segunda-feira, 13 de maio de 2013

Trilha - Pedra do Cantagalo - Niterói RJ

Por Leandro do Carmo

Local: Niterói
Data: 06/04/2013
Participantes: Leandro do Carmo e Igor Holzer

DICAS: Apesar de bonita, li relatos de caminhantes terem encontrado pessoas fortemente armadas na trilha de acesso, logo, muito cuidado.


Relato

Um local fantástico e tão perto da cidade... Passar por pequenos córregos, nascentes, ver pássaros, micos... Um privilégio para poucos. Por que que eu ainda não tinha ido lá? Não faço a mínima idéia, mas já estava na hora. Aproveitando que o tempo estava meio instável, fiz um convite ao Igor, que mora perto da entrada da trilha, se ele gostaria de ir lá comigo. Ele aceitou o convite e marcamos sábado de manhã, por volta das sete.

A trilha começa na Estrada Fr Orlando, no bairro do Jacaré. É até fácil identificar o início da trilha, pois o local também é visitado pela galera do motocross, que com o passar do tempo, deixou, em alguns lugares, umas canaletas de quase 1 metro de profundidade.

No caminho passamos por vários sítios e o único barulho é o da natureza. Somente pássaros e o vento nas árvores. O Igor levou os dois cachorros dele para o passeio. Foram tocando o terror durante o caminho!!! rs. O caminho é bem fechado pelas árvores. São poucos os pontos onde conseguimos ver a Pedra do Cantagalo. O contato com a natureza é intenso.

Depois de uns 35 minutos de caminhada, chegamos ao ponto onde encontramos a bifurcação com a trilha que vem do Cemitério Parque da Colina. Subimos mais um pouco e já dava para ver a pedra bem de perto. Ao invés de seguirmos a trilha, descemos até a base da pedra para tentar identificar algumas vias de escalada que tem no local. Conseguimos identificar as três: a Chaminé Almas Penadas, Fissura Ritos Macabros e Fissura Vozes do Além. Com muito mato em volta, ficamos de voltar um outro dia para poder limpar a base e poder repetir as vias. Ficou difícil encontrar a Chaminé Campello, segunda via de escalada aberta na cidade. Sem um facão para abrir caminho no mato seria quse impossível prosseguir. Ficará para uma próxima investida ao local.

Depois de conhecer o local, seguimos até o cume. O visual é fantástico. 360º de pura beleza. Serra da Tiririca, Lagoa de Itaipú, Piratininga, Rio de Janeiro, Parque da Cidade, Serra do Órgãos... Difícil até de enumerar todos os locais vistos!!! O tempo ajudou bastante. A previsão era de tempo ruim, mas as nuvens se dissiparam um pouco e ficou um dia agradável.

Ficamos conversando que nem vimos a hora passar. Também, com uma vista dessas... Iniciamos a descida e logo já estávamos na casa do Igor. Tomamos um café e comemos um bolo. Manhã perfeita!

Igor, valeu pela trilha e pela companhia; pessoal, até a próxima!!!


Fotos cedidas por Igor Holzer

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

Cantagalo

terça-feira, 7 de maio de 2013

Aventura, Liberdade, Sonho, Objetivo e Conquista.


Por Paulo Guerra


Não sei explicar o fascínio que o Pico das Agulhas Negras sempre exerceu sobre mim. Muito antes de praticar o montanhismo, “diga-se de passagem”, fazia trilhas e nem havia me dado conta do que se tratava, vivia repetindo que um dia queria chegar ao seu cume.

Deixei que a vida me levasse e ela me levou. “Tome cuidado com o que pede, pois vai que acontece, aconteceu!”.

Um dia um conhecido me mostrou fotos da Pedra do Sino, fiquei encantado e ele me disse que estava montando um grupo para ir ao Pico da Bandeira, claro que me pilhei e fui. Foi o start de um processo que tem enriquecido os meus dias. Daí para o Curso Básico de Escalada e o Curso de Guia de Cordada foi um pulo e não parei e não consigo parar de subir montanhas, pedras, paredes e etc...

Bem, alguns dias atrás um amigo convidou-me para escalarmos a Pedra do Picús em Itamonte, MG , aceitei o convite. Liguei para um parceiro em comum e estendi o convite.

