terça-feira, 6 de agosto de 2013

Travessia Petrópolis x Teresópolis

Por Leandro do Carmo 

Travessia Petrópolis x Teresópolis


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Data: De 12 a 14 de Julho/2013
Local: Petrópolis/Teresópolis
Participantes: Leandro do Carmo, Leandro Collares e Michael Rogers

Dicas para a Travessia Petrópolis x Teresópolis


Caminhada pesada; Tenha em mente que é fácil se perder; A serração, característica do local, pode baixar a qualquer momento, o que dificultará muito a orientação; Arrume bem a mochila e não leve coisas desnecessárias; Pode-se ficar nos Abrigos (comprar ingresso www.parnaso.tur.br), e usar a cozinha de lá, o que diminui bastante o peso da mochila; Possibilidade de banho quente nos abrigos; Existem vários guias que podem ser contratados; se for fazer sozinho, estude bem o local, os pontos de orientação são importantíssimos; existem setas de metal fixadas no chão e totens para indicar o caminho; Não encontrei nada indicando o caminho errado, como li em vários relatos; Os guardas levam o carro de uma portaria a outra, isso mediante pagamento e sem o aval do parque, facilitando muito a locomoção.

Material levado na Travessia Petrópolis x Teresópolis


Utilizado: mochila 48 litros; saco de dormir (0ºC); isolante; travesseiro inflável; toalha pequena; segunda pele (camisa e calça); 2 calças; 1 fleece; 1 casaco fino; 1 anorak; 1 poncho; luva; gorro; 6 pares de meia; garrafa pet 1,5 l; duas garrafinhas de 500 ml; canivete; headlamp; material primeiros socorros; copo.
Utilizado, porém, dispensável: fogareiro Júpter (Nautika); 1 refil de gás; talher; panela; dois potes pequenos para comida (mediante pagamento, pode-se usar a cozinha do abrigo, com tudo isso disponível);
Alimentação: Comida liofilizada (macarrão a bolonhesa, arroz, feijão e strogonoff de frango); pães; polenguinho; leite em pó com chocolate (já dividido em porções – sacolé); café solúvel; porções de carboidrato; biscoito; chocolate.

Vídeo


Relato


Enfim consegui realizar um sonho! E de maneira fantástica... Papai do Céu foi generoso e nos presenteou com um final de semana maravilhoso! Mas até chegar lá, demorou um pouco... Afinal de contas, a travessia não é uma simples tarefa... Muito menos quando os participantes nunca a fizeram! Mas depois de muita preparação e suor, conseguimos!

Já estava na programação fazer a travessia neste ano. Considerada por muitos como uma das mais belas do Brasil. Faltava arrumar uma data e companhia. Em uma das reuniões do CNM – Clube Niteroiense do Montanhismo, levantei a idéia e logo os interessados foram surgindo... Abri a atividade e logo fechamos um grupo de 6: eu; meu irmão, Leonardo G Carmo; Alex Figueiredo; Leandro Collares; Giovani Neto; e Michael Rogers. Dos seis, somente o Alex já havia feito a travessia. Depois de fazer as reservas no parque, alguns participantes foram desistindo por vários motivos. Na semana anterior, estávamos reduzidos a metade (eu, Collares e Michael) e sem o Alex! Estava contando com ele, era o único que já havia feito! Liguei para o Collares e resolvemos manter a atividade.

Vou falar que fazer a vista, deu um cagaço! Para todo mundo que eu ligava, me diziam que não era aconselhável... era melhor ter um guia.... tinha que ter alguém que já tivesse feito... é fácil de se perder... etc. Mas a gente se preparou. Estudamos o caminho, referências, guias, condições do tempo e li vários relatos que achava na internet. Não podia dar errado. Agente não estava indo com os olhos vendados... E também conseguimos um GPS com Neuza, para nos ajudar, caso precisássemos.

Primeiro dia da Travessia Petrópolis x Teresópolis


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Portaria de Petrópolis (Bonfim) – Abrigo do Açú
Distância: 7 Km
Desnível: 1.100 m
Tempo: 04 h 25 min
Características: 1ª parte – forte subida; 2ª parte – misto de lajes e trilhas, a orientação pode ficar comprometida caso não tenha visibilidade; um ponto de água (Ajax).





Decidimos sair de Niterói às 06:30 h do dia 12, sexta-feira. Queríamos chegar cedo para curtir bastante o local e o caminho até o Açu. Fomos de carro até a sede de Petrópolis, no Bonfim, onde combinamos com o Edson, vigilante do Parque, para levar o carro até a sede de Teresópolis no domingo, nosso tão esperado destino. Decisão acertada! Não tem preço o conforto. Iríamos perder muito tempo pegando ônibus... Já na sede, reverti os valores pagos pelo meu irmão em serviços nos abrigos, como banho quente e uso de cozinha, apesar de estar levando fogareiro.

Travessia Petrópolis x TeresópolisBatemos algumas fotos e iniciamos a subida. O começo é um passeio. Caminhamos sempre ouvindo o barulho do rio à nossa esquerda. Ultrapassamos alguns grandes grupos. Por cerca de 45 minutos, seguimos até encontrarmos a bifurcação que indicava o caminho para a Cachoeira do Véu da Noiva e Gruta do Presidente e a subida para o Açu. Uma parada rápida. A partir daí, a coisa começa a apertar. Fomos subindo sem dar trégua. Já podíamos avistar de perto o Alicate e todo o vale do Bonfim. Chegamos à conhecida Pedra do Queijo. Agora, uma pausa maior. Um lanchinho para recarregar as baterias e algumas fotos! Dali já dava para ver o que tínhamos que subir. Mas para que pensar no fim, se não chegamos nem a metade?


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Mochila nas costas, seguimos em direção ao nosso segundo ponto de referência: O Ajax. Lugar onde existia um ponto de acampamento, o que não é mais permitido, e o último ponto de captação de água antes do Açu. Passamos por ele paramos um pouco mais a frente, numa sombra. A partir do Ajax, era com a gente. O Collares só conhecia o caminho até ali. Seguimos subindo um pouco e depois descemos para subir a tão esperada “Subida da Isabeloca”, última subida forte antes das lajes de pedra. Seguimos... O peso da mochila já dava seus sinais de boas vindas... Em pequenos passos fomos vencendo a subida metro por metro... um visual fantástico, por vezes levava o cansaço embora, mas logo ele estava de volta!

