Data: 18/08/2025 Local: Itaipu - Niterói - RJ Participantes: Leandro do Carmo, Luis Avelar e João Neuhaus
Vídeo da via Paredão Itaipu
Relato da via Paredão Itaipu
Era uma segunda-feira, estava de férias. Mandei mensagem
para o Luis, perguntando se ele queria escalar e ele me chamou para ir a tarde
fazer a Paredão Itaipu, via nova, ao lado esquerdo da Leila Diniz. Eu havia
visto o João e o Langer conquistando, quando fui fazer a Leila Diniz, no mês
passado. Como não tinha nada para fazer a tarde, aceitei o convite. Marcamos de
nos encontrar às 14 horas, lá em Itaipu.
Cheguei lá e o Luis já estava esperando. O João chegou em
seguida. Dali, caminhamos pela praia. Para uma segunda-feira, até que tinha bastante
gente. Na base da via, nos arrumamos e o Luis, saiu para guiar a primeira
enfiada. Ele subiu a assim que montou a parada, subi em seguida. A via vai em
diagonal para a esquerda, subindo e ficando na direção dos telhados dos bares.
Tem que ir com cuidado, pois tem muita coisa quebrando, inclusive, fui
guardando as pedras que encontrava pelo caminho no bolso da calça. Tinha bastante areia fina nessa primeira enfiada,
assim como na Leila Diniz. Achei uma cordada bem delicada.
Com todos na parada, o João tocou a segunda enfiada. Ela
segue reto pra cima nos primeiros metros e depois vai em diagonal para a
esquerda, até cruzar um trecho em vegetação e parar num amplo platô. Cheguei ao
platô guiei a terceira cordada. Ela sai reto e depois vai contornando para a
direita em lances bem tranquilos. Subi sem dificuldades. O sol já deu uma apertada,
mas já estávamos no fim.
O Luis saiu para a última enfiada e logo todos estávamos no
cume. A saída foi tranquila, pois o capim estava seco e o Velhinho havia dado
uma boa limpeza. Mas no verão, deve ficar difícil. No local onde termina, ainda
tem bastante urtiga, todo cuidado é pouco. Dali seguimos até a trilha do Morro
das Andorinhas, onde paramos rapidamente para uma foto no mirante de Itacoatiara,
talvez um dos mais bonitos da cidade.
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Veronika, Bárbara e Joel
Relato da Via Leila Diniz
A Leila Diniz, em Itaipu, é uma linha bem bonita que começa literalmente com o pé na areia. A primeira vez que fiz essa via foi em Janeiro de 2012, com meu irmão e o Guilherme Belém. Entrei em contato com o Velhinho, perguntando se ele queria escalar. Estava de férias... Ele me avisou que a próxima Quinta com o Velhinho seria na Leila Diniz. Aproveitei e me encaixei na escalada.
Marcamos as 7 horas em Itaipu. Os dias estavam mais agradáveis, mas começar cedo, também faz terminar cedo. O sol dessa vez não seria o maior dos problemas. Chegamos todos cedo e seguimos direto para a base da via. A praia completamente vazia, exceto pelos restaurantes já se preparando para um dia de praia. De longe consegui ver uma cordada numa linha à esquerda da Leila Diniz. Mais uma via saindo. A medida que me aproximei, percebi que era o João Neuhauss.
Nos arrumamos e eu fiz cordada com a Verônika. Saí para guiar a primeira enfiada, a mais difícil da via. Subi rápido, mesmo com a grande quantidade areia na via. Só vai melhorar a partir da segunda enfiada. Foi bem rápido e a Verônika veio em seguida, já sentindo bastante a subida. Não é fácil para quem está dando os primeiros passos na escalada. Na primeira parada, falei com o João de longe e ele disse que estavam abrindo essa nova linha.
O Velhinho veio puxando a sua cordada. Sai para guiar segunda enfiada, passando por trecho com um pouco mais de vegetação. Peguei aquela diagonal para a direita. O arrasto ali é grande, mas preferi seguir assim e ganhar tempo. Parei um pouco acima e sem contato visual dei segurança para a Verônika que sofreu mais uma vez. Pelo menos já havíamos subido bem.
Parti para a terceira enfiada e toquei rápido, parando bem no limite da corda. As duas cordadas estavam juntas e conseguimos sincronizar bem, com um ajudando o outro. A manhã foi firmando e a medida que ganhávamos altura, podíamos ver como a praia estava bonita. Água fantástica. Uma manhã agradável. Já no alto, conseguimos ver a cordada do João e Alexandre Langer. Nos falamos de longe e continuamos a subida.
