domingo, 23 de abril de 2017

Pedra Bonita - Parque Nacional da Tijuca

Por Leonardo Carmo

A Pedra Bonita fica dentro do Parque Nacional da Tijuca. É fácil chegar lá. Basta programar no GPS que não tem erro.

Esse setor é muito movimentado aos finais de semana. É aconselhável deixar o carro, se for o caso, em uma das áreas que estiver disponível antes da entrada do Parque, pois lá dentro não tem muitas vagas.

A trilha começa um pouquinho abaixo da área de estacionamento já dentro do parque. Não tem bifurcações. Bem tranquila quanto orientação. Praticamente sem dificuldades técnicas. Trilha boa para quem não está acostumado ou está tendo contato que esse tipo de ambiente pela primeira vez.

Andando bem devagar e curtindo, da pra percorrer, segundo meu gps, 2,890 m em 1:20 h,. parando pra tirar fotos e relaxando lá no cume.

Nesse dia o tempo estava chuvoso mas vou deixar as fotos falarem por si só.








sexta-feira, 21 de abril de 2017

Peito do Pombo - Sana - Macaé RJ

Por Leandro do Carmo

Peito do Pombo

Local: Sana - Macaé
Data: 19/02/2017



Dicas: O primeiro trecho da trilha é bem abrigado. O segundo é bem exposto ao sol, onde se caminha num pasto. Uma subida bem forte. Depois entramos novamente em área abrigada. O terceiro trecho é o mais forte da caminhada. Existe água durante o percurso. Em dias de chuva forte, pode ficar difícil cruzar o rio. Há cobrança de ingresso para tomar banho de rio próximo a entrada da trilha, mas durante a caminhada há possibilidade de visitar vários poços. Há boa infraestrutura em Sana. Há possibilidade de deixar o carro bem próximo da entrada da trilha, num estacionamento particular. 

Como chegar, partindo de Casimiro de Abreu: https://goo.gl/maps/w4nEGLyorSs


Caminho


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Relato

Aproveitei que meu irmão iria levar um grupo e me juntei a eles. Marcamos de sair bem cedo do Rio em direção à Sana. O dia estava bem aberto e o calor com certeza viria com força. A viagem foi bem tranquila e assim que chegamos à Casimiro de Abreu, paramos para tomar café da manhã. Dali, seguimos para Sana. A estrada está razoavelmente boa e rapidamente vencemos os quase 30 km até o ponto onde deixamos o carro para seguir caminhando.

Seguimos andando e passamos pelo posto da prefeitura para nos identificar. Ali é preciso assinar um livro de visitantes. O local está muito bem organizado e identificado como área particular, chamada de Sítio Bambu. Inclusive toda a margem esquerda da trilha está cercada e há cobrança para quem quer tomar banho de rio. Mais a frente passamos por um ponto onde os visitantes compram os ingressos para o banho de rio. Como sabíamos que haveria possibilidade de tomar banho de rio mais a frente, optamos por não comprar. Também nos foi informado que em breve haveria a obrigatoriedade de contratar guia local para subir o Peito do Pombo... Não sou a favor da obrigatoriedade, mas como ele me disse que já havia sido aprovado pelo conselho consultivo, pode ser que em breve teremos novidades...

Bom, contratempos a parte, iniciamos a caminhada. O caminho inicial está bem cuidado e como havia dito, a borda esquerda está toda cercada e há apenas algumas entrada onde pessoas conferem os ingressos comprados para o banho do rio. Seguimos andando e passamos por algumas bifurcações, onde deve-se ficar sempre à direita. O dia avançava e o calor vinha junto. Como estávamos abrigados do sol, isso por enquanto não era um problema. Passamos por algumas entradas de sítios, tanto para a direita, quanto para a esquerda. Mais a frente, passamos por uma porteira, sendo um bom ponto de referência.

