Por Leonardo Carmo
A Pedra Bonita fica dentro do Parque Nacional da Tijuca. É fácil chegar lá. Basta programar no GPS que não tem erro.
Esse setor é muito movimentado aos finais de semana. É aconselhável deixar o carro, se for o caso, em uma das áreas que estiver disponível antes da entrada do Parque, pois lá dentro não tem muitas vagas.
A trilha começa um pouquinho abaixo da área de estacionamento já dentro do parque. Não tem bifurcações. Bem tranquila quanto orientação. Praticamente sem dificuldades técnicas. Trilha boa para quem não está acostumado ou está tendo contato que esse tipo de ambiente pela primeira vez.
Andando bem devagar e curtindo, da pra percorrer, segundo meu gps, 2,890 m em 1:20 h,. parando pra tirar fotos e relaxando lá no cume.
Nesse dia o tempo estava chuvoso mas vou deixar as fotos falarem por si só.
domingo, 23 de abril de 2017
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Peito do Pombo - Sana - Macaé RJ
Por Leandro do Carmo
Peito do Pombo
Local: Sana - Macaé
Data: 19/02/2017
Dicas: O primeiro trecho da trilha é bem abrigado. O segundo é bem exposto ao sol, onde se caminha num pasto. Uma subida bem forte. Depois entramos novamente em área abrigada. O terceiro trecho é o mais forte da caminhada. Existe água durante o percurso. Em dias de chuva forte, pode ficar difícil cruzar o rio. Há cobrança de ingresso para tomar banho de rio próximo a entrada da trilha, mas durante a caminhada há possibilidade de visitar vários poços. Há boa infraestrutura em Sana. Há possibilidade de deixar o carro bem próximo da entrada da trilha, num estacionamento particular.
Bom, contratempos a parte, iniciamos a caminhada. O caminho
inicial está bem cuidado e como havia dito, a borda esquerda está toda cercada
e há apenas algumas entrada onde pessoas conferem os ingressos comprados para o
banho do rio. Seguimos andando e passamos por algumas bifurcações, onde deve-se
ficar sempre à direita. O dia avançava e o calor vinha junto. Como estávamos
abrigados do sol, isso por enquanto não era um problema. Passamos por algumas
entradas de sítios, tanto para a direita, quanto para a esquerda. Mais a
frente, passamos por uma porteira, sendo um bom ponto de referência.

Depois de cruzar o rio, chegamos
talvez no ponto mais delicado e de difícil orientação. Desse ponto, devemos
subir um pasto em direção a um bambuzal que fica bem ao alto. Como em área de
pasto, existem diversos caminhos de boi que se cruzam e levam a diferentes
caminhos. Nesse ponto, escolha o melhor ou até siga subindo fazendo o seu
próprio caminho, mas tenha sempre o bambuzal como referência. Como estávamos
numa área aberta, o sol veio castigando. Não via a hora de chegar...
Enfim chegamos à sombra... E quanto achava que tinha
terminado, vi que havia mais um trecho longo de pasto... Deveria chegar à mais
um bambuzal... Cruzamos a cerca e pra lá segui subindo. Mais um trecho de
subida e logo estava cruzando a cerca e seguindo para a última parte da
caminhada. Mais uns metros de sol e entramos novamente num trecho abrigado.
Após mais uma subida, veio a parte final, com uma forte subida. Ali, encontramos
o último ponto de água, abaixo de uma grande pedra.
A subida é forte e com todo esse calor, foi duro vencê-la. Mas
aos poucos e com muito suor, fui vencendo os metros finais... Quando a subida
foi suavizando, foi possível ver a pedra bem a frente... Faltavam poucos
metros... Caminhei mais um pouco até que pude ver completamente a Pedra do
Peito do Pombo a minha frente. Subi um cume que fica bem ao lado dela e pude
ter uma noção melhor de toda a região.
