terça-feira, 1 de janeiro de 2019

5 Pontões e Pancas, ES.

Circuito 5 Pontões e Pancas, ES.

De 22/12/2018 a 01/01/2019.

Participantes: Leonardo Carmo / Carina Melazzi.


Dia 1 (22/12) - Rio x 5 Pontões (Itaguaçu) 636 km

Saímos do Rio às 6h com destino a 5 Pontões (ES). A viagem foi super tranquila, porém quando chegamos em Campos dos Goytacazes, cidade que faz divisa com o ES, nos deparamos com um grande engarrafamento. Graças ao atalho indicado pelo Google Maps, cortamos a cidade margeando a linha do trem e fugimos do trânsito.

Paramos já em solo capixaba, num desses restaurantes de beira de estrada. Aproveitamos também para abastecer.

Depois de alimentados e com o tanque cheio, seguimos em frente. O GPS sinalizou pra gente entrar no primeiro acesso de Cachoeiro de Itapemirim, mas resolvemos entrar no segundo, pois considero esse caminho mais bonito, uma vez que é possível ver parte dos picos Frade e Freira.

Um pouco mais adiante, em Alegre, a gente se deparou com a Pedra de Itabira, uma imponente montanha em formato de agulha.

Chegando em Vargem Alta, pegamos uma chuva e resolvemos dar uma parada pra dar uma proseada com o pessoal local.

Continuando viagem, fomos nos deparando com mais montanhas como Três Pontões.

Chegando em Afonso Cláudio, paramos rapidamente e mais à frente o GPS nos indicou um caminho diferente do que eu tinha feito em 2015. Cortamos 58 km de estrada de terra em ótimas condições. Diria que em melhor estado do que muita rodovia dita pavimentada.

Daí pra frente foi levantar poeira até o Recanto da Pedra, em 5 Pontões. Já chegamos bebendo uma cerveja e a tão esperada Itaraninha, uma cachaça da região de Itarana, cidade vizinha de Itaguaçu.

Dia 2 (23/12) - 5 Pontões

Acordamos por volta das 7h e fomos tomar o café da manhã capixaba feito pelo pessoal do Recanto da Pedra. O café parece mais um almoço.

Depois de bem alimentados, partimos para fazer o cume do Pontão Maior. A gente queria fazer a via, mas o tempo estava muito fechado e optamos por subir pela via ferrata mesmo. A via segue em paralelo à via ferrata. Em um determinado ponto elas se cruzam, então não bateu a frustração de não ter feito a via que queríamos. As duas vias têm 120 metros. Como o pessoal do Recanto da Pedra tinha levado um grupo pra fazer a via ferrata e eles estavam com uma corda de 130 m, aproveitamos e rapelamos por ela. Quando estávamos descendo, o tempo resolveu abrir um pouco e deu pra curtir o visual, só que o sol veio rachando. Por sorte ou não, o tempo voltou a dar uma fechada e ficou mais relax.

De volta ao Recanto da Pedra, foi hora de beber aquela gelada, prosear e partir pra dentro da comida capixaba .

Dia 3 (24/12) - 5 Pontões

Como já tínhamos feito o cume do Pontão Maior, resolvemos subir até a rampa de voo. O caminho até lá pode ser feito de carro. É uma subida estreita por meio do cafezal e só recomendo fazer quem tem um pouco de experiência em dirigir em terreno acidentado. Praticamente não tem área de manobra. É subir ou voltar de ré pelo estreito e sinuoso caminho. Muito fácil de se perder (marquei no GPS e está disponível no meu perfil do wikiloc). São aproximadamente 5,2 km (ida e volta a partir do Recanto da Pedra). Dá pra fazer a pé tranquilamente, mas o sol aqui tava rachando.

Depois de curtir o visual indescritível, voltamos para o Recanto, onde a cerveja gelada e a comida capixaba nos aguardavam.

Dia 4 (25/12) - 5 Pontões

Hoje era o dia em que iríamos para Pedra Azul. Choveu intensamente durante toda a madruga e quando estávamos tomando café, soubemos que havia um alerta de tempestade com granizo para 57 cidades do ES, incluído Domingos Martins, cidade onde fica situado o parque. Diante desse cenário, resolvemos abortar a ida para à Pedra Azul e ficar mais em 5 Pontões. Se é pra encarar o granizo, a gente encara aqui mesmo em 5 Pontões.