Andamos mais um pouco, sempre num terreno levemente plano. Tem algumas subidas, mas no geral seguimos tranquilos. Mais a frente uma segunda porteira. Dali, a vista é fantástica. À nossa esquerda, já podíamos ver, ao alto, o nosso objetivo do dia. Ao fundo, uma bela vista do vale, por onde serpenteia o rio Peito do Pombo. Paramos para um lanche rápido e seguimos andando até passarmos por uma grande árvore, que se torna o destaque no local e serve como sais um ponto de referência. Seguimos caminho e passamos por um curral a nossa esquerda. Mais a frente, o ponto chave da caminhada, onde cruzamos o rio para a margem esquerda. Dizem que quando chove forte, fica difícil de cruzar o rio,
então atenção com os dias de chuva...  O rio estava bem baixo e foi fácil atravessá-lo. 

Depois de cruzar o rio, chegamos talvez no ponto mais delicado e de difícil orientação. Desse ponto, devemos subir um pasto em direção a um bambuzal que fica bem ao alto. Como em área de pasto, existem diversos caminhos de boi que se cruzam e levam a diferentes caminhos. Nesse ponto, escolha o melhor ou até siga subindo fazendo o seu próprio caminho, mas tenha sempre o bambuzal como referência. Como estávamos numa área aberta, o sol veio castigando. Não via a hora de chegar...
Enfim chegamos à sombra... E quanto achava que tinha terminado, vi que havia mais um trecho longo de pasto... Deveria chegar à mais um bambuzal... Cruzamos a cerca e pra lá segui subindo. Mais um trecho de subida e logo estava cruzando a cerca e seguindo para a última parte da caminhada. Mais uns metros de sol e entramos novamente num trecho abrigado. Após mais uma subida, veio a parte final, com uma forte subida. Ali, encontramos o último ponto de água, abaixo de uma grande pedra.

A subida é forte e com todo esse calor, foi duro vencê-la. Mas aos poucos e com muito suor, fui vencendo os metros finais... Quando a subida foi suavizando, foi possível ver a pedra bem a frente... Faltavam poucos metros... Caminhei mais um pouco até que pude ver completamente a Pedra do Peito do Pombo a minha frente. Subi um cume que fica bem ao lado dela e pude ter uma noção melhor de toda a região.

De onde eu estava podia ver até o Pico do Frade. O verde das árvores, em suas dezenas de tons, contrastavam com azul do céu, formando um belo visual. Desci e fui até a base da pedra, onde pude descansar num bela sombra. Ainda deu tempo de dar uma conferida na via de escalada que tem no local, mas essa ficará para uma próxima oportunidade. Havia colocado minha camisa e minha meia para secar ao lado da mochila enquanto dava um volta pelo local. Quando fui me preparar para descer, percebi que um pé de meia havia sumido, com certeza o vento levou... Como não quis calçar bota sem meia, co receio de machucar meu pé, resolvi descer descalço. De vez em quando costumo fazer isso... Durante a volta ainda paramos para um banho de rio e depois foi só caminhar de até o carro...

Missão cumprida, até a próxima!








segunda-feira, 27 de março de 2017

Pedra do Sino - Pernoite


Pedra do Sino

Local: Teresópolis – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Data: 25 e 26 de maço de 2017

Participantes: Leonardo Carmo, Taffarel Ramos, Denise, Deborah e Victor.

Atividade feita pelo PitBull Aventura - Turismo

Começamos a trilha rumo ao Abrigo 4 por volta das 9:30. O tempo estava com sol entre nuvens. Quando chegamos no Abrigo 3 o tempo começou a fechar e baixou a neblina. Quando faltavam uns 30 minutos pro final da trilha, caiu uma água das boas. Mas nada que tirasse o ânimo da galera.

Quando foi por volta das 15:30, já estávamos no Abrigo 4.

No domingo, tivemos as companhias da Carina e Mariana, meninas que conhecemos no Abrigo. 

Pra quem for ver o nascer do sol do cume da Pedra do Sino, sugiro levantar as 4 da manhã e começar a subida as 4:30. Após uns 40 min de caminhada em ritmo leve da pra chegar no cume e acompanhar o início da transição das cores do nascer do sol.

