Por Leandro do Carmo
Data: 22/08/2025
Local: Jurujuba - Niterói - RJ
Participantes: Leandro do Carmo, Blanco P. Blanco e Marcos Lima
Relato
Quando escalei a via Moby Dick com o Ziki, há uns dias, tive
certeza que daria para conquistar uma linha que fica à direita da Moby Dick.
Inclusive, essa era uma linha que havia visto pela primeira vez que fui ao
Morro do Morcego de caiaque (PitBull
Aventura: Remada na Praia de Adão e Eva - Jurujuba, Niterói), lá em 2012,
junto com meu irmão Leonardo Carmo e o Guilherme Belém. Decidido que iria
conquistar a via, convidei o Velhinho para ir comigo. Foi difícil convencê-lo,
mas deu certo. Chamamos o Blanco também. Combinamos às 14h em Jurujuba.
Estacionei o carro e o Velhinho chegou logo em seguida. Seguimos
para a base. Passamos pela base da Moby Dick assim que cheguei próximo ao mar,
já deu para ver as marcas de furo na rocha. Quando cheguei mais perto, já dava
para ver alguns grampos. Não era possível que alguém conquistou ali nesse meio
tempo, depois de tantos anos! Achamos até engraçado e ficou um olhando para a
cara do outro, coisa do tipo: E agora? O que vamos fazer? Olhando de baixo,
dava para ver o projeto ia bem alto.
Ficamos ali durante um tempo tentando entender e voltamos
até o gramado onde nos sentamos e ficamos pensando no que fazer. Aí surgiu a
ideia de continuar um projeto antigo do Leandro Pestana. O Velhinho fez contato
com ele, que ficou de responder, pois estava numa reunião no momento. Certo de
que não daria tempo, entramos em contato com Blanco que estava a caminho. Assim
que o Blanco chegou ficamos ali conversando, até que o Pestana ligou para o
Velhinho e autorizou que a gente continuasse a conquista. Já estávamos achando
que voltaríamos para casa sem ter feito nada e agora a esperança voltou.
Nos arrumamos e comecei a subir. Costurei o primeiro grampo,
e subi mais um pouco. O segundo grampo já está bem oxidado e ficou num local
com bastante vegetação. Passei por uma laca e mais acima costurei o terceiro. Segui
subindo e achava que não tinha mais proteção, até que encontrei quarto grampo.
Dali para cima não via mais nada. Montei a parada ali e o Blanco e o Velhinho
subiram.
Daríamos continuidade a conquista a partir daquele ponto. A
parede é bem suja, toda ela coberta por uma crosta preta, mas sai facilmente.
Fui subindo e achei um bom local para colocar a primeira proteção. Comecei a
furar e percebi alguma coisa diferente. Parecia que a furadeira estava meio
fraca. Mas fazia um bom tempo que não conquistava, achei que eu é que tivesse
esquecido como eram as coisas. Terminei de furar e limpei o furo. Ao começar a
bater o parabolt, percebi que ele entrou com um pouco de dificuldade e tive que
bater com um pouco mais de força que o normal. Apertei a porca, costurei e
comecei a subir novamente. Subi com mais cuidado, pois havia passado por um
trecho mais íngreme. Já estava numa distância boa da última proteção e resolvi
colocar mais uma chapeleta. Me posicionei bem e comecei a furar. Novamente, fiz
o furo com dificuldade. Só que agora, na hora de bater o parabolt e ele não
entrava de jeito nenhum. Vi que a jaqueta do parabolt estava arrebentada. Ele entrou
tão pressionado que apertei um pouco a porca, costurei e continuei a conquista.
Mas antes de subir, troquei a bateria da furadeira. Subi e
passei por mais alguns lances mais verticais e dei uma esticada boa e parei num
bom loca que havia visto lá de baixo. Comecei a furar e senti um baque. Forcei
mais e vi que não saía mais pó. Quando saquei a furadeira, vi que a ponta da
broca estava quebrada. A sorte é que eu estava numa posição bem confortável.
Procurei a broca na bolsa e lembrei que havia deixado na mochila. Não tinha
jeito, era desescalar. E tinha que ser um bom pedaço.
Fui descendo devagar e para ser sincero, achei até mais
fácil descer do que subir. Pelo menos as agarras já estavam limpas. Quando
cheguei na chapeleta que ficou mal colocada, me desencordei e passeia a corda
por ela, descendo de baldinho, mas sem fazer muito peso. Logo estava na parada
novamente. Montamos o rapel e seguimos até a base. Fui logo procurar a broca e
ela estava mesmo na mochila.
Definitivamente hoje não era o dia! Começou ruim, melhorou e
voltou a piorar! Mas faz parte, nem tudo acontece como previsto. Arrumamos tudo
e ficamos de voltar algum outro dia para dar continuidade a conquista.
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Marcas dos furos do projeto à direita da Moby |
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Visão geral do possível linha |
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Blanco, Velhinho e eu esperando o Velhinho conversar com o Pestana |
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Praia |
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Leandro costurando o primeiro grampo
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Leandro passando pela laca |
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Leandro parado no quarto grampo |
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Leandro no alto |
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Leandro se preparando para colocar a primeira chapa |
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Parindo para o terceiro grampo |
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Leandro próximo de onde teve que desescalar |
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Leandro desescalando |
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Leandro próximo de chegar a chapa, já desescalando |
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