No dia 20/04/13 partimos. No carro meu parceiro de aventura mandou o veneno: “cara o que você acha de pilharmos a galera para irmos ao Pico das Agulhas Negras”? Claro, achei a idéia ótima.

Chegamos à Itamonte, passamos o papo, a galera resistiu. Todos já haviam feito o Pico. Decidimos não

recuar, o dono do abrigo nos deu o bizu das vias de escaladas que poderíamos fazer.
Escolhemos a Oba-Oba 5º VIIa.

Na manhã do dia 21/04/13 acordamos cedo, Rodrigo comeu tudo que pode e ainda separou um pouco do macarrão com salsicha para levar, “isso mesmo o doido levou marmita!” Às 9:00h, estávamos no Parque, indo em direção ao nosso objetivo. Eu com o coração pulsando a todo gás, olhando aquelas tão almejadas agulhas.

Caminhada forte, para ganharmos tempo na estradinha que vai até o abrigo Rebouças.

Entramos na trilha com toda a sede, passamos pelo reservatório de água, que é belíssimo. “Valeria um banho se não estivesse tão frio”. Caminho que segue até uma pequena ponte, fotos e trilha que segue o caminho meio alagadiço. “Pra variar esqueci as botas e tive que encarar de tênis mesmo”. Depois disso, começou um trepa pedra e as pedras vão no Toddynho, ganhando tamanho.

Bem, esse trepa pedra parecia que não acabaria nunca, o ar rarefeito mostrando quem manda. De tempo em tempo, parávamos para recobrar o fôlego. Eis que ao meio dia encontramos a base da via no meio de um cânion, uma parede bem vertical com poucos pés e quase nenhuma mão. “Vale ressaltar que Rodrigo está escalando como gente grande”. O cara guiou a via toda. A segunda enfiada parecia fácil, só que aparecia no final dela um lance em diagonal, tipo meio corpo dentro da fenda e enfim estávamos.... não, não era o cume, Rodrigo saiu trepando pedra de novo e não deu em nada. Então resolvi que daria a volta neste bloco, à beira do abismo, e começou uma escalaminhada de 2º grau e eis que de repente estávamos no ápice da empreitada, com um céu azul e toda a imensidão a nossa volta.

Fotos, lanchinho. “Ah! Claro, Rodrigo atacou a marmita com direito a ovo cozido e tudo no macarrão”.

De repente umas nuvens chegaram não sei de onde “ou melhor de todos os lugares”, preparamos as coisas e começamos a descer, chegamos em dois grampos, montamos o rapel deste trepa pedra, e tome pedra pra descer, só que agora elas diminuíam, ao longo do caminho e logo estávamos na trilha, depois na ponte, depois na estrada de volta ao abrigo, rodovias.

Que a vida continue a me levar, que as missões sejam cumpridas.

E que os sonhos se transformem em objetivos de liberdade e conquistas.

Até a próxima aventura!











domingo, 5 de maio de 2013

Exercício de escalador

Por Guilherme Belém


Como melhorar a sua escalada?


Nós temos a resposta!

Sempre que entramos de cabeça em algum tipo de esporte, nos espelhamos em heróis que toda a vida tem se dedicado a tal aventura. É aí que entra a diferença entre o iniciante, o praticante amador, o intermediário e os heróis atletas de alto nível.

Como educador físico e treinador, devo alertar que existe sim uma grande diferença entre esses treinos. Precisamos nos adaptar a cada estímulo dado, sem tentar pular as fases do aprendizado motor. No primeiro momento, o iniciante se depara com o desafio tanto cognitivo quanto motor, ou seja; a destreza física pode ocorrer, porém o costume de se expor a alturas, ventos e pequenas dificuldades na via de escalada, podem fazer com que o treino vire um pesadelo. É preciso vivenciar algumas vezes a via e exposição para criar intimidade com a rocha, aprimorar técnicas de passadas, desempenho de força e economia de energia em um determinado momento exigente da via e principalmente superar o medo.

Métodos de treinamentos são muito eficazes nesses aspectos, porém demandam trabalho, disciplina, determinação e responsabilidade. O corpo entende o estímulo dado, e nessa hora precisamos saber exatamente onde por em prática os exercícios , intervalos de descanso, incremento de carga e execução perfeita de movimentos.

