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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Pedra Selada, trilha e escalada!

Por Leandro do Carmo

Trilha e Escalada na Pedra Selada

Local: Visconde de Mauá – Parque Estadual da Pedra Selada
Data: 13/01/2018
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Velhinho, Blanco P. Blanco, Lucas, Otávio, Fernando, Martha Helena e Andréa Vivas.

Pedra Selada, trilha e escalada


O Pico da Pedra Selada é uma peculiar formação rochoso, tendo dois cumes, divididos por uma sela entre eles. O cume onde atingimos por caminhada, é ligeiramente mais baixo que o outro, onde só é possível acessar por escalada. O cume mais alto possui altura de aproximadamente de 1.755 metros.

Dicas

A caminhada até o cume menor tem 2,8 km de subida íngreme, com o trecho inicial bem exposto ao sol. O tempo médio de caminhada pode variar bastante, podendo ser feito em cerca de 2 horas, para os que tem o ritmo mais forte. No caminho, passamos pela Cachoeira do Chuveiro, sendo parada obrigatório para os dias de calor. Cruza-se ainda o córrego um pouco mais acima.

A escalada da sela é bem tranquila. A via normal, chamada de Selada, Pedra, foi conquistada em 1952, por Alfredo Maciel e Francisco Vasco dos Santos. O trecho inicial é uma escalada em artificial, grampo a grampo. Em seguida entra numa fenda, até chegar num grampo mais alto. Daí, dá para ir montando na sela até o seu final. Para acessar o outro cume, é necessário rapelar e seguir por um caminho até o cume. Havia muita vegetação e optamos por não subir o cume principal.

Há cobrança de entrada, em 13/01/2017, os valores eram:
Entrada: R$ 12,00 por pessoa
Estacionamento: R$ 10,00 por carro

Como chegar

A partir de Visconde de Mauá, são aproximadamente 12,3 km, sendo parte asfaltada e parte em estrada de terra. O início da trilha está no link abaixo:

Relato

Pedra Selada, trilha e escalada
O destino desse final de semana era a Pedra Selada. Organizando logística, com indicação da Andréa, optamos por acampados no Camping Santa Clara, em Maringá. Existem centenas de opções em Visconde de Mauá e região, desde camping à pousadas mais sofisticadas. O Camping Santa Clara é m local bem amplo e agradável, comandado pelo Sr. Eurico, que nos prestou um atendimento nota 10. Ao lado do camping, passa um rio com águas cristalinas. Estávamos em três carros, mas como iríamos numa sexta feira, nem todos poderiam ir no mesmo horário, assim, cada um saiu na hora que podia. Eu, optei por sair de casa as 20:30 h. Mas como o trânsito estava bem ruim, esperei mais um pouco e saí as 21:00 h. Fizemos uma viagem tranquila até a altura de Rezende, onde pegamos um forte chuva. Já na estrada até Visconde de Mauá, que por sinal está muito mal conservada, tive que reduzir bem a velocidade. Muitos buracos e capim à margem da rodovia, dificultava bastante. Como não conhecia o caminho, ficamos na dúvida em alguns trechos, mas achamos o local, contando um pouco com a sorte... Já eram quase duas da manhã, quando chegamos. Foi tempo de montar as barracas e preparar algo rápido para comer. Fazia um pouco de frio. Um clima bem diferente dos 40°C de Niterói.

Pedra Selada, trilha e escalada
No dia seguinte, acordamos meio sem pressa. Afinal de contas a caminhada não era das mais longas. Batemos um papo e fizemos um café da manhã coletivo. A preguiça era grande... Mas seguimos caminho. Até o início da trilha, seriam, aproximadamente, 19 km numa estrada bem agradável. Já no início da trilha, que fica dentro de uma propriedade particular, fomos informados que deveríamos pagar R$ 12,00 de entrada, mais o estacionamento, no valor de R$ 10,00 por carro. Como estávamos dentro do Parque Estadual da Pedra Selada, achei estranho, mas nem contestei... Dali, dava para ver um grupo grande que estava um pouco mais acima. Começamos a caminhar pelo pasto e logo encontramos as primeiras pessoas. Fomos passando por eles, sempre que tínhamos uma oportunidade. Um pouco mais acima, passamos pela Cachoeira do Chuveiro. Ela fica no fundo de um grotão. Deixei o banho para a volta.