Escalar com o Velhinho é certeza de diversão e hoje não seria diferente. Sempre que me perguntavam quanto faltava, acrescentava 50 metros. Logo, a essa altura, já faltavam 500 metros para terminar a via. Continuamos a subida, com a Verônika sofrendo bastante, mas foi guerreira e não desistiu. Segui para a quarta enfiada e passei de uma dupla, parando num grampo simples não muito confortável, mas ganhamos em eficiência.
Faltava apenas uma enfiada mais curta, mas não falei para a Verônika, fizemos uma surpresa. Subi e logo perdemos contato visual. Esse último trecho foi duro para ela, mas deve ter sido um alívio quando ela chegou e falei que havíamos terminado. As vezes dizer que falta um pouco mais do que realmente falta pode ajudar!
Descansamos um pouco e pegamos o caminho de volta até o carro. Uma boa quinta com o Velhinho.
Dia: 28/06/2025
Local: Niterói - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Hebert Calor
Relato
Existem algumas vias valem a pena repetir. A Guarischi é uma
delas. Dessa vez, repeti a via com o Hebert e ele tem uma história curiosa na
escalada. Lembro até hoje, na primeira escalada que fizemos no Curso Básico do
Clube Niteroiense de Montanhismo. Quando nos preparávamos para escalar, ele me
disse que tinha muito medo de altura e que não sabia se conseguiria fazer a via.
Conversamos um pouco e disse para ele ir tranquilo que iria dar tudo certo. E
deu! Hoje já está guiando e altura já não é o maior problema!
Mas vamos para a escalada. Na última escalada que fizemos, a
via Coringa, no Pão-de-Açúcar, já estava com a ideia de fazer a Guarischi com
ele, pois isso daria um pouco nas futuras guiadas. Com a previsão de tempo bom,
marcamos de escalar no sábado e na quarta-feira, pedi autorização ao PESET para
entrar mais cedo. Apesar de não estar calor, não queria terminar muito tarde. A
Guarischi é uma via relativamente longa e muita gente chega a levar o dia todo
escalando. Sei que não era o nosso caso, mas não podíamos bobear. Chamei o
Leandro Conrado para nos acompanhar e ele seguiu com a Amanda. Combinamos de
nos encontrar às 6:45, na entrada do parque.
Chegamos no horário combinado, deixamos o termo de risco na
portaria e entramos na trilha. Eram 7 horas em ponto. Seguimos caminhando e
logo estávamos no Bananal. A manhã estava bem agradável. Levamos cerca de 40
minutos até a base da via, onde nos arrumamos e saí para guiar a primeira
enfiada. Subi rápido até o primeiro grampo e apontei para onde está o antigo.
Ficava bem alto e mais para a esquerda. Segui para a direita e costurei o
segundo, logo acima. Dali, ficou mais fácil chegar ao terceiro grampo. Pronto,
estava feito o crux. Passei bem rápido dessa vez. Dali, segui subindo sem
muitos problemas até ao platô, onde montei a parada. Essa enfiada é a mais
exigente da escalada.
O Leandro chegou em seguida e o Hebert logo após. Sentiu um
pouco, mas o tranquilizei, avisando que o pior havia passado. Não dei muito
tempo para descanso e saí logo para a segunda enfiada. Peguei a diagonal e subi
bastante até costurar o primeiro grampo. Muita gente reclama que o lance é
exposto. Na verdade é, mas é um II grau e aí não conta, certo? Rapidamente
cheguei à segunda parada. O Leandro Conrado também veio subindo e o Hebert logo
em seguida. Na parada, uma rápida pausa para um descanso. Nos preparávamos
para, na minha opinião, a enfiada mais bonita da via.
Não queria deixar o ritmo baixar e já puxei logo a terceira
enfiada. Essa mais curta. Saí e segui pelo lado esquerdo do bico de pedra e
acima estava na borda da aresta, um lance bem aéreo, com uma vista fantástica.
Subi rápido até a matinha. Olhando de baixo, é o trecho onde parece o pescoço
da tartaruga. Para quem não conhece, chega a ser inacreditável o espaço que
tempo ali. É um platô gigantesco e ponto de parada obrigatório para as últimas
enfiadas da via.
Ali descansamos um pouco e saí para a quarta enfiada.
