terça-feira, 8 de julho de 2014

Escalada na Via Moby Dick no estilo Aventura!

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Moby Dick no estilo Aventura!

Local: Morro do Morcego - Jurujuba - Niterói RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Claudney Neves

Via Moby Dick
Via Moby Dick – 3º IV E1 D1 205 metros

Material necessário: 7 costuras e corda de 50m

Acesso: Pode ser acessado de duas maneiras: Uma, por um sítio, no final da praia de Jurujuba, no ponto final do ônibus 33, próximo a Igreja, mas essa é uma opção que não tentamos, pois há um tempo atrás, um amigo meu teve problemas com o acesso por ali;  a outra, é contornando o morro do Morcego, a partir da praia de Adão, seguindo pelo costão.

Dicas: A via é bem tranquila e bem protegida, porém muito suja em alguns trechos, mas nada que prejudique. Na caminhada, em alguns pontos, tem que abrir caminho no capim, principalmente num platô na Face Norte, mais ou menos no ponto da via Morcego Nervoso.

Acesso à base:
Via Moby Dick
Linha Vermelha: Acesso à base / Linha Verde: Caminho de volta após o rapel








 

Vídeo


Relato


Agora foi!!! 

Via Moby Dick
Na primeira vez que marcamos o tempo não ajudou, mas agora deu tudo certo. Depois de aproximadamente 3 horas, estávamos terminando o rapel na face sul. Tínhamos cumprido nosso objetivo. A via Moby Dick, no Morro do Morcego, em Jurujuba, sempre me despertou curiosidade. Na verdade, qualquer via que eu não tenha nenhuma informação me desperta curiosidade! Já havia feito duas vias lá, mas na face sul, a Paredão Sangue “Bão” e Visão Oposta. Já havia, também ido até a base dela, porém, remando. E essa era a minha idéia dessa vez, mas a logística não seria uma das tarefas mais fáceis! Acabamos ficando com a mais simples: vamos seguir caminhando pelo costão até chegar a base e ponto! Poderíamos pedir autorização a uma residência no final de Jurujuba, mas por algumas pessoas terem tido problemas lá, preferi ficar com a possibilidade de chegarmos por um caminho que não dependesse da boa vontade de ninguém.

Via Moby Dick
Ah, já tinha até esquecido de falar que o meu companheiro de aventura, seria o Claudney, do Clube Excursionista Light. Trocamos vários e-mails sobre a via e tínhamos um objetivo em comum: escalar e conhecer a via Moby Dick. Tínhamos poucas informações. O Claudney me passou um relatório do conquistador, o Theotônio da Silva, que na verdade não tinha muitos detalhes, além de um esboço do croqui, mas, também, sem muita informação. Eu sabia onde era a base e tinha a teoria de que dava para chegar passando por cima de um grande platô com vegetação. Mas para saber se a teoria iria funcionar na prática, tínhamos que ir conferir pessoalmente. Essa era única maneira.

Marcamos dia 07/06, sábado, às 07:30, em frente a Igreja de Jurujuba. Fomos pontuais e nos dirigimos à praia de Adão, onde começaríamos nossa caminhada. Uma foto para registrar o momento e seguimos. Caminhamos pela areia e começamos a subir. Fomos contornando o pequeno costão e passamos por alguns pescadores. Em alguns pontos a pedra estava úmida, o que nos fez redobrar a atenção. Continuamos caminhando e logo pegamos nosso primeiro capinzal. Felizmente curto, mas já dava para sentir o que
Via Moby Dick
encontraríamos pela frente. Contornamos uma grande fenda, próximo ao mar e seguimos caminho por uma enseada. Havia bastante lixo trazido pela maré, e também, muita coisa deixada, provavelmente, por pescadores que frequentam o local. Mais adiante, vi que o costão ficava bem vertical, impossível de passar. Porém, havia uma saída para uma pequena trilha, de início bem óbvio. Seguimos por ela e passamos por cima dessa parte vertical, até chegarmos novamente num costão, onde deu para caminhar tranquilamente.