Enfim, chegamos nas lajes de pedra. Primeiro ponto da travessia onde é possível se perder. Mas com esse tempo aberto, muito difícil. Além dos tradicionais totens, a linha esbranquiçada na pedra, o caminho está marcado com setas de metal presas a laje. As amarelas, indicando Teresópolis e as brancas, Petrópolis. Foi assim até o lance do mergulho, antes do cavalinho... Dali, já dava para ver a Baía de Guanabara, o Mourão, Pão-de-Açúcar, Pedra da Gávea, São João de Rio das Ostras.... A vista estava impressionante. Uma sensação única, difícil de descrever... Seguimos o caminho sem erro, ou melhor, quase sem erro. Eu e o Michael seguimos um pouco mais rápido e perdemos contato visual com o Collares, que saiu um pouco da trilha. Decidimos que nunca mais nos distanciaríamos.

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Pequenas subidas, descidas, zig-zags, e avistamos os Castelos do Açú . Não tinha mais erro. Contornamos o Morro do Acú a direita e seguimos em direção aos castelos, onde fica o Abrigo 1. Caminhamos com cuidado, o chão estava muito molhado, meio brejo, onde se pode afundar o pé na lama com facilidade. Com cuidado, seguimos e já avistamos o Abrigo do Açú a nossa esquerda.

Ao chegar no Abrigo do Açú, fomos muito bem recebidos pelo Hamilton, guarda parque de plantão. Impecável organização! Entramos e ouvimos as regras e fui para o quarto do bivaque, me preparar para o banho quente. Fomos super bem, até mais rápido do que esperávamos, fizemos em 04 h 25 min essa primeira parte da travessia. Estava muito tranquilo e não senti tanto, talvez porque fosse o primeiro dia... Tinha que esperar o dia seguinte. Como ainda estava cedo, tínhamos tempo para fazer tudo bem devagar. Essa é a vantagem de fazer a travessia em três dias e saindo bem cedo, também no primeiro dia.

O banho quente reanimou! O vento frio deu lugar a uma agradável temperatura dentro do abrigo. Vesti
roupas secas e fui preparar o meu almoço. Comida liofilizada é um luxo. Nesse primeiro dia comi macarrão a bolonhesa com feijão. Um almoço de primeira! O pessoal que já estava no abrigo e os que chegaram, ajudaram a completar o bom clima no local. Tudo muito agradável. Uma rápida descansada e fomos dar um volta pelo Açú. Conhecemos os Castelos, o Abrigo 1, feito rusticamente com pedras empilhadas uma a uma. Subimos até um mirante por uma corda para apreciar um pouco a vista. Por dentro dos Castelos, já dava para perceber o porque desse nome...Como já estava dando a hora, subimos até o cume do Açú, onde tem a cruz em homenagem a montanhistas mortos por um raio tempos atrás, queríamos ver o por do sol.



Travessia Petrópolis x Teresópolis
Estava tudo fechado, um vento forte. Ainda bem que estava com o anorak, meu companheiro de travessia! Por um instante, o tempo abriu. A vista era algo impressionante. De um lado dava para ver o Sino, Garrafão e até os Três Picos. Pelo outro, Região dos Lagos, Baía de Guanabara, Pedra da Gávea, Ilha Grande e até o Pico do Frade, em Angra dos Reis! 360º de pura beleza. Fiquei impressionado! Mas foi só o sol se por que o frio aumentou drasticamente. Mesmo com toda aquela roupa, estava ficando impossível estar ali. Descemos até o abrigo, fizemos um lanche reforçado, conversamos um pouco e fomos dormir. Era concentrar para acordar bem no dia mais importante da travessia!

Segundo dia da Travessia Petrópolis x Teresópolis


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Abrigo do Açú – Abrigo 4 (Pedra do Sino)
Distância: 10 Km
Desnível: subidas e descidas, com altura máxima de 2.205 m (Morro da Luva) e mínima de 1.957 m (Vale das Antas)
Tempo: 05 h 54 min
Características: misto de fortes subidas e descidas; difícil orientação; a parte mais exigente da travessia; alguns lances técnicos e expostos; vários pontos de água;


É difícil dormir com um entra e sai no quarto, mas é fácil acordar de manhã. Estava de pé por volta das seis. Tomei um café e fui arrumar a mochila. O Michael já havia saído para ver o nascer do sol. Tudo pronto, fiquei esperando o Collares. Enquanto isso fui batendo um papo com o pessoal que iria para a travessia também. Eu e o Michael demos uma alongada enquanto vigiava o tempo. Muito encoberto pela forte serração, mas quando abrisse... Hoje prometia!!! E assim começamos a caminhada, eram 08h10min.

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Seguimos pela área de camping que fica ao lado do Abrigo do Açu, em direção ao Morro do Marco. Uma trilha bem marcada, não tem erro. Descemos por um misto de laje e trilha e depois subimos até chegarmos na crista do Morro do Marco, seguimos à direita e começamos a descer para a esquerda. O totens e as setas de metal no chão, vão marcado o caminho. A descida também é um misto de laje de pedra e pequenas trilhas. Fomos assim até chegar ao Vale da Luva, nos pés do Morro da Luva. Passamos por um riacho e subimos forte até o cume do Morro da Luva. Essa subida foi chata. Muito íngreme no começo e muito molhada, dificultando bastante. Demos uma parada numa pequena pedra, uma espécie de mirante, onde observávamos os outros grupos em fila indiana descendo o Morro do Marco. Um belo visual. Aproveitamos para fazer um lanche rápido. Mais um pouco de subida, outra pedra e seguimos a trilha para direita, em direção ao cume, também molhada e com muita lama, que por sinal nos acompanhou até o final da travessia!

Travessia Petrópolis x Teresópolis
No cume do Morro da Luva, seguimos um pouco para a direita e começamos a descer para a esquerda. A trilha continua bem marcada, é só seguir o totens e setas de metal. Na descida já dá para ver a trilha seguindo reto para a direita no fundo do vale. Já no fundo do vale, cruzamos um terreno com lama e água e seguimos à direita, reto, até umas lajes de pedra, com pequenas quedinhas d’água. Considerei esse ponto e a descida antes do dinossauro como os pontos mais difíceis de orientação. Isso se você não estiver enxergando nada! Pois fora isso, é um passeio!