Dia 5 (26/12) - 5 Pontões x Pancas

Acordamos um pouco mais cedo, tomamos café e tiramos aquela foto bacana com o pesssoal do Recanto da Pedra. Depois da despedida, foi hora de meter o pé na estrada rumo a Pancas. A viagem foi tranquila, sendo que o GPS jogou a gente para mais um caminho de terror logo quando entramos no município de Colatina, mas com a gente não tem choradeira. Lá fomos nós percorrer mais 40 km de estrada de terra.

Depois de um tempinho, saímos no asfalto novamente e resolvemos ir até o Centro de Pancas beber uma gelada e depois partir pro sítio do Cantinho do Céu, local de hospedagem (acampamento).

Fomos super bem recepcionados pelo Fabinho, dono do sítio.

A partir daí foi montar acampamento, voltar pro centro de Pancas pra dar uma explorada na cidade.

Dia 6 (27/12) - Pancas

Depois de dar aquela descansada ouvindo o som da fauna local, acordamos e fomos tomar o café da manhã que a mãe do Fabinho tinha preparado. Café simples, porém gostoso.

O tempo não estava muito firme, resolvemos explorar a região começando por uma trilha. Fizemos a Pedra da Boca. Pra quem tem experiência e ta com o preparo físico em dia, ela é tranquila, mas pra quem ta despreparado fisicamente e não tem experiência com montanhismo, ela se torna difícil.

No meu perfil do wikiloc tem o GPS.

Obs.: o Fabinho é guia local, quem quiser, pode combinar com ele.

Depois de concluir a trilha, resolvemos almoçar no centro de Pancas e depois partir pra conhecer a rampa de voo livre da cidade. Não tem muitas placas indicando o local. Saindo de Pancas, tem que pegar a estrada que vai para Alto Mutum Preto e mais à frente, uma estrada de terra onde tem uma placa. Daí pra frente só tem uma outra placa meio que escondida no mato.

No meu perfil do wikiloc tem o GPS.

São 6 km de estrada de terra até a rampa. A estrada é razoavelmente boa, mas em época de chuva, forma um atoleiro mais ou menos na metade do trajeto. Um 4 x 4 passa fácil.

Depois de curtir o visual lá de cima, voltamos para o centro de Pancas e em seguida para o sítio, pois o tempo estava fechando.

Chegando no sitio, foi hora de bater um papo com o Fabinho até que os relâmpagos deram sinais de que viria chava pesada. Até que não choveu muito forte, mas choveu a noite toda varando a madrugada.

Dia 7 (28/12) - Pancas

Acordamos ainda com chuva e resolvemos ir até o centro para conhecer o Mercado Municipal e dar umas voltas pela cidade, pois não tinha muito o que fazer por conta da chuva. Depois voltamos para o camping e aproveitamos para explorar o sítio, mesmo debaixo de chuva.

Dia 8 (29/12) - Pancas

Acordamos com uma chuva fraca e por volta das 9h30 o tempo começou a abrir. Aproveitamos para fazer a trilha da Pedra do Vidal, que fica em Lajinha, distrito de Pancas, a aproximadamente 12 km do sítio.

A navegação da trilha é um pouco complicada, porque tem muitas bifurcações e não há qualquer tipo de sinalização. Como havia chovido pela manhã e na noite anterior, andamos por trechos de estrada de terra com bastante lama, tanto que o nosso carro não conseguiu subir até a porteira do Sítio Santa Maria, de onde começa a trilha. Em época seca, um carro normal consegue subir sem problemas. Em época chuvosa, só com 4x4 ou um fusca rsrs.

Segundo informações do Fabinho, dono do Sítio Cantinho do Céu, onde ficamos hospedados, a trilha tem aproximadamente 13 km (ida e volta). Por conta da chuva, acabamos começando a trilha tarde e não conseguimos chegar ao cume porque o tempo começou a fechar e achamos melhor retornar porque havia muita lama no caminho e um trecho grande de laje de pedra, sem falar que a navegação estava ficando cada vez mais complicada, pois não encontramos tracklog da trilha e não tínhamos qualquer outra fonte de informação.

No meio do caminho de volta, dava pra ver a chuva se aproximando e o som das trovoadas ficava cada vez mais alto. Daí foi o tempo certo de chegar no carro, encontrar um lugar para almoçar em Lajinha e a chuva começar a desabar.

Quando voltamos para o camping, a chuva estava se aproximando pelo outro lado da cidade, deixando a estrada de terra que dá acesso ao sítio ainda mais ensaboada.