Andamos mais um pouco e já dava para imaginar que para acessar o cume do Morcego, deveríamos começar a subir, mas esse não era nosso objetivo, pelo menos por esse caminho. Seguimos em frente. Já estávamos entrando na face norte e fomos em uma diagonal para cima, com o intuito de contornar o grande platô. Seguimos tranquilos e passamos por um ponto, onde provavelmente começaria a via Morcego Nervoso. Dali para frente era um incógnita, mas meu instinto me dizia que estávamos indo no caminho certo.

Via Moby Dick
Por enquanto, dava para caminhar no costão, mas alguns metros à frente, não seria assim tão fácil. Cogitei até continuar no costão, mas estava tão sujo, que ficaria até perigoso. Na pior parte, o Claudney abriu o capim, fazendo praticamente um túnel. Ainda o ouvi dizer que “não estava tão ruim assim”... Acho que era para levantar a moral!!! Quando cheguei no final, percebi que realmente, não estava tão ruim assim e que o pior já havia passado. Descemos um pouco chegamos no ponto onde eu havia chegado de caiaque. Mais alguns metros e estávamos na base. Primeira parte da missão foi cumprida!

Na base, dava para ver pelo menos uns 4 ou cinco grampos. Combinamos que iríamos revezar a guiada. Nos equipamos e o Claudney guiou até a primeira parada. A via nesse começo está bem suja, assim como, no meio e no final, resumindo: toda suja! Mas os lances são bem tranquilos e rapidamente também cheguei na parada. Como já estava com as costuras, peguei mas algumas e parti para a segunda enfiada. Subi rápido e fui à esquerda de um grande platô com vegetação. Quando já estava acima do platô, não via mais o próximo grampo, olhava para um lado e para o outro e nada. Tinha certeza de que a via seguia para a esquerda, mas nem sempre o óbvio é o caminho! (depois eu fui entender o porquê dela não ir pela esquerda...) Sem querer olhei e vi o grampo bem a direita, um pouquinho acima do platô e abaixo de mim. Segui para lá, o costurei e fui subindo numa diagonal até chegar na parada dupla. Ainda bem que era dupla! Esses grampos não estavam muito bem batidos...

Via Moby Dick
Lá montei a parada e o Claudney veio escalando e de vez em quando parava para atualizar o esboço do croqui que fazia. Na parada, passei o resto do equipamento que estava comigo e ele seguiu guiando a via. Fez uma enfiada mais curta, até a próxima parada dupla, uns trinta metros. Subi rápido e me juntei a ele. Atualizamos o croqui. A via seguia sempre bem protegida, um ou outro lance com os grampos um pouco mais espaçados, mas bem tranquila. A vista dali era fantástica. O tempo estava ajudando, o sol típico de inverno não era forte, mas o suficiente para deixar o as condições extremamente agradáveis.

Comecei a guiar a próxima enfiada, um pouco mais forte que as anteriores, mas ainda sim, a via seguia tranquila, porém sempre suja. Mais uma enfiada curta, uns 35 metros. Montei a parada e o Claudney chegou. Dali, deu para perceber o porquê da via não ter seguido pela esquerda, como mencionei anteriormente: ela chegaria a uma linha enorme de vegetação, com muito capim, talvez fosse impossível passar... Talvez não fosse impossível, mas com certeza não seria a melhor ideia. Como disse, nem sempre o óbvio é o caminho!

Via Moby Dick
Faltava apenas uma enfiada. Pela verticalidade da parede, parecia que o crux era ali. O Claudney seguiu guiando e foi subindo até que não consegui mais vê-lo. Comecei a subir e passei pelo melhor lance da via, justamente no final. Mais alguns metros e já estava no local onde também terminam as vias Visão Oposta e Paredão Sangue “Bão”. A missão estava cumprida!!!! Aproveitei para fazer um lanche e seguimos para o rapel. Ainda bem que havia colocamos mais um grampo no meio da parede, pois o que estava lá, está tão mal batido, que seria difícil parar nele!