Iniciei a subida e já percebi o sol se aproximando. É nesse ponto que para quem
inicia cedo a escalada, encontra o sol de frente, bem na direção do rosto,
começando a atrapalhar. Mas o dia estava firme, porém ficava nublado em alguns
momentos. Isso ajudou bastante. Continuei subindo e optei por pular uma dupla
que ficava mais para a esquerda e logo cheguei à parada. O Hebert também chegou
e já me preparei para a quinta enfiada. Depois da primeira enfiada, acho que é
a mais difícil. Fui ganhando altura até chegar num ponto onde perguntei ao
Hebert quanto de corda ainda tinha. Não lembrava muito bem, mas achava que
daria para chegar na dupla antes do cume. Arrisquei e subi. Deu a conta. Montei
a parada. O Leandro chegou logo em seguida.
O Hebert subiu e quando chegou a parada, avisei que a última
enfiada era dele. Como já está guiando algumas vias, não tinha como não guiar
essa enfiada. Ele descansou um pouco e saiu para o ataque ao cume. Perguntou
onde estava a dupla de grampos e avisei que era só subir reto que mais acima
ele encontraria com facilidade. Nesse trecho, o Leandro Conrado colocou a
Amanda para guiar também. Subiram rápidos e eu fui em seguida. Já na última
parada, fui direto ao verdadeiro cume, onde fiquei durante um tempo, até
retornar e começar os preparativos para a descida.
Era, aproximadamente, 11 horas da manhã quando iniciamos a
descida e por volta das 13 horas, terminamos os rapéis e seguimos para um
merecido lanche. Mais uma vez na escalada mais clássica de Niterói.
Dia: 07/06/2025
Local: Niterói - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Hebert Calor
Relato
Combinamos cedo, apesar de não estar tanto calor como há
alguns meses atrás. Chegando em Itacoatiara, seguimos direto para a base da
via. Caminhamos pelo Costão, paralelos a praia e começamos a subir na direção
ao grande platô. Alguns sentem essa subida. A exposição é grande. É mais psicológico
do que qualquer outra coisa. Essa seria a minha segunda vez na via, porém, na
primeira, eu não havia feito toda. Revezei a guiada com o Velhinho e ele guiou
a última enfiada. Falta essa!
Logo chegamos à base da via e nos equipamos. O dia estava
nublado, mas firme. Segui para a primeira enfiada, que fiz bem rápido. Uma
linha bem reta sem muitos problemas. Há paradas dupla de 30 em 30 metros. Optamos
por fazer as enfiadas de 60 metros para agilizar. O Hebert chegou em seguida,
também subindo rápido. A segunda enfiada foi um pouco mais difícil. Peguei uma
diagonal curta para a direita e depois segui subindo, passando por um buraco e
parando logo acima. Havia passado o primeiro crux da via. O Hebert demorou um
pouquinho mais, porém chegou sem problemas. Aproveitamos para fazer algumas fotos
e nos preparamos para a terceira enfiada.
Dali, segui numa diagonal mais longa para a direita e acabei
pulando uma dupla, que só percebi quando estava bem mais acima. Olhei para
baixo e vi que já estava bem longe da última proteção. Quando olhei para o
lado, vi que a dupla bem mais para o lado. Era tarde, era melhor seguir subindo
do que descer. Continuei subindo e finalmente consegui costurar. Mais acima, o
segundo crux da via. Passei tranquilo e segui subindo, agora numa leve diagonal
para a esquerda, onde costurei a última chapeleta. O Hebert veio em seguida.
Subiu sem problemas, passou por mim e seguiu direto para o cume.
É muito bom chegar ao cume e ele estar vazio. Poucas pessoas
estavam lá em cima. Arrumamos todo o equipamento e seguimos o caminho de volta.
Agora sim podia falar que tinha feito a Aurora Boreal!
Há um tempo sem escalar no Morro do Tucum, mais conhecido,
simplesmente como Costão de Itacoatiara. Abri a atividade no site do CNM com
duas vagas e logo foram preenchidas. Como deixei a possibilidade de uma vaga
extra para quem fosse guiar, a Bibi apareceu de última hora. Éramos quatro
agora, eu, Débora, Bia e a Bibi.
Combinamos cedo, para escapar do sol. Se escalássemos
rápidos, pegaríamos sol apenas na parte final da escalada. Chegando em
Itacoatiara, seguimos direto para a base da via. Caminhamos pelo Costão,
paralelos a praia e começamos a subir na direção do grande platô da base.
