segunda-feira, 5 de outubro de 2015

BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - Do km 8.954 ao 9.285.

Hoje o dia teve apenas 331 km, de Campos dos Goytacazes até a cidade do Rio de Janeiro. Iniciamos o dia com um belo café da manhã no Hotel Silva, preparamos as estradeiras e partimos para nosso ultimo dia de estrada. A Garça desenvolveu muito bem, apesar da vibração resultante de sua roda avariada. Falcão Azul está cheia de gás. O tempo no Rio de Janeiro estava bem fechado, contrastando com nossos semblantes, cansados  mas muito felizes. Pegamos forte chuva próximo a Rio Bonito, lavando os dois motociclistas que passaram de empoeirados para encharcados.

Em pouco tempo a Ponte Rio-Niterói se revelou à nossa frente, indicando a proximidade da Cidade Maravilhosa. Aí já não dava mais pra conter o grito de alegria e as lágrimas de felicidade. As incertezas, receios, dores e a pedra haviam ficado para trás. Chegamos!!! As rotações se reduziram, as motos foram estacionadas e os motores desligados. No odômetro, 9.285 km, nas motos, marcas físicas de estradas duras, nos motociclistas, gratidão, por uma viagem perfeita. Vai ser difícil viver abaixo de 8.000 rotações por minuto. Como diz o Fábio, a estrada separa os homens dos meninos.

Com isso, concluímos, no vigésimo segundo dia, o Projeto Nordeste, totalizando 9.285 km (331 km no dia). Belos dias de estrada, de Brasil e de amizade. Estamos no Rio de Janeiro - RJ e aqui ficaremos, até a próxima viagem. Onde iremos agora??? A resposta meu amigo, está soprando no vento.

Km 9.285.

É isso.

Vamos fazer vento?
 












 

domingo, 4 de outubro de 2015

BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - Do km 7.999 a 8.954.

Havia uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho havia uma pedra.

Finalmente começamos a rodar antes das 7hs. Ás 6h50 já estávamos com as rodas no asfalto, após um delicioso café da manhã na Pousada Positivo, na cidade de Itabuna - BA.

A meta era ambiciosa, chegar no estado do Rio de Janeiro. Combinamos de só parar para abastecer, o que significa, em média, parar a cada 250km rodados. Como amadurecemos! No início, quando chegávamos a 100km sem parar, chamávamos de senhor esticão. Assim o fizemos. Por não ter combustível para chegar ao posto com bandeira que priorizávamos, resolvemos escolher a VPower Nitro, da Shell para completar nossos tanques. Foi surpreendente como o desempenho das motos melhorou. Agora essa é a nossa preferência.

Despedimo-nos da região nordeste na divisa dos estados Espírito Santo com Bahia, após um belo ângulo do Monte Pascoal e das montanhas baianas. Somos muito agradecidos por todos aqueles que colaboraram na realização desse projeto. Um sorriso, uma pousada, um apoio, um "boa viagem". Tudo isso fez esse projeto ser especial e inesquecível, lembranças guardadas não só em fotos, mas na cabeça e no coração. Obrigado.

Pensamos, agora é só seguir o caminho de casa, Espírito Santo e Rio e chegaremos tranquilos, mas havia uma pedra no meio do caminho. Logo após a divisa, cerca de 50 km, estávamos em uma reta desenvolvendo a velocidade de cruzeiro (limite permitida) quando uma pedra resolveu aparecer no nosso caminho. Não deu para desviar, peguei em cheio. A pedra ainda resvalou no pneu da Falcão Azul, mas sem consequência. A pedra machucou a Garça, que está mancando. Fiquei agradecido por não ter ido ao chão e por não ter sido com o Fábio. Procuramos uma oficina para consertar, mas sem sucesso. Pensamos em chamar o reboque do seguro, mas decidimos trazer a moto para casa, rodando, fazendo vento. A moto perdeu um pouco da estabilidade mas é guerreira, estamos vindo com calma. No Rio ela receberá tratamento adequado e ficará nova em folha. Lançamos âncora em Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, atingindo o objetivo.

Com isso, concluímos  o vigésimo primeiro dia do projeto, completando 8.954 km no total (955 km no dia). Um belo dia de estrada e resistência, estamos em Campos dos Goytacazes - RJ. Amanhã esperamos chegar ao Rio por volta de 12hs, dar um abraço nos amigos e familiares e comer a deliciosa comida de mamãe.

Km 8.954.

É isso.

Vamos fazer vento?









sábado, 3 de outubro de 2015

BTBW na Estrada - penúltimo dia do Projeto Nordeste


Quando as dores chegam e o cansaço toma conta, lembramos que as grandes vitórias são sempre conquistadas com muitos esforços. Em situações adversas, a fortaleza se sobressai e a motivação interior se revela grande aliada, o pequeno se torna grande. A amizade aumenta quando temos de percorrer juntos estradas não asfaltadas, com buracos, difíceis. Quantas estradas um homem deve percorrer?   

