terça-feira, 13 de agosto de 2019

Trilha Salkantay - 4 Dias

Por Leandro do Carmo

Trilha Salkantay - 4 Dias

Local: Peru
Data: De 10 a 13/08/2018
Participantes: Leandro do Carmo, Alberto Matrilhas, Rafael Faria, Alexandre Bibiani, Vanessa Berton, Raquel Terto, Leonardo Chicayban

Vídeo completo da Trilha Salkantay




1º Dia da Trilha Salkantay

Cusco x Mollepata x Challacancha – Van (115 KM - https://goo.gl/maps/QzLMXmeqTun)
Challacancha x Soraypampa x Lagoa Humantay x Soraypampa - Caminhada - 12,5 km

2º Dia da Trilha Salkantay

Soraypampa x Chaullay – Caminhada - 23,3 km

3º Dia da Trilha Salkantay

Chaullay x Santa Teresa – Van (30 KM - https://goo.gl/maps/cqfwEZ5Exct)
Santa Teresa x Hidrelétrica – Van (10 km - https://goo.gl/maps/hE5hNEyJD3N2)
Hidrelétrica x Machu Picchu Puelblo – Caminhada - 13 km

4º Dia da Trilha Salkantay

Machu Picchu Pueblo x Ruínas Machu Picchu x Hidrelétrica - Caminhada - 23,7 km
 Hidrelétrica x Cusco - Van (224 km - https://goo.gl/maps/W9epU4iM1TeXb1pk8)

Dicas para a Trilha Salkantay

A Trilha Salkantay é uma bela opção para quem quer chegar a Machu Picchu através de caminhada. É uma trilha bem aberta, sem trechos técnicos. Porém, a altitude cobra seu preço, principalmente no segundo dia. Além de ser o dia mais longo, é o dia onde se chega a maior altitude do percurso, cerca de 4.600m. No geral, o segundo dia é o mais pesado. Os outros são mais tranquilos. Pra quem já tem experiência em longas caminhadas, não terá problemas. Optamos por fazer em 4 dias, mas as possibilidades são muitas.

Relato da Trilha Salkantay

Enfim havia chegado o grande dia. Já estava em Cusco de o dia 06 de agosto e cumpri bem o que havíamos planejado quanto a aclimatação. Para quem vive ao nível do mar e nunca havia subido acima dos 3.000 metros, estar bem preparado, fisicamente e psicologicamente, era muito importante. No ponto mais alto da travessia, estaríamos na marca de 4.600 metros.

Para aclimatar bem e não sentir os efeitos do “soroche”, como é conhecido o mal estar provocado pela altitude, havíamos programado algumas subidas graduais a pontos mais elevados. Cheguei em Bogotá no dia 05/08 e lá a altitude já é de 2.640 m, porém, nada muito diferente do que já subi aqui no Brasil. Por exemplo, o Pico da Bandeira tem 2.892m. Passei quase um dia inteiro por lá, chegando em Cusco no dia seguinte. Em Cusco, já com altitude de 3.400m, foi hora de ver, realmente como o corpo se comportaria.

Já no Aeroporto Internacional de Cusco, já pude provar a famosa folha de coca, disponível logo na saída, perto do centro de informações turísticas. Foi uma tarde para dar uma boa volta pelo centro da cidade. Muita gente já sente logo na chegada. Eu estava bem. Senti que não haveria problemas. Para continuar o processo de aclimatação, optamos por fazer o tour do Vale Sagrado e programamos fazer o Cerro Vinicunca, também conhecida como Montanha Colorida ou Rainbow Mountain. Este seria o cume mais alto de toda a viagem, chegando aos 5.100m.

Cumprida essa etapa, que está em outro relato, passamos a véspera da Salkantay, visitando os sítios arqueológicos próximos a região de Cusco. Esse foi nosso plano de aclimatação. Fomos bem conservadores e pudemos ir preparando o corpo. Achei muito importante esse processo, pois pudemos sentir o frio andino, conversar com as pessoas, integrar mais o grupo, afinal de contas, iríamos passar os próximos 4 dias bem juntos.

Depois de tudo pronto, nos reunimos no Hostel para a conversa final. Ali, acertamos os detalhes e pudemos sair para comprar o que faltava. Nossa programação era sair no dia seguinte, as 4:30 da manhã.

Dia 1 da Trilha Salkantay - Cuzco x Soraypampa

Havia dado tudo certo até o momento. A ansiedade estava grande. Havia passado uma boa noite e como já estava tudo pronto, pude acordar um pouco mais tarde, era só levantar, pegar a mochila e sair. Nos reunimos na recepção do hostel e o nosso guia, o Belli Chaves, chegou na hora combinada. Fomos até a van que nos levaria ao início da caminhada. Era uma manhã fria, assim como as outras em Cusco. Apesar do frio, o céu estava estrelado, o prenúncio de um grande dia.

Ainda estava escuro e o movimento na cidade já estava grande. A maioria dos passeios saem na madrugada. Todos são bem longe. Seguimos viagem e pegamos o Amílcar, cozinheiro da equipe. De lá seguiríamos até à vila de Mollepata, situada a 2.900 metros. Parte do caminho até Mollepata fizemos à noite, não deu para ver muita coisa. Entre cochilos e balanços, chegamos ao ponto onde faríamos café da manhã. O café foi bem servido, como estava muito cedo, não consegui comer muito, mas fiz um sanduíche e guardei na mochila, sabia que mais tarde a fome iria apertar.