De onde eu estava podia ver até o Pico do Frade. O verde das
árvores, em suas dezenas de tons, contrastavam com azul do céu, formando um
belo visual. Desci e fui até a base da pedra, onde pude descansar num bela
sombra. Ainda deu tempo de dar uma conferida na via de escalada que tem no
local, mas essa ficará para uma próxima oportunidade. Havia colocado minha camisa e minha meia para secar ao lado da mochila enquanto dava um volta pelo local. Quando fui me preparar para descer, percebi que um pé de meia havia sumido, com certeza o vento levou... Como não quis calçar bota sem meia, co receio de machucar meu pé, resolvi descer descalço. De vez em quando costumo fazer isso... Durante a volta ainda paramos
para um banho de rio e depois foi só caminhar de até o carro...
Missão cumprida, até a próxima!
segunda-feira, 27 de março de 2017
Pedra do Sino - Pernoite
Pedra do Sino
Local: Teresópolis – Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Data: 25 e 26 de maço de 2017
Participantes: Leonardo Carmo, Taffarel Ramos, Denise, Deborah e Victor.
Atividade feita pelo PitBull Aventura - Turismo
Começamos a trilha rumo ao Abrigo 4 por volta das 9:30. O tempo estava com sol entre nuvens. Quando chegamos no Abrigo 3 o tempo começou a fechar e baixou a neblina. Quando faltavam uns 30 minutos pro final da trilha, caiu uma água das boas. Mas nada que tirasse o ânimo da galera.
Quando foi por volta das 15:30, já estávamos no Abrigo 4.
Quando foi por volta das 15:30, já estávamos no Abrigo 4.
No domingo, tivemos as companhias da Carina e Mariana, meninas que conhecemos no Abrigo.
Pra quem for ver o nascer do sol do cume da Pedra do Sino, sugiro levantar as 4 da manhã e começar a subida as 4:30. Após uns 40 min de caminhada em ritmo leve da pra chegar no cume e acompanhar o início da transição das cores do nascer do sol.
Relato completo do pode ser encontrado em uma outra postagem:
http://pitbullaventura.blogspot.com.br/2013/07/pedra-do-sino-parque-nacional-da-serra.html
sábado, 11 de março de 2017
Cachoeiras do Espraiado
Por Leandro do Carmo
Local: Maricá
Local: Maricá
Data: 13/11/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Clever Félix, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory
Participantes: Leandro do Carmo, Clever Félix, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory
Quando conheci as cachoeiras do Espraiado, estava num
período grande de estiagem. Não chovia há muito tempo. Corria apenas um filete
de água. Fiquei imaginando como seria chegar ali depois de uns dias de chuva.
Mas para que isso fosse possível, tudo tinha que dar certo. Tinha que acertar o
dia!
Já estávamos no verão de 2016 e a previsão para o final de
semana era de chuva forte. Foi aí que tive a ideia de ir ao Espraiado. Mas não
tinha ideia de que tudo sairia perfeito: Muita chuva na noite anterior e também
no dia da atividade. E a maioria das pessoas acham que não dá para fazer nada
com chuva...
Nosso ponto de encontro foi a segunda entrada para Maricá.
Estávamos em cinco: Eu, Cléver, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory.
Dali seguimos em direção ao Espraiado, já com o tempo bem fechado. Na madruga
choveu forte, o que aumentou a minha expectativa em ver a cachoeira pesada.
Quando chegamos na curva que antecede a descida, antes de cruzar o rio
Caragueijo pela primeira vez, ouvi o barulho do rio. Estava forte! Sinal de rio
cheio, mas não fazia noção de quanto... Assim que avistei o rio, vi que seria
impossível atravessar de carro. Nem mesmo o guerreiro jeguinho, seria capaz
transpor aquele trecho. Parei o carro e fui conferir. Não tinha jeito. Dali em
diante, só andando. Paramos os carros um pouco mais acima.
Fui o primeiro a atravessar e a medida que avançava, ia
ficando cada vez mais fundo, até que a água chegou quase na minha cintura. A
correnteza estava forte e qualquer descuido, poderia ser arrastado. Fomos
fazendo uma corrente humana para facilitar. Assim que atravessamos a chuva
apertou novamente. Continuamos e mais a frente atravessamos o rio novamente.