Hoje iremos nos despedir da Bahia e, com ela, do nosso amado Nordeste. Foram tantos rostos, lugares, cheiros e sabores. Vamos dizer um "até logo" pois voltaremos em breve. Como diz o compositor baiano: andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar. Obrigado por nos acolher região querida, nós te amamos.

Esperemos ainda hoje entrar no estado do Rio de Janeiro e, amanhã, na cidade do Rio.

É isso. BTBW na Estrada. Vamos fazer vento.


BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - Do km 7.341 a 7.999.


Tentamos sair cedo de Estância-SE, tentamos. Saímos da Pousada Jardim às 7hs e seguimos, acelerando em sentido Bahia. Já havíamos constatado que a corrente da Falcão Azul precisava de ajuste mais técnico, porém seria rápido. Paramos em Umbaúba, na TN Motos (79 3546:1328), onde fomos recebidos pelo técnico Neilton. Em uma criteriosa avaliação, Neilton constatou que a Falcão Azul precisava de resolver duas questões: a coroa estava rachada e a porca retentora do pinhão apresentava avançado grau de desgaste. Como não haviam as peças necessárias, a Garça cumpriu a missão de levar Sandro e Fábio de volta à Estância, onde as peças foram encontradas na Moto Ciclo (79 3522:1561). A Garça teve suas pastilhas de freio traseiro trocadas e recebeu lubrificação e calibragem. Prontas para a estrada, as duas motos fizeram vento às 11hs, agora sim em direção à Bahia. Fábio gostou muito do desempenho da Falcão Azul após a troca da coroa (maior), igualando sua velocidade final à da Garça. Ficam as dicas para quem precisar de peças e serviços de moto na região.    

Apesar do começo tarde, após os reparos, conseguimos rodar bem e fazer a maior quilometragem diária do Projeto Nordeste, foram nada menos do que 658 km. Boa parte devido às condições da rodovia, que tirando alguns problemas de sinalização, se apresentam muito boas, e sem pedágio. A fotografia estava linda, com um céu azul e um Sol que nos acompanhou por todo o dia. Jogamos nossa âncora na cidade baiana de Itabuna, instalando-nos na Pousada Positiva, ótimo atendimento.

Com isso, concluímos  o vigésimo dia do projeto, completando 7.999 km no total (658 km no dia). Um belo dia de estrada e Brasil, estamos em Itabuna - BA. Amanhã esperamos bater novamente o recorde. Rio de Janeiro... Rio de Janeiro... Chegaremos no domingo, por volta da hora do almoço.

Km 7.999.

É isso.

Vamos fazer vento?
 












 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - Do km 6.698 a 7.341.

Saímos de Campina Grande já levando na mala bastante saudade. Fomos acompanhados pelo primo  Junior até a saída da cidade, onde pude visualizar as instalações da Casa de Show Spazio e o estacionamento que foi onde aprendi a andar de moto há mais de 20 anos. Hoje passo no local com um pouco mais de experiência.

Agora pegamos a reta de descida para o Rio de Janeiro, BR-101. As paisagens vão aparecendo e se distanciando de forma rápida. A estrada está boa, mas com muitos trechos em obras. As motos voltaram a desenvolver bem. Passamos por uma manifestação em Alagoas, onde a BR foi interditada. Veículo pequeno tem esse benefício, conseguimos passar por um desvio e seguir viagem. Em Sergipe presenciamos um espetacular por do Sol.  Esticamos até a cidade de Estância, onde jogamos âncora já sem a luz do dia. Derrubamos um prato descomunal no jantar, que delícia. Já estamos pertinho da Bahia, onde pretendemos adentrar logo cedo e fazer vento. Estamos voltando.   

Com isso, concluímos  o décimo nono dia do projeto, completando 7.341 km no total (643 km no dia). Um belo dia de estrada e Brasil, estamos em Estância - SE.

Km 7.341.

É isso.

Vamos fazer vento?
 







 

BTBW na Estrada - Projeto Nordeste - km 6.698.


O dia foi reservado para manutenção nas motos e visitação à familiares. Falcão Azul teve seus injeção eletrônica revisada, agora está 100%. A Garça tem requerido apenas a manutenção regular.

Fomos à Lagoa Seca - PB para visitar alguns tios e primos que residem na cidade. Dia de reencontros, é sempre muito bom. Fechamos o dia com uma confraternização, na qual aproveitamos para se despedir, BTBW na Estrada precisava levantar âncora.

 Com isso, concluímos  o décimo oitavo dia do projeto, completando 6.698 km no total (0 km no dia). Um belo dia, estamos na Paraíba.

Km 6.698.

É isso.