Iniciarei a matéria com dicas de treino para iniciantes, e nas próximas postagens trabalharei outras categorias . 

Obs: Para a prática de qualquer atividade física é necessário um exame médico e autorização do mesmo, para que a atividade não vire uma adversidade. Lembrando que essa é uma planilha de treino para escaladores iniciantes.

Antes de realizar o exercício é necessário que se faça um aquecimento das musculaturas e mobilidade articular. Ou até mesmo realizar 1 série desses exercícios com 50% da carga empregada, afim de evitar lesões.

Método de treinamento: Alternado por segmento corporal.

Objetivo: Melhorar o desempenho de escaladores iniciantes com o treinamento resistido (neuromuscular).

Exercício
Série
Repetições
Carga
Intervalo
Agachamento unilateral ou afundo
2 a3
12 a 15
Peso corporal
30”
Remada
2 a 3
12 a 15
70%
30”
Levantamento terra
2 a 3
12 a 15
Peso corporal
30


Flexão de braços
2 a 3
8 a 10
Peso corporal
30”
Agachamento
2 a 3
12 a 15
Peso corporal
30”
Tríceps mergulho
2 a 3
8 a 10
Peso corporal
30”
Flexão plantar
2 a 3
12 a 15
Peso corporal
30”
Bíceps p. Supinada
2 a 3
8 a 10
70%
30”
Flexão de antebraço
2 a 3
12 a 15
70%
30”
Extensão de antebraço
2 a 3
12 a 15
70%
30”
Abdominal supra completo no chão.
2 a 3
12 a 15
70%
30”



Definição de cada exercício:

Agachamento Unilateral ou Afundo

Músculos trabalhados: Glúteo, quadríceps e posteriores da coxa.

Realizando: Posicionar os pés e pernas afastadas em um eixo antero-posterior (uma perna na frente e a de apoio atrás), o calcanhar de trás fica fora do chão, sendo o apoio com a ponta do pé, e a frente o pé ficará chapado no chão. Desça o corpo de forma que o mesmo continue ereto e não vá a frente. Depois é só trocar o lado.


 
Agachamento

Músculos trabalhados: Quadríceps, posteriores da coxa e glúteos.

Realizando: O movimento se inicia com o indivíduo em pé com os pés paralelos e alinhados ao quadril, postura ereta, olhar no horizonte e agachar o quadril com se fosse sentar em uma cadeira, terminando o momento de força ao ficar novamente em pé.



Remada
Músculos trabalhados: Adutores escapulares, deltóides no porção posterior e trapézio 2.
Realizando: Poderá ser feito da forma sentado ou de pé (nesse caso o corpo deverá estar flexionado paralelo ao solo. Onde será realizado no momento da força uma abdução horizontal de ombros ou extensão dos mesmos. Poderá ser feito ou uso de halteres, uma barra fixa ou móvel ou até um elástico tensionado.




Levantamento terra
Músculos trabalhados: Eretor da coluna lombar, pré-estiramento do glúteo e ísquios tibiais.
Realizando: De pé com o olhar no horizonte e pés paralelos na largura do quadril, movimentando o tronco para frente como uma referencia oriental (semelhante ao exercício chamado de “bom dia”) e com os joelhos semi flexionados.


Flexão de Braços
Músculos trabalhados: Peitoral, tríceps, deltóides porção anterior.
Realizando: Deitar o corpo em decúbito ventral, e usar as mãos abertas para empurrar o corpo para cima.

Tríceps mergulho
Músculos trabalhados: Tríceps (extensor do cotovelo)
Fazer um apoio em um banco, onde os braços estarão apoiados no mesmo, na largura do quadril. Ao descer o corpo freando o movimento e quando subir estenderá o cotovelo.



 -


Flexão Plantar
Subir e descer o calcanhar em relação ao solo, com o corpo de pé. Musculatura envolvida: Panturrilha.


  
Bíceps pegada supinada
Flexionar o cotovelo, com as mãos voltadas para cima pegando uma resistência (halteres, fitas, anilhas elástico etc.) Musculatura envolvida: flexor do cotovelo (bíceps).