Relato completo do pode ser encontrado em uma outra postagem:

http://pitbullaventura.blogspot.com.br/2013/07/pedra-do-sino-parque-nacional-da-serra.html













sábado, 11 de março de 2017

Cachoeiras do Espraiado

Por Leandro do Carmo

Local: Maricá
Data: 13/11/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Clever Félix, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory

Quando conheci as cachoeiras do Espraiado, estava num período grande de estiagem. Não chovia há muito tempo. Corria apenas um filete de água. Fiquei imaginando como seria chegar ali depois de uns dias de chuva. Mas para que isso fosse possível, tudo tinha que dar certo. Tinha que acertar o dia!
Já estávamos no verão de 2016 e a previsão para o final de semana era de chuva forte. Foi aí que tive a ideia de ir ao Espraiado. Mas não tinha ideia de que tudo sairia perfeito: Muita chuva na noite anterior e também no dia da atividade. E a maioria das pessoas acham que não dá para fazer nada com chuva...

Nosso ponto de encontro foi a segunda entrada para Maricá. Estávamos em cinco: Eu, Cléver, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory. Dali seguimos em direção ao Espraiado, já com o tempo bem fechado. Na madruga choveu forte, o que aumentou a minha expectativa em ver a cachoeira pesada. Quando chegamos na curva que antecede a descida, antes de cruzar o rio Caragueijo pela primeira vez, ouvi o barulho do rio. Estava forte! Sinal de rio cheio, mas não fazia noção de quanto... Assim que avistei o rio, vi que seria impossível atravessar de carro. Nem mesmo o guerreiro jeguinho, seria capaz transpor aquele trecho. Parei o carro e fui conferir. Não tinha jeito. Dali em diante, só andando. Paramos os carros um pouco mais acima.

Fui o primeiro a atravessar e a medida que avançava, ia ficando cada vez mais fundo, até que a água chegou quase na minha cintura. A correnteza estava forte e qualquer descuido, poderia ser arrastado. Fomos fazendo uma corrente humana para facilitar. Assim que atravessamos a chuva apertou novamente. Continuamos e mais a frente atravessamos o rio novamente. Esse trecho estava mais perigoso e redobramos o cuidado. Daí para cima foi um espetáculo da natureza. Os filetes de água que cruzamos pelo caminho em dias normais, se transformaram em grandes obstáculos para nossa caminhada, que davam um prazer a mais em estar naquele belo local.

Assim que passamos pela última casa, já ao final da precária estradinha, entramos na trilha que dá acesso ao nosso destino. Seguimos por ela e numa saída discreta para a direita seguimos em direção a cachoeira. A chuva havia diminuído e as nuvens permaneciam bastante carregadas, um prenúncio de que o tempo não melhoraria tão cedo. Mais alguns metros de caminhada e barulho foi ficando cada vez mais forte. Quando consegui enxerga-la, bem do alto, percebi a grande força da natureza. A imagem que eu tinha daquela cachoeira era apenas um filete de água... Agora estava numa força e num volume, que fica difícil de acreditar que era ali que havia estado há alguns meses antes.

A força da queda d’água era tão forte que o deslocamento de ar formava uma forte corrente de vento. Descemos e fomos até a base, onde tiramos diversas fotos para registrar o grande momento. Avisei ao pessoal que havia outra tão grande quanto essa, um pouco mais acima e foi para lá que seguimos. Pegamos um caminho que eu não conhecia, mas que achava que iria até lá, mas na pior das hipóteses, voltaríamos e seguiríamos por onde eu conhecia. No caminho, passamos por duas pequenas pontes de madeira que estavam bem podres. Tivemos cuidado redobrado e nem chegamos a utilizá-las, de tão ruim que estavam.

Andamos por um longo trecho em meio a mata. Esse era um caminho que claramente era menos frequentado. Em alguns pontos estava bem fechado. Passamos por alguns trechos bem íngremes e escorregadios. Como tudo estava molhado, foi inevitável os escorregões. Andamos mais alguns minutos, até que chegamos ao nosso segundo destino. Mais uma bela cachoeira nos esperava. Diferente da primeira, essa fica um pouco mais escondida, mas nem por isso, menos interessante. Aproveitamos para tomar um banho, apesar da chuva. Já estávamos molhados mesmo...