Depois de um tempo a chuva deu uma trégua e aproveitamos para dar uma volta pelo sítio e curtir o visual.

Dia 9 (30/12) - Pancas

Como tinha voltado a chover, ficamos pelo sítio até que resolvemos dar uma saída e ir até à cidade. Nada de trilha ou escalada. O negócio era beber uma cerveja vendo a chuva cair. Ainda tentamos ir ate a base da pedra da Agulha, onde fica a chaminé Brasília, mas não conseguimos chegar por conta dos atoleiros. Na volta, mais um perrengue na ensaboada estradinha de terra até chegar no sítio.

Dia 10 (31/12) - Pancas

Esse dia foi agitado. Por volta das 6h acordamos e ao sair da barraca, vimos que a coisa tinha ficado seria demais. O Rio transbordou e a água já estava batendo na porta do carro. Foi o tempo de colocar o carro num ponto mais alto e só ficar observando. Não tinha mais o que fazer.

Depois de um bom tempo chovendo, o tempo foi dando uma acalmada e a chuva diminuindo. Como o rio era estreito e raso, não demorou muito pra água abaixar. Quando foi final de tarde, a situação já era mais tranquila. Deu até pra sair a pé e ver as condições da estrada de terra, pois teríamos que ir embora no dia seguinte.

Mais pro final do dia, o irmão do Fabinho convidou a gente e o outro pessoal que estava no camping para passar a virada de ano em sua casa. Rolou um churrasco, cerveja e a boa cachaça capixaba.

Essa viagem foi marcante. Passamos o Natal em 5 Pontões e a virada do ano em Pancas. Nas duas ocasiões, as famílias abriram as portas de suas casas pra gente passar com eles as festas de final de ano.

Dia 11 (01/01/2019) - Pancas x Rio (712 km)

Levantamos por volta das 6h30 e começamos a desmontar acampamento. A ressaca tava martelando a cabeça, mas nada que umas folhas de boldo e água gelada não resolvam.

A viagem de volta foi relativamente tranquila. Pegamos um trânsito pesado em Rio Bonito (RJ) e uma chuva forte em Tanguá (RJ). Tirando isso, tudo na normalidade.

Antes da gente terminar a viagem, já estávamos planejando a próxima. Agora é começar a organizar as coisas e meter o pé na estrada novamente.

Até a próxima!

Seguem alguns contatos:

Recanto da Pedra (5 Pontões): (27) 99767-5150 (Luzia)

Sítio Cantinho do Céu (Pancas): (27) 99620-9357 (Fabinho)

Meu perfil do Wikiloc com as marcações: https://pt.wikiloc.com/wikiloc/user.do?id=1945151

5 Pontões



















Pancas
















quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Pedra Selada, trilha e escalada!

Por Leandro do Carmo

Trilha e Escalada na Pedra Selada

Local: Visconde de Mauá – Parque Estadual da Pedra Selada
Data: 13/01/2018
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Velhinho, Blanco P. Blanco, Lucas, Otávio, Fernando, Martha Helena e Andréa Vivas.

Pedra Selada, trilha e escalada


O Pico da Pedra Selada é uma peculiar formação rochoso, tendo dois cumes, divididos por uma sela entre eles. O cume onde atingimos por caminhada, é ligeiramente mais baixo que o outro, onde só é possível acessar por escalada. O cume mais alto possui altura de aproximadamente de 1.755 metros.

Dicas

A caminhada até o cume menor tem 2,8 km de subida íngreme, com o trecho inicial bem exposto ao sol. O tempo médio de caminhada pode variar bastante, podendo ser feito em cerca de 2 horas, para os que tem o ritmo mais forte. No caminho, passamos pela Cachoeira do Chuveiro, sendo parada obrigatório para os dias de calor. Cruza-se ainda o córrego um pouco mais acima.

A escalada da sela é bem tranquila. A via normal, chamada de Selada, Pedra, foi conquistada em 1952, por Alfredo Maciel e Francisco Vasco dos Santos. O trecho inicial é uma escalada em artificial, grampo a grampo. Em seguida entra numa fenda, até chegar num grampo mais alto. Daí, dá para ir montando na sela até o seu final. Para acessar o outro cume, é necessário rapelar e seguir por um caminho até o cume. Havia muita vegetação e optamos por não subir o cume principal.