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Quando chegamos nas quedinhas d’água, viramos levemente para a esquerda e fomos em direção ao fundo do vale, sempre na cola dos totens e setas! O caminho é por uma laje, seguindo o rio sempre a esquerda. Dali já dava para ver, no fundo e a esquerda, o lance do elevador. No final, viramos a esquerda, cruzando alguns corrimões e pequenas pontes e estávamos de frente para a grande escada de vergalhão fincado na rocha: o famoso elevador! Vencemos as dezenas de degraus numa parede bem íngreme e molhada. Mais acima fizemos outra breve parada e vimos mais um grupo passando pelas pequenas pontes que antecedem o lance do elevador.

De frente já dava para ver o Morro do Dinossauro, teríamos que chegar ao cume dele, para então descer até o Vale das Antas... Aí é um ponto onde dizem para ter cuidado. E assim fomos, seguindo os totens e setas até a passagem para o Morro do Dinossauro. Fomos contornando essa pedra, nunca descendo muito, pois no final havia um vale imenso. Chegamos tranquilos, mas não achamos os grampos que podem ser usados na descida. Acho que no começo descemos um pouco e não vimos essa grande descida, mas sem problemas... Estávamos certos e seguindo para o ponto onde víamos a divisão, muito sutil, de duas cristas, sempre seguindo a trilha bem marcada, totens e setas...

Quando ultrapassamos o cume, já vendo o Garrafão a nossa frente, foi uma sensação fantástica.... Tivemos que parar para bater fotos, foi instantâneo!!! Dali de cima vimos o Vale das Antas, numa diagonal para a esquerda e ficou fácil achar o caminho e chegar ao fundo do Vale. Até chegarmos ao local onde se acampava, passamos por enormes poças d’água e lama. Uma verdadeira aventura desviar disso tudo! Dei uma rápida olhada no entorno, enquanto esperava o Michael e o Collares. É impressionante como as pessoas largam suas fezes de qualquer jeito, nem para terem o cuidado de enterrar! Uns verdadeiros animais! Mais uma pausa para um lanche e água.

Já tínhamos percorrido mais da metade e estávamos muito bem. Estávamos tranquilos em todos os aspectos. Sem nenhum contratempo! Ah! Esqueci de falar que ligamos o GPS umas 3 vezes só para ver se ele estava funcionando e se marcava bem os pontos de orientação!

Travessia Petrópolis x Teresópolis
No Vale das Antas, tem a maior nascente do Rio Soberbo. Uma água cristalina e gelada! Cruzamos o rio por uma pequena ponte de madeira e tocamos para cima. Mais uma subida! A essa altura, tudo vai ficando difícil. Mais uma curta descida, e chegamos num verdadeiro atoleiro. Passei pendurado numa pequena árvore, para evitar que afundasse o pé na lama. E deu certo! Cruzamos mais um riacho que passa por baixo de uma raiz e começamos a subir forte novamente. Mais acima, chegamos na Pedra da Baleia e depois a mais uma pedra, um pouco menor que ela. Subimos mais um pouco e seguimos descendo para o Vale dos Sete Ecos, numa óbvia trilha para a esquerda. O paredão do Sino Impressiona nesse ponto. A serração as vezes ficava forte. O vento não dava trégua! Rapidamente descemos e vencemos o lance do mergulho. Fui na frente e pequei as mochilas para facilitar. A partir daí não tinha mais erro!

Faltava pouco! Mais uma subida forte. Depois de horas subindo e descendo... A prova final! Em passos
Travessia Petrópolis x Teresópolis
curtos, fui vencendo a única passagem para a Pedra do Sino. Finalmente chegamos ao lance do Cavalinho! Um pedra atravessada na trilha, onde para vencê-la, tem que literalmente montá-la! Deixei a mochila na base e venci o lance. Já no alto, o Collares me passou as mochilas para facilitar a subida dele e do Michael. Vencido o lance do Cavalinho, seguimos subindo até uma escada de ferro. Passamos por ela e foi só contornar o Sino até ver a formação de pedras que parecem uma miniatura dos Castelos do Açú. A Travessia estava vencida! Teoricamente, ainda faltava a descida do Sino, mas a descida do dia seguinte era como passear no parque! Uma grande emoção!!! Depois de 05:30 estávamos lá!

Ali, verifiquei que tinha sinal de celular. Aproveitei para ligar para casa, pois havia dois dias que não falava com ninguém! Já estava com saudade da minha esposa e do meu filho. Mandei algumas mensagens para o pessoal do Clube que ficou e seguimos até o Abrigo 4. Na chegada, o Abrigo ainda estava vazio. Como ficaria na barraca com o Collares, deixei logo a mochila lá e fui tomar aquele banho! Depois de estar aquecido, limpo e seco, descansei um pouco na varanda do Abrigo e ficamos batendo um papo! Chegou um grupo de CET que veio rápido e leve direto do Bonfim, perguntei sobre o Alfredo, pois estaria com eles. Me disseram que ele vinha bem atrás.

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Fui preparar o almoço. Fiz um arroz, feijão e strogonoff de frango. Comi ferozmente!!! Depois da barriga cheia, aproveitamos para ir a Pedra da Baleia. O tempo estava bem fechado. As nuvens impediam a gente de ver alguma coisa. Achava que o pôr-do-sol tinha ido por água a baixo... Mas não desista nunca! Fomos em direção ao cume do Sino e aguardamos um pouco. Quando o tempo ameaçou abrir... Não só ameaçou como abriu espetacularmente! Nos brindou com um belo pôr do sol!!!! Muitas fotos para coroar nossa vitória! Pode até parecer fácil para uns, mas para fim foi um grande desafio estar ali.

Assim que o sol foi embora, descemos rapidamente, pois veio o frio! Voltamos para o Abrigo 4. Preparei um chocolate quente, comi alguns pães e fui dormir. Agora era só esperar a noite passar para voltarmos para casa...

Terceiro dia da Travessia Petrópolis x Teresópolis


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Abrigo 4 (Pedra do Sino) – Barragem (Sede Teresópolis)
Distância: 11 Km
Desnível: -1.000 m
Tempo: 03 h 35 min
Característica: descida longa e tranquila pelas curvas de nível; muito ponto de captação de água; impossível se perder!





No terceiro dia, acordei cedo e fui sozinho a Pedra da Baleia ver o sol nascer, mas não dava para ver nada... Uma forte neblina cobria tudo. Voltei meio desapontado e preparei o café da manhã. Um café com leite e alguns pães deram uma aquecida. Na madrugada, choveu um pouco e o dia amanheceu muito fechado, mas tinha a sensação de que o tempo iria abrir. Começamos a levantar acampamento... Foi um final de semana que ficará na lembrança... A todo momento comentávamos como havíamos ido bem na Travessia. Tudo dentro do programado, sem problemas. Fomos até mais rápido do que esperávamos. É claro que o tempo ajudou! Mas estávamos lá... indo embora, deixando saudades...

