sábado, 3 de outubro de 2015

BTBW na Estrada - penúltimo dia do Projeto Nordeste


Quando as dores chegam e o cansaço toma conta, lembramos que as grandes vitórias são sempre conquistadas com muitos esforços. Em situações adversas, a fortaleza se sobressai e a motivação interior se revela grande aliada, o pequeno se torna grande. A amizade aumenta quando temos de percorrer juntos estradas não asfaltadas, com buracos, difíceis. Quantas estradas um homem deve percorrer?   

Hoje iremos nos despedir da Bahia e, com ela, do nosso amado Nordeste. Foram tantos rostos, lugares, cheiros e sabores. Vamos dizer um "até logo" pois voltaremos em breve. Como diz o compositor baiano: andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar. Obrigado por nos acolher região querida, nós te amamos.

Esperemos ainda hoje entrar no estado do Rio de Janeiro e, amanhã, na cidade do Rio.

É isso. BTBW na Estrada. Vamos fazer vento.


BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - Do km 7.341 a 7.999.


Tentamos sair cedo de Estância-SE, tentamos. Saímos da Pousada Jardim às 7hs e seguimos, acelerando em sentido Bahia. Já havíamos constatado que a corrente da Falcão Azul precisava de ajuste mais técnico, porém seria rápido. Paramos em Umbaúba, na TN Motos (79 3546:1328), onde fomos recebidos pelo técnico Neilton. Em uma criteriosa avaliação, Neilton constatou que a Falcão Azul precisava de resolver duas questões: a coroa estava rachada e a porca retentora do pinhão apresentava avançado grau de desgaste. Como não haviam as peças necessárias, a Garça cumpriu a missão de levar Sandro e Fábio de volta à Estância, onde as peças foram encontradas na Moto Ciclo (79 3522:1561). A Garça teve suas pastilhas de freio traseiro trocadas e recebeu lubrificação e calibragem. Prontas para a estrada, as duas motos fizeram vento às 11hs, agora sim em direção à Bahia. Fábio gostou muito do desempenho da Falcão Azul após a troca da coroa (maior), igualando sua velocidade final à da Garça. Ficam as dicas para quem precisar de peças e serviços de moto na região.    

Apesar do começo tarde, após os reparos, conseguimos rodar bem e fazer a maior quilometragem diária do Projeto Nordeste, foram nada menos do que 658 km. Boa parte devido às condições da rodovia, que tirando alguns problemas de sinalização, se apresentam muito boas, e sem pedágio. A fotografia estava linda, com um céu azul e um Sol que nos acompanhou por todo o dia. Jogamos nossa âncora na cidade baiana de Itabuna, instalando-nos na Pousada Positiva, ótimo atendimento.

Com isso, concluímos  o vigésimo dia do projeto, completando 7.999 km no total (658 km no dia). Um belo dia de estrada e Brasil, estamos em Itabuna - BA. Amanhã esperamos bater novamente o recorde. Rio de Janeiro... Rio de Janeiro... Chegaremos no domingo, por volta da hora do almoço.

Km 7.999.

É isso.

Vamos fazer vento?
 












 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - Do km 6.698 a 7.341.

Saímos de Campina Grande já levando na mala bastante saudade. Fomos acompanhados pelo primo  Junior até a saída da cidade, onde pude visualizar as instalações da Casa de Show Spazio e o estacionamento que foi onde aprendi a andar de moto há mais de 20 anos. Hoje passo no local com um pouco mais de experiência.

Agora pegamos a reta de descida para o Rio de Janeiro, BR-101. As paisagens vão aparecendo e se distanciando de forma rápida. A estrada está boa, mas com muitos trechos em obras. As motos voltaram a desenvolver bem. Passamos por uma manifestação em Alagoas, onde a BR foi interditada. Veículo pequeno tem esse benefício, conseguimos passar por um desvio e seguir viagem. Em Sergipe presenciamos um espetacular por do Sol.  Esticamos até a cidade de Estância, onde jogamos âncora já sem a luz do dia. Derrubamos um prato descomunal no jantar, que delícia. Já estamos pertinho da Bahia, onde pretendemos adentrar logo cedo e fazer vento. Estamos voltando.   

