quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Agulha Guarischi

Por Leandro do Carmo

Agulha Guarischi

Dia: 28/06/2025
Local: Niterói - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Hebert Calor

Relato

Existem algumas vias valem a pena repetir. A Guarischi é uma delas. Dessa vez, repeti a via com o Hebert e ele tem uma história curiosa na escalada. Lembro até hoje, na primeira escalada que fizemos no Curso Básico do Clube Niteroiense de Montanhismo. Quando nos preparávamos para escalar, ele me disse que tinha muito medo de altura e que não sabia se conseguiria fazer a via. Conversamos um pouco e disse para ele ir tranquilo que iria dar tudo certo. E deu! Hoje já está guiando e altura já não é o maior problema!

Mas vamos para a escalada. Na última escalada que fizemos, a via Coringa, no Pão-de-Açúcar, já estava com a ideia de fazer a Guarischi com ele, pois isso daria um pouco nas futuras guiadas. Com a previsão de tempo bom, marcamos de escalar no sábado e na quarta-feira, pedi autorização ao PESET para entrar mais cedo. Apesar de não estar calor, não queria terminar muito tarde. A Guarischi é uma via relativamente longa e muita gente chega a levar o dia todo escalando. Sei que não era o nosso caso, mas não podíamos bobear. Chamei o Leandro Conrado para nos acompanhar e ele seguiu com a Amanda. Combinamos de nos encontrar às 6:45, na entrada do parque.

Chegamos no horário combinado, deixamos o termo de risco na portaria e entramos na trilha. Eram 7 horas em ponto. Seguimos caminhando e logo estávamos no Bananal. A manhã estava bem agradável. Levamos cerca de 40 minutos até a base da via, onde nos arrumamos e saí para guiar a primeira enfiada. Subi rápido até o primeiro grampo e apontei para onde está o antigo. Ficava bem alto e mais para a esquerda. Segui para a direita e costurei o segundo, logo acima. Dali, ficou mais fácil chegar ao terceiro grampo. Pronto, estava feito o crux. Passei bem rápido dessa vez. Dali, segui subindo sem muitos problemas até ao platô, onde montei a parada. Essa enfiada é a mais exigente da escalada.

O Leandro chegou em seguida e o Hebert logo após. Sentiu um pouco, mas o tranquilizei, avisando que o pior havia passado. Não dei muito tempo para descanso e saí logo para a segunda enfiada. Peguei a diagonal e subi bastante até costurar o primeiro grampo. Muita gente reclama que o lance é exposto. Na verdade é, mas é um II grau e aí não conta, certo? Rapidamente cheguei à segunda parada. O Leandro Conrado também veio subindo e o Hebert logo em seguida. Na parada, uma rápida pausa para um descanso. Nos preparávamos para, na minha opinião, a enfiada mais bonita da via.

Não queria deixar o ritmo baixar e já puxei logo a terceira enfiada. Essa mais curta. Saí e segui pelo lado esquerdo do bico de pedra e acima estava na borda da aresta, um lance bem aéreo, com uma vista fantástica. Subi rápido até a matinha. Olhando de baixo, é o trecho onde parece o pescoço da tartaruga. Para quem não conhece, chega a ser inacreditável o espaço que tempo ali. É um platô gigantesco e ponto de parada obrigatório para as últimas enfiadas da via.

Ali descansamos um pouco e saí para a quarta enfiada. Iniciei a subida e já percebi o sol se aproximando. É nesse ponto que para quem inicia cedo a escalada, encontra o sol de frente, bem na direção do rosto, começando a atrapalhar. Mas o dia estava firme, porém ficava nublado em alguns momentos. Isso ajudou bastante. Continuei subindo e optei por pular uma dupla que ficava mais para a esquerda e logo cheguei à parada. O Hebert também chegou e já me preparei para a quinta enfiada. Depois da primeira enfiada, acho que é a mais difícil. Fui ganhando altura até chegar num ponto onde perguntei ao Hebert quanto de corda ainda tinha. Não lembrava muito bem, mas achava que daria para chegar na dupla antes do cume. Arrisquei e subi. Deu a conta. Montei a parada. O Leandro chegou logo em seguida.

O Hebert subiu e quando chegou a parada, avisei que a última enfiada era dele. Como já está guiando algumas vias, não tinha como não guiar essa enfiada. Ele descansou um pouco e saiu para o ataque ao cume. Perguntou onde estava a dupla de grampos e avisei que era só subir reto que mais acima ele encontraria com facilidade. Nesse trecho, o Leandro Conrado colocou a Amanda para guiar também. Subiram rápidos e eu fui em seguida. Já na última parada, fui direto ao verdadeiro cume, onde fiquei durante um tempo, até retornar e começar os preparativos para a descida.

Era, aproximadamente, 11 horas da manhã quando iniciamos a descida e por volta das 13 horas, terminamos os rapéis e seguimos para um merecido lanche. Mais uma vez na escalada mais clássica de Niterói.












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