Travessia Petrópolis x Teresópolis
A vontade de ficar era muita, mas começamos a descer... De vez em quando olhava para trás e via o abrigo meio escondido pela neblina... Na altura da Cota 2000, aproveitamos para sair da trilha e seguir até um ponto onde dava para ver o Mirante do Inferno e a ponta da Agulha do Diabo... Só para dar água na boca! O céu já estava aberto, nenhuma nuvem no céu. A vista estava fantástica! Voltamos ao caminho normal e fizemos nossa parada no mirante do antigo Abrigo 3, onde aproveitamos para fazer um lanche. Seguimos descendo... Passamos pela Cachoeira do Papel e fizemos nossa última parada na Cachoeira do Véu da Noiva. Dali, seguimos descendo até a barragem. Foi um alívio ver o carro ali parado! O Edson caprichou e deixou o carro lá em cima! Nos cumprimentamos e batemos a tradicional foto de chegada!!!!

Depois de três dias, duas noites, muita caminhada e muito frio, estávamos lá. Tínhamos completado um de nossos grandes sonhos: Travessia Petrópolis – Teresópolis!

E como se diz: MISSÃO DADA, É MISSÃO CUMPRIDA!!!!

Valeu e até a próxima!

Fotos do Primeiro Dia

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Olhando parte da travessia da janela de casa.


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Subida para Açú


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Chegado ao Abrigo do Açú


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Na cruz

Vista do nosso destino


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Pôr-do-sol fantástico!!!
Fotos do Segundo Dia

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Visual de mais um grupo na Travessia

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Vista fantástica

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Garrafão


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Descendo para pegar o elevador


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Vendo o começo do elevador


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Michael contemplando a vista

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Mais beleza


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Lama eterna!!!!


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Depois do lance do mergulho


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Vendo o cavalinho


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Pôr-do-sol na Pedra do Sino


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Collares iluminado!!!!


Fotos do Terceiro Dia

Travessia Petrópolis x Teresópolis
Trilha da Pedra do Sino


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Visual


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Dedo de Deus no fundo


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Vista para o Mirante do Inferno


Travessia Petrópolis x Teresópolis
Aqui ficava o Abrigo 2



quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Travessia das Sete Quedas - Chapada dos Veadeiros

Por Leandro do Carmo




ICMBIO PN 116
Brasília (24/06/2013) – A chefia do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros elaborou o Guia de Bolso da Travessia das Sete Quedas. O folder traz informações importantes para as pessoas que quiserem fazer a trilha, como o roteiro, as distâncias de cada trecho, o mapa com os pontos estratégicos e os cuidados que se deve ter para se fazer o passeio de forma segura e sem danos ao meio ambiente. São disponibilizadas ainda informações sobre a unidade conservação e a fauna e flora da região.

A travessia completa, de 23 quilômetros, pode ser feita em uma dia por atletas, praticantes de esportes de aventura na natureza ou pessoas com bom condicionamento físico, mas a direção do parque recomenda que o roteiro seja cumprido, de preferência, em dois dias de caminhada, com pernoite na área de camping, conforme está no guia.

Assim, as pessoas podem curtir melhor o passeio, desfrutar de banhos no cânion, rio Preto e na cachoeira das Sete Quedas e contemplar as belas paisagens e a diversidade da fauna e flora da Chapada dos Veadeiros, um lugar paradisíaco, cheio de novidades a cada passo. Veja, a seguir, informações contidas no guia do bolso.

ROTEIRO

1º dia de caminhada

ICMBIO PN 176
1 -  CENTRO DE VISITANTES

O Termo de Responsabilidade e Conhecimento de Riscos deve ser entregue assinado no Centro de Visi­tantes, onde a trilha se inicia. Você receberá um cartão de identificação que deve ser colocado na caixinha de correio ao final da trilha. Esse procedimento nos informa que você concluiu a travessia.
SIGA AS SETAS VERMELHAS
O começo da caminhada é pela mesma trilha que leva para os cânions, portanto, siga as setas vermelhas até chegar ao Cânion 1. Do Centro de Visitantes até o próximo ponto, a bifurcação para o Cânion 1, são 3 quilômetros.

2 -  BIFURCAÇÃO PARA CÂNION 1
Pouco antes de chegar ao Cânion 2, existe a bifurcação para o Cânion 1. Muita atenção neste ponto, pois a travessia segue à direita nesta bifurcação, no sentido do Cânion 1, ainda em setas vermelhas. Não é recomendado seguir até o Cânion 2, lembrando que você tem uma longa caminhada pela frente. Da bifurcaçãoa até o próximo ponto, que é Cânion 1, é um quilômetro.

3 - CÂNION 1
A visita ao Cânion 1 é recomendada para quem faz a travessia, por ser um ótimo local para aproveitar a paisagem, se refrescar no Rio Preto e fazer uma pausa breve para lanche.
SIGA AS SETAS LARANJAS
Para continuar a travessia, siga a trilha à direita, pouco antes de chegar ao Cânion 1 e passe a seguir as setas laranjas – elas vão te acompanhar até o final da travessia! Neste percurso, você se depara com paisagens dife­ rentes do cerrado: campos rupestres e veredas, além do cerrado strictu sensu que o acompanhava até este momento, e seguirá até a primeira passagem do Rio Preto. Do Cânion 1 até o próximo ponto, a Travessia do Rio Preto (Fiandeiras), são 4 quilômetros.

4 - TRAVESSIA DO RIO PRETO (FIANDEIRAS)
DSC03035Já na margem do Rio Preto, observe a placa de advertência ali localizada, bem como o poste com a ponta laranja instalado no outro lado do rio. Eles estão em diagonal e orientam o local menos acidentado do rio para se fazer a passagem. Recarregue suas garrafas de água, pois o trecho a seguir é a trilha das fiandeiras: uma trilha histórica, da época do garimpo, e que não conta, durante a seca, com água disponível. Ao final desta trilha, seguindo as setas e postes laranjas em meio a campos e bosques, está o camping das Sete Quedas, novamente às margens do Rio Preto. Da Travessia do Rio Preto (Fiandeiras) até o próximo ponto, que é a área de camping, são 5 quilômetros. Siga adiante, mas lembre-se: encha a garrafinha porque este é o último ponto com água para consumo até o camping.