Alguns sentem um pouco essa subida, quase igual a primeira enfiada da via, só
que sem proteção. Subimos devagar e, já na base, nos equipamos. A Bibi e a
Bia foram fazer a Aurora Boreal.
Repassei algumas coisas com a Débora e comecei a escalar.
Essa primeira enfiada é muito tranquila e em muitos trechos, dá para ir
caminhando, literalmente. A Débora subiu em seguida, também sem dificuldades.
Já na parada, conversamos um pouco e passei algumas dicas, pois a segunda
enfiada tem uns lances um pouco mais difíceis que a primeira. Já pronto, saí
para guiar a segunda enfiada. O dia estava bem bonito e comecei mostrando
alguns lances passando algumas dicas. Achei que fosse conseguir ver a cordada da
Bibi e da Bia, mas não dava para ver ninguém.
No trecho mais vertical, avisei para a Débora que ali estava
o lance mais difícil da enfiada. Subi mais um pouco e montei a parada e mandei
a Débora subir que começou a escalar logo em seguida. Subiu devagar, mas passou
o trecho bem, seguindo para a parada. Já na parada, descansamos bem, pois a
próxima enfiada pegaríamos o crux. Pedi para ela olhar bem por onde eu subiria.
E assim comecei a terceira enfiada.
Costurei a primeira e a segunda chapeleta e entrei num
canaleta, onde venci o lance quase num movimento de tesoura. Optei costurar a
chapeleta acima do crux para evitar um pêndulo do participante, mesmo que esse
movimento dificulte a retirada da costura. Dali, subi para a parada, de onde
dei segurança para a Débora subir. Ela subiu com um pouco de dificuldade, mas
conseguiu passar o crux. Na parada, um merecido descanso para a última enfiada.
Segui pela diagonal e avisei que perderíamos contato logo
que começasse a subir em direção a última parada. Quando cheguei lá, via que
conseguiria contato. Avisei para ela subir. A Débora começou a escalar devagar,
já cansada pela via. Deu uma parada rápida para descansar, já próxima do fim.
Dei um incentivo e ela voltou a subir, chegando a parada logo em seguida.
Pronto, estávamos no cume do Costão. Via Luis Arnaud concluída!
Vi uma mensagem do Leandro Conrado que estava na praia e foi
acompanhando a cordada da Bia e Bibi. Demoraram um pouco mais chegaram. Agora
sim, todos no cume. Aí foi pegar o caminho de volta e curtir um pouquinho do
sol de Itacoá.
Aproveitando que a Alice estava super animada com a escalada
que ela havia feito, aproveitei para leva-la também ao Alto Mourão, também
conhecido por Pedra do Elefante. Era sábado de manhã, quando mandei uma
mensagem no grupo do Clube Niteroiense de Montanhismo, avisando que iria levar
a Alice. Algumas pessoas confirmaram e a Alice teria companhia do Mássimo, filhonda Priscila. Combinamos
tudo na manhã de domingo, seguimos para o início da trilha.
Como o Massimo era da idade da Alice, eles logo se
enturmaram e foi mais fácil do que eu esperava. Estava calor, mas começar cedo
tem suas vantagens. Subimos rápido e demos uma parada no trecho onde tem uma
laje e uma área mais aberta. Ali, praticamente termina a subida inicial.
Fizemos um lanche rápido para carregar as baterias e seguimos andando.
A caminhada estava muito agradável e fomos conversando e
contando histórias. Paramos novamente para algumas fotos no primeiro mirante.
De lá, conseguíamos ver várias pessoas subindo o Costão de Itacoatiara.
Caminhamos para o trecho mais técnico. Já na base, Mássimo e Alice subiram
devagar, mas sem problemas. Foram sem medo. Passamos por diversos obstáculos e
logo estávamos no cume. Subimos a pequena pedra que corresponde ao ponto mais
alto e de lá fomos para o mirante para Itaipuaçu e ficamos numa sombra para
podermos fazer um lanhe e descansar.
Fizemos algumas fotos e iniciamos nosso retorno. Descemos
sem nenhum problema e cruzamos com algumas pessoas que subiam na hora mais
quente da manhã. Fizemos novamente uma parada naquele trecho mais aberto e
dali, sabíamos que teríamos só descida, o que fizemos rapidamente até o carro.
Missão cumprida! Nada mal para dois estreantes na trilha: Mássimo e Alice!