Há cobrança de entrada, em 13/01/2017, os valores eram:
Entrada: R$ 12,00 por pessoa
Estacionamento: R$ 10,00 por carro

Como chegar

A partir de Visconde de Mauá, são aproximadamente 12,3 km, sendo parte asfaltada e parte em estrada de terra. O início da trilha está no link abaixo:

Relato

Pedra Selada, trilha e escalada
O destino desse final de semana era a Pedra Selada. Organizando logística, com indicação da Andréa, optamos por acampados no Camping Santa Clara, em Maringá. Existem centenas de opções em Visconde de Mauá e região, desde camping à pousadas mais sofisticadas. O Camping Santa Clara é m local bem amplo e agradável, comandado pelo Sr. Eurico, que nos prestou um atendimento nota 10. Ao lado do camping, passa um rio com águas cristalinas. Estávamos em três carros, mas como iríamos numa sexta feira, nem todos poderiam ir no mesmo horário, assim, cada um saiu na hora que podia. Eu, optei por sair de casa as 20:30 h. Mas como o trânsito estava bem ruim, esperei mais um pouco e saí as 21:00 h. Fizemos uma viagem tranquila até a altura de Rezende, onde pegamos um forte chuva. Já na estrada até Visconde de Mauá, que por sinal está muito mal conservada, tive que reduzir bem a velocidade. Muitos buracos e capim à margem da rodovia, dificultava bastante. Como não conhecia o caminho, ficamos na dúvida em alguns trechos, mas achamos o local, contando um pouco com a sorte... Já eram quase duas da manhã, quando chegamos. Foi tempo de montar as barracas e preparar algo rápido para comer. Fazia um pouco de frio. Um clima bem diferente dos 40°C de Niterói.

Pedra Selada, trilha e escalada
No dia seguinte, acordamos meio sem pressa. Afinal de contas a caminhada não era das mais longas. Batemos um papo e fizemos um café da manhã coletivo. A preguiça era grande... Mas seguimos caminho. Até o início da trilha, seriam, aproximadamente, 19 km numa estrada bem agradável. Já no início da trilha, que fica dentro de uma propriedade particular, fomos informados que deveríamos pagar R$ 12,00 de entrada, mais o estacionamento, no valor de R$ 10,00 por carro. Como estávamos dentro do Parque Estadual da Pedra Selada, achei estranho, mas nem contestei... Dali, dava para ver um grupo grande que estava um pouco mais acima. Começamos a caminhar pelo pasto e logo encontramos as primeiras pessoas. Fomos passando por eles, sempre que tínhamos uma oportunidade. Um pouco mais acima, passamos pela Cachoeira do Chuveiro. Ela fica no fundo de um grotão. Deixei o banho para a volta.

Continuamos a subida e na hora que cruzamos o córrego, aproveitando a parada para descanso, ultrapassamos a outra parte do numeroso grupo. Desse ponto, pegamos uma subida forte. Na verdade, toda a trilha é uma subida, com trechos mais íngremes e outros, nem tanto. Mais acima, a primeira vista que tínhamos. Vieram mais alguns lances bem erodidos e finalmente chegamos à uma rampa de pedra. Essa rampa antecede o cume. Já estávamos quase lá. Vencida a rampa, foi caminhar mais alguns metros até podermos desfrutar de uma vista fantástica. O que mais me impressionava era a “sela” e o outro cume. A formação rochosa é muito peculiar, parecendo uma grande laca, com sua crista bem estreita. Dali podíamos ver perfeitamente os lances da escalada. O tempo estava fechado, mas como as nuvens estavam bem altas, podíamos ver bastante coisa. Ainda bem que o sol não havia saído. Com certeza teríamos mais dificuldade para subir. Aproveitei para fazer um lanche enquanto os outros chegavam.

Assim que todos chegaram começamos a nos preparar para a escalada. Não sabíamos muito bem como faríamos para acessar a base. Nossa intenção era fazer, além da via principal, outras que tem ali pelo local. Desci entrei num caminho à direita que havia visto na subida. Demos uma andada pelo local e não encontramos nenhum acesso à via. Na volta, vimos que o Fernando já estava lá embaixo esperando por nós. Voltamos e vimos o caminho, um pouco antes da rampa de pedra, bem direita, de quem sobe. Descemos e chegamos à base. Dali já podíamos ver a sequência de grampos do artificial, bem como um velho cabo de aço, ao lado de um bonita fenda.