Trilha Salkantay
De volta a van, seguimos pela precária estrada, agora já podendo contemplar a bela paisagem. Ao fundo, as montanhas de neve roubavam a cena. Seguimos até chegar a uma casinha no meio da estrada, havíamos chegado à Challacancha, 3.675m acima do nível do mar, ponto de início da caminhada. Lá haviam vários cavalos e muitas pessoas. Descemos da van e nos arrumamos. A expectativa era grande. O dia estava aberto, porém muito frio. Mesmo com sol, foi preciso estar com o anorak. Ajeitei a câmera, o GPS, os bastões de caminhada e dei uma alongada. Após uma rápida conversa, alinhamos alguns detalhes e começamos a caminhada. Estava me sentindo bem, mas como o Alexandre havia comprado o “Soroche pills”, um medicamente contra os efeitos da altitude, tomei um para garantir.

Enfim começamos a caminhar. Achei que fôssemos caminhar na estrada, mas pegamos um caminho subindo e logo estávamos numa trilha. Até o corpo se acostumar, demorou um pouco. Fizemos várias paradas nesses primeiros 30 minutos de caminhada, uma estratégia para se manter bem. Dali em diante, só ganharíamos altitude até o Passo Salkantay, a 4.600m. Depois de subir um bom trecho, começamos a caminhar paralelo à estrada e a um antigo sistema de captação de água. Agora, a caminhada era plana.

Trilha Salkantay
Ao fundo, podíamos ver a muitas montanhas, um cenário bem bonito. Nosso guia foi nos apresentando diversas plantas locais e seus significados. Grandes ensinamentos. Como estávamos num grupo fechado, a interação era grande. Muitas risadas e descontração. O quilômetros foram sendo deixados para trás naturalmente...

Um pouco a frente, paramos num belo mirante. Ali o Belli nos explicou um pouco sobre as montanhas e o que elas significam para os Quechuas. Aproveitei para comer o sanduíche que havia guardado e peguei algumas folhas de coca para ir mastigando. Após algum tempo caminhando, chegamos a entrada de Soraypampa. Ali era o ponto final das vans, principalmente para quem vai fazer o lago Humantay. Passamos por vários campings e alojamentos. Uns bem confortáveis, outros nem tanto. Mas o local é mesmo voltado para o turismo. Cruzamos um rio e fomos direto ao ponto onde acamparíamos.

Trilha Salkantay
Trilha SalkantayHaviam algumas cabanas de palha e montaríamos nossas barracas lá dentro, assim estaríamos bem abrigados do frio. Estávamos a 3.850m e me sentia bem. Ajudei a montar algumas barracas e fomos para o local onde teríamos o almoço. Nos reunimos no refeitório e pudemos degustar uma bela comida preparada pelo Amílkar, sempre com a entrada de uma sopa, característica do Peru. Muita fartura. Não tinha economia na comida. Tudo foi bem servido.

Após o almoço descansamos um pouco e seguimos para a visita ao Lago Humantay. A partir de onde estávamos, seria só caminhar a distância de 1.700 metros, menos de 2km! Mas estamos a 3.900 acima do nível do mar e teríamos um desnível de, aproximadamente, 300 metros. Começamos a caminhar e lentamente fomos ganhando altura. Apesar de curta a subida é dura, ainda mais com os efeitos da altitude. Encontrar uma pedra no caminho era certeza de descanso. Era sentar e recuperar o fôlego.

Trilha SalkantayO dia continuava bom. A vista era fantástica. Nunca havia estado perto de montanhas de neve. Então isso me impressionava bastante. O frio seco incomodava bastante, mas estava preparado. Muita gente vem de Cusco somente para visitar a Lagoa Humantay, logo a trilha fica bem cheia, mas como estávamos já na parte da tarde, não tinha tanta gente assim. Em todo o trajeto, avistamos a geleira lá no topo, cintilante e reluzente. Mais alguns minutos e quando a trilha fica mais plana, a laguna desponta. Havíamos chegado ao nosso objetivo do dia. Um local fantástico. A água com vários tons de verde hipnotizavam. As pedras ao redor, da lagoa, com nevado Humantay acima, tornavam o local um cenário de filme! Nem ficamos muito tempo e o sol começar a ir embora. Sem a luz do sol, o verde do lago se transformou num cinza. O frio foi aumentando. Era hora de descer...

Descemos por aproximadamente 1 hora até o acampamento. Tomamos um chá e depois jantamos. Conversamos sobre o dia seguinte, sem dúvida o mais importante da travessia. Tudo acertado, segui para a barraca, onde separei e arrumei as coisas, pois acordaríamos bem cedo. Ainda. A noite estava completamente estrelada. Teríamos um dia espetacular! Ainda tentei sair para tirar algumas fotos, mas desisti e voltei para barraca. Peguei no sono rapidamente.

Mais algumas fotos do Primeiro dia

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay


Dia 02 da Trilha Salkantay -  Soraypampa x Chaullay (2.920 m)

Acordamos cedo, mas nem comparado com os dias anteriores. Abri o zíper da barraca e fui recebido com um copo de chá de coca bem quente. Vou te falar que faz uma diferença enorme! Deu um ânimo para sair do saco de dormir. Fui consultar o termômetro e a mínima no lado externo da barraca havia sido de -1,9°C e dentro, 3,2°C. Engraçado, mas havia sido uma das minhas melhores noites no Peru. Arrumei tudo e fui para o refeitório, onde o café da manhã já nos esperava.