5 - ÁREA DE CAMPING DAS SETE QUEDAS

ICMBIO PN 228Ao chegar na área de camping, monte sua barraca somente em um dos pontos demarcados e aproveite os poços de banho no Rio Preto e as quedas d'água que formam as Sete Quedas. Atente para a área de banheiro rústico e leve embora todo o lixo que você produzir. Respeite os companheiros de camping com silêncio.  Lembre-se: não são permitidas fogueiras em hipó­tese alguma! O fogo se espalha facilmente pela vegetação. Recentemente, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros sofreu com grandes incêndios florestais. A maioria deles é provado pela ação humana. Portanto, obedeça fielmente essa regra de não fazer fogueiras.

2º dia de caminhada

DSC030136 - SEGUNDA PASSAGEM DO RIO PRETO
A apenas 150 metros acima das Sete Quedas existe a sinalização do ponto seguro de passagem do Rio Preto. Caso o nível do Rio Preto esteja baixo, e você prefira e tenha capacidade de passar por entre as pedras, de forma a não molhar os pés, observe o poste acima das Sete Quedas que demarca o começo do segundo dia de caminhada. A trilha segue por uma área de cerrado rupestre, outra fitofisionomia do cerrado. Atenção: este é o último ponto de recarga de água até o final da travessia. Aproveite para abastecer suas garragas de água. Da segunda passagem do Rio Preto até o próximo ponto, o posto da Mata Funda, são 3 quilômetros.

7 - POSTO DA MATA FUNDA
Depois de uma caminhada pelo cerrado rupestre se chega ao Posto da Mata Funda, uma torre de observação de incêndios, utilizada pela Brigada de Incêndios Florestais do ICMBio. Continue o caminho pela estrada de terra que levará à Rodovia GO-239. Do Posto da Mata Funda até o final da travessia são mais três quilômetros.

8 - RODOVIA GO-239  (FINAL DA TRAVESSIA)
Parabéns, você concluiu a trilha! Por favor, deixe seu cartão de identificação na caixinha de correio localizada próxima à saída. A estrada segue para Alto Paraíso à esquerda (24km) e São Jorge à direita (12 km). Agradecemos a ajuda por retornar com seu lixo e manter limpo o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Aproveite sua estadia para conhecer os demais atrativos e trilhas do PNCV.

DICAS DE COMO FAZER A TRAVESSIA DE FORMA SEGURA

• A Travessia das Sete Quedas deve ser feita em dois dias. O primeiro com uma caminhada de aproximadamente 17 km e o segun­do dia com mais 6 km, totalizando pouco mais de 23 km. Saiba, portanto, se você tem o preparo físico adequado para esta aventura;
• Percorra a trilha com calçados fechados, reforçados e confortáveis: chinelos, sandálias e saltos não combinam com trilhas
• Leve sempre com você protetor solar, chapéu, capa de chuva, água e lanche reserva;
• Beba muita água: a desidratação é uma causa comum de mal estar nas trilhas;
• Obedeça as normas do Parque Nacional: mantenha-se na trilha e não colete flores, animais ou pedras;
• Traga todo seu lixo de volta, inclusive restos de comida;
• Observe as condições climáticas dos dias da sua visita;
• Atividades em ambientes naturais apresentam riscos inerentes, tais como perder-se, machucar-se, afogar-se, entre outros;
• Atente-se para o risco de trombas d'água e, em caso de chuvas fortes ou aumento do nível do rio, saia da água imediatamente e procure se refugiar em lugar alto e seguro;
• Não monte sua barraca próxima ao rio: existem espaços delimitados para isso nas áreas de acampamento;
• Esteja preparado para as adversidades em caso de acidentes ou incidentes: leve sempre um celular em condições de funcionamento e acione o corpo de bombeiros (193) em caso de emergência;
• O Parque não possui serviço de resgate. Não se arrisque!
• Caso você não tenha experiência, não se arrisque sozinho: contrate um condutor de visitantes para auxiliá-lo e enriqueça sua experiência aprendendo mais sobre a biodiversidade, geografia e culturas regionais.

LEMBRE-SE, VOCÊ É RESPONSÁVEL PELA SUA SEGURANÇA!


DADOS SOBRE O PARQUE, A FLORA E A FAUNA DA REGIÃO


O parque

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é uma unidade de conservação federal de proteção integral. Foi criado por decreto presidencial em 1961 e possui uma área total de 64.795,37 hectares, abrigando as várias fitosionomias do cerrado.

Seu objetivo básico é a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e desenvolvimento de ativi­da­des de educação e inter­pre­tação ambiental, de re­crea­ção em contato com a natureza e de ecoturismo.

A flora
ICMBIO PN 234Aproveite a travessia para conhecer as diversas fisionomias do cerrado, segunda maior formação vegetacional brasi­leira, menor apenas que a Floresta Amazônica. É possível conhecer o cerrado stricto sensu, caracterizado por uma cobertura arbórea entre 10% e 60%, com árvo­res lenhosas com altura variando entre 3 e 5 metros; matas de galeria, com árvores altas que acompanham os corpos d'água; áreas de veredas, com palmeiras como o buriti, cercadas pelo cam­po úmido; áreas de formações campestres do cerrado e cerrado rupestre, onde a vegetação se molda com as rochas expostas. O cerrado é um bioma moldado em condições severas, como seca prolongada, solo com pou­cos nutrientes e o fogo. De sua resistência a essas condições, impres­siona a beleza mini­ma­lista de suas flores. Fique atento aos detalhes.

A fauna
ICMBIO PN 162
O cerrado conta com 196 espécies de ma­mí­feros, 837 de aves, 184 de rép­teis e 113 de anfíbios, 1,2 mil de pei­xes e mais de 90 mil espécies de insetos. Um terço da biodiversidade brasileira está nesse bioma. Durante os passeios no parque, nas trilhas e nas regiões do entorno existe a possibilidade de se observar bi­­chos como o lobo-guará, o veado cam­­peiro, o tamanduá-ban­­deira, emas, seriemas, araras, papagaios e periquitos, todos livres na natureza.