Ficamos por algum tempo até que pegamos o caminho de volta. Porém optamos por estender a caminhada, indo até o Alto Espraiado. Devido ao tempo bem fechado, não vimos nada, mas nem por isso ficamos tristes... Afinal de contas, nosso objetivo foi cumprido! Tivemos o privilégio de ver dois grandes espetáculos da natureza e bem perto de nós... A maioria das pessoas não tem noção de que existem cachoeiras de mais de 20 metros em Maricá... Tá aí a prova!

Na descida, já no caminho normal da Travessia Espraiado x Tomascar, pegamos trechos muito escorregadios e mais tombos! Pelo menos tirou gargalhadas de todos nós... Como a chuva havia diminuído as travessias dos rios foram mais tranquilas. Ainda conhecemos um cara que nos disse haver um cachoeira em outro ponto, tão grande quanto essas... Pegamos o contato e marcamos de nos falar para frente... Será mais uma para o circuito das Cachoeiras do Espraiado?

Até a próxima!










sábado, 25 de fevereiro de 2017

Pico do Frade de Macaé, enfim... Cume!

Por Leandro do Carmo

Pico do Frade de Macaé, enfim... Cume!


Local: Macaé
Data: 30/12/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alexandre Rockert e Caíque Amaral




Dicas de como chegar e o local de início da trilha, estão descritas na postagem da primeira tentativa: Pico do Frade - Macaé RJ, uma missão quase cumprida!

Texto sobre o Pico do Frade: Pico do Frade - Macaé


Vídeo


Relato

Dois anos depois, estava de volta para completar aquela escalada que estava engasgada... Chegar a poucos metros e ter que voltar, nem sempre é uma escolha fácil. Mas como sempre digo: A montanha sempre estará lá! Abortamos a escalada naquela e ocasião e agora estou tendo a oportunidade de voltar e assinar o livro de cume. Na primeira vez, não tínhamos nenhuma informação de início da trilha, fator que foi determinante para abortarmos, pois perdemos horas procurando a entrada da trilha. Mas dessa vez, apesar o imenso calor, organizamos com cuidado nossa aventura. (Link para a primeira tentativa).

Como estaria em Rio das Ostras no período entre o Natal e o Reveillon, nos organizamos para atacar o Frade. O calor estava absurdo. No Rio de Janeiro, a sensação térmica estava beirando os 50 graus. Tínhamos um problema: o calor. Mas também tínhamos a solução, que por sinal bem simples: começaremos a caminhada bem cedo. Para isso, na noite anterior, deixamos tudo pronto, assim poderíamos sair bem cedo. Acertamos de sair às 5h da manhã, mas para isso acordamos as 4:30h. Saímos de casa conforme combinado e a viagem foi bem tranquila. Na estrada pudemos ver o nosso destino bem ao fundo e tinha certeza que hoje tudo daria certo. Estacionamos o carro e seguimos até o início da trilha. Era 6:40 da manhã quando cruzamos a cerca e começamos a subir.

O início é por um trecho de pasto, bem íngreme. Dessa vez optei por seguir paralelo a cerca, pelo seu lado esquerdo, sem atravessá-la. Os primeiros 40 minutos da trilha sãos os mais fortes, principalmente por ser o trecho inicial. Aos poucos o corpo vai acostumando e logo estávamos num ritmo bem rápido. A trilha está bem definida e não há bifurcação no caminho. Fomos subindo e a manhã estava bem agradável. Corria um vento bom, compensando o grande calor. Fomos passando por trechos bem bonitos, até que chegamos a um primeiro mirante. De lá, pudemos ver o belo vale a nossa frente. Continuamos a caminhada e mais acima chegamos num trecho mais íngreme, onde uma corda fixa nos auxiliou.