Trilha Salkantay
Tomamos um belo café, muito bem servido pela nossa equipe. Aliás, um ponto forte da nossa viagem até o momento. Tudo como programado, na verdade, um pouco além, considerando a excelente comida. Como estava muito cedo, não consegui comer muito, mas guardei um pedaço de pão para comer mais tarde. O dia amanheceu espetacular. Se o nosso maior medo era o frio, bem provável que sentiríamos calor hoje, pelo menos enquanto tivesse sol... O dia clareou rápido, mas devido as grandes montanhas, o sol demorou a aparecer.

No lado de fora, já estávamos todos reunidos. Me sentia muito bem, mas tomei um “soroche pill” para garantir. Começamos a caminhada. Fomos seguindo o vale a atravessamos o rio para a outra margem e começamos a subir. Passamos por um acampamento e chegamos a uma parte plana. Uma paisagem bem diferente, está vamos em Salakantaypampa, a 4.150m acima do nível do mar. Devido a altitude, não haviam árvores. O sol já estava quase chegando. A montanha Salkantay roubava a cena. Impossível não se impressionar. Cruzamos o rio novamente. Um pouco mais a frente, cruzamos um trecho com água congelada.

Continuamos por um caminho com bastante pedras. Faltava pouco para sol chegar. A temperatura estava na casa dos 5°C. Continuei mastigando folha de coca para diminuir os efeitos da altitude. Mais um pouquinho de subida e o sol finalmente chegou. Impressionante como o corpo se recupera. Instantaneamente uma onda de calor toma conta e te dá um novo ânimo para continuar a caminhada.

Faltava pouco, mas com a altitude, tudo fica mais difícil. Quando terminei a subida, vi que ainda faltava um longo trecho. Não seria tão fácil assim. Essa primeira parte era plana, estávamos em Suyroqocha, a 4.480m. a placa informava: “ABRA SALKANTAY A 1KM”. Bom, agora estava chegando, mas pensei: “não deve ser moleza...” Estava certo! Uma pequena pausa antes de continuar o ataque final. Ali havia um camping, mas não encontramos ninguém. Continuamos a caminhada.

Trilha Salkantay
Continuamos num trecho curto e depois de uma forte subida, chegamos à “Abra Salkantay”, ponto mais alto da caminhada e passagem entre Salkantay e Humantay. No alto de Salkantay existia gelo de um branco diferente. A azul do céu estava fantástico. A montanha Salkantay, imponente, roubava a cena.

Todas as pessoas que chegavam, comemoravam. Uma vitória chegar ali. Demos um descanso e ao invés de seguir o caminho normal, fomos visitar a lagoa Salkantay. O local é pouco visitado e o Belli nos levou para conhecer. Seguimos andando e logo estávamos caminhando sobre a neve. Minha primeira experiência nesse tipo de terreno. Pisar naquela neve branquinha foi fantástico. Caminhamos até chegar a borda do grande lago. Lá procuramos um local mais abrigado do vento e fizemos uma pausa.

Trilha Salkantay
Belli nos explicou o significado de vários coisas, falando sobre Salkantay, Pachamama, o equilíbrio, entre outras coisas. Participamos de um pequeno ritual e seguimos para Chalaway, onde faríamos nosso almoço. Nuvens pesadas começaram a se formar na direção de onde iríamos.

Seguimos descendo e aos poucos fomos deixando a neve para trás e com ela, a altitude. A medida que descia o corpo ia se soltando mais. Meio que “pra baixo todo santo ajuda”, fomos descendo. Demos uma parada, onde pudemos dar um bom descanso e começou a dar um chuvisco bem leve. Ao fundo já dava para ver algumas construções, mas não sabíamos exatamente onde iríamos parar. As nuvens amentavam e assim que chegamos à Wayracpampa, local onde teríamos nosso almoço, caiu uma chuva forte. Ela veio sem dar trégua. Por pouco não nos pegou no meio do caminho.

Novamente o almoço foi excelente. Ao barulho da chuva no telhado, comi bem e tomei um chá para poder ajudar na digestão. Descansamos um pouco enquanto aguardávamos a chuva passar. Assim que ela deu uma parada, pegamos a mochila e começamos a andar. E, literalmente, andamos! A chuva havia passado, mas olhando para cima dava para ver muita nuvem estacionada na região da Salkantay. Aos poucos, a vegetação de altitude foi dando lugar a arbustos. À medida que descíamos, as árvores iam aumentando de tamanho e em pouco tempo estávamos numa floresta bem parecida com a nossa. Demos uma parada numa venda e descansamos um pouco. Nossa equipe de apoio passou com os cavalos e fui seguindo. Eles andavam rápido!

Trilha Salkantay
Mais um pouco de descida e chegamos ao Camping Challway. Havia terminado o dia mais duro da caminhada. O local tinha muito conforto! Wifii, banho quente, refrigerante, etc... Melhor, impossível. Depois do banho quente tomado, coisas arrumadas, nos reunimos para a janta e um bate papo descontraído. Alteramos um pouco a nossa programação do dia seguinte e fomos dormir...