Pedra Selada, trilha e escalada
Conversamos para ver quem entrava em qual via. O Blanco estava com vontade de guiar a Dominatrix, um VIIb conquistado em 2004 por André Ilha, Kate Benedict, Kika Bradford e Yuri Berezovoy e perguntou quem estava a fim de ir com ele. Acabamos decidindo que o Velhinho guiaria o artificial e eu iria com o Blanco. Na base, me ancorei numa pequena árvore e fui dando segurança para o Blanco que passou com dificuldade no lance, mas seguiu. Já na parada, foi minha vez de subir. O lance é muito bom e foi meio complicado dominar o lance até um batente, abaixo do tetinho. Optei por em pé, segurando numas micro agarras. Com a segurança de cima, as coisas ficam mais fáceis... Só alguns dias depois que vi um vídeo de uns caras fazendo o lance, numa posição bem diferente da que eu tinha feito. Bom, o importante é passar!

Segui subindo e já na parada, segui por cima da sela, literalmente montado em alguns trechos. Fui até o final, na esperança de conseguir descer e acessar o maior cume. Já na ponta não vi nenhum caminho definido. Havia muita vegetação e acabei desistindo de tentar. Voltei para a parada e o Blanco foi lá conferir. O tempo começou a mudar. Nuvens foram se formando e algumas trovoadas eram ouvidas. Senti que o Blanco estava com muita vontade de tentar subir, mas como já estava consideravelmente tarde e o temporal que se armava poderia nos pegar de surpresa, falei que não iria subir, mas se ele quisesse a minha segurança, estava ali.

Resolvemos não subir. Ele voltou até a parada e o Velhinho veio trazendo os outros participantes. A chuva chegou e não teve jeito. Molhou bastante e começou a ventar um pouco. O frio chegou. Já não tinha jeito de querer apressar as coisas. Melhor aceitar a situação... O Fernando estava num rapel em diagonal e pendulou alguns metros, se desequilibrando e batendo forte na rocha, a sorte era que ele estava de capacete. Foi uma batida seca. Passado o susto, tomamos mais cuidados, devido a rocha molhada e fomos descendo um a um. Aos poucos todos desceram. Fui o último. Desci recolhendo todo o material que havia ficado. A chuva foi parando e o calor e o vento, rapidamente fez com que minha roupa secasse.

De volta ao cume, comi o último sanduíche e começamos a descida. Fomos bem rápidos e ainda encontramos o grande grupo próximo à Cachoeira do Chuveiro. Como estava quente, não tive como não parar para tomar um banho. A água estava um espetáculo. Foi descansar um pouco e recarregar as baterias para o trecho final da descida. O tempo novamente começou a fechar, dando sinal que choveria forte novamente. Mas como já estava no final, não me preocupei muito. Mais alguns minutos e estávamos todos reunidos no bar da Fazenda, que fica ao lado do início da trilha. Depois de algum tempo a chuva caiu forte e durou bons minutos. Mas como estávamos no conforto, sentados em volta de uma mesa batendo um bom papo, não havia o menor problema... Não tinha hora de chegar... Nem me preocupei. Sensação de dever cumprido. Olhei em direção ao cume encoberto por nuvens, onde estava horas mais cedo e senti uma alegria irradiando. Ainda não consegui entender o fascínio que sinto pelas montanhas, pela natureza... Mas será que o tentar descobrir não seria o combustível para sempre chegar mais alto? Bom, não sei qual a resposta, mas sei que essa missão foi cumprida! Qual será a próxima?

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

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Pedra Selada, trilha e escalada

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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Trilha da Pedra da Gávea

Por Leandro do Carmo

Trilha da Pedra da Gávea

Local: Rio de Janeiro – Parque Nacional da Tijuca
Data: 07/09/2017
Participantes: Leandro do Carmo, Ricardo Bemvindo, Daniel Carvalho, Tatiana Freitas, Marcelo Kohatsu e José Lisboa.







Relato da Trilha da Pedra da Gávea


Quando fui a primeira vez na Pedra da Gávea, havia sido para escalar. Na ocasião, fiz a Travessia dos Olhos. Dessa vez subiria pela trilha normal. Uns amigos do trabalho queriam fazer uma trilha, eu sugeri a Pedra da Gávea. Apesar das dificuldades e obstáculos e de não ser nada aconselhável para pessoas inexperientes, resolvemos encarar o desafio. A semana havia sido de forte calor, com isso, marcamos bem cedo. Às 6 da manhã já estava passando pela Glória. Às 7 horas, chegávamos à Barrinha, onde encontramos o último que viria direto da Tijuca. Dali seguimos de carro até a Praça Professor Velho da Silva, onde estacionamos o carro. Dali, seguiríamos à pé. Existia a possibilidade de seguir subindo pela Estrada Sorimã, mas como poderia não ter mais vaga para estacionar, achei melhor estacionar um pouco mais distante. Afinal de contas, seriam apenas 500m a mais.