Dali em diante foi uma sequencia de sobe e desce até que chegamos a um enorme bloco de pedra. Este antecede os lances de cabo de aço e corda. A partir daí, só se deve continuar se tiver equipamento de segurança... Como estávamos preparados, seguimos subindo.

Começamos a subida e fomos seguindo os cabos. Uns mais finos, outros mais grossos, mas no geral, estão em condições razoáveis. Em alguns pontos, o cabo está com algumas pontas que podem causar ferimentos, fique atento. Mais acima, nos deparamos com um trecho bem íngreme. Fui o primeiro a subir e fixei uma corda mais confiável para nos auxiliar. Passa esse primeiro trecho, contornamos o caminho para a direita e seguimos até o topo de um platô. Ali a escalada realmente começaria. Como o Caíque nunca havia escalado, optamos por não leva-lo dessa vez. Quem sabe depois de um treinamento adequado ele possa a vir a superar esse desafio? A Montanha sempre estará lá... Como ele não subiria, meu irmão resolveu ficar também para fazer companhia.

Eu e o Alex seguimos... Num pequeno platô, paramos e dali o Alex foi me dando segurança. Passei por um pequeno arbusto e fui subindo sem muitas dificuldades. Mais acima, resolvi montar a parada e o Alex veio subindo. Ainda estava sombra, apesar do sol estar bem no alto. Por sorte a escalada é pela parte oeste. Assim que o Alex chegou, já comecei a subir. Apesar de ter cabo de aço e cordas por todo esse trecho também, dá para escalar em livre tranquilo. É até mais gostoso. Os lances são bem tranquilos e com boas agarras.

A manhã continuava agradável e continuei subindo até chegar a próxima parada. A partir dali segui por um longo trecho de caminhada até chegar a um ponto onde fiz segurança de corpo para o Alex subir. A partir dali, seguimos andando até o cume. É bom ficar atento, pois qualquer escorregão, não terá onde segurar... Lá de baixo, não dava para perceber como era esse trecho. Tinha a impressão de que seria um costão rochoso, mas havia uma vegetação rasteira por todo o percurso. Alguns metros acima, chegamos a uma parte com pequenos arbustos. Segui por um caminho até uma área aberta, sendo um belo local para acampamento. Olhando de longe, não percebemos que o cume tem essa vegetação.

Fiquei alguns minutos procurando o livro de cume em meio a vegetação, mas não achei por ali. Sabia que ele existia e não queria descer sem poder assiná-lo. Voltei até uma laje de pedra, onde inicia o caminho e,enfim, consegui achar a urna com o livro. Deixei meu nome escrito. Aproveitei para fazer algumas fotos e um rápido lanche. Parei ainda para apreciar a bela vista. Além de todo o litoral, pude ver ao fundo a Pedra do Peito de Pombo, a Represa de Tepera e todas as montanhas da região. Um belo espetáculo!

Depois de dois anos da primeira tentativa, consegui vencer mais esse desafio! Para muitos, apenas uma montanha... Mas existem coisas nessa vida que são difíceis de explicar... Só quem está lá, consegue sentir.

Foi hora de preparar as coisas para partir. Começamos nossa descida. Foram alguns rapeis até que entramos novamente na trilha. Como a volta é mais descida que subida, chegamos bem mais rápido ao carro... Afinal de contas, pra baixo, todo santo ajuda!


Até a próxima pessoal..











sábado, 18 de fevereiro de 2017

Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil

Por Leandro do Carmo

Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil

Local: Espírito Santo / Minas Gerais
Data: 10 e 11/09/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alex Rockert e Marcos Lima

Pico do Cristal

 
Link para Site oficial do Parque: http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/

Vídeo



Dicas para subir o Pico da Bandeira:

  • É necessário fazer reserva com antecedência para as áreas de camping;
  • O acesso por Minas Gerais, via Alto Caparaó, é o mais fácil;
  • De Niterói até o Alto Caparaó, são aproximadamente 440 km;
  • Entre camping, entrada do parque e gasolina, custou R$ 71,00 por pessoa (estávamos em 1 carro com 4 pessoas;
  • A estrutura de camping do parque é muito boa;
  • Na alta temporada, o parque fica muito cheio;
Link para o google maps do caminho rodoviário:


Um  pouco da história sobre o Parque Nacional do Caparaó


Por volta de 1859, o Imperador Dom Pedro II determinou que fosse colocada uma bandeira do Império no Pico mais alto da Serra do Caparaó. Acredita-se que a denominação Pico da Bandeira se deva a este fato.