Mais algumas fotos do Segundo Dia

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Dia 03 da Trilha Salkantay - Chaullay x Machupicchu pueblo

Foi o dia na qual acordamos mais tarde. Devido a nossa mudança nos planos, não faríamos a primeira parte da caminhada. Optamos por contratar uma van para nos levar até Santa Tereza, que é um dos nove distritos da Província de La Convención, situada no Departamento de Cusco, pertencente a Região de Cusco. Lá, visitaríamos as fontes termais. A noite foi ótima, as barracas foram armadas no segundo andar das casas, o que fez a noite ser bastante agradável.

Tomamos um bom café da manhã. Arrumamos tudo e ajudamos a levar as coisas para a van que nos levaria à Santa Teresa. Na programação inicial, desceríamos a pé, mas optamos por seguir de carro. Nos despedimos do José, responsável pelos cavalos e parte da carga. A partir de agora, era outra parte da travessia.

A estrada para descer era muito precária. Em alguns pontos podíamos ver o fundo do vale a centenas de metros abaixo. Ainda bem que a família do motorista estava junto! Assim, acho que não correria muito nesse caminho estreito e perigoso. Continuamos a descida e passamos por diversos grupos caminhando. Paramos num ponto onde pudemos comer algumas Granadillas, um tipo de maracujá bem doce.

Trilha Salkantay
Chegamos à Santa Teresa e paramos no lugar onde teríamos nosso almoço. Lá deixamos nossas coisas e fomos para as Águas Termais. Foi uma manhã para relaxar. Várias piscinas com temperaturas diferentes. A água vem de dentro da montanha. Após relaxar, voltamos para nosso almoço. Almoçamos e preparamos nossas coisas. Parte do nosso material ficou ali mesmo e pegaríamos na volta. Nos despedimos do Amílkar, nosso excelente cozinheiro e de lá seguimos para a Hidrelétrica. Começaríamos a nossa caminhada até Machu Picchu Pueblo. Machu Picchu pueblo ou Machupicchu, também conhecido como Aguas Calientes é uma cidade no Peru às margens do rio Urubamba, cujo nome em Quechua é Machu Pikchu.

Até o ponto onde começaremos a caminhada são cerca de 10km. Passamos na portaria, onde assinamos um livro e de lá continuamos na van por mais alguns metros. O ponto de partida é na estação de trem que vai até Machu Picchu Pueblo. Tem restaurantes e pequenas vendas. Dá para fazer aquela compra de última hora... Iniciamos a caminhada.

Seguimos na linha do trem por alguns metros e entramos num trilha até chegar a outra linha. Dali fomos seguindo até cruzar uma grande ponte. No alto, podíamos ver a cidade sagrada de Machu Picchu. Uma emoção grande poder chegar até ali. Seguimos andando e passamos por vários restaurantes e campings. Passamos também do primeiro ponto de controle para ingressar em Machu Picchu, no dia seguinte teríamos que estar ali por volta das 4 da manhã.

Trilha Salkantay
Depois de aproximadamente 10 km de caminhada, já a noite, chegamos a Machu Picchu Pueblo. Uma cidade pequena mas muito moderna. Construída no meio do vale do rio Urubamba, parecia cenário de filme. As luzes e construções modernas faziam da cidade um local bem diferente dos quais já havia passado. Enquanto em Cusco tínhamos antigas construções, em Machu Piccu Pueblo, tínhamos a modernidade como contraponto.

Fomos até a praça central, chamada de Plaza Manco Capac. Lá nos encontramos novamente com o Belli, que nos levou a um restaurante, onde jantamos. Ali ele nos explicou como faríamos para entrar nas ruínas de Machu Picchu, a hora na qual deveríamos sair, etc. Fomos para o hostel onde passaríamos a noite. Tomei um bom banho e descansei um pouco.  Como ainda estava cedo, não dava para dormir. Aproveitei para dar uma volta na cidade.

Trilha Salkantay
O local é muito aconchegante. Se em Cusco tinha muito turista, aqui não seria diferente. Tem de tudo: mercado, pizzaria e até pão francês! No mercado, comprei logo 6 pães. Comi logo 2 antes de chegar ao hostel. Receberíamos um kit com café da manhã para o dia seguinte, mas como não sabia o que seria, fiz as minhas compras. Ainda demos uma volta para fazer algumas fotos e voltei para o quarto para descansar. O dia seguinte seria um dos mais importantes da minha vida.

Conversando com o pessoal, disse que o dia seguinte seria o mais fácil da viagem. Teríamos um dia de turista! Até hoje o pessoal me sacaneia... Vocês verão o porquê...

Dia 04 da Trilha Salkantay – Machu Picchu e volta a Cusco

Trilha Salkantay
Acordamos bem cedo e saímos no horário combinado. Caminhamos até o primeiro ponto de controle. O acesso às ruínas é liberado somente a partir das 5 horas da manhã. Chegamos por volta das 4. Já tinham algumas pessoas na fila.  Ficamos ali conversando e rindo muito, o que fez o tempo passar rapidamente. Pontualmente a entrada foi liberada. Começamos a caminhada. Atravessamos a ponte e mais a frente começamos o primeiro dos cerca de 2.000 degraus até a entrada das ruínas de Machu Picchu. Ainda estava escuro quando começamos a subir. Muita gente caminhando. Depois de cerca de 1 hora, chegamos à portaria. A fila já estava grande. Procuramos o responsável por nossa visita guiada. Enquanto estávamos na fila, percebemos que alguns ingressos estavam com a data de visitação diferente. Assim que chegamos na roleta, três ficaram barrados.