Com isso, concluímos  o décimo nono dia do projeto, completando 7.341 km no total (643 km no dia). Um belo dia de estrada e Brasil, estamos em Estância - SE.

Km 7.341.

É isso.

Vamos fazer vento?
 







 

BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - km 6.698.


O dia foi reservado para manutenção nas motos e visitação à familiares. Falcão Azul teve seus injeção eletrônica revisada, agora está 100%. A Garça tem requerido apenas a manutenção regular.

Fomos à Lagoa Seca - PB para visitar alguns tios e primos que residem na cidade. Dia de reencontros, é sempre muito bom. Fechamos o dia com uma confraternização, na qual aproveitamos para se despedir, BTBW na Estrada precisava levantar âncora.

 Com isso, concluímos  o décimo oitavo dia do projeto, completando 6.698 km no total (0 km no dia). Um belo dia, estamos na Paraíba.

Km 6.698.

É isso.

Vamos fazer vento?






quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Garrafão - PARNASO

Por Leonardo Carmo


Data: 25/06/2015


Participante: Leonardo Carmo, Marcos Lima, Tauan Nunes e Roberto Andrade

O Garrafão sempre foi um dos meus objetivos e acredito que seja o de muita gente também.

Marcos Lima, parceirão de escalada e perrengue rsrs, também tinha esse objetivo. E aí sabe né... rola uma mensagem... um pergunta pro outro se ta de bobeira no outro dia... e aí... prenuncio de aventura. PitBull na montanha!!!

O Tauan Nunes e o Roberto Andrade também embarcaram nessa com a gente.

Bom, o grupo estava formado. Saímos de Niterói por volta das 4:30. Queríamos entrar no parque às 6 da manhã, pois a previsão do tempo era de calor escaldante.

Começamos a subida pela tradicional trilha da Pedra do Sino. Começamos num ritmo alucinante. Só paramos no Abrigo Três para comer alguma coisa. Fizemos Barragem x Sino em 2:40 hs.

Ainda estava cedo mais o sol já sapecava. Uma breve parada no cume para fazer a leitura do caminho e pé na estrada, ou melhor, pé na laje de pedra rsrs.

Começamos a descer. Laje de pedra e vegetação rasteira em meio a um zig zag. Mais a frente o capim de anta junto com uma planta com folhas que mais parecem espinhos tomam conta do caminho. Essa vegetação é tão densa e alta que é impossível ver quem passa por ali.

Nesse trecho tem que tomar muito cuidado, pois forma um labirinto de vegetação e tem vários
buracos. Alguns fundos e outros mais rasos.

Tomar muito cuidado.

Uma dessas folhas que parecem espinhos furou o braço do Marcos Lima e curiosamente não saiu sangue. O sangue ficou preso. O braço começou a inchar. Cogitei em abortar a missão, mas voltar dali seria frustrante. O Marcos Lima então resolveu fazer um furo na pele para o sangue poder sair. 

Ele fez um corte no local, mas não conseguiu fazer com que o sangue saísse. O cara não arregou. Juro que lembrei dos filmes do Rambo rsrs.

Depois da gente avaliar a situação e já pressionando o Marcos rsrs pra ele seguir rsrsrs, resolvemos continuar.

Seguimos por mais uma laje de pedra. Muitos totens e setas riscadas na pedra indicando o caminho nessa parte. Entramos novamente em uma vegetação densa e espinhenta só que menos alta. No final dessa parte tem uma descida em uma curta laje de pedra que leva pra uma outra parte de vegetação que da na entrada do mini salão.

Atenção!!!

Dessa saída tem uma fenda dos dois lados. A vegetação esconde a fenda. Se cair ali é a morte.