Esse trecho estava mais perigoso e redobramos o cuidado. Daí para cima foi um
espetáculo da natureza. Os filetes de água que cruzamos pelo caminho em dias
normais, se transformaram em grandes obstáculos para nossa caminhada, que davam
um prazer a mais em estar naquele belo local.

A força da queda d’água era tão forte que o deslocamento de
ar formava uma forte corrente de vento. Descemos e fomos até a base, onde
tiramos diversas fotos para registrar o grande momento. Avisei ao pessoal que
havia outra tão grande quanto essa, um pouco mais acima e foi para lá que
seguimos. Pegamos um caminho que eu não conhecia, mas que achava que iria até
lá, mas na pior das hipóteses, voltaríamos e seguiríamos por onde eu conhecia.
No caminho, passamos por duas pequenas pontes de madeira que estavam bem
podres. Tivemos cuidado redobrado e nem chegamos a utilizá-las, de tão ruim que
estavam.

Ficamos por algum tempo até que pegamos o caminho de volta.
Porém optamos por estender a caminhada, indo até o Alto Espraiado. Devido ao
tempo bem fechado, não vimos nada, mas nem por isso ficamos tristes... Afinal
de contas, nosso objetivo foi cumprido! Tivemos o privilégio de ver dois
grandes espetáculos da natureza e bem perto de nós... A maioria das pessoas não
tem noção de que existem cachoeiras de mais de 20 metros em Maricá... Tá aí a
prova!
Na descida, já no caminho normal da Travessia Espraiado x
Tomascar, pegamos trechos muito escorregadios e mais tombos! Pelo menos tirou
gargalhadas de todos nós... Como a chuva havia diminuído as travessias dos rios
foram mais tranquilas. Ainda conhecemos um cara que nos disse haver um
cachoeira em outro ponto, tão grande quanto essas... Pegamos o contato e
marcamos de nos falar para frente... Será mais uma para o circuito das
Cachoeiras do Espraiado?
Até a próxima!
Até a próxima!
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Pico do Frade de Macaé, enfim... Cume!
Por Leandro do Carmo
Pico do Frade de Macaé, enfim... Cume!
Local: Macaé
Data: 30/12/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alexandre Rockert e Caíque Amaral
Dicas de como chegar e o local de início da trilha, estão
descritas na postagem da primeira tentativa: Pico do Frade - Macaé RJ, uma missão quase cumprida!
Texto sobre o Pico do Frade: Pico do Frade - Macaé
Vídeo
Relato
Dois anos depois, estava de volta para completar aquela
escalada que estava engasgada... Chegar a poucos metros e ter que voltar, nem
sempre é uma escolha fácil. Mas como sempre digo: A montanha sempre estará lá! Abortamos
a escalada naquela e ocasião e agora estou tendo a oportunidade de voltar e
assinar o livro de cume. Na primeira vez, não tínhamos nenhuma informação de
início da trilha, fator que foi determinante para abortarmos, pois perdemos
horas procurando a entrada da trilha. Mas dessa vez, apesar o imenso calor,
organizamos com cuidado nossa aventura. (Link para a primeira tentativa).
Como estaria em Rio das Ostras no período entre o Natal e o
Reveillon, nos organizamos para atacar o Frade. O calor estava absurdo. No Rio
de Janeiro, a sensação térmica estava beirando os 50 graus. Tínhamos um
problema: o calor. Mas também tínhamos a solução, que por sinal bem simples:
começaremos a caminhada bem cedo. Para isso, na noite anterior, deixamos tudo
pronto, assim poderíamos sair bem cedo. Acertamos de sair às 5h da manhã, mas
para isso acordamos as 4:30h. Saímos de casa conforme combinado e a viagem foi
bem tranquila. Na estrada pudemos ver o nosso destino bem ao fundo e tinha
certeza que hoje tudo daria certo. Estacionamos o carro e seguimos até o início
da trilha. Era 6:40 da manhã quando cruzamos a cerca e começamos a subir.