Quando pensava que o capim já tinha acabado, lembrei que faltava descer o caminho de acesso à face sul. Como da última vez que estive ali, o capim havia tomado conta de tudo. Pouco restava do caminho que havíamos feito. Mas passamos e quando chegávamos no final, o caseiro que toma conta do local nos avisou que o dono não queria mais ninguém passando ali... Ele nos deixou passar pelo portão. Agradecemos e fomos embora. Tomara que seja só mau humor!!!!!


Valeu pessoal!!!!!!

Via Moby Dick
Mais uma por fazer

Via Moby Dick
Na parada

Via Moby Dick
Claudney terminando mais uma enfiada

Via Moby Dick
Claudney registrando a vista do cume

Via Moby Dick
Praia de Adão, o começo da caminhada


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pico do Peito do Pombo

Pico do Peito do Pombo – Sana, Macaé- RJ.

Participantes: Leonardo Carmo, Stephanie Maia, Cadu, Alexandre Rockert, e Rafael (carinha parente do Highlander)



Iniciamos a trilha as 9:20. O início aparentemente é bem tranqüilo. Depois de uns 10 minutos a trilha começa a ficar bem úmida, com uma espécie de lama, mas não chega a ser um atoleiro.



O caminho é bem marcado nesse ponto, não tem erro.

As 10:24 chegamos na primeira porteira. Nesse momento encontramos um maluco que estava descalço, sem lanterna, sem comida e água dizendo que ira fazer a trilha também.

Seguimos todos juntos.

As 10:38 chegamos na segunda porteira.

As 10:46 chegamos na terceira porteira.

As 10:54 chagamos na parte do rio. Não tema mais ponte. A travessia tem que ser feita passando pela água ou pulando as pedras. Em tempo chuvoso é complicado de passar. A Stephanie parece que vai pelas pedras mas corajosamente voltou, triou as meias e bota e passou pela água gelada.



Após atravessar o rio, passamos pela quarta porteira. Nesse ponto é preciso ter atenção, pois tem vários caminhos de “boi” que podem induzir ao erro.  É uma área de pasto morro acima.



Como a orientação que tínhamos não era precisa, resolvemos que a Stephanie, Alexandre e o Cadu ficassem esperando enquanto eu procurava o caminho certo. O carinha que encontramos no caminho também subiu comigo. Depois de tocar uns bois e vacas, subir e descer o pasto feito um deles, encontrei o caminho e continuamos a trilha.

Depois de um tempinho, chegamos no setor da mata fechada por volta de 12:00. Paramos pra beber uma água e encher os reservatórios.



Dali em diante a trilha fica pesada. Bem hardcore. Um bom preparo físico nesse momento faz a diferença.

Quase no final da trilha você tem que optar em contornar a pedra para a direita ou esquerda. Pra esquerda o caminho é bem mais curto, porém um pouquinho exposto. Pela direita é mais protegido. Alguns lances com auxílio de corda fixa, mas da pra fazer sem também. Uns 5 minutinhos andando você se depara com o impressionante e intrigante Peito do Pombo.



As 13:49 chegamos no final da trilha.



Ficamos descansando, tirando fotos, conversando, dormindo, delirando até as 15:06 quando resolvemos descer.



Como já sabíamos que pegaríamos noite no caminho, deixamos as lanternas preparadas.

Depois de alguns escorregões, risadas, dores no joelho, etc, paramos para captar mais água.
Nesse momento, o carinha que estava com a gente, descalço, sem comida e lanterna, disse que tinha acabado de sofrer uma cirurgia. Tinha tirado um rim e parte do outro. O cara era literalmente parente do Highlander. Depois de uma boa conversa continuamos a descida. No caminho encontramos um pé de limão galego. Na verdade parecia um pé mutante. O limão parecia uma tangerina. A Stephanie, já alucinada, falava sem parar: pega pra colocar na cachaça... pega pra colocar na cachaça... Como não da pra contrariar mulher, desci com o Cadu até o pé mutante e fizemos a colheita.


