Por Leandro do Carmo
Mergulho em Arraial do Cabo
Dia: 10/02/2025
Local: Arraia do Cabo - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e diversos
Relato
Há um bom tempo sem mergulhar... Essa era a situação. Quando
fiz manutenção no meu equipamento de mergulho, tinha a esperança de que
conseguiria mergulhar mais vezes. Mas acabei me envolvendo muito com a vela e
deixei um pouco de lado. Mas surgiu essa oportunidade e não poderia perder. O
Fábio organizou tudo e ficou mais fácil. Combinamos de nos encontrar as 8h da
manhã, em frente a operadora Private Diver, antiga SandMar.
Combinei com o Leandro de sair as 5h para dar tempo de tomar
um café da manhã com calma. Vimos que havia uma padaria em frente á loja da
operadora e foi onde paramos para tomar café da manhã, por volta das 7h 30min,
após estacionar o carro próximo a prefeitura. Fizemos tudo com calma e após o
café demos um pulo na operadora e acertamos algumas coisas. Por volta das 9h, o
pessoal foi chegando e seguimos para o cais. Já tinha bastante gente e pagamos
logo as taxas de embarque.
Foi muito bom sentir novamente esse clima de mergulho. O dia
estava firme e com uma leve brisa. Condições perfeitas para um mergulho.
Faltava apenas saber das condições de visibilidade da água. Embarcamos e
recebemos a notícia de que tentaríamos mergulhar na parte de fora, algo raro
nas operadoras de Arraial do Cabo. A ideia era ir à Enseada do Oratório.
E seguimos num clima bem agradável com boa conversa. Fomos
lembrando de várias histórias antigas, principalmente da época dos mergulhos
com a Escuna Miss Patrícia, saindo da Pousada Pier 7400, em Monsuaba. A parte
de foram é bem bonita, mas raramente a gente consegue fazer algum mergulho por
lá. Geralmente as operadoras fazem saídas para a parte de dentro, pois não
conseguem grupos homogêneos, tem muita gente que vai fazer batismo, ou está
fazendo o teste de certificação, etc. Mas demos sorte!
Passamos por costões rochosos bem bonitos e logo chegamos à
Enseada do Oratório. Um local bem peculiar, com uma formação rochoso que lembra
mesmo um oratório. Ali, devido a corrente e ao vento, demorou um pouco até
conseguir ancorar com segurança. Me preparei e logo todos foram se arrumando
também. Equipamento montado, grupo definido, era hora de ir para a água.
Tinha muita água viva. Mas muito mesmo. Optamos por
mergulhar para o lado esquerdo do barco. Já fazia um tempo que não mergulhava e
a expectativa era grande. Assim que caí na água, já senti que não seria fácil.
A água estava gelada, bem nos padrões de Arraial. Tudo pronto, começamos a
descer. Assim que comecei ir ao fundo percebi que meu ouvido esquerdo não
compensava na mesma velocidade do direito. Comecei a sentir um pouco de dor.
Fui subindo e descendo lentamente, fazendo a manobra de valsava para conseguir
compensar. Incomodou bastante, mas consegui.
Seguimos o mergulho como programado. Fomos costeando o
paredão e vimos muito pouca vida. Tinha muito mais água viva do que na
superfície e a única surpresa do dia foi uma arraia passou bem ao meu lado. O
frio já estava incomodando e começamos o retorno. A volta foi bem tranquila e
sem muita coisa para ver. Já bem próximo ao barco, subi até a superfície e fui
nadando até subir ao barco. Me sequei e procurei um sol para esquentar um pouco.
Fez até um pouco de frio.
Algumas pessoas terminaram o batismo e fiquei pensando o
quanto deve ter sido ruim essa experiência. Podemos combinar muita coisa, menos
as condições da água! Com todos no barco, voltamos para o nosso seguindo
mergulho. O local escolhido foi o Enseada do Anequim, já na parte abrigada da
ilha do Farol. Faríamos um drift, que é um mergulho a favor da corrente. O
Barco deixa a gente num ponto e nos resgata mais a frente. Já mergulhei várias
vezes ali e sempre vemos bastante coisa.
Nos equipamos e fomos para a água. Após nos reunirmos,
iniciamos a descida. Comecei a descer já nos primeiros metros não consegui
compensar, novamente, o ouvido esquerdo. Tentei diversas vezes e quando senti
que a dor estava aumentando, resolvi abortar o mergulho e subir. Já na superfície,
vi o barco bem longe e fui nadando em direção a ele. Já no barco, troquei a
roupa e fiquei curtindo um sol gostoso que batia na proa da embarcação. A tarde
estava bem agradável. Aproveitei para fazer um lanche enquanto o pessoal curtia
o mergulho.
Essa foi a primeira vez que não consegui compensar. Tem sempre
a primeira vez... Aos poucos todos foram voltando ao barco e seguimos até ao
cais. Nos despedimos e seguimos andando até a mesma padaria onde tomamos o café
da manhã e fizemos um lanche antes de pegar a estrada e voltar para casa.
Um sábado bem agradável e com a esperança de que me anime e
volte a mergulhar com mais frequência.