O início é por um trecho de pasto, bem íngreme. Dessa vez
optei por seguir paralelo a cerca, pelo seu lado esquerdo, sem atravessá-la. Os
primeiros 40 minutos da trilha sãos os mais fortes, principalmente por ser o
trecho inicial. Aos poucos o corpo vai acostumando e logo estávamos num ritmo
bem rápido. A trilha está bem definida e não há bifurcação no caminho. Fomos
subindo e a manhã estava bem agradável. Corria um vento bom, compensando o
grande calor. Fomos passando por trechos bem bonitos, até que chegamos a um
primeiro mirante. De lá, pudemos ver o belo vale a nossa frente. Continuamos a
caminhada e mais acima chegamos num trecho mais íngreme, onde uma corda fixa
nos auxiliou.

Começamos a subida e fomos seguindo os cabos. Uns mais
finos, outros mais grossos, mas no geral, estão em condições razoáveis. Em
alguns pontos, o cabo está com algumas pontas que podem causar ferimentos,
fique atento. Mais acima, nos deparamos com um trecho bem íngreme. Fui o
primeiro a subir e fixei uma corda mais confiável para nos auxiliar. Passa esse
primeiro trecho, contornamos o caminho para a direita e seguimos até o topo de
um platô. Ali a escalada realmente começaria. Como o Caíque nunca havia
escalado, optamos por não leva-lo dessa vez. Quem sabe depois de um treinamento
adequado ele possa a vir a superar esse desafio? A Montanha sempre estará lá...
Como ele não subiria, meu irmão resolveu ficar também para fazer companhia.
Eu e o Alex seguimos... Num pequeno platô, paramos e dali o
Alex foi me dando segurança. Passei por um pequeno arbusto e fui subindo sem
muitas dificuldades. Mais acima, resolvi montar a parada e o Alex veio subindo.
Ainda estava sombra, apesar do sol estar bem no alto. Por sorte a escalada é
pela parte oeste. Assim que o Alex chegou, já comecei a subir. Apesar de ter
cabo de aço e cordas por todo esse trecho também, dá para escalar em livre
tranquilo. É até mais gostoso. Os lances são bem tranquilos e com boas agarras.
A manhã continuava agradável e continuei subindo até chegar
a próxima parada. A partir dali segui por um longo trecho de caminhada até
chegar a um ponto onde fiz segurança de corpo para o Alex subir. A partir dali,
seguimos andando até o cume. É bom ficar atento, pois qualquer escorregão, não
terá onde segurar... Lá de baixo, não dava para perceber como era esse trecho.
Tinha a impressão de que seria um costão rochoso, mas havia uma vegetação
rasteira por todo o percurso. Alguns metros acima, chegamos a uma parte com
pequenos arbustos. Segui por um caminho até uma área aberta, sendo um belo
local para acampamento. Olhando de longe, não percebemos que o cume tem essa
vegetação.
Fiquei alguns minutos procurando o livro de cume em meio a
vegetação, mas não achei por ali. Sabia que ele existia e não queria descer sem
poder assiná-lo. Voltei até uma laje de pedra, onde inicia o caminho e,enfim,
consegui achar a urna com o livro. Deixei meu nome escrito. Aproveitei para
fazer algumas fotos e um rápido lanche. Parei ainda para apreciar a bela vista.
Além de todo o litoral, pude ver ao fundo a Pedra do Peito de Pombo, a Represa
de Tepera e todas as montanhas da região. Um belo espetáculo!
Depois de dois anos da primeira tentativa, consegui vencer
mais esse desafio! Para muitos, apenas uma montanha... Mas existem coisas nessa
vida que são difíceis de explicar... Só quem está lá, consegue sentir.
Foi hora de preparar as coisas para partir. Começamos nossa
descida. Foram alguns rapeis até que entramos novamente na trilha. Como a volta
é mais descida que subida, chegamos bem mais rápido ao carro... Afinal de
contas, pra baixo, todo santo ajuda!