Sobe pasto, desce pasto...  desce pasto.... desce mais pasto... até que chegamos no setor da travessia do rio. Paramos para lanchar, beber água e conversar mais um pouco. A água estava bem gelada e o nosso amigo Rafael, parente do Highlander, amarradão com as pernas dentro da água. Dali em diante já caminhamos no escuro. O Cadu estava doido pra estrear a sua lanterna. Ele caminhou durante todo o período noturno iluminando as copas das árvores e o mato. Mas com a sua habilidade de pesquisador não encontrou nada, exceto um cavalo que pastava meio doidão já no final da trilha. O Alexandre, as vezes me assustava rsrs. Ele ficava pra trás e dava umas corridas. Ele falava que era pra forçar menos os joelhos na descida. O parente do Highlander descalço, sem lanterna e já sofrendo de hipoclicemia continuava andando sem reclamar. A Stephanie resmungava mas não parava. Eu queria fazer toda a parte noturna sem lanterna. Comecei bem. Andei boa parte assim até que eu escuto um assovio. Eu estava fechando a fila e a Stephanie na minha frente. O Alexandre e o parente do Highlander estavam mais na frente puxando a fila e o Cadu "caçador de sombras" estava mais próximo a eles. Continuamos andando e novamente escutei o assovio só que um pouco mais perto. Como a Stephanie não falou nada, fiquei queto. Quando escutei pela terceira vez pedi para que ela parasse e pegasse a minha lanterna na minha mochila. Parecia cena de filme de terror. O assovio chegando mais perto e ela não conseguia abrir a minha mochila. De repente aparece um coroinha num cavalo branco. A Stephanie disse que era um burro, não o coroinha mas o animal que estava com ele. Sem saber o que fazer a Stephanie teve a brilhante ideia de perguntar sobre o resultado do jogo Brasil x Chile. O coroinha ficou quase um minuto falando que tinha sido 1 x 1. Resumindo depois de vários minutos ele voltou a falar em 1 x 1 mas que o Brasil tinha vencido nos pênaltis. Acho que ele já tinha bebido algum "suco de cana ardente" pois falou que ia deixar o seu cavalo/burro na grama alta relaxando e que talvez não voltasse pra casa no mesmo dia. Bom, sei que da mesma que forma que ele apareceu ele sumiu. A partir daí resolvi ignorar a minha visão noturna e liguei a lanterna.


Depois disso, as 19:03 chegamos na base (início da trilha). Todos estavam bem e já perguntando quando seria a próxima atividade mas na verdade todos queriam beber uma gelada.


Para finalizar, paramos em um bistrô onde degustamos um caldo verde com pimenta, caldo de abóbora, espaguete e uma boa e desejada cerveja.

Vai a dica: assim que atravessar o rio e passar pela porteira, siga em frente em direção a uma árvore bem grande. Por ser uma árvore grande, ela vai se destacar. Pegue o caminho de “boi” que passa bem ao lado dessa árvore e comece a subir o pasto. Do lado direito tem uma cerca. Se oriente por ela também. No alto do pasto, também do lado direito, tem um pequeno bambuzal. Chegue até ele. Nesse ponto você pode optar por passar pro lado de lá da cerca por uma espécie de porteira aberta ou continuar subindo. Passando pro lado de lá ou não terá que ir beirando a cerca. Chegando no alto do pasto, terá uma abertura na cerca, mas não tem porteira.  Passe por ali e comece a descer. Nesse ponto você já vai avistar a mata fechada e o Peito do Pombo.  Escolha um caminho de “boi” rumo à entrada da mata. Qualquer caminho levará pra lá. É meio instintivo. Na entrada da mata tem uma espécie de porteira, mas ela não abre. Tem que passar por uma abertura lateral. Cuidado pra mochila não rasgar na cerca.

Nesse ponto tem praticamente o último ponto de captação de água. Tem um outro mais acima só que se for em época de estiagem a captação pode ser difícil.

Agora é só subir até o Peito do Pombo. Não tem erro.