A Serra do Caparaó ainda foi palco da Guerrilha do Caparaó, instabilidade política ocorrida em 1964, período da Ditadura Militar vivida pelo Brasil. Em 1967, as forças armadas montaram um esquema tático para capturar ex-militares que faziam parte do grupo revolucionário e que estavam refugiados no Parque Nacional. O exército usou como base de acampamento todos os municípios vizinhos.

Relato da Trilha do Pico da Bandeira

Já era hora de conhecer o Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil. Localizado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa entre em Minas Gerais e Espírito Santo. Tinha pouco tempo disponível para a viagem e, apesar da distância, resolvemos tentar fazer em um único final de semana. Abri a atividade no clube e logo as vagas foram preenchidas, porém, um dia antes da partida, um grupo desistiu por causa do tempo... Mas a previsão do tempo nem era tão ruim assim... Bom, quem não foi perdeu...

Saímos de Niterói as 21:00, da sexta feira, dia 09 de setembro. Viajamos durante toda a noite e chegamos ainda de madrugada na portaria do Parque, no lado mineiro. Aliás, o mais fácil para subir de carro até o acampamento. Como estava bem cedo, teríamos que esperar a hora do parque abrir. Aproveitamos para tirar uma soneca e descansar um pouco da longa viagem. Foram aproximadamente 8 horas de viagem. Depois de um cochilo, enfim, pudemos entrar e continuamos de carro até o acampamento Tronqueira.

Lá, escolhemos os melhores locais, pois a área de camping ainda estava bem vazia. Geralmente, os visitantes chegam mais tarde e sobem por volta das 24:00h para ver o sol nascer. A gente optou por fazer diferente, principalmente pela falta de tempo. Nossa ideia era percorrer os 4 cumes: Bandeira, Calçado, Cristal e Cruz de Negro. Enquanto montávamos as barracas, conversamos com um guarda parque que nos disse não poder subir o Cruz de Negro. Bom, regras são regras... Diminuímos nosso roteiro para 3 cumes.

Depois de montado acampamento, começamos nossa caminhada. Subimos o caminho que leva ao Terreirão, segundo e último ponto de acampamento do lado mineiro.   O caminho é bem definido e não há bifurcações que possam causar dúvidas. Ele segue paralelo a um rio, que corre ao fundo de um vale, à esquerda de quem sobe. Fomos subindo e logo chegamos ao Terreirão, onde paramos para um lanche. O acampamento é bem amplo e ainda abriga uma pequena casa de pedras. Há estrutura com água, banheiro e tratamento biológico de esgoto.

Após a pequena pausa para o lanche e descanso, seguimos subindo. Passamos por um trecho bem erodido até que chegamos a discreta saída para o Cruz de Negro. Ainda pensei em dar um pulo lá, mas como falei no começo, regras... Seguimos caminho e mais a frente, optamos por fazer um roteiro diferente e pouco conhecido. Ao invés de seguir direto para o Bandeira, pegamos uma discreta saída para a direita e fomos em direção ao Cristal, passando pela borda direita do Calçado. Pegamos uma trilha pouco definida e marcada por totens ao longo do caminho. Um espetáculo! Havíamos deixado o trecho bem marcado para entrar num local pouco frequentado. A partir daí, caminhamos por uma grande laje, cortada por pontos de vegetação rasteira. Descemos um longo trecho, até que voltamos a subir por uma das vertentes do Cristal.