Começamos a subida e logo chegamos à portaria do parque. Mas antes de entrarmos literalmente na trilha, fizemos a tradicional foto. Dali fomos subindo, sempre num papo bem agradável. O início é bem bacana e passamos por vestígios de antigas construções. Mais acima, vimos a entrada para a pequena cachoeira. Por enquanto a subida estava suave, mas veio um trecho bem íngreme. Eu estava bem tranquilo, mas os que não estavam muito acostumados, começaram a sentir. Apesar do calor, não estava sol. Haviam muitas nuvens, mas por enquanto, isso não seria o problema. Passamos por vários trechos mais técnicos até chegarmos ao local conhecido como Praça da Bandeira.

Aproveitamos para descansar e fazer um lanche, além de beber bastante água. Ainda tínhamos um
boa subida pela frente, além do trecho mais difícil da subida, a famosa “Carrasqueira”. Depois de recarregadas as baterias, voltamos a caminhar. Aproveitamos para fazer uma foto num mirante bem bonito, onde temos uma vista impressionante para o “rosto do imperador”. Ali, podemos ver claramente o formato de rosto, parecendo ter sido esculpido. Daí, as inúmeras teorias de que a Pedra da Gávea é a prova de que os fenícios haviam passado por aqui há milhares de anos. Bom, a única verdade garantida, era que tínhamos que continuar a subida. Ainda bem que haviam nuvens. Senão, já teríamos problemas com o calor.

Como não chovia há muito tempo, estava bastante seco e o caminho a partir dali escorregava muito. Mais um pouco de subida e chegamos à Carrasqueira. Estava cheio. Ou melhor dizendo, extremamente cheio. Uma confusão. Gente subindo, gente descendo, gente vendendo rapel, gente chorando, um caos! Havia conversado com amigos que falaram: “Você é louco de ir na Pedra da Gávea em um feriado!”. Achei que fosse exagero, mas não, eles estavam certos. A galera ficou um pouco preocupada. Subimos até onde dava. Uma hora, parou tudo. Ninguém mais se entendia... Uns querendo descer, outros, subir. Como estava com uma corda, subi pelo lado e fixei-a num grampo, o que ajudou a galera subir. Acabei deixando a corda lá para pegar na volta, assim acho que ajudaria a diminuir a confusão.

A vista que tínhamos da Barra da Tijuca era fantástica. Claro que paramos para uma foto! Continuamos a subida e passamos pelo portal, uma curiosa formação rochosa em uma forma perfeita de uma grande porta. O trecho ali está bem erodido. Com cuidado vencemos mais esse obstáculo. Andamos mais um pouco até a subida final. Subimos por um amontoado de raízes expostas, até alcançar o cume. Fomos caminhando até o mirante voltado para a Zona Sul do Rio. Descansamos bem. Bebemos água, lanchamos e tiramos diversas fotos. O dia estava perfeito. O sol chegou meio tímido e foi ganhando força. A hora foi avançando e resolvemos voltar, afinal de contas havíamos concluído apenas metade do caminho.

Começamos a descida e os sinais de cansaço começaram a aparecer para os que não estavam tão acostumados. Mas mesmo assim, seguimos descendo, não tinha jeito. De volta à Carrasqueira, o que eu achava que estava ruim, havia piorado. Muito mais gente aguardava para subir e muitas, ainda para descer. Devagar, fui passando pelo lado e alguns desceram com o auxílio da corda. Montei um rapel assistido para um amigo e descemos juntos até a base. Não queríamos perder tempo. Subi novamente para retirar a minha corda e fiquei até com pena das pessoas que estavam ali. Um cara me implorou para deixa-lo usar a corda e descer com a namorada dele. Não tinha como recusar... Mas também não poderia ficar ali o dia inteiro. Assim que ele chegou até embaixo, desfiz o nó e desci.