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil
Por Leandro do Carmo
Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil
Local: Espírito Santo / Minas Gerais
Data: 10 e 11/09/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alex Rockert e Marcos Lima
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alex Rockert e Marcos Lima
Link para Site oficial do Parque: http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/
Vídeo
Dicas para subir o Pico da Bandeira:
- É necessário fazer reserva com antecedência para as áreas de camping;
- O acesso por Minas Gerais, via Alto Caparaó, é o mais fácil;
- De Niterói até o Alto Caparaó, são aproximadamente 440 km;
- Entre camping, entrada do parque e gasolina, custou R$ 71,00 por pessoa (estávamos em 1 carro com 4 pessoas;
- A estrutura de camping do parque é muito boa;
- Na alta temporada, o parque fica muito cheio;
Link para o google maps do caminho rodoviário:
Um pouco da história sobre o Parque Nacional do Caparaó
Por volta de 1859, o Imperador Dom Pedro II determinou
que fosse colocada uma bandeira do Império no Pico mais
alto da Serra do Caparaó. Acredita-se que a denominação Pico da
Bandeira se deva a este fato.
A Serra do Caparaó ainda foi palco da Guerrilha do
Caparaó, instabilidade política ocorrida em 1964, período da Ditadura
Militar vivida pelo Brasil. Em 1967, as forças armadas montaram um
esquema tático para capturar ex-militares que faziam parte do grupo
revolucionário e que estavam refugiados no Parque Nacional. O exército usou
como base de acampamento todos os municípios vizinhos.
Relato da Trilha do Pico da Bandeira
Já era hora de conhecer o Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil. Localizado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa entre em Minas Gerais e Espírito Santo. Tinha pouco tempo disponível para a viagem e, apesar da distância, resolvemos tentar fazer em um único final de semana. Abri a atividade no clube e logo as vagas foram preenchidas, porém, um dia antes da partida, um grupo desistiu por causa do tempo... Mas a previsão do tempo nem era tão ruim assim... Bom, quem não foi perdeu...
Saímos de Niterói as 21:00, da sexta feira, dia 09 de
setembro. Viajamos durante toda a noite e chegamos ainda de madrugada na
portaria do Parque, no lado mineiro. Aliás, o mais fácil para subir de carro
até o acampamento. Como estava bem cedo, teríamos que esperar a hora do parque
abrir. Aproveitamos para tirar uma soneca e descansar um pouco da longa viagem.
Foram aproximadamente 8 horas de viagem. Depois de um cochilo, enfim, pudemos
entrar e continuamos de carro até o acampamento Tronqueira.
Lá, escolhemos os melhores locais, pois a área de camping
ainda estava bem vazia. Geralmente, os visitantes chegam mais tarde e sobem por
volta das 24:00h para ver o sol nascer. A gente optou por fazer diferente,
principalmente pela falta de tempo. Nossa ideia era percorrer os 4 cumes:
Bandeira, Calçado, Cristal e Cruz de Negro. Enquanto montávamos as barracas,
conversamos com um guarda parque que nos disse não poder subir o Cruz de Negro.
Bom, regras são regras... Diminuímos nosso roteiro para 3 cumes.
Depois de montado acampamento, começamos nossa caminhada.
Subimos o caminho que leva ao Terreirão, segundo e último ponto de acampamento
do lado mineiro. O caminho é bem definido e não há bifurcações
que possam causar dúvidas. Ele segue paralelo a um rio, que corre ao fundo de
um vale, à esquerda de quem sobe. Fomos subindo e logo chegamos ao Terreirão,
onde paramos para um lanche. O acampamento é bem amplo e ainda abriga uma
pequena casa de pedras. Há estrutura com água, banheiro e tratamento biológico
de esgoto.
Após a pequena pausa para o lanche e descanso, seguimos
subindo. Passamos por um trecho bem erodido até que chegamos a discreta saída
para o Cruz de Negro. Ainda pensei em dar um pulo lá, mas como falei no começo,
regras... Seguimos caminho e mais a frente, optamos por fazer um roteiro
diferente e pouco conhecido. Ao invés de seguir direto para o Bandeira, pegamos
uma discreta saída para a direita e fomos em direção ao Cristal, passando pela borda
direita do Calçado. Pegamos uma trilha pouco definida e marcada por totens ao longo do caminho. Um espetáculo! Havíamos deixado o trecho bem marcado para
entrar num local pouco frequentado. A partir daí, caminhamos por uma grande
laje, cortada por pontos de vegetação rasteira. Descemos um longo trecho, até
que voltamos a subir por uma das vertentes do Cristal.