Não sei o que aconteceu, mas o guia acabou comprando três entradas para o dia errado. Enquanto eles tentavam resolver o problema, eu, Vanessa e Rafael tivemos que continuar andando, pois não podia ficar ali esperando... Apesar de estar realizando um sonho, não curti muito a entrada, pois estava preocupado se o Alberto, Alexandre e o Léo iriam conseguir entrar. Depois de algum tempo, o nosso guia falou que eles entrariam. Aí relaxei um pouco... Mas teve uma hora em que o guia falou: “vocês descem por ali e seguem para o acesso à Montanha Machu Picchu, vocês tem 20 minutos para conseguir entrar”. Começamos a andar... Só que a entrada é longe e quase perdemos o horário.

Quando cheguei na portaria, quem estava lá? Alberto, Alexandre e o Léo! Resolvido. Estávamos juntos novamente. Enquanto estávamos achando que eles não conseguiriam entrar, quase que a gente perde o horário! Bom tudo acertado, começamos a subir bem mais tranquilos. Aí sim, pude começar a curtir e apreciar o local. Foi quando caiu a ficha. Estava em Machu Picchu! Sempre via documentários sobre o local e imaginava como seria ao vivo...

Trilha Salkantay
Tinha visto um pouco da cidade, mas agora era hora de concentrar na subida, afinal de contas ela era longa. Ouvi alguém dizer que eram cerca de 2.500 degraus... O dia estava excelente. A paisagem era bem diferente da qual havíamos estado no dia anterior. Saímos de um local onde a neve era o destaque, para um, onde o verde das florestas era exuberante. A medida que subia, podia ver as ruínas de Machu Picchu ao fundo e ficando cada vez mais distantes. Muita gente de todos os tipos. Gente de sapato, calça jeans, e até de mochilão, como a gente. A verdade é que todos subiam!

Trilha Salkantay
O calor estava forte e os degraus não davam trégua. Concentrando um passo após o outro e depois de passar por inúmeros mirantes, havia chegado no cume da Montanha Machu Picchu. Sua altura é de, aproximadamente, 3.082m e o desnível da subida é de 652 metros, a partir do ponto de controle. A distância percorrida, foi de 2 km. Sentei para descansar e esperar o resto do pessoal chegar. O dia continuava quente e bem aberto. As ruínas de Machu Picchu ficavam bem ao fundo. Tão pequenas que mal dava para acreditar. Com todos reunidos, tiramos várias fotos.

Depois de descansar, era hora de voltar. Ainda tinha muita coisa para fazer... Comecei a descida já com o estoque de água reduzido. Como pra baixo todo santo ajuda, foi bem mais fácil a descida. Rapidamente estávamos no ponto de controle e esperamos todos chegar. O tempo que passei sentado, esperando o pessoal chegar, pude sentir aquela paz e energia que o lugar passa. Apesar da enorme quantidade de gente, sempre há um lugar mais vazio onde você pode relaxar.

Trilha Salkantay
Dei uma volta completa entre as ruínas meio que forçado. Havia encontrado uma sombra para descansar, só que quando tentei voltar, não podia. Tive que seguir andando e dar uma grande volta. Acho que andei uns 20 minutos a mais... Cansado como eu estava, acho que durou umas duas horas!!! Fomos voltando até o local onde havíamos combinado. Ali realmente descansei. Comprei uma água e comi uns biscoitos. Uma parte do grupo seguiu descendo. Ainda teríamos mais cerca de 11 km de caminhada plana. Ainda bem que o Alexandre demorou um pouco a chegar. Bom, era hora de ir embora...

E pegamos o caminho de volta. Descemos as escadas e logo estávamos caminhando ao lado da linha do trem. Era só caminhar... Como num piscar de olhos, havia se passado 4 dias... Uma mistura de satisfação com um certo teor de nostalgia... Havia saído das Ruínas de Machu Picchu há menos de 2 horas, mas era como se eu já estivesse longe há muito tempo... De vez em quando olhava para cima e podia as ruínas bem no alto das montanhas... Quem sabe um até logo?

Trilha Salkantay
No caminho, encontramos algumas pessoas que havíamos visto pela travessia. Depois de tanto caminhar, chegamos novamente na Hidrelétrica. Encontramos a van que iria nos levar novamente a Cusco. O pessoal resolveu almoçar. Eu comprei algumas frutas e fiz um lanche. Estava na hora de saída do trem, uma grande confusão. Fui para van e esperei a galera chegar. Bom, agora era só curtir a viagem de volta... Quem dera se fosse tão simples... A van estava bastante empoeirada, o espaço era pequeno e eu estava literalmente quebrado! Lembra que havia falado que esse seria o dia mais tranquilo? Talvez tenha sido o mais pesado!

As quase 6 horas de viagem de volta até Cusco foram horríveis. Ainda bem que eu estava dormindo e não vi o caminho que fizemos. O Rafael que optou por voltar no dia seguinte, disse que o caminho era no estilo do dia na qual descemos de Chaullay até Santa Teresa. Por isso que demorava tanto! Pelo menos demos muitas risadas com as histórias do Alberto... Chegamos à Cusco por volta da meia noite. Foi o tempo de guardar as coisas e dormir... Não lembro de mais nada!