Ainda bem que começamos bem cedo a caminhada. Quanto mais o tempo passa, mais gente vai chegando e se aglomerando. Seguimos descendo até chegar à portaria, onde batemos a foto do final da atividade. Todos cansados, porém felizes! Fomos direto até a padaria e fizemos um lanche reforçado. Pegamos o carro e enfrentamos o pesado trânsito de um dia de sol no Rio de Janeiro. Acho que demorei mais tempo para chegar em casa, do que para subir e descer. Mas depois de um dia como esse, não havia motivo para aborrecimento.... Era só curtir as lembranças!

Pedra da Gávea
Visual

Pedra da Gávea
Galera contemplando o visual

Pedra Bonita
Pedra Bonita lotada

Pedra da Gávea
Visual no cume

Pedra da Gávea
Já no cume

Pedra da Gávea

Pedra da Gávea
Início da caminhada

Pedra da Gávea
Na subida, a foto clássica!

Pedra da Gávea
São Conrado embaixo


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Vídeo: Travessia Cobiçado x Ventania

Por Leandro do Carmo


Relato completo


Travessia Cobiçado x Ventania

Por Leandro do Carmo

Travessia Cobiçado x Ventania

Local: Petrópolis
Data: 14/12/2018
Participantes: Leandro do Carmo, Alex Figueiredo, Fernando Silva e Leandro Pestana

travessia cobiçado x ventania


Dicas para a Travessia Cobiçado x Ventania


A travessia Cobiçado x Ventania é uma das trilhas mais bonitas da Região Serrana. É o segundo trecho dos Caminhos da Serra do Mar, a caminhada corta a crista das montanhas que dividem as cidades de Petrópolis e Magé.

São 12 km de trilha e a parte mais exigente é a forte subida do Morro do Cobiçado, depois a trilha segue mais leve até o Pico dos Vândalos (1.742 m de altitude), ponto culminante da travessia. De lá podemos apreciar o visual de toda a Baía de Guanabara e da cidade Maravilhosa em contraste com as montanhas da Serra.

O destaque vai também para a flora da região, localizada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, rico em biodiversidade, durante a travessia é possível observar espécies de rara beleza, como as orquídeas e as amaryllis que, dependendo da época do ano, são vistas em abundância na trilha. Afinal, o PARNASO abriga a maior porção remanescente de Mata Atlântica preservada.

O terceiro cume, a pedra do Diabo, não é de passagem obrigatória. Normalmente, os caminhantes contornam a base da montanha. No entanto, o visual do topo é recompensador de onde se tem uma vista privilegiada da Agulha do Itacolomi.

Passamos ainda pelo morro do Tridente com uma bela vista para o vale do Caxambu e em seguida descemos para o Alto da Ventania. Avistar os Castelos do Açu, o Pico Grande de Magé e  o Alcobaça são também atrativos dessa trilha e fecham o último cenário da travessia.

A descida é bem tranquila e retorna ao bairro do Caxambu, passando ainda por cachoeirinhas e plantações que são o destaque da região.



Relato da Travessia Cobiçado x Ventania


Recebi o convite do Alex Figueiredo para a Travessia Cobiçado x Ventania e como estava de férias, não resisti ao chamado. A travessia é o segundo trecho da trilha de longo curso “Caminhos da Serra do Mar” que corta, por enquanto, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Marcamos de sair cedo de Niterói. Como haveríamos de pegar a ponte Rio x Niterói no horário de “rush”, não poderíamos deixar para muito tarde. Saímos tranquilos e com trânsito bom. Encontramos o resto do grupo já na rodovia Washington Luiz, na Casa do Alemão. Aproveitamos para reforçar o café da manhã. De lá seguimos caminho para Petrópolis.

travessia cobiçado x ventania Nosso destino era o bairro de Caxambu, especificamente na Igrejinha de Três Pedras. Lá deixaríamos o carro e iniciaríamos a caminhada. Chegando à Petrópolis, cortamos o centro da cidade e começamos a subir umas ruas bem estreitas, características da região. Passamos por casas bem humildes até entrar na área rural, onde as plantações de hortaliças se destacam na paisagem. Apesar de já termos visto a Igreja, e do GPS apontar o caminho, optamos por perguntar a uma senhora que passava próximo: “O Caminho para o Cobiçado é por aqui?” Ela respondeu: “É aqui sim. Mas é bem lá no alto!” Apesar da resposta desanimadora, pelo menos para ela, ficamos contentes de termos que abandonar o carro e começarmos a caminhada, afinal de contas, estávamos lá para isso.