Comunicação ICMBio
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terça-feira, 30 de julho de 2013

Travessia Caminhos da Serra do Mar

Por Leandro do Carmo

Uma ótima opção para quem quer ter contato intenso com a natureza! Segue matéria na íntegra, publicada do site do ICMBio. Segue abaixo na 

CAMINHOS DA SERRA DO MAR SERÁ ABERTO NO DIA 15 AGOSTO

Trilha passa pelo Parque da Serra dos Órgãos, no estado do Rio

Brasília (23/07/2013) – A travessia Caminhos da Serra do Mar, que cortará as cidades de Magé, Petrópolis, Teresópolis e Friburgo, passando pelo interior do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no estado do Rio, será inaugurada no dia 15 de agosto. O projeto é do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que gere o parque.



A trilha já tem sinalização e cartilha para o andarilho. São, no total, 56 quilômetros que devem ser percorridos em seis dias. Durante o trajeto, os caminhantes terão contato com ambientes distintos como mata de encosta, campos de altitude, além de paredões rochosos, picos, poços e cachoeiras.



O chefe do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Leandro Goulart, disse que o principal objetivo da trilha é favorecer a conservação ambiental na Serra do Mar, integrar diversas unidades do mosaico da Mata Atlântica e assegurar assim uma estratégia de conservação por meio do uso público dos espaços. A ideia de fazer uma trilha de longo curso já era antiga, segundo ele, mas só em abril de 2012 começou a ser concretizada.

O início

Para quem quiser completar os seis dias de caminhada, a travessia tem início na Vila Inhomirim, em Magé. A recomendação é começar por volta das 8h. São 7 quilômetros pelo antigo caminho do ouro, uma subida considerada leve-superior, pois começa em uma altitude 20 metros e chega até 700 metros. A caminhada varia entre quatro e cinco horas.

O pernoite será feito no bairro Morin, em Petrópolis. Morin é uma comunidade urbana próxima ao parque e lá há opção de hospedagem em pousadas. Não é possível acampar ainda nesta área dentro do parque. Segundo Leandro, já há um projeto de ampliar as áreas de camping, mas ainda é preciso alterar o plano de manejo da unidade de conservação.

Segundo dia

O segundo dia começa bem cedo entre 6h e 7h e o ponto de partida é as Três Pedras para acessar a travessia Cobiçado Ventania – uma caminhada de nível pesado. "São 12 quilômetros com uma vista deslumbrante da cadeia montanhosa em que o visitante tem uma visão 360 graus. Em dias ensolarados, sem nuvem, é possível avistar a Baía de Guanabara, a cidade do Rio de Janeiro, a ponte Rio-Niterói, assim como a serra de Petrópolis", afirmou Leandro.

A altitude neste dia chega a 1.740 metros. A trilha é considerada difícil pelos poucos pontos de água (recomenda-se levar três litros), a subida é íngreme e há muito desnível de terreno, além de ter pouca sombra. Nesta noite, o visitante dormirá na comunidade rural de Caxambu, em Petrópolis, onde vivem cerca de cem habitantes. "A área tem poços de água, produção de flores e os moradores estão animados para abrir suas porteiras para montar barracas ou alugar camas", informou o chefe do parque.

Terceiro dia

No terceiro dia, é a vez da trilha do Uricanal, um caminho antigo usado por caçadores. A trilha liga o vale do Caxambu ao vale do Bonfim. No caminho, o visitante atravessa pequenos poços, cachoeiras de águas cristalinas e fria, assim como mirantes. São oito quilômetros que podem ser feitos em cerca de quatro horas de caminhada até chegar à comunidade rural do Bonfim. De lá, o visitante pode optar por subir o Pico da Alcobaça de 1.800 metros de altitude. A subida dura emtorno de uma hora. "A comunidade do Bonfim está dentro dos limites do parque e seus moradores são muito receptivos para acampar", garante Leandro.

Em Bonfim está localizada uma das sedes do parque nacional. Lá, é cobrado ingresso de R$ 22 por pessoa. O brasileiro tem desconto de 50% e paga R$ 11, enquanto moradores de Magé, Guapimirim, Petrópolis e Teresópolis pagam R$ 2,20. Menores de 12 anos e maiores de 60 anos são isentos.

Três dias finais

No quarto dia, são 8 quilômetros (cerca de seis horas) até o Morro do Açu de 2.200 metros. Para fazer a subida, é cobrada uma taxa de trilha no valor de R$ 16,50. Lá em cima, há estrutura de abrigo de montanha para acolher 30 visitantes e 70 dormindo em barracas. "É uma caminhada pesada e cansativa, e tem que levar água", recomenda o chefe do parque.

A dica é acordar bem cedo no quinto e penúltimo dia para ver o nascer do sol e depois seguir na travessia Açu-Pedra do Sino. São 9 quilômetros que podem ser feitos entre 7 e 8 horas. Esse será mais um dia pesado em que o visitante percorre sete vales. "Mas é a caminhada mais gratificante. O visitante avista toda a cadeia da Serra dos Órgãos", garante Leandro. Nesse dia, o principal atrativo são os Portões de Hércules, um mirante com um paredão de 700 metros. A última noite será no abrigo do Sino que fica na base da Pedra do Sino de 2.275 metros.

No sexto e último dia, o andarilho já realiza o caminho de descida até Teresópolis. São 12 quilômetros até alcançar a sede do parque. Recomenda-se chegar até 16h.

Mosaico da Mata Atlântica

A ideia é que a trilha não termine em Teresópolis. Os Caminhos da Serra do Mar é um projeto de criação de uma trilha de longa duração que tem como ambição percorrer algumas das unidades de conservação do Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense.

"Estamos negociando com o Parque Estadual dos Três Picos gerido pelo Inea para expandir a travessia. Já estão em levantamento mais trilhas. Queremos ter uma travessia de 15 dias de aventura para inaugurar na temporada de montanhismo de 2014, entre abril e outubro", anunciou Leandro.

Nesta grande travessia, será possível chegar até a região de Salinas em Nova Friburgo, ao Sana e se estender até Casimiro de Abreu.

O parque

Criado em 30 de novembro de 1939, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos tem como objetivo a proteção da paisagem e da biodiversidade na Serra do Mar. A unidade de conservação abriga cerca de 2.800 espécies de plantas catalogadas e 130 animais ameaçados de extinção e espécies endêmicas que só existem lá.

O parque tem a maior rede de trilhas do Brasil com mais de 130 quilômetros para trekking em todos os níveis de dificuldade – como a trilha suspensa e a travessia Petrópolis-Teresópolis com 30 km de subidas e descidas pela parte alta das montanhas.

As escaladas também são algumas das atrações como o Dedo de Deus e a Agulha do Diabo. Todas essas trilhas e atrativos do parque podem ser visitados sem o acompanhamento de guias. Saiba mais, clicando aqui.