Continuamos a subida e na hora que cruzamos o córrego, aproveitando a parada para descanso, ultrapassamos a outra parte do numeroso grupo. Desse ponto, pegamos uma subida forte. Na verdade, toda a trilha é uma subida, com trechos mais íngremes e outros, nem tanto. Mais acima, a primeira vista que tínhamos. Vieram mais alguns lances bem erodidos e finalmente chegamos à uma rampa de pedra. Essa rampa antecede o cume. Já estávamos quase lá. Vencida a rampa, foi caminhar mais alguns metros até podermos desfrutar de uma vista fantástica. O que mais me impressionava era a “sela” e o outro cume. A formação rochosa é muito peculiar, parecendo uma grande laca, com sua crista bem estreita. Dali podíamos ver perfeitamente os lances da escalada. O tempo estava fechado, mas como as nuvens estavam bem altas, podíamos ver bastante coisa. Ainda bem que o sol não havia saído. Com certeza teríamos mais dificuldade para subir. Aproveitei para fazer um lanche enquanto os outros chegavam.

Assim que todos chegaram começamos a nos preparar para a escalada. Não sabíamos muito bem como faríamos para acessar a base. Nossa intenção era fazer, além da via principal, outras que tem ali pelo local. Desci entrei num caminho à direita que havia visto na subida. Demos uma andada pelo local e não encontramos nenhum acesso à via. Na volta, vimos que o Fernando já estava lá embaixo esperando por nós. Voltamos e vimos o caminho, um pouco antes da rampa de pedra, bem direita, de quem sobe. Descemos e chegamos à base. Dali já podíamos ver a sequência de grampos do artificial, bem como um velho cabo de aço, ao lado de um bonita fenda.

Pedra Selada, trilha e escalada
Conversamos para ver quem entrava em qual via. O Blanco estava com vontade de guiar a Dominatrix, um VIIb conquistado em 2004 por André Ilha, Kate Benedict, Kika Bradford e Yuri Berezovoy e perguntou quem estava a fim de ir com ele. Acabamos decidindo que o Velhinho guiaria o artificial e eu iria com o Blanco. Na base, me ancorei numa pequena árvore e fui dando segurança para o Blanco que passou com dificuldade no lance, mas seguiu. Já na parada, foi minha vez de subir. O lance é muito bom e foi meio complicado dominar o lance até um batente, abaixo do tetinho. Optei por em pé, segurando numas micro agarras. Com a segurança de cima, as coisas ficam mais fáceis... Só alguns dias depois que vi um vídeo de uns caras fazendo o lance, numa posição bem diferente da que eu tinha feito. Bom, o importante é passar!

Segui subindo e já na parada, segui por cima da sela, literalmente montado em alguns trechos. Fui até o final, na esperança de conseguir descer e acessar o maior cume. Já na ponta não vi nenhum caminho definido. Havia muita vegetação e acabei desistindo de tentar. Voltei para a parada e o Blanco foi lá conferir. O tempo começou a mudar. Nuvens foram se formando e algumas trovoadas eram ouvidas. Senti que o Blanco estava com muita vontade de tentar subir, mas como já estava consideravelmente tarde e o temporal que se armava poderia nos pegar de surpresa, falei que não iria subir, mas se ele quisesse a minha segurança, estava ali.

Resolvemos não subir. Ele voltou até a parada e o Velhinho veio trazendo os outros participantes. A chuva chegou e não teve jeito. Molhou bastante e começou a ventar um pouco. O frio chegou. Já não tinha jeito de querer apressar as coisas. Melhor aceitar a situação... O Fernando estava num rapel em diagonal e pendulou alguns metros, se desequilibrando e batendo forte na rocha, a sorte era que ele estava de capacete. Foi uma batida seca. Passado o susto, tomamos mais cuidados, devido a rocha molhada e fomos descendo um a um. Aos poucos todos desceram. Fui o último. Desci recolhendo todo o material que havia ficado. A chuva foi parando e o calor e o vento, rapidamente fez com que minha roupa secasse.

De volta ao cume, comi o último sanduíche e começamos a descida. Fomos bem rápidos e ainda encontramos o grande grupo próximo à Cachoeira do Chuveiro. Como estava quente, não tive como não parar para tomar um banho. A água estava um espetáculo. Foi descansar um pouco e recarregar as baterias para o trecho final da descida. O tempo novamente começou a fechar, dando sinal que choveria forte novamente. Mas como já estava no final, não me preocupei muito. Mais alguns minutos e estávamos todos reunidos no bar da Fazenda, que fica ao lado do início da trilha. Depois de algum tempo a chuva caiu forte e durou bons minutos. Mas como estávamos no conforto, sentados em volta de uma mesa batendo um bom papo, não havia o menor problema... Não tinha hora de chegar... Nem me preocupei. Sensação de dever cumprido. Olhei em direção ao cume encoberto por nuvens, onde estava horas mais cedo e senti uma alegria irradiando. Ainda não consegui entender o fascínio que sinto pelas montanhas, pela natureza... Mas será que o tentar descobrir não seria o combustível para sempre chegar mais alto? Bom, não sei qual a resposta, mas sei que essa missão foi cumprida! Qual será a próxima?