Pra quem vai escalar é bom ficar ligado. No primeiro grampo já tem um mosquetão em péssima condição de uso. Os grampos também não estão lá essas coisas.

Outra dica, bem no início da trilha tem um estacionamento. R$ 10,00 o dia todo. Vale deixar o carro ali.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Caminhada ao Mirante do Inferno - Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Por Leandro do Carmo

Caminhada ao Mirante do Inferno - Parque Nacional da Serra dos Órgãos


Local: Mirante do Inferno, Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Data: 17/05/2014
Participantes: Leandro do Carmo, Ary Carlos, Alessandra Neves, Marcelo Sá, Patrícia Lima e Vinícius Araújo.

Mirante do Inferno


Dicas: Pode durar o dia inteiro; levar lanterna; muito água pelo caminho; um dos acessos, fica na altura da Cota 2000, na trilha do Sino; a descida é bem forte, muito úmida; ter cuidado com os buracos no caminho; existem algumas bifurcações, mas na ida, ficar sempre a direita e na volta, a esquerda.

Relato

Aproveitei o evento da Abertura da Temporada de Montanhismo do Parque – ATM PARNASO, e abri a atividade no Clube Niteroiense de Montanhismo para o lugar na qual sempre tive vontade de ir. Na verdade, queria conhecer o caminho que faria para uma possível investida na Agulha do Diabo, um sonho de 11 entre 10 escaladores!!!


Outros guias do clube abriram atividades. Estávamos em vários grupos indo para diferentes lugares do parque, entre eles: Pedra do Sino, com o meu irmão, Leonardo Carmo; Passagem da Neblina, com o Leandro Collares; Verruga do Frade, com o Alfredo Castinheiras (este em uma atividade do CET); e o Luiz Coelho Rala Bota, de surpresa, no cume da Agulha do Diabo.

Alguns grupos foram de carro, outros de van, outros acamparam, enfim, cada um deu seu jeito. Chegamos no Parque por volta das 7:40h da manhã e fomos para a Barragem, início de nossa aventura. O grupo do Collares já havia subido, ficando o grupo do meu irmão, que seguiria para o Sino. Eles saíram na frente e nós, um pouco depois, pois ainda ficamos aguardando o Vinícius Araújo. Mas como havíamos marcado as 07:30h e já era 08:30h, resolvemos subir também. Se ele chegasse, nos alcançaria ainda no caminho.

Começamos a caminhada. Um dos acessos para o Mirante do Inferno é seguindo pela trilha do Sino até a Cota 2000, onde se pega o Caminho das Orquídeas. E foi esse que fizemos. Seguimos subindo e com uns 15 minutos de trilha, o Vinícius me ligou, avisando que estava entrando no Parque. Avisei que já tínhamos começado e ele sugeriu que o esperássemos na cachoeira Véu da Noiva. Como teríamos que esperar o Vinícius, tratamos de andar um pouco mais lento. Assim, passado algum tempo, chegamos na cachoeira, onde fizemos nossa primeira parada. Como era um evento, o parque estava cheio. Tinha gente para tudo quanto é lado! No Véu da Noiva, não foi diferente. Vários grupos foram chegando e parando para descansar.

O Vinícius chegou uns 20 minutos depois, suando bastante, apesar da temperatura amena. Mas andar rápido é assim mesmo! Continuamos subindo, agora com o grupo completo. Estávamos em um grupo de 6, o que tornou a caminhada muito agradável e engraçada. Todos num alto astral!!!!! Passamos pela Cachoeira do Papel, o local do antigo Abrigo 2 e chegamos em nossa segunda parada, o antigo abrigo 3. Ali, aproveitamos para fazer um lanche. O Marcelo e a Patrícia foram no Mirante, mas as nuvens não permitiram ver muita coisa. Ficamos ali durante mais alguns minutos e continuamos a subida.