Flexão de punho
Músculo trabalhado: flexor de punho.
Realizando: Pode ser sentado ou em pé, desde que o antebraço esteja com uma resistência, e com as palmas das mãos para cima, e subir ao máximo a mesma em relação ao ante braço.

-


Extensão de punho
Músculo trabalhado: Extensor do punho.
Realizando: Mesma forma que o exercício anterior, porém com as palmas das mãos viradas para baixo.


Abdominal Supra Completo
Músculo trabalhado: Abdômen
Realizando: Flexionar o tronco, retirando o corpo por completo do chão.




    
As repetições devem ser  realizadas por completo, de forma que ao fim da série o músculo fique cansado. Os intervalos serão rigorosamente respeitados, e a carga deverá ser revista a cada 2 a 3 semanas. É aconselhado que a série inicie com pouca carga, poucos exercícios  que gradativamente será aumentado. O treino não pode ser fácil, pois dessa forma não trará ganho significativo das valências preteridas.
Para mensurar a força, é necessário fazer um teste de ação máxima (1RM), peça ajuda a um professor de educação física. Onde saberá 100% da sua carga.Este tipo de treinamento complementa a escalada, mas deve vivenciar a rocha, aprender a traduzir em forma de movimento leituras de passadas e obstáculos na via.

Faça um alongamento no fim do treino com a finalidade de relaxar a musculatura e manter seus níveis de movimentação articular.

Para maiores esclarecimentos: guilhermebelem@gmail.com

“Quem não tem dúvidas... tem dívidas! Kmon!”

BOM TREINO!

Guilherme Belém é Professor Especialista em Exercício aplicado à Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais, Medicina do Exercício, Emagrecimento e Consultor PitbullAventura. CREF:028167-G/RJ.

Agradecimentos: Aos modelos, professores e amigos Renato Stoeckli, Bruno Giesta, Bruno Pereira, Fabio Castelo e Leandro do Carmo.




quinta-feira, 2 de maio de 2013

Travessia Petrópolis X Teresópolis em 1 dia

Por Vitor Pimenta

Material Utilizado: Luva, toca, uma muda de roupa extra, óculos escuro, protetor, de 1,5l a 2l de água (é possível reabastecer), clorin, headlamp, 4 sanduiches, pastilha SUM ou Gatorade, capa de chuva ou anorak, 4 sanduiches.

Relato

Conhecer e superar os meus limites (em todos os campos) e vislumbrar aquele quadro pintado a mão por DEUS, foi foda!

Após algumas trocas de emails, liderados pelo Pimentel, nos reunimos na rodoviária, Pimentel, Claudio, Pedro, Dino, Rosane, Wilton, Daniel e eu. Comprado as passagens, chegamos em Petrópolis e fomos até o parque de táxi que nos deixou bem próximo da entrada.

Começamos a trilha às 9h,  destino, Morro do Açu, e com um ritmo bom fizemos uma breve parada perto da cachoeira Véu de Noiva. Lanchamos e passamos por um casal de 60 anos cada e já tocamos pra cima. Essa subida era bem íngreme e dava na pedra do Queijo (essa pedra vista de longe parece um queijo). Mais uma parada rápida para fotinhas e tocamos novamente para o crux físico: Isabeloca.

Isabeloca, por causa da Princesa Isabel, é uma subida hard. Ali pagamos nossos pecados. Com os mais experientes espalhados no início, meio e fim da caravana fomos vencendo pouco a pouco um incentivando o outro até que chegamos num descampado muito vasto. A visão se perdia no horizonte e avistamos o Castelo de Açu. Ali começou meu drama. Não sei se o damasco estava estragado, ou pela altitude eu comecei a me sentir enjoado e a ideia de não conseguir começou a me rodear. Num determinado ponto resolvi forçar vômito e logo depois me senti melhor. Resolvi seguir até o Açu e de lá ver se continuaria ou não. Rosane se propôs a voltar comigo se necessário então fomos.