Comunicação ICMBio - (61) 3341-9280 - com informações do portal ((o)) ECO

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Chaminé CEI, a primeira via de escalada de Niterói?


Por Leandro do Carmo

Possível local da Chaminé CEI
A história nem sempre é clara. Muitos fatos não documentados se perdem no tempo. Por vezes, descobrimos relíquias que passam despercebidas durante anos... Por que no montanhismo seria diferente?

Voltando a história conhecida, é fato que os primeiros relatos de conquista de vias de escalada em Niterói se deram com a da Agulha Guarischi, que fora, primeiramente, batizada de Agulha Itacoatiara. Segundo informativo do Centro Excursionista Carioca*, a idéia de conquistar a Agulhinha nasceu de um acampamento que fizeram na praia de Itacoatiara, em 2 de setembro de 1951. Ao todo, foram 11 investidas e 37 grampos em cinco anos, sendo finalizada em 20 de outubro de 1956. Essa foi a 8ª conquista do Clube e a primeira em terras niteroienses.

Voltando um pouco mais no passado, podemos considerar a fundação do Centro Excursionista Brasileiro como um marco para montanhismo nacional, pois antes dele, as conquistas eram pontuais. O CEB organizou a atividade excursionista, promovendo o esporte e incentivando a criação de outros clubes. Porém, uma lacuna de quase 37 anos entre 1º de novembro de 1919, data de fundação do CEB, e 20 de outubro de 1956, finalização da conquista da Agulha Guarischi, se formou na história do montanhismo fluminense. Será que nesse período, tendo sido inaugurados dezenas de clubes, inclusive um em nossa cidade, e tendo vários pontos com potencial de escalada, as montanhas de Niterói não tiveram conquistas?

Essa foi uma pergunta que sempre me fiz e nunca havia lido nada que pudesse elucidar minhas dúvidas. Porém, como disse no primeiro parágrafo do texto: “muitos fatos não documentados se perdem no tempo...” Foi aí que me deparei com alguns informativos do extinto Centro Excursionista Icaraí. Apesar de poucos, já dava para se ter uma noção de como se organizava o esporte nas terras fluminenses. Várias atividades eram propostas e algumas em parceria com o próprio CEB.

Mas uma me chamou a atenção. Estava marcada para o dia 10 de março de 1940, conforme abaixo:

DIA 10 – MORRO DO CANTAGALLO
Niterói – Montanha com pequenos lances de escalada, sendo a principal pela CHAMINÉ C.E.I. Excursão que irá relembrar uma das primeiras feitas pelo nosso club. Novos caminhos serão traçados, assim como será feita a procura de um novo roteiro para Itaipú.

Mas o que é que isso tem de importante? Estamos falando de 10/03/1940, ou seja, 16 anos antes da conquista da Agulha Guarischi!!! O texto deixa bem claro que era uma via de escalada e que já era frequentada.

Já havia estado lá há alguns dias atrás e depois de ler o texto do informativo, tive a certeza que a Chaminé C.E.I. é onde o André Ilha, Rodolpho Pajuaba e Rosângela Gelly conquistaram, em 1987,  a Chaminé Almas Penadas. Cheguei a essa conclusão pois o CEI descreve o local com "pequenos lances de escalada" e o lá não tem outra chaminé com essas características, pois a outra chaminé existente no local, é a Campello, tendo sido conquistada em 1957, pelo próprio CEC, porém um pouco mais complexa, tendo sido graduada em 3º IIIsup A1.

Além de todas a evidências físicas quanto ao local, o CEI fez questão de dar nome a chaminé, o que não aconteceu nos pequenos lances de escalada na trilha para o Alto Mourão, conforme descrição da atividade nos dias 15 e 17/03/1940, ainda neste mesmo informativo. Outro fato é que a Chaminé C.E.I não é o único nem o mais fácil acesso ao cume, então, escalá-la, era uma opção, o que reforça a tese de primeira via de escalada.

Não temos informação da linha exata da via, graduação, etc., mas fica claro, até que a história mostre o contrário, que a Chaminé C.E.I., é a primeira via de escalada de Niterói!

*Ano 61 - No 3 - Maio / 2007

Segue o informativo do Clube Excursionista Icaraí. Fonte: www.niteroiense.org.br



sexta-feira, 19 de julho de 2013

Escalavrado - Serra dos Órgãos


A galera Born to Be Wild comparecendo outra vez!!!!

Born To Be Wild
Expedição BTBW ao Escalavrado – 01/06/2013
Serra dos Órgãos
Dia 1 de junho de 2013, a galera BTBW parte para mais aventura.

Depois da incerteza do tempo, acreditando na previsão meteorológica e principalmente que o Vinícios não traria chuva, partimos para Teresópolis rumo ao Escalavrado. Todos reunidos, fomos caminhando pelo acostamento para o início da trilha.
Muita subida, assim como trechos molhados. Os primeiros lances de escalada aparecendo e aos poucos fomos avançando, sempre observando as nuvens.  Às 12:20 o cume tinha sido alcançado! Bandeira BTBW estendida a 1.420m! Muitas fotos, comemoração e um lanche conjunto com direito a café preparado pelo Sandro.
Iniciamos a descida com uma sequencia de rapéis. O mais importante foi a segurança adotada pelo grupo, tanto na subida e principalmente na descida, pra que ninguém tivesse problemas. Por volta de 18:00 todos estavam de volta à estrada. Material guardado, caminhamos para buscar os carros, tendo o céu estrelado e o contorno das montanhas como visual.
Terminamos o dia com o tradicional lanche no Alemão. Parabéns a todos!

“Vejo você nas montanhas”
Relato por Marcelo Carrasqueira - BTBW

“Mais do que uma expedição, uma aventura. As montanhas são lugares lindos, cheios de vida e energia positiva. Estar rodeado de pessoas com o mesmo espírito torna a aventura ainda mais prazerosa. Momentos inesquecíveis. Parabéns a todos, pela superação e, principalmente, à Rana Montana, pela organização e pelo carinho em guiar o grupo.”
Sandro Montanha - BTBW

“Obrigada a todos os participantes pelo dia maravilhoso na montanha, e por ter me ajudado mais uma vez a atingir o cume dessa Pedra misteriosa que é o Escalavrado. A segunda vez no cume não foi menos bela que na primeira, a grandeza e beleza do lugar me tirou o fôlego como se fosse a primeira vez. E tenho certeza que na próxima não será diferente.”
Rana Montana – BTBW

Lista de Participantes
Rana Montana (Guia e organizadora)
Sandro Montanha (Organizador)
Marcelo Carrasqueira (Relator)
Gabriel Pacheco
Marcelo Konte
Brigitte Cunha
 Evelyn Kieliszek
Frederico RIP Cheetos
Vinicios Ex Manda-Chuva
Alexandre Rapel
Eduardo Prussik
Olavo Salgado
Leo Carvalho
Orlando Seixas
Camila Barroso

Dicas pra quem quiser conhecer o local
Duração: 4h (ida) e 4h (volta). Esse tempo varia com o numero de participantes. A volta demora, pois muitos lances exigem rapel.