Mirante do Inferno
Algumas cordadas estavam no Paredão Paraguaio, na Pedra da Cruz. Foi um desafio achar os escaladores entre vegetação e em outros pontos da via. Andamos mais e chegamos na Cota 2000, o começo do Caminho das Orquídeas. Aqui, realmente a trilha do dia começava! Começamos a descer e logo chegamos num mirante, onde dali já teríamos uma vista alucinante do caminho, mas vista que era bom nada. Somente nuvens!!! Tudo branco, meio cinza... Continuamos descendo até chegarmos ao ponto onde provavelmente deu no nome ao caminho. Mas cadê as orquídeas? Nem sinal... Falo isso, pois conta a história que Salomyth, Minchetti e Thiers, todos montanhistas do CEB, ao procurarem um novo e mais fácil acesso a Agulha do Diabo, se depararam com uma uma pedra de bom tamanho - coberta de musgo, batizada com nome de "Pedra do Tapete", na qual pendia uma imensidão de orquídeas em flor. De tanta beleza, resolveram dar o nome do caminho de “Caminho das Orquídeas”. (Leia mais) 

O caminho a partir dali ficava mais difícil, porém melhor, com mais emoção. Cruzamos córregos, andamos dentro do córrego, pulamos pedras, abaixamos, levantamos e finalmente chegamos no “Acampamento Paquequer”, uma pequena clareira que serve de base para quem vai escalar a Agulha em dois dias. Dali continuamos subindo. Nem havia dito, mas encontramos três bifurcações no caminho, umas mais óbvias, outras nem tanto, mas na ida, deve-se ficar sempre na direita, e na volta, a esquerda.

Mirante do Inferno
Mais uma subida e chegamos a beira de um penhasco e foi só contornar uma pedra a esquerda e subi-la pelo lado oposto para estarmos no Mirante do Inferno! O tempo estava bastante fechado e não dava para ter muita noção do quer veríamos pela frente. Aos poucos todos foram subindo. Aproveitei para esquentar a água e preparar um café. Alguns minutos depois, chegou mais um grupo grande, por coincidência, todos também de Niterói. O café estava pronto e para acompanhá-lo, um delicioso sanduíche com uma pasta especial, preparado pela Patrícia, a primeira atração do dia!!!! Foi um verdadeiro almoço... Ah se toda escalada fosse assim...

Como o tempo estava fechado, todos ficaram desanimados, pensando que não fosse possível ver nada! Falei que daqui a pouco o tempo iria abrir, ficaria algum tempo aberto, tempo suficiente para batermos bastante fotos e depois fecharia novamente. E não é que minhas palavras se tornaram realidade!!! Aos poucos as nuvens foram diminuindo. A visibilidade foi melhorando... E em minutos ela estava lá! Ainda não dava para vê-la perfeitamente, mas pelo menos tínhamos certeza que estava ali! A Agulha do Diabo se mostrava mas bela do que nunca. Eleita uma das 15 escaladas mais espetaculares do planeta, a Agulha foi conquistada em junho de 1941, por escaladores do Centro Excursionista Brasileiro – CEB.

Mirante do Inferno
Assim que as nuvens se dissiparam, percebi alguma coisa no cume. Eram duas pessoas. Estavam sentadas, contemplando aquela vista, que somente agora se mostrou tão bela. Como havia visto o Cabra Macho, esse é o nome do carro do Coelho Rala Bota, estacionado lá na Barragem, pensei logo que poderia ser ele. Ainda mais que eu sabia que o Coelho tinha programado de subir a Agulha na semana anterior, mas devido a chuva, não conseguiu. Apesar das evidências, não tinha certeza. De repente, o tempo abriu totalmente e vi que um deles usava um capacete amarelo, o mesmo que o Coelho usa, o outro, que estava em pé, parecia o David. Não tive dúvida! Gritei bem alto: “RAAALLLLLLAAAAA BOOOOTTTTAAAA”. Na mesma hora tive a resposta!!!! “Quem é???? E eu respondi: “PITBULLLLLLLL” Eram realmente eles!!! O David me pediu para bater algumas fotos, o que é claro, já havia feito! Fiquei muito feliz por eles e me deu uma vontade imensa de estar lá... Mas essa ficará para a próxima!