A vista para o Cristal era fantástica. De longe já me apaixonei pela montanha.  Algo difícil de explicar! Seguimos subindo até que chegamos ao pé da subida final. Dali, seguimos até o cume. O dia não estava dos melhores, mas pudemos ver os pontos de acampamento do Macieira e Casa Queimada, ambos em lado capixaba. O dia estava muito agradável. No cume, preparei um almoço reforçado, já estávamos há quase 4 horas caminhando, depois de uma noite de viagem... Tem que reforçar! Depois do almoço, descansamos um pouco e iniciamos a descida, pois ainda tínhamos um longo caminha a percorrer.

A descida do Cristal foi bem tranquila, e nem mal havia deixado-o, já sentia saudades... Começamos uma forte subida, até chegar á trilha que vem do lado capixaba. Algumas pessoas desciam do Bandeira, enquanto outras subiam. Uma situação bem diferente do caminho que havíamos feito horas mais cedo. O corpo já dava sinais de cansaço e o ritmo já não era mais o mesmo. Começamos a caminhar mais lentamente e a dar paradas mais longas que o normal. Mais alguns minutos e estávamos no Pico do Calçado. Pausa para uma foto e seguimos para o Bandeira, nosso grande objetivo.

O caminho foi bem tranquilo e quando chegamos ao cume, já havia muita gente. Mas como a hora avançava, aos poucos as pessoas começavam a ir embora. Enfim o barulho cessou e éramos só nós quatro. Aos pés a cruz, paramos para descansar e literalmente apaguei. Nesse momento já sentia um mal estar e uma forte dor de cabeça.  O corpo cobrava o preço da noite não dormida e mais um dia inteiro de caminhada.  Bom não tinha jeito... Era descansar um pouco e ver se melhorava...

Ouvimos um barulho forte bem ao fundo e as nuvens correndo forte. Sinal de chuva se aproximando... Já estava dado o aviso de retirada. Antes ainda, deu tempo de retirar um pouco do lixo que alguns mal educados haviam deixado... Dali, pegamos o caminho normal que segue para o Terreirão. Descemos bem rápido e logo começamos a cruzar com alguns grupos que haviam descido mais cedo, eles estavam bem lentos... mais abaixo passamos pelo ponto onde deixamos a trilha principal e assim fechamos o belo circuito.  Dali para baixo, foi meio que no piloto automático. Descemos num bom ritmo, até que retornamos novamente para o Terreirão.

Lá foi difícil... demos uma boa parada e um descanso merecido. Ouvimos a notícia de que havia chovido forte na parte de baixo, onde ficava o acampamento Tronqueira. Foi aí que lembrei que deixei a barraca aberta... Minha esperança foi de que alguém tivesse fechado. Mas também, não deixei nada dentro. Nesse caso seria só secar... Depois de um descanso merecido, foi fora de continuar descendo. Acho que foi a parte mais sofrida do dia... Começamos a caminhada e nada dela terminar... Tinha certeza que aumentaram alguns quilômetros!  Mais abaixo, uma bela e curta visão do por do sol. O tempo necessário para uma foto e ver as nuvens engolir a grande bola alaranjada.

Continuamos a descida até que finalmente chegamos! Fui direto ver o estado da barraca. Ainda bem que fecharam... Molhou um pouco, mas resolvi rápido o problema. Arrumei minhas coisas, tomei um remédio para dor de cabeça e fui logo para o banho. A água estava gelada. Gelada era pouco, estava congelante! O banho rápido deu uma revigorada e fomos preparar a janta. Ficamos batendo um papo até que o cansaço bateu de vez e foi hora de entrar no saco de dormir e literalmente apagar.... Afinal de contas, já estava a 36 horas sem dormir...

Acordei bem no domingo. A maioria das pessoas que estavam no acampamento haviam subido na madrugada para ver o sol nascer. Aproveitamos para arrumar nossas coisas com calma e nos preparar para o longo retorno. Visitamos ainda algumas cachoeiras e seguimos viagem. Uma final de semana intenso... É claro que valeu, mas poderia ter sido melhor. Do jeito que fizemos fica muito cansativo, mas era o tínhamos! Quem sabe no próximo ano não teremos um final de semana prolongado no Parque Nacional do Caparaó...