Local de Encontro em Teresópolis: Paraíso das Plantas.

Equipamento: Sapatilha, baudrier, solteira, mosquetão, freio, cordeletes, anorak e headlamp

Alimentação: água (em abundância, pois a trilha é exposta ao sol o tempo todo), sanduiche, frutas, granola....

Extras: protetor solar, boné ou capacete com isolante (sol, muito sol!!).

Autorização: é necessário apresentar o Termo de Conhecimento preenchido na portaria do PARNASO, com o nome de todos os participantes do grupo.























Conquista de Vias em Laranjeiras - Próximo à Face Oeste do Dona Marta

Por Leandro do Carmo

E-mail encaminhado por Pedro Bugin à lista da FEMERJ, sobre a conquista de diversas vias em laranjeiras. Mais uma opção. Parabéns conquistadores!!!!


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Bom dia pessoal!
Eu, Ernane "Tufo" Wermelinger e Alex Pinheiro (com colaboração de Eduardo Moreira na segunda investida e Luiz Vulcanis na terceira), conquistamos 11 vias e uma variante numa parede localizada na rua Couto Fernandes, Laranjeiras, bem próxima das vias da face Oeste do Dona Marta. A parede em si, por ficar parcialmente escondida por uma mureta de contenção e da vegetação de base, acaba passando despercebida... Mas fizemos uma exploração no local e nos impressionamos com o potencial do lugar, para vias relativamente curtas, formando um ótimo campo escola.
Em geral, são vias em aderência, mas algumas possuem boas passadas atléticas (bem verticais, em regletes e agarras) e até mesmo em móvel (tem uma via com sua metade inferior inteiramente protegida em friends, numa ótima fenda contínua). 
A maior via possui 90 metros, sendo a única com mais de uma enfiada. Todas as outras ficam entre 20 e 60 metros, sempre protegidas por grampos em aço carbono de 1/2 (exceto as passadas em móvel, claro) num padrão E1 / E2 (com apenas uma via E3) e suas graduações variam de 3° a 7°b.
Croquis das vias:
Traçado das vias da primeira investida, na parede:
Agradecimentos aos companheiros de conquista e ao CEB, clube que cedeu as proteções utilizadas e para o qual as vias foram doadas.
Forte abraço e ótimas escaladas!
Pedro Bugim



quarta-feira, 17 de julho de 2013

Manutenção da Chaminé XIV de Julho - Parque Nacional do Itatiaia

Mensagem encaminhada por Igor Spaner à lista da FEMERJ,  que ora reproduzo na íntegra:
"Amigos e Amigas,
No último sábado, 06/07/2013, estivemos nas Agulhas Negras e realizamos a manutenção da Chaminé XIV de Julho, no Parque Nacional do Itatiaia. A via é uma bela conquista, de 1965, dos ilustres montanhistas Raimundo Luiz Minchetti e Eduardo Moreira Gomes, ambos membros do Centro Excursionista Rio de Janeiro - CERJ. Logicamente, o trabalho se deu após autorização do conquitador vivo (Eduardo Moreira Gomes) e do CERJ.
A Chaminé XIV de Julho, com cerca 200 metros, foi conquistada, em toda a sua extensão, com apenas duas proteções fixas (grampos do tipo “P” de 10 mm, caseiros, feitos de ferro dobrado) nos dois pontos mais expostos e difíceis da via. Visualmente, as proteções pareciam estar em boas condições, no entanto, após quase 50 anos, não era possível saber com precisão se essas proteções ofereciam a devida segurança aos montanhistas. Outro fator muito importante a ser destacado e que motivou a manutenção dessa via em específico é que a Chaminé XIV de Julho oferece a melhor, mais rápida, mais segura e mais utilizada opção de término de uma das vias mais clássicas de Itatiaia, a famosa Travessia Longitudinal das Agulhas Negras. A partir dos dois grampos da via, podem ser montados dois rapéis de 30 metros, que conduzem os escaladores praticamente diretamente à base da montanha.
As duas proteções originais foram substituídas por dois novos grampos do tipo “P” de ½”. É muito interessante comentar o seguinte:
a) Foi possível sacar os dois grampos da rocha integralmente, porém, foi muito trabalhoso. Constatou-se que os grampos estavam muito bem fixados. Ambos foram afixados com uma espécie de cunha fina de alumínio na lateral do furo.
b) Verificou-se que ambos os grampos estavam intactos, sem nenhuma deterioração devido à corrosão ou ferrugem. Diante da dificuldade de se retirá-los e do surpreendente bom estado de conservação, seria bem provável que os grampos aguentassem outros 50 anos na montanha.
c) Os grampos de 10 mm não foram substituídos por outros da mesma bitola dado o desuso dessa medida de proteções e a ampla utilização e facilidade de acesso aos grampos do tipo “P” de ½”. Os furos na rocha foram tapados e cobertos com pó de pedra, tornando-os imperceptíveis.
Após o trabalho de manutenção da Chaminé XIV de Julho, a mesma encontra-se muito mais segura tanto para quem a escala quanto para quem a utiliza como final da Travessia Longitudinal das Agulhas Negras. Frisa-se que as proteções não foram duplicadas porque não se trata de uma via de descida, mas sim uma via de subida bastante simples e bela que é normalmente utilizada como descida quando da realização da Travessia Longitudinal das Agulhas Negras, não sendo a única e obrigatória opção de término dessa Travessia
Fiz um relatório completo do trabalho de manutenção com fotos e descrição detalhada, mas como não sei se a lista aceita anexos, estou encaminhando também ao Waldecy, presidente do CERJ, e peço a ele para encaminhar aos moderadores da Lista.
Participaram do trabalho eu, Rogério Costa e Márcio Oliveira. Peço a todos ajuda para divulgar nas listas.
Saudações montanhísticas a todos!
Igor Spanner"