Mais algumas fotos de Macchu Picchu

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay

Trilha Salkantay


domingo, 11 de agosto de 2019

Trilha da Pedra do Macaco - Maricá

Por Leandro do Carmo



Vídeo da Trilha da Pedra do Macaco, em Maricá. Uma bela e rápida trilha. Com uma caminhada tranquila, chegamos a um cume fantástico. Um grande visual da cidade de Maricá.


quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Via Safenado - Pedra das Sebastianas

Por Leandro do Carmo

Local: Teresópolis
Dia:15/06/2019
Participantes: Leandro do Carmo, Marcelo Correa, Mazinho e Guilherme Gregory

Como chegar à Pedra das Sebastianas

Ponto de início da trilha: https://goo.gl/maps/wBsnPb7fWDQTzz6v5

Vídeo da Via Safenado - Pedra das Sebastianas

Dicas da Via Safenado

A via é um misto de aderências e micro agarras. Uma via bem exposta em algumas enfiadas. Segue numa aderência até a segunda parada, na base de uma diedro cego em arco para a direita. Depois sobe num lance bem bonito, onde se protege com móvel. Nesse ponto, deve-se usar fitas longas e é indicado descer de baldinho e retirar as costuras para diminuir o arrasto, seguindo por um trecho em aderência e bem protegido, se comparado ao restante da via. A quarta enfiada é em aderência e micro agarras, com o último trecho bem exposto. Daí, segue para o A0, recentemente livrado pelo escalador Fabio Salomão e sugerido VIIIa. Na penúltima enfiada, o lance mais bonito da via, um trecho bem vertical, protegido em móvel. Dali até o final, segue sem grandes problemas.

Relato da Via Safenado - Pedra das Sebastianas


A região dos Dois Bicos ainda não conhecia. Quando vi o convite do Marcelo Correa, aceitei prontamente. Já havia visto fotos do local e com certeza seria uma bela escalada! Saímos cedo de Niterói. Ainda estava escuro e nossa programação era encontrar os amigos do CET às 7:30, em um posto na estrada Terê x Fri. Chegamos com pontualidade, eram 7:24.Tomamos um café reforçado no posto Mix e de lá seguimos em direção ao Vale dos Frades.

Chegamos rápido e estacionamos os carros próximos à entrada da Fazenda Quinta do Pinhal. De lá, começamos nossa caminhada até a base da via. Já podíamos ver os Dois Bicos bem à frente e Pedra das Sebastianas, nosso objetivo, a sua direita. Caminhamos por uma estradinha de terra que corta o pasto. Parecia rápido, mas é uma pernada boa... Em um trecho da estradinha, saímos à direita e começamos a subir o pasto em direção a base da via. Num determinado ponto, nos dividimos. Um grupo foi para a via Castelo de Cartas e o outro, para a via Safenado.

O dia estava bem aberto. Uma bela manhã. Na base da via, estávamos eu, Guilherme Gregory, Marcelo Correa e o Mazinho, um dos conquistadores da via. Nos arrumamos e o Guilherme saiu para a primeira cordada. Enquanto ele subia, aproveitei para filmar com o drone. O Marcelo seguiu nessa primeira enfiada e fui logo em seguida. Essa primeira enfiada foi de aderência e micro agarras. Foram duas proteções até a parada. Um aquecimento para as próximas...

A segunda enfiada foi mais curta. Paramos antes de um diedro meio cego. De baixo, parecia perfeito, mas a mão não entra muito. Ainda bem que são lances mais tranquilos. O Mazinho seguiu no lance e protegeu pouco, pulando algumas proteções.  O Marcelo guiou mais uma. Segui para a direita até chegar numa parte vertical, num lance bem bacana. Com uma peça protegendo o lance, passei sem dificuldades, até entrar numa aderência bem forte, porém, bem mais protegida que nos lances anteriores.

Já na terceira parada, foi hora de guiar a próxima... Minha mão esquerda ainda não estava muito boa, mas arrisquei assim mesmo. Comecei a subida levemente para a direita e depois voltei para a linha da via. São apenas dois grampos nessa enfiada de 60 metros. Na subida, ouvi o Marcelo dizer para não ir em direção ao buraco, pois depois deveria seguir para a direita, mas não era eu que estava indo... Era a via que estava me jogando!!!  Não deu outra, parei no buraco e tive que atravessar para a direita. Só que o grampo de cima estava bem acima, o de baixo, bem abaixo... Foquei na subida e fui de pé em pé até chegar à parada. O Marcelo chegou logo depois.

Na quinta enfiada, tínhamos o A0, onde o Mazinho deixou as costuras já posicionadas, o que nos ajudou a subir rapidamente. Mais uma guiada do Marcelo. Subi em seguida limpando a via. Fizemos nossa quinta parada. Ali observamos o crux da via. Uma passagem bem ao lado de um teto, num lance bem vertical, protegido por duas peças bem no alto. A vista para o vale e as montanhas ao redor, como o Cabritos, Branca de Neve, Dois Bicos, Pico Maior, Pico Médio, Capacete, entre outros, era uma coisa fantástica.

O Marcelo seguiu no lance e fui logo em seguida, passando pelo crux. Na nossa sexta parada, ficamos conversando um pouco e o Mazinho nos contou sobre como batizaram a via. Ele nos disse que conquistou a via alguns meses após uma cirurgia no coração. O nome da via acabou ficando “Safenado”. Ainda comentei: “Depois dessa via, não precisou nem voltar no médico para revisão. A cirurgia foi um sucesso!”