Fizemos os ajustes finais e logo começamos a andar. O início é por uma rua bem precária. Fomos subindo e passamos por algumas propriedades produtoras de hortaliças. Ao final da estrada, o caminho mais óbvio é seguir reto, mas devemos dobrar à esquerda, seguindo um muro e uma rua de barro, que vai se estreitando mais à frente. Bem ao final do muro, há um FORD antigo, que pelo estado deplorável, permanecerá por ali por muito tempo. Alguns pararam para fotos e seguimos andando. O tempo estava bem fechado e apesar do calor dos dias anteriores, poderíamos até pegar uma chuva.

travessia cobiçado x ventania
Mais um pouco de subida e chegamos a uma placa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos indicando o início da travessia. Paramos para mais algumas fotos e continuamos a subida. Cortamos alguns cursos d’água e fomos ganhando altitude aos poucos, até que a subida inclinou consideravelmente. A subida cobrava seu preço. O dia estava bem encoberto. Pelo menos o sol não castigava. Mais alguns minutos e estávamos no cume do Cobiçado, estávamos a 1.678 metros

Ali, fizemos nossa primeira parada. Não conseguíamos ver muita coisa. As nuvens estavam baixas e de vez em quando avistávamos alguma coisa bem ao fundo. Nesse ponto, a vista deveria ser um espetáculo. Seguimos caminho. Descemos um pouco e pudemos observar a crista ponde passaríamos, com o Picos dos Vândalos, bem a nossa frente, um pouco distante ainda... Depois da descida, veio mais uma subida. Seguimos assim até o Pico dos Vândalos. Fizemos mais uma parada e pudemos ver um pouco mais além. As nuvens haviam dado uma trégua... Até agora, havíamos caminhado bem. O dia estava bem agradável. O Pico dos Vândalos é ponto mais alto da travessia, com 1.710 metros. Fizemos mais uma parada.

travessia cobiçado x ventania
Avisei que iria mais rápido, pois queria passar na Pedra do Diabo antes. A travessia não passa por ela, é preciso desviar e subir. Já que estava ali, aproveitei para subi-lo. Desci na frente, num ritmo bem forte e rapidamente contornei a Pedra do Diabo e achei o desvio para subi-la. A caminhada é curta e não compromete a travessia. Se o dia estivesse limpo, teria sido um espetáculo. Com tudo fechado, nem fiquei muito tempo lá em cima. Na volta, vi o grupo um pouco mais a frente e acelerei o passo até encontra-los novamente.

Dali chegamos ao Tridente, somente alguns metros mais baixo que a Pedra do Diabo, com 1.682 metros. Continuamos a caminhada e seguimos por uma forte descida até chegar a uma área bem aberta, antes do Ventania. Paramos para algumas fotos e seguimos andando. Faltava pouco para chegarmos ao Ventania. De longe podíamos ver umas pedras e as torres de transmissão de energia. O caminho que serpenteava rumo ao final da travessia, também ficara bem visível.

travessia cobiçado x ventania
Mais alguns minutos e está vamos ao sopé de uma das torres. Ali paramos para um descanso. Nesse ponto, temos acesso à parte da travessia Caxambu x Santo Aleixo. Fui seguindo uma trilha bem definida até um mirante. Mas foi impossível ver alguma coisa. O tempo encoberto não me permitiu... Após algumas fotos, seguimos descendo, sempre acompanhando as torres de transmissão. Já chegando ao final, paramos para um delicioso banho num dos córregos da região. Uma parada obrigatória depois da caminhada.

Depois de uma boa descansada e um bom papo, seguimos caminho. Foram poucos metros de trilha, até chegarmos uma estradinha de terra. Dali seguimos descendo. Existiam algumas marcações de setas nos postes, indicando o sentido do “Caminhos da Serra do Mar”. Mais alguns minutos e chegamos ao ponto final do ônibus, onde existe um bar. Vimos o motorista dentro do bar e perguntamos se esse era o ônibus que iria de volta para a Igreja Três Pedras e se daria tempo para uma água. Ainda levaria uns 15 minutos para sair... Tempo suficiente para um merecido lanche! Aí foi só curtir e vigiar o motorista voltar para o ônibus.

Em mais alguns minutos estávamos de volta ao carro. Nada mal para um dia completamente fechado... Sempre uma experiência nova. Missão cumprida!


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sexta-feira, 12 de outubro de 2018