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada

Pedra Selada, trilha e escalada




terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Parque Estadual da Pedra Selada


Área: aproximada de 8.036 hectares

Abrangência: parte dos municípios de Resende e Itatiaia

TEM COMO OBJETIVOS BÁSICOS

Preservar as populações de animais e plantas nativas e oferecer refúgio para espécies migratórias, raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora nativas como a floresta atlântica, os remanescentes de bosques de araucária e os campos de altitude.

Primeira e ainda única unidade de conservação de proteção integral estadual presente na Serra da Mantiqueira, forma importante corredor ecológico com o Parque Nacional do Itatiaia e com outras UCs públicas e privadas próximas, protegendo as nascentes de rios contribuintes de algumas das principais bacias hidrográficas da Região Sudeste – Paraná e Paraíba do Sul –, contribuindo para a preservação das cadeias de montanha em que está situado o extraordinário monumento geológico representado pelo grupo de picos que compõem a Pedra Selada.


Ao proporcionar oportunidades de visitação dentro de seus limites, recreação, interpretação, educação e pesquisa científica, o parque cumpre seu papel de estímulo ao desenvolvimento do turismo em bases sustentáveis, contribui para o desenvolvimento regional, abrindo oportunidades para pequenos e médios empreendimentos, gerando empregos e renda na atividade turística nas zonas rurais fluminenses.


MAPA


HISTÓRICO

A região hoje protegida pelo parque abrange um vasto corredor florestal, contendo parcialmente áreas públicas, propriedades rurais produtivas e propriedades de veraneio. Tal configuração é consequência do mesmo processo histórico de ocupação e crescimento econômico em diferentes locais ao longo da Serra da Mantiqueira.

O nome da serra na língua tupi-guarani significa “Serra que chora”, o que remete aos principais cursos d’água na região. Os principais são: rio Preto (que faz divisa entre os estados de Minas e Rio de Janeiro), rio Marimbondo, córrego do Vale do Pavão (Visconde de Mauá), rio Pirapitinga e rio Santo Antônio (Serrinha do Alambari).

Inicialmente a Serra da Mantiqueira, na região de Resende, foi ocupada pelos índios puris, que viviam da caça, pesca e agricultura primária de forma nômade. Eles se concentravam tanto nas margens do rio Paraíba quanto na região alta da serra. O domínio indígena prevaleceu até meados do século XVIII.

No final do século XIX, com a exaustão e infertilidade das terras, principalmente pela devastação no ciclo do café, além da carência de mão de obra após o fim da escravidão, as áreas passaram a ser ocupadas por núcleos coloniais de imigrantes europeus, que chegaram à região por meio de incentivo do governo brasileiro. Sem muito apoio do governo brasileiro, somente algumas famílias se fixaram.
Desde 1922, turistas vinham da Europa praticar o montanhismo em pontos como a Pedra Selada e o Pico das Agulhas Negras, hospedando-se nas casas das famílias europeias.

Foram emigrantes de Minas Gerais que introduziram as pastagens para a produção da pecuária leiteira, fazendo com que a região da Serra da Pedra Selada fosse responsável por um terço da produção leiteira do estado do Rio de Janeiro, até o final do século XX. Após um período de declínio econômico, entre as décadas de 1950 e 1960, naturalmente a cobertura vegetal nativa se regenerou, principalmente nas áreas de maior declividade.

Posteriormente, durante a década de 1970, com a vinda de movimentos sociais alternativos isolados (hippies e novos rurais), a região de Visconde de Mauá começou a desenvolver a vocação turística.
Atualmente a produção leiteira ainda exerce grande importância econômica, porém, ocupa uma área muito menor em relação ao período áureo.

A implantação do parque, única unidade de conservação estadual na Serra da Mantiqueira, permite a formação de importantes corredores ecológicos que protegem as nascentes dos rios de algumas das principais bacias hidrográficas da Região Sudeste, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável local. Abre ainda oportunidade para pequenos e médios empreendimentos, gerando postos de trabalho e renda, provenientes do fomento às atividades turísticas.

Como chegar
Tônibus:
A partir do Rio de Janeiro, tomar uma das linhas Rio de Janeiro–Resende, na rodoviária Novo Rio. Na rodoviária de Resende, é preciso tomar outro ônibus até Visconde de Mauá. É possível também sair do Rio de Janeiro direto para Visconde de Mauá.

De Carro :

Partindo da cidade do Rio de Janeiro pela Rodovia Presidente Dutra, utilize a saída 311, que dá acesso à RJ-163. Após 28 km, acesse a RJ-151 para chegar à Vila de Visconde de Mauá, local da sede administrativa do parque.