Aproveitei para tirar algumas fotos de outros grupos que estavam em outros cumes: o São João, Pedra da Cruz e Verruga do Frade. Um visual de tirar o fôlego! O tempo começou a fechar novamente. E em pouco minutos não víamos mais nenhum cume a nossa volta. Sem visibilidade, resolvemos descer. E assim caminhamos de volta.

Mas quem disse que o dia terminou?

De volta à Barragem, nos dirigimos à Casa dos Montanhistas, local onde seria realizada a parte social do evento. Tinha bastante gente e o clima era super agradável. Não tivemos tempo para arrumar o stand do clube, mas nem por isso desanimamos. Do clube, fomos os primeiros a chegar. Depois veio o Alfredo, junto com o pessoal do CET. Encontrei o Luiz Coelho e o David, cumprimentei-os pela grande conquista! Aos poucos todos foram chegando. Preparamos mais um café e fizemos um lanche merecido! Ao cair da noite, todos já estavam reunidos. A banda que animou a festa, só tocou clássicos do rock, de Led Zeppelin a Guns n’Roses. Foi um grande evento. Um dia para ficar na história!!!!!


Valeu pessoal, até a próxima!!!!

Mirante do Inferno
No acampamento Paquequer

Mirante do Inferno
Preparando um café

Mirante do Inferno
Cordada no São João

Mirante do Inferno
David e Coelho, é Rala Bota no cume da Agulha do Diabo

Mirante do Inferno
Patrícia Lima e Marcelo Sá

Alfredo e companhia no cume da Verruga do Frade

Mirante do Inferno
Galera no cume do Morro da Cruz

Mirante do Inferno
No Mirante do Inferno

Mirante do Inferno
Indo embora

Mirante do Inferno
PitBull Aventura!!!!!



sábado, 21 de junho de 2014

Escalada na Via Paredão Estela Vulcanis

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Paredão Estela Vulcanis

Local: Córrego dos Colibris / Parque Estadual da Serra da Tiririca
Data: 04/05/2014
Participantes: Leandro do Carmo e Stephanie Maia

Via Estela Vulcanis
Via Paredão Estela Vulcanis 2° Vsup E2 D1 160 m

Dicas: Para acessar a base da via, seguir a trilha do Córrego dos Colibris, quando chegar a uma cisterna de cimento, seguir para a direita, depois vira para a esquerda, Seguirá reto até uma grande árvore a sua esquerda, continuará um pouco e depois cruzará uma grande raiz de árvore, seguindo para direita, passará por um sistema de captação de água antigo e seguirá subindo para a direita. A via é a primeira da direita para a esquerda. Fica bem ao lado do começo da Chuva de Guias e Aline Garcia. A via toda é muito fácil, ficando até chato, o crux fica bem no final, um lance vertical de agarras, bem protegido. Em um trecho, na terceira enfiada, tem que passar por entre as bromélias, ficando difícil visualizar os grampos.  Necessário 5 costuras. Rapel obrigatório pela própria via.

Relato

Seria minha primeira vez nas vias do Córrego dos Colibris. Não havia tido oportunidade para escalar no local e ela não estava na minha lista de prioridades. Mas  há pouco tempo ingressou um bióloga no Clube Niteroiense de Montanhismo, com um trabalho de mestrado em curso, na qual, iria estudar o impacto da escalada em costões rochosos. Ela precisava escalar as vias do local, para fotografar e colher informações necessárias para conclusão de seu trabalho. Como não tinha companhia, aceitei essa “difícil” tarefa!!!!

Sugeri começarmos pela Estela Vulcanis, uma via fácil, com o crux somente no final e a menor do local. Assim seria perfeito para podermos ver ritmo que teríamos nas próximas. Marcamos num sábado a tarde, depois do almoço. O sol já não estava tão forte como no começo do ano. Sorte, pois nessa face da montanha, ele bate durante o dia inteiro. Chegamos no começo da trilha e seguimos até a cisterna de cimento, e seguimos até a base. Não tinha tanta certeza de estava na base correta. Ainda fui um pouco mais adiante, mas o caminho esta muito fechado, então concluí que estava no caminho certo!