A vista para o Cristal era fantástica. De longe já me
apaixonei pela montanha. Algo difícil de
explicar! Seguimos subindo até que chegamos ao pé da subida final. Dali,
seguimos até o cume. O dia não estava dos melhores, mas pudemos ver os pontos
de acampamento do Macieira e Casa Queimada, ambos em lado capixaba. O dia
estava muito agradável. No cume, preparei um almoço reforçado, já estávamos há
quase 4 horas caminhando, depois de uma noite de viagem... Tem que reforçar!
Depois do almoço, descansamos um pouco e iniciamos a descida, pois ainda
tínhamos um longo caminha a percorrer.
A descida do Cristal foi bem tranquila, e nem mal havia
deixado-o, já sentia saudades... Começamos uma forte subida, até chegar á
trilha que vem do lado capixaba. Algumas pessoas desciam do Bandeira, enquanto
outras subiam. Uma situação bem diferente do caminho que havíamos feito horas
mais cedo. O corpo já dava sinais de cansaço e o ritmo já não era mais o mesmo.
Começamos a caminhar mais lentamente e a dar paradas mais longas que o normal.
Mais alguns minutos e estávamos no Pico do Calçado. Pausa para uma foto e seguimos
para o Bandeira, nosso grande objetivo.
O caminho foi bem tranquilo e quando chegamos ao cume, já havia muita gente. Mas como a hora avançava, aos poucos as pessoas começavam a ir embora. Enfim o barulho cessou e éramos só nós quatro. Aos pés a cruz, paramos para descansar e literalmente apaguei. Nesse momento já sentia um mal estar e uma forte dor de cabeça. O corpo cobrava o preço da noite não dormida e mais um dia inteiro de caminhada. Bom não tinha jeito... Era descansar um pouco e ver se melhorava...
Ouvimos um barulho forte bem ao fundo e as nuvens correndo
forte. Sinal de chuva se aproximando... Já estava dado o aviso de retirada.
Antes ainda, deu tempo de retirar um pouco do lixo que alguns mal educados
haviam deixado... Dali, pegamos o caminho normal que segue para o Terreirão.
Descemos bem rápido e logo começamos a cruzar com alguns grupos que haviam
descido mais cedo, eles estavam bem lentos... mais abaixo passamos pelo ponto
onde deixamos a trilha principal e assim fechamos o belo circuito. Dali para baixo, foi meio que no piloto
automático. Descemos num bom ritmo, até que retornamos novamente para o
Terreirão.
Lá foi difícil... demos uma boa parada e um descanso
merecido. Ouvimos a notícia de que havia chovido forte na parte de baixo, onde ficava
o acampamento Tronqueira. Foi aí que lembrei que deixei a barraca aberta...
Minha esperança foi de que alguém tivesse fechado. Mas também, não deixei nada
dentro. Nesse caso seria só secar... Depois de um descanso merecido, foi fora
de continuar descendo. Acho que foi a parte mais sofrida do dia... Começamos a
caminhada e nada dela terminar... Tinha certeza que aumentaram alguns
quilômetros! Mais abaixo, uma bela e
curta visão do por do sol. O tempo necessário para uma foto e ver as nuvens
engolir a grande bola alaranjada.
Continuamos a descida até que finalmente chegamos! Fui
direto ver o estado da barraca. Ainda bem que fecharam... Molhou um pouco, mas
resolvi rápido o problema. Arrumei minhas coisas, tomei um remédio para dor de
cabeça e fui logo para o banho. A água estava gelada. Gelada era pouco, estava
congelante! O banho rápido deu uma revigorada e fomos preparar a janta. Ficamos
batendo um papo até que o cansaço bateu de vez e foi hora de entrar no saco de
dormir e literalmente apagar.... Afinal de contas, já estava a 36 horas sem
dormir...
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