Chegando ao mini salão, vem a parte da chaminé. Ali tem um grampo. Pode descer com o auxilio de uma corda ou passar por um buraco bem estreito mais a esquerda e sair mais na frente, ainda nesse mini salão.

Logo após a saída desse salão, vem o lance de cabo de aço. Ali, mesmo com esse tempo seco, sem chuva, estava molhado. Não aconselhável em época chuvosa.

Por segurança, montamos o rapel e descemos. Essa descida da quase 30 metros.

Deixamos a corda lá, pois teríamos que voltar fazendo ascensão.



Estávamos perto do cume. A vegetação voltou a ficar fechada e cortante. Apesar disso tudo, nesse trecho, o caminho é óbvio.

No penúltimo lance, a exposição é grande. Pra quem escala, o fator psicológico é tranquilo. Tem uma corda fixa, mas ela não está confiável. Passamos ali procurando umas pequenas agarras no paredão pra não utilizar a tal corda.

Depois vem o último lance que é pura aderência. Mais à direita tem um grampo, mas não precisamos usar. Subimos só na aderência mesmo. No grupo, todos escalavam.

Do cume do Garrafão tem uma vista incrível. Só indo lá pra saber do que estou falando.

Tiramos fotos, assinamos o livro de cume... e sem ficar lá por muito tempo, começamos a fazer o caminho de volta. O sol estava queimando o couro e o tempo também começava a mudar.

Pegar uma mudança de tempo ali não seria nada legal.

A volta é cansativa. Subida pura até o Sino. O lance de cabo de aço pra quem domina técnicas de ascensão é super tranquilo.

Obs.: não recomendo levar pessoas que não dominam técnicas de rapel e ascensão.

Chegamos novamente ao mini salão. Fizemos a chaminé e tocamos pra cima. Passamos por toda vegetação cortante novamente. Lajes de pedra, etc... No meio do caminho, por causa da mudança do tempo, deu uma aliviada no calor.

Passamos pelo Sino e só demos uma pequena parada no Abrigo 4.

Pegamos a longa trilha até a barragem.

Mais uma missão cumprida.

Fizemos toda essa expedição em 12 horas. 


Antes de terminar já estávamos planejando a próxima rsrs.












BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - Do km 6.182 a 6.698.

Saímos às 7hs de Juazeiro de Norte, seguindo para o leste, pelo sertão nordestino. A estrada estava perfeita, um céu azul caprichosamente complementado por nuvens esparsas. As montanhas acompanharam toda a viagem à nossa direita.

A seca se faz presente, forte, castigando a região historicamente conhecida como sertão. Os rios estão secos e os açudes/reservatórios bem baixos. Normalmente cantamos durante a pilotagem para espantar o sono e a trilha sonora que não saia do meu playlist mental era a bela canção de Humberto Teixeira, imortalizada pela voz do rei do baião Luiz Gonzaga "... por falta d'água, perdi meu gado, morreu de sede meu alazão".   Vimos grandes barragens implantadas pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca - DNOCS, construídas para amenizar o problema da seca na região. Esse é um povo forjado no fogo, no braseiro do sertão. Um povo que não reclama, que sabe o que é dificuldade, que luta a cada dia. Povo nordestino, povo guerreiro, muito respeito. Adentramos a cidade, praticamente cortando-a de ponta à ponta, passando junto ao campus da Universidade Federal da Paraíba.
 
Encontramos a família e descansamos. É muito bom rever os primos que há muito não víamos. As motos estão dando conta do recado, mas o desempenho tem diminuído bastante, a velocidade final caiu e o consumo aumentou. A Falcão Azul está na revisão, ficará pronta à tarde. A Garça vai seguir caminho. Trocamos o óleo dos motores em Pombal - PB. Hoje não rodaremos. O dia vai ser de manutenção nas estradeiras e descanso com a família.
Com isso, concluímos  o décimo sétimo dia do projeto, completando 6.698 km no total (516 km no dia). Um belo dia de estrada e Brasil, estamos na Paraíba.

Km 6.698.

É isso.

Vamos fazer vento?