Em 3:30m (me corrijam se eu estiver errado) chegamos no Açu. São um amontoados de pedra reunidos em um único ponto de uma beleza só com uma cruz na outra ponta, em homenagem a um grupo de montanhistas que morreram por um raio. Descasamos, nos alimentamos e antes de partimos o Pimentel perguntou se todos estavam bem e queriam prosseguir. Deixou claro que havia ainda umas 8 horas de percurso e senti o peso daquelas frases. Fiz um minuto de silêncio e avaliei minha situação. Percebi que tinha folego para continuar, mas estava ainda um pouco enjoado. Decidi que estava apto a prosseguir e tocamos rumo ao Sino.Nesse trecho, A dianteira era revesado hora pelo Pimentel hora pela Rosane que vira e mexe vinha com umas tiradas fantásticas tipo: "O caminho é por aqui. Fiz esse caminho alguns anos atras e lembro dessa flor". Descemos mais do que subimos rumo ao Vale das Antas e ali foi desanimador... No alto do Morro da Luva avistávamos uma enorme descida em direção ao Vale da Antas, porém avistávamos, também, uma enooooome subida do outro lado. Lembrei o que o casal de 60 anos falou como uma voz grave e profética. "Enquanto se caminha sem ver o destino é ótimo..."

Essa subida era pouco acentuada e entre 2 paredes de vegetação espessa recheado de uma flor linda, se não me engano orguídeas. O que distraia nossa mente era as piadinhas infames de 10 em 10 minutos do Dino. "Atras de quem?", "Colocou tudo msm?", "Quer sentar?". No meio do caminho o enjoo voltou e depois de poucos instantes vomitei de novo. Entre O carboidrato do Pimentel e o Gatorade do Wilton, Rosane me diz que um amigo dela morreu nas msm condições em que me encontrava... Wilton que vinha sempre na minha cola pra ajudar caso necessário cai na gargalhada e solta a perola: essa caminhada perdeu a graça nos primeiros 100m. Agora virou uma questão de preservação da espécie.

Com a solidariedade de todos e colocado todo o mal pra fora, me senti renovado e dei continuidade subindo o elevador, que na verdade era uma escada. Sim, o chamado elevador é uma escada. Uma série de vergalhóes fincados na pedra onde nos levaria ao crux pscicológico: Lance do Cavalinho.Para chegar no Cavalinho desescalamos um lance fácil, mas com um abismos a direita numa pedra úmida e grampos que auxiliavam a descida. Subimos uns trepa-pedras e um a um fomos domando o Cavalinho. Um pouco antes de eu entrar no Cavalo, Daniel dividiu seu último gole d`água comigo e lá fui eu. Lance fácil para escalador, mas que não deixa a desejar no psico. Depois de mais algumas subidas e de 5h de caminhada, chegamos no abrigo do SinoDescansamos por 30min, nos agasalhamos, comemos alguma coisa e já estávamos descendo. Seriam 3h de descida, mas no escuro fizemos em 4h. Era um zique-zaque interminável. Era Rosane atolando na lama, Pimentel dando cabeçada no galho, Claudio escorregando em pedras soltas, tudo isso somando a um bom e velho papo sobre Universo espaço/tempo e teoria dos buracos negros.

De repente erramos o caminho e saímos num clarão. Quando estávamos prestes a retorna para achar o caminho certo, se não me engano, o Dino teve a belíssima ideia de desligarmos as lanternas e nos demos o luxo de deslumbrar a arrojada engrenagem do Universo. Estrelas cadentes, planetas, constelações... ver aquilo tudo rodeado por montanhas e com a Lua cheia foi incrível. Voltamos a trilha e terminamos-a às 22h. O taxista tinha ido embora e não tinha sinal de telefone pra chamar outro. Daniel logo se prontificou em andar em direção ao portão para procurar sinal. Pimentel e Pedro foram juntos e graças ao email do Marcos eles conseguiram. Fomos até a Rodoviária, mas foi em vão e decidimos dormir num albergue. No dia seguinte, acordei às 6:00 e tentei acordar os outros. Ninguém deu atenção. Fui até a padaria, mas esta estava fechada e então resolvi voltar na frente

Queria agradecer a todos pela ajuda e carinho e dizer que só segui em frente por que me senti apto e pela confiança que pude depositar no grupo. É provável que eu tenho me confundido com a ordem cronológica ou com a disposição das pessoas.



Lance do Elevador