quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Escalada na via Bohemia Gelada

Por Leandro do Carmo

Escalada na via Bohemia Gelada

Dia: 03/05/2025
Local: Niterói - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e diversos

Relato

Dia de finalizar o Curso Básico de Montanhismo do CNM. Na maioria das vezes optamos por fazer a escalada no Pão-de-Açúcar, setor das cervejas. São vias bonitas e relativamente fáceis. Talvez fácil não seja a melhor palavra para descrever, mas se me permite o trocadilho, diria que são vias viáveis. Estávamos num período de sol forte e a melhor opção para escalar no setor é na parte da tarde, onde a sombra começa a aparecer por volta das 14h. Mas na programação, estávamos marcados para a parte da manhã. Então melhor começar cedo!

E marcamos cedo. Era 5h 50 min quando cheguei à Urca e consegui um bom lugar para estacionar na Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha. Todos chegaram praticamente juntos. Seguimos em direção à Pista Cláudio Coutinho num bate papo super agradável. Pegamos o caminho em direção à Escadinha de Jacó, pois depois do desmoronamento no trecho inicial da trilha do Costão, a recomendação e fazer por ali.

Já na base, nos equipamos e começamos a subida. A Escadinha de Jacó é um dique de basalto que corta todo esse trecho e ainda vamos vê-lo na base das cervejas. Para quem gosta de geologia é um espetáculo. Subimos e descemos o precário caminho. Já na base nos dividimos e como já havia feito a Heniken no curso anterior, fui para a base da Bohemia Gelada. Na verdade, costumamos fazer as primeiras enfiadas da Bohemia Gelada e terminar pela canaleta da Chaminé Pão-de-Açúcar, fazendo uma escalada bem bonita.

Saí para guiar a primeira enfiada e subi rápido até o primeiro grampo que é bastante alto. O trecho é bem tranquilo, mas se estiver úmido fica bem escorregadio. Mas hoje estava bem quente e nada de molhado pelo caminho. No primeiro grampo, tem um lance onde gosto de colocar o pé bem alto para subir. Deu certo e logo segui subindo até montar a primeira parada num grampo simples.

Dali subi para a segunda enfiada, passando pela borda direita do buraco e subi mais alguns metros até montar a parada e puxar os dois participantes. Segui para mais uma, acompanhando as cordadas das outras vias. O bom das vias ali é que sempre conseguimos nos ver e nos comunicar, durante quase toda a escalada. Essa enfiada foi bem tranquila e parei mais acima, já na via Chaminé Pão-de-Açúcar. Nesse ponto, dei segurança aos dois participantes e aproveitamos para beber uma água. Era hora de descansar, pois entraríamos no trecho mais bonito da nossa escalada.

Depois de descansar era hora de escalar, mas antes avisei que não teríamos mais contato visual e nem eles me escutariam. Combinamos os puxões de corda como forma de comunicação. Saí para a escalada e na medida que subia, a parede foi ficando mais vertical. Esse trecho tem umas agarras gigantes, se assemelhando a agarras de muro de escalada, de tão grandes. Algumas delas parecem que estão coladas e que vão se soltar a qualquer momento. Subi mais um pouco e o arrasto da corda foi aumentando. Mais acima, perdi completamente o contato e estiquei o máximo de corda que pude, montando a parada.

Como combinado, dei três puxões na corda para sinalizar que já podiam subir. Aos poucos fui sentindo a corda aliviar, sinal de já subiam. Em pouco tempo, estávamos todos no platô, já na entrada do caminho que nos leva à trilha do Costão, bem no ponto onde termina o trecho de escalada. Resolvemos esperar na sombra as outras cordadas chegarem, muito melhor do que ficar no sol quente. Ali pudemos nos desequipar, arrumar a mochila e fazer um lanche tranquilos. Era descansar, pois ainda faltava a trilha até o cume do Pão-de-Açúcar.

Com todos reunidos, iniciamos a subida. Ainda paramos na Pedra Filosofal para a tradicional foto. Só pensava na esfiha e no kibe do restaurante Árabe Urca.






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