Após algum tempo conversando, nos preparamos para o rapel e descemos até a base, onde caminhamos até o carro... Uma excelente via, num local fantástico!

Vídeo de Drone

















domingo, 4 de agosto de 2019

Prudentópolis - A Terra das Cachoeiras Gigantes

Dias: 19 a 23/06/2019

Participantes: Leonardo Carmo e Carina Melazzi



Prudentópolis é uma cidade do estado do Paraná. Ela é conhecida como "Terra das Cachoeiras Gigantes".

A gente já tinha ido pro Paraná uma vez, lá pra Sengés (Vale do Itararé), mas esse estado nos chamou a atenção. 

Depois de uns dias pensando pra aonde a gente iria no feriado, a Carina sugeriu uma cidade chamada Prudentópolis. Na verdade ela já veio com a ideia formatada 😃 e disse pra eu me preparar, pois iríamos viajar por umas 14 horas até o nosso destino final. Levamos 16h 😂. Até aí tudo bem, já tínhamos feito uma viagem de 18 horas somente ida numa pancada só.

Prudentópolis é uma cidade bem acolhedora. Ela é uma colônia Ucraniana. O povo de lá é super receptivo e educado. Parece outro mundo. 

A nossa ideia era de ficar acampado, mas o frio já tava gostoso e por conta da viagem sem descanso, resolvemos ficar num hotel. Depois de umas pesquisas, encontramos o Hotel.com. Acertamos na escolha. O hotel é bem aconchegante e com preço justo. O atendimento é bom. O João foi quem nos recebeu e deu algumas dicas de como chegar em determinadas cachoeiras pegando alguns atalhos.

Depois do hotel reservado e outros detalhes definidos, foi só esperar o dia de meter o pé na estrada. Zarpamos do Rio por volta das 22h30. Saímos meio tarde, pois tínhamos um compromisso e não dava pra sair mais cedo. Como aqui não tem arrego, pé na estrada varando a madrugada.
Levamos 16h para percorrer 1.033 km. À noite, a atenção redobra e a velocidade dá uma caída. Afinal, precisamos permanecer vivos pra poder continuar viajando por aí rsrs.

A viagem de ida foi tranquila, dentro do possível. Chegamos em Prudentópolis um pouco depois do almoço. Estávamos na bagaça da fome. Na verdade a gente queria beber uma cerveja pra dar aquela relaxada, mas a fome falou mais alto e foi só fazer o check-in no hotel e caçar um restaurante. O João nos indicou o restaurante Penteado. Quem se hospeda no hotel.com tem desconto no restaurante.

Depois de almoçar, voltamos pro hotel pra tomar um banho e descansar só um pouquinho. Não dava pra perder muito tempo dormindo. O nosso tempo era curto. A gente tinha 2 dias e meio pra fazer um roteiro que normalmente é feito em 4 dias. Tínhamos muita coisa pra conhecer. Depois de um bom banho quente 😃 e uma horinha de cochilo, saímos à procura de um "buteco" pra beber uma gelada. Nessa hora a gente descobriu que em Prudentópolis não pode andar pelas ruas bebendo bebida alcoólica. A sorte foi que a gente achou uma botequinho bem discreto. Ali foi o nosso refúgio rsrs. Meio dia que tínhamos já tinha ido. Só nos restavam 2 dias.

No outro dia, acordamos cedo e metemos o pé pro Salto 7. Uma curiosidade é que lá o dia clareia mais tarde. Às 7h ainda tava meio escuro, pelo menos nessa época do ano. Chegamos no Salto 7 e resolvemos fazer somente a parte de baixo. Uma trilha curta, porém íngreme. Pagamos R$ 10,00 por pessoa. Esse Salto fica dentro de uma propriedade particular. Lá só pode entrar a partir das 9h.

Depois de curtir o Salto 7, partimos pro Salto São João. Esse Salto é f@d@. A entrada é gratuita. Ufa, que bom! A estrutura pra visitante é bem bacana. Tem estacionamento, banheiro, lanchonete e uma lojinha de produtos típicos. A trilha até os dois mirantes é bem tranquila, sem dificuldade técnica. Não consigo descrever a beleza desse Salto.

Depois do Salto São João, partimos em busca do almoço. A gente tinha visto que no Recanto Perehouski serviam almoço, mas não precisava reservar. Depois de varar as estradas de terra e levantar muita poeria, conseguimos chegar lá e, por sorte, conseguimos almoçar 😆. Pagamos R$ 35,00 por pessoa. 

Nesse almoço a Carina se apaixonou pelo pastel chamado de Varéneke (em ucraniano) ou Pirogue (em polonês), um pastel feito de massa recheada com batata, repolho azedo ou feijão. Uma delícia de pastel. Ele não é frito e sim cozido.

No Recanto Perehouski também tem a Cachoeira Perehouski, mas decidimos não visitar e partir pro próximo Salto. 


Na verdade visitaríamos dois Saltos numa pancada só: Salto São Sebastião e Salto Mlot. Pagamos R$ 10,00 por pessoa. A trilha até a base dos dois Saltos é meio íngreme. Tem algumas cordas fixas que ajudam, mas servem apenas pra "dar um leve". Quando chegamos na propriedade e estacionamos o carro, fomos recepcionados por alguns cachorros e um deles nos chamou a atenção e logo fizemos amizade. Era um vira-latinha chamado "Amiguinho". O bichinho foi e voltou com a gente. Um verdadeiro guia. Ele não pediu nada em troca, além de uns carinhos. Esses dois Saltos ficam um de frente pro outro. Muito maneiro. Uma beleza única. 