Via Estela Vulcanis
Os mosquitos atacaram. Por pouco não me carregaram! Tinha tanto, que se você simplesmente batesse na perna, sem olhar, mataria uns 5!!!! Subi um pouco do costão e me arrumei lá em cima. Tinha mosquito, mas não tanto quanto lá em baixo. Depois de prontos, ela subiu até onde eu estava para montar a segurança. Combinamos que iria subir até a parada, onde ela viria, parando sempre que necessário para suas fotos e observações.

Comecei a escalar e na primeira enfiada, a via segue um costão com alguns pontos de escalaminhada. Os grampos estão bem visíveis. Cheguei a uma dupla de grampos e montei a parada. A Stephanie veio logo em seguida e logo chegou. Me preparei, e segui para mais uma. A segunda parte da via, é muito parecida com a primeira, porém um pouco mais difícil, mas nada que ultrapasse o 3º grau. Evitei alguns cactos, contornando pelo lado de fora da linha da via e cheguei num ponto onde montei a segunda parada.

Na segunda parada, aproveitamos para tomar uma água e tirar algumas fotos. Segui em frente e chegou num ponto onde não tinha mais grampos, somente bromélias. Fiquei olhando e não dava para ver a linha da via ou outros grampos. Pensei: “Só pode ser por aqui, passando pelo meio dessas bromélias!” Então passei, seguindo meu instinto. E não é que estava certo! Depois de algumas passadas, quando olhei um pouco para baixo, lá estava o grampo. Tinha tanta vegetação em volta que passei em o vi. Voltei um pouco e o costurei. Segui escalando e a via foi abrindo novamente, ficando com menos vegetação. Mais uma parada e faltavam apenas mais alguns lances para o final.

Via Estela Vulcanis
Segui, costurei um grampo logo acima e com uma passada, meio no equilíbrio, consegui apoio para o pé, um pouco precário, mas o suficiente para projetar meu corpo para cima, onde costurei o próximo grampo. Mais duas passadas e venci o lance. Não continuei até a parada dupla, desci de baldinho e voltei até o platô, onde a Stephanie veio e fizemos ali nossa parada final. Aproveitei para lanchar e tomar uma água. Ainda ficamos um tempo lá em cima. Já era hora de voltar.

Nos preparamos e começamos a série de rapéis. Tivemos bastante cuidado na hora do rapel, pois tinha muitas bromélias e cactos em volta. Já na base, não tinha tanto mosquito quanto na nossa chegada. Mas o pouco que tinha, incomodava. Nos arrumamos rápidos e seguimos o caminho de volta.

Até a próxima.

Via Estela Vulcanis

Via Estela Vulcanis

Via Estela Vulcanis


Via Estela Vulcanis

Via Estela Vulcanis

Via Estela Vulcanis

Via Estela Vulcanis

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vídeo da escalada na via Visão Oposta, Morro do Morcego - Jurujuba, Niterói

Por Leandro do Carmo

Vídeo: Visão Oposta, Morro do Morcego

Fala Pessoal!!!

Tá frio, chovendo... Sem chance de dar uma escalada! Mas para tentar alegrar um pouco nosso feriado, segue um vídeo que fiz lá do Morro do Morcego. Uma escalada na via Visão Oposta, junto com o Ary, Arley, Michael e o Giovani. Um dia perfeito. Pegamos um pouco de mato até chegar à base, mas nada que pudesse desanimar. Ainda mais com um visual desse!!!

Acesse aqui o relato

Vídeo em HD

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Vídeo da escalada na via Entre Quatro Paredes

Por Leandro do Carmo

Escalada tranquila, boa para um fim de tarde depois da praia!

Eu já repeti essa via duas vezes, seguem os links dos relatos:

Primeira vez

Segunda vez




Vídeo em HD