Vamos fazer vento?






quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Garrafão - PARNASO

Por Leonardo Carmo


Data: 25/06/2015


Participante: Leonardo Carmo, Marcos Lima, Tauan Nunes e Roberto Andrade

O Garrafão sempre foi um dos meus objetivos e acredito que seja o de muita gente também.

Marcos Lima, parceirão de escalada e perrengue rsrs, também tinha esse objetivo. E aí sabe né... rola uma mensagem... um pergunta pro outro se ta de bobeira no outro dia... e aí... prenuncio de aventura. PitBull na montanha!!!

O Tauan Nunes e o Roberto Andrade também embarcaram nessa com a gente.

Bom, o grupo estava formado. Saímos de Niterói por volta das 4:30. Queríamos entrar no parque às 6 da manhã, pois a previsão do tempo era de calor escaldante.

Começamos a subida pela tradicional trilha da Pedra do Sino. Começamos num ritmo alucinante. Só paramos no Abrigo Três para comer alguma coisa. Fizemos Barragem x Sino em 2:40 hs.

Ainda estava cedo mais o sol já sapecava. Uma breve parada no cume para fazer a leitura do caminho e pé na estrada, ou melhor, pé na laje de pedra rsrs.

Começamos a descer. Laje de pedra e vegetação rasteira em meio a um zig zag. Mais a frente o capim de anta junto com uma planta com folhas que mais parecem espinhos tomam conta do caminho. Essa vegetação é tão densa e alta que é impossível ver quem passa por ali.

Nesse trecho tem que tomar muito cuidado, pois forma um labirinto de vegetação e tem vários
buracos. Alguns fundos e outros mais rasos.

Tomar muito cuidado.

Uma dessas folhas que parecem espinhos furou o braço do Marcos Lima e curiosamente não saiu sangue. O sangue ficou preso. O braço começou a inchar. Cogitei em abortar a missão, mas voltar dali seria frustrante. O Marcos Lima então resolveu fazer um furo na pele para o sangue poder sair. 

Ele fez um corte no local, mas não conseguiu fazer com que o sangue saísse. O cara não arregou. Juro que lembrei dos filmes do Rambo rsrs.

Depois da gente avaliar a situação e já pressionando o Marcos rsrs pra ele seguir rsrsrs, resolvemos continuar.

Seguimos por mais uma laje de pedra. Muitos totens e setas riscadas na pedra indicando o caminho nessa parte. Entramos novamente em uma vegetação densa e espinhenta só que menos alta. No final dessa parte tem uma descida em uma curta laje de pedra que leva pra uma outra parte de vegetação que da na entrada do mini salão.

Atenção!!!

Dessa saída tem uma fenda dos dois lados. A vegetação esconde a fenda. Se cair ali é a morte.

Chegando ao mini salão, vem a parte da chaminé. Ali tem um grampo. Pode descer com o auxilio de uma corda ou passar por um buraco bem estreito mais a esquerda e sair mais na frente, ainda nesse mini salão.

Logo após a saída desse salão, vem o lance de cabo de aço. Ali, mesmo com esse tempo seco, sem chuva, estava molhado. Não aconselhável em época chuvosa.

Por segurança, montamos o rapel e descemos. Essa descida da quase 30 metros.

Deixamos a corda lá, pois teríamos que voltar fazendo ascensão.



Estávamos perto do cume. A vegetação voltou a ficar fechada e cortante. Apesar disso tudo, nesse trecho, o caminho é óbvio.

No penúltimo lance, a exposição é grande. Pra quem escala, o fator psicológico é tranquilo. Tem uma corda fixa, mas ela não está confiável. Passamos ali procurando umas pequenas agarras no paredão pra não utilizar a tal corda.

Depois vem o último lance que é pura aderência. Mais à direita tem um grampo, mas não precisamos usar. Subimos só na aderência mesmo. No grupo, todos escalavam.

Do cume do Garrafão tem uma vista incrível. Só indo lá pra saber do que estou falando.

Tiramos fotos, assinamos o livro de cume... e sem ficar lá por muito tempo, começamos a fazer o caminho de volta. O sol estava queimando o couro e o tempo também começava a mudar.

Pegar uma mudança de tempo ali não seria nada legal.

A volta é cansativa. Subida pura até o Sino. O lance de cabo de aço pra quem domina técnicas de ascensão é super tranquilo.

Obs.: não recomendo levar pessoas que não dominam técnicas de rapel e ascensão.

Chegamos novamente ao mini salão. Fizemos a chaminé e tocamos pra cima. Passamos por toda vegetação cortante novamente. Lajes de pedra, etc... No meio do caminho, por causa da mudança do tempo, deu uma aliviada no calor.

Passamos pelo Sino e só demos uma pequena parada no Abrigo 4.

Pegamos a longa trilha até a barragem.

Mais uma missão cumprida.

Fizemos toda essa expedição em 12 horas. 


Antes de terminar já estávamos planejando a próxima rsrs.