lagoa voltar a estar limpa, tem um grande potencial. Cruzamos diversos blocos de pedra e voltamos a subir um pouco, até cruzarmos um trecho de rocha com vegetação rasteira. Um espetáculo! Seguimos andando e parecia que o tracklog deles passava mais por cima, mas não consegui me localizar bem. De qualquer maneira, seguiríamos para o mesmo destino. Já ao final, cruzamos um pedaço fechado e havíamos chegado ao nosso destino. Estávamos na base da canaleta.
Conseguimos achar as duas vias que eles haviam visto na investida anterior, bem como a linha da canaleta que haviam conquistado. Resolvemos começar pela canaleta. A via tem 60 metros e segue por toda a extensão da canaleta. Está com alguns lances expostos, mas acho que serão intermediados em breve. A vista é bem bonita e chega bem próxima ao cume. Já no final da via, rapelamos e optamos por fazer a via que inicia na borda direita da canaleta. O Luís subiu e, depois que cruzou uma barriga, perdi contato visual. Subi em seguida e percebi o quanto a via é dura. Vários lances bem delicados, com pequenas agarras. Mais acima, passei por um diedro cego, num trecho bem vertical, com um lance bem atlético. Já na parada final, a vista para a lagoa era fantástica. O dia ajudava. Uma pena que a qualidade da água da lagoa está péssima. Tenho a esperança de que, com todas as intervenções que estão sendo feitas no entorno, ela melhore.
Deu para ver boa parte da via ao lado e algumas chapeletas bem à esquerda da canaleta, mas só era possível ver de onde estávamos. Fizemos o primeiro rapel e, na parada dupla, optamos por escalar até a dupla da via ao lado e rapelar por ela, já dando uma conferida e deixando um croqui pronto para uma futura repetição. Ela parece ser bem mais dura que as outras duas vias que fizemos. Já na base, aproveitei para procurar o início dessa outra via que havia visto, mas não encontrei nada. Teremos que voltar com mais calma. Estamos procurando informações dos conquistadores.
Nos preparamos e começamos a voltar. Aproveitei para ir ajeitando mais ainda a trilha de acesso e, num dado momento, um galho bateu no meu olho direito. Na hora não dei muita atenção, acho que foi por causa do sangue quente. Retornamos à trilha principal e logo estávamos de volta ao ponto onde havíamos deixado as motos. Segui para casa. Conforme o tempo foi passando, meu olho começou a incomodar e, já no limite, tive que ir para a emergência. Foi diagnosticada uma pequena lesão na córnea e iniciei o tratamento. Foram dias bem difíceis, mas tudo deu certo.
Tirando o problema no olho, tivemos uma boa investida! Mais um setor de escalada em Niterói!
Vídeo da Via da Canaleta
Vídeo da via da Direita da Canaleta
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