Por Leandro do Carmo
Dedo de Nossa Senhora
Relato
De volta ao Dedo de Nossa Senhora. O Dedo de Nossa Senhora é
um dos quatros cumes que são acessados por fora da sede de Teresópolis e são
eles, na ordem de cima para baixo: Cabeça de Peixe, Dedo de Deus, Dedo de Nossa
Senhora e Escalavrado. Eu já estava para voltar lá fazia um bom tempo, mas
nunca era prioridade. Enfim surgiu a oportunidade.
Depois que foi marcada a ATM (Abertura da Temporada de
Montanhismo) do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, eu havia decido fazer a
Verruga do Frade como parte do evento de invasão dos cumes. Mas como o CET –
Centro Excursionista Teresopolitano tem a Verruga do Frade como símbolo e eles
tinham a intenção de fazê-la, optei por escolher outro cume. Pensei: já tem um
tempo que fui ao Dedo de Nossa Senhora, já é hora de voltar! Abri a atividade e
logo fechamos o grupo.
Para fazer algum desses cumes no final de semana tem que
chegar cedo e mesmo assim torcer para não ter muita gente na frente. E
arriscamos. Marcamos de nos encontrar às 6h no estacionamento do Paraíso Café. Assim
que chegamos lá já tinha bastante gente pronta para sair e vários carros
estacionados. Não tínhamos muita noção de quantas estariam em cada cume.
Descemos a estrada ainda noite.
Entramos na trilha e começamos a subida. Fomos conversando e
o tempo passou rápido. Rimos bastante pois o Velhinho estava conosco e isso é
garantia de boas risadas. Já quase ao final da subida, comecei a ouvir gente
conversando. Não imaginava que tinha gente à frente. Falei para me
acompanharem, pois se estivesses lentos, pediria licença e seguiria subindo.
Mas nem precisou. Assim chegamos, eles estavam parados numa área mais aberta. O
grupo era grande. Passamos e seguimos para os primeiros trechos de escalada.
Nos arrumamos rápidos e já saí, subindo os dois primeiros
grampos, parando um pouco mais acima. Nem nos encordoamos, pois ainda teríamos
que continuar a caminhada mais acima. Nesse ponto, o grande grupo chegou e meio
que deu uma embolada. O trecho acima não foi muito fácil. Era uma sequência de
fendas, na qual subíamos entalados. Um dos caras usou um cipó grosso que estava
mais para o lado, argumentando que sempre usava. Eu avisei que mais acima esse
grosso cipó ficava fino, na grossura de um dedo. Não adiantou e passei a não
falar mais nada.
Vencido o lance, subimos mais um pouco até chegar à base do
artificial. Lá sim nos equipamos. Juntei todos os estribos que tínhamos e mais
algumas fitas e saí para guiar. Fui intercalando estribos e fitas para
facilitar a subida. Fui subindo e montei a parada num confortável platô. A
galera subiu em seguida. Assim que todos subiram, peguei o equipamento e segui
para o segundo trecho de artificial, esse menor um pouco. Após a reforma, os
cabos de aço que existiam ali foram trocados por proteções.
Foram lances bem bacanas, apesar de estar em artificial. Tem
gente que não gosta, mas para mim tudo é divertido. Terminado o artificial,
segui um pouco mais para cima, onde montei a parada. Dali para cima, era uma
trilha. Mas não se engane achando que iria ser fácil. Havia um trecho acima que
estava escorregando bastante. Conseguimos passar com tranquilidade, mas
soubemos que teve gente que sofreu para conseguir passar.
Faltava pouco para chegarmos ao cume e fomos os primeiros a
chegar. Ainda bem que tivemos um tempo sozinhos. Aos poucos a galera foi
chegando. Fiz um lanche e descansei bastante. Conversamos e aproveitamos para
assinar o livro de cume. Chegaram alguns amigos de Teresópolis. Foi lotando. Já
era hora de começar a descer.
O Velhinho achou melhor fazermos o rapel do cume. Como eu
nunca havia feito, não estava muito confiante. Mas ele me convenceu. Mas antes
tive que tirar algumas dúvidas com o pessoal de Teresópolis e a informação era
de que esse rapel terminava perto do final da escalada, assim não teríamos que
descer naquela parte escorregadia. Montamos o rapel e fui o primeiro a descer.
Chegando à base, percebi que foi uma boa opção. Dali, havia possibilidade de
fazer um outro longo por fora, mas teríamos que parar no meio da parede.
Achamos melhor descer por onde havíamos subido.
Voltamos para a trilha e ainda tivemos que aguardar mais
algumas pessoas subindo. Ainda bem que começamos primeiro. Montamos mais um
rapel até o platô e depois um até a base. Dali, seguimos descendo e ainda
montamos outro no primeiro trecho de escalada. Aos poucos fomos descendo e
pegamos a trilha de volta. Ainda fizemos uma parada para arrumar as coisas,
antes de descer direto até o asfalto. Caminhamos e ainda paramos para um bom
lanche no Paraíso Café, antes de pegar a estrada de volta para Niterói.
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