Enquanto a gente descia a trilha, percebíamos como tinha lixo. Eram latinhas de cerveja, garrafas de água, copos etc. Descemos catando o que dava e na volta recolhemos tudo. Enchi uma sacola grande. Fizemos uma boa limpeza. 

Depois da gente concluir a trilha, nos despedimos do "Amiguinho" e metemos o pé na estradinha de terra levantando poeira novamente. No meio do caminho, paramos pra comprar uma cachaça local. Eu já tinha levantado essa informação rsrs. Depois da gente dar uma bicada em umas doses, resolvemos trazer uns litrinhos. Daí pra frente foi continuar levantando poeira até Prudentópolis. Nesse dia, a gente deve ter rodado uns 80 km em estrada de terra.

Depois de retornar à cidade, tomamos um banho e fomos jantar. Não foi um jantar comum. Jantamos pratos típicos ucranianos. Depois, partimos pra festinha junina que estava acontecendo na praça central. O difícil foi ficar na festa sem nenhuma bebida pra esquentar rsrs. Lembra que lá não pode beber nada alcoólico  na rua?



Chegamos ao nosso último dia de conhecer as belezas de Prudentópolis. Deixamos o imponente Salto São Francisco por último. Acordamos cedo e o tempo estava fechado, mas a gente nem quis saber. Não tinha escolha. Era ir pra dentro ou ficar no hotel. Esse dia foi pra fechar bonito. Foram mais de 100 km (ida e volta) pra cumprir a missão do dia. Pegamos uma estrada de terra maneira. As estradas de terra tem uma cascalho que maltrata o carro. A poeira cantou pra subir. O carro ficou com poeira até o esôfago rsrs. A gente andou por muito tempo sem encontrar uma alma sequer. O João até disse que se um pneu rasgasse por conta dos cascalhos, a gente ia passar sufoco. Mas como aqui a gente gosta de emoção, não mudamos o trajeto e passamos pela "serrinha". Tem como ir por um outro caminho e pegar somente 4 km de estrada de terra, mas a graça é a dificuldade e o inesperado rsrs. Chegamos na área de estacionamento. Pra nossa surpresa, a entrada era gratuita.

Quem administra é a prefeitura de Prudentópolis. A estrutura também é bacana.

Resolvemos fazer primeiro a parte baixa, ir na base do Salto. A trilha é curta, porém um pouco exigente, principalmente nos 700 metros finais. É um misto de trepa pedra com trepa árvore margeando o rio. Bem no finalzinho a trilha fica perigosa, pois o spray da cachoeira deixa as pedras escorregadias demais. Muito perigoso.

Depois de chegar até a base do Salto São Francisco, foi hora de voltar e conhecer a parte de cima. A volta é praticamente só subida. Caminho bem marcado.

Do estacionamento até a cabeceira é super tranquilo. Dois mirantes que possibilitam um visual tremendo.

Concluindo a missão Salto São Francisco, foi hora de voltar e levantar poeira novamente. E como levantamos poeira. 

Chegando na cidade, foi tempo de tomar um banho, beber uma gelada e partir pra assistir a missa que foi realizada em ucraniano. Claro que a gente não entendeu nada, mas foi uma experiência bacana. Depois da missa, partimos pra festinha junina. Uma bela despedida. 

Ficamos com saudade antes mesmo de irmos embora. Assim que é bom. Sinal que a gente um dia vai voltar pra conhecer o restante da beleza de Prudentópolis.

No domingo, levantamos cedinho, tomamos um gostoso café da manhã no hotel, batemos aquela foto com o João e partimos. Pé na estrada, pois a estrada era longa. Tínhamos pela frente pelo menos 15 horas de viagem.

Na volta, decidimos passar por dentro de Sengés e almoçar, só que por conta do feriado, não tinha nada aberto. Pelo menos deu pra matar a saudade.

Daí pra frente foi sentar o pé. Antes mesmo de chegar em casa a gente já tava planejando a próxima missão. 

Total percorrido: 2.382 km
Mais de 200 km percorridos em estrada de terra
Mais de 30 horas de estrada (ida e volta Rio x Prudentópolis)
Passamos por um total de 34 pedágios (ida e volta) - Total aproximado: R$ 270,00
Gasto total aproximado com gasolina (ida e volta): R$ 950,00

Links úteis:

Wikiloc Salto São Francisco:

https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/salto-sao-francisco-38868596/

Hotel.com/

http://vemprohotel.com/

Pra quem quiser passeios guiados, é só falar com o João, do Hotel.com

Recanto Perehouski - Pra quem quiser comer lá, é preciso fazer reserva

http://recantoperehouski.com.br/

Atrativos que visitamos:

Salto Sete – 77 metros

Salto São João – 84 metros

Salto São Sebastião/Salto Mlot - 120 metros

Salto São Francisco – 196 metros

Outros Saltos que não visitamos:

Salto Manduri

Salto Barão do Rio Branco

Igrejas que visitamos:

Igreja Matriz de São Josafat


Igreja São João Batista


Igreja Nossa Senhora do Patrocínio
















Salto 7

Salto São João

Salto São Sebastião e Salto Mlot

Salto São Francisco