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domingo, 24 de junho de 2012

Eslcalada na Urca - Via Vilma Arnaud

Por Leandro do Carmo

Vilma Arnaud – 4º V E2/E1 D2 185 metros


Local: Morro da Babilônia, Urca RJ
Data: 17/06/2012
Participantes: Leandro do Carmo e Leonardo G Carmo


DICAS: A base da via fica após a Roda Viva; uma pedra deitada, forma um pequeno platô; a primeira proteção é uma chapeleta; na primeira enfiada a proteção é mais distante que as outras; existem parabolts sem chapeletas entre os grampos; na segunda enfiada, a proteção está bem próxima, nela o grau aumenta; possibilidade de rapelar por fora da via, usando duas cordas.

Depois de um final de semana de chuva, nada como olhar na previsão do tempo e ver que a probabilidade de chover no sábado seria de 0%!!!! Éramos em quatro, dois guias e dois participantes: Eu, Guilherme , Leonardo e Luiz, respectivamente. Dei uma olhada no croqui e sugeri entrar na Vilma Arnaud e IV Centenário, lá no Babilônia. São duas vias que tem a mesma graduação, vão seguindo quase paralelas e terminam muito próximas uma da outra.

Chegamos cedo à Urca. Encontramos o mestre David, esperando dois alunos e trocamos um idéia. Na portaria, vimos que já tinha uma cordada na IV Centenário. Não mudamos os nossos planos e caminhamos até a base. Lá, eu e Leonardo, ficamos na Vilma Arnaud e  Guilherme e Luiz foram até a IV Centenário, onde estavam dois escaladores se preparando para subir. Eles aguardariam um pouco e subiriam logo depois. Me arrumei, repassamos a corda, dei a última olhada no croqui e comecei a escalar. Pararia, na segunda parada dupla, depois de 10 costuras.

O começo foi tranquilo. Fui costurando e percebi que existiam alguns parabolts entre os grampos. Isso me confundiu um pouco, não sabia se os contava ou os pulava. Porém, como os lances estavam relativamente tranquilos, continuei subido.  Passei pela primeira parada dupla e depois alcancei a segunda. Esse começo seria um aquecimento para o resto da via, pensei... Quando cheguei a primeira parada, vi que o Guilherme começava a iniciar sua subida. A cordada da frente demorou um pouco para subir. Nessa hora, avisei ao Leonardo par subir. Ele se preparou e começou a limpar a via. Veio subindo devagar. Em alguns lances lembrava para ele “testar os lances”, coisas que o participante tem que aproveitar... E assim ele fez...

Quando chegou a parada, percebi que ele estava esgotado. O sol não era tão forte, mas dormir tarde... Isso sim acaba com qualquer um. Acho que a próxima enfiada, por ser mais difícil, aliada a saída que era bem vertical, o fez desistir. Pensei: “vou fazer a próxima enfiada e depois rapelo até onde ele está.” Beleza, comecei a subir.

Na saída, costurei logo a chapeleta, com receio da queda. Ela é baixa, duas passas e logo está nela. Costurada, fui mais tranquilo até o segundo grampo. Apesar de vertical, existem boas agarras, o que torna o lance não muito complicado. Continuei subindo e pelo que já tinha lido no guia, viria alguns lances de V, com pequenas agarras. Fui subindo com precisão. Além de pequenas agarras, era uma parte com muitos cristais, o que tornou a parede muito lisa e escorregadia em alguns lances. Apesar da dificuldade, os lances são bem protegidos, o que torna a escalada bem tranquila. Senti o grau bem constante nesses lances. Fui subindo até a parada, quando puxei a corda para repelar.

Quando estava descendo, ouvi um barulho e logo olhei para a cordada do Guilherme. Só vi o cara rolando parede abaixo. Bateu no Luiz que lhe dava segurança e continuou caindo, até que só o ouvi gritando: “SEGURA, SEGURA, SEGURA”. Foi tão rápido que nem deu tempo de pensar em nada. Assim que ele parou de cair, já levantou. Então vi que estava tudo bem. Fiquei mais despreocupado. Nessa hora, comecei pensar em um monte de coisas. Como que ele havia caído, por que será que ele desceu tanto, etc.

Cheguei a parada onde meu irmão estava e continuei a observar o Luiz e o Guilherme. Eles começaram a rapelar. Também nos preparamos e começamos a descer. Quando chegamos à base, entendi o que havia acontecido.

O Guilherme caiu quando foi costurar o primeiro grampo após a primeira parada, ocasionando uma queda fator 2. Quando a corda deu o baque, puxou a mão do Luiz, esfolando os dedos no atc e na corda. O Guilherme ainda desceu mais um pouco e depois dos gritos de “segura”, o Luiz prendeu a corda. O Guilherme ralou os dedos da parte de fora da mão e o ombro na queda. Foi aí que lembrei de alguns procedimentos bem simples que poderiam ter minimizado o impacto da queda. Mas isso aí vai ficar para uma outra postagem...


Fotos

Via Vilma Arnaud

Via Vilma Arnaud

Via Vilma Arnaud

Via Vilma Arnaud

Via Vilma Arnaud


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Escalada - Via Roda Viva - Babilônia / Urca

Por Leandro do Carmo

Via Roda Viva 4º VI E2 D1 140 metros


Local: Babilônia – Urca
Data: 07/01/2012
Participantes: Leandro do Carmo, Guilherme Belém e suzana.


Passei a semana inteira esperando o sábado chegar e quando chegou a sexta, o tempo virou e caiu uma chuva de desanimar. Pensei que a escalada do sábado já tinha acabado. Liguei para o meu irmão, que já estava desanimado, e ele desmarcou. Quando liguei para o Guilherme, já querendo cancelar, ele me falou para esperar, pois ele iria acordar cedo e daí, veríamos como ia ficar.

Não deu outra, as sete da manhã o céu estava limpo. Nem sinal de chuva. Liguei insistentemente para o meu irmão e ele não me atendeu. Resolvemos partir assim mesmo. No caminho, ligamos para a Suzana. Ela aceitou na hora.

Marcamos na praça da Urca, como sempre. Já estávamos lá quando vimos o Davi chegando. Estávamos pensando em entrar na Reinaldo Benken, mas olhando lá de baixo, vimos que a via ainda estava muito molhada e demoraria muito para secar. Dava para ver a marca d’água na parede do Babilônia. O Davi nos sugeriu a M2 ou a Roda Viva. Esperamos a Suzana chegar e fomos para a trilha. No caminho iríamos pensando.

Na base da Reinaldo Benken, encontramos o Flávio Daflon que também nos deu a dica da M2, Roda Viva ou a Arca de Noé. Olhando para cima, confirmamos o quanto a parede estava molhada. Demos uma olhada no Guia da Urca e resolvemos que fazer a Roda Viva. Curiosamente, foi lá que fizemos a primeira aula com a Companhia da Escalada. Chegamos a base da via e enquanto o Davi dava a primeira aula para dois alunos, nos preparávamos e de tabela, ouvíamos os ensinamentos do mestre.

Ficou decidido que o Guilherme guiaria as primeiras enfiadas e ficaria com o resto. Fizemos uma cordada em A. O Guilherme começou a subir e chegou rapidamente no primeiro grampo.  No começo, o pequeno diedro estava bastante molhado. Ele continuou subindo sem problemas. Esses lances de III são bem tranqüilos.  Chegando a primeira parada e foi minha vez de escalar. Subi muito tranquilo, bem rápido. Optei por subir a esquerda do diedro, sem usar a oposição. Cheguei a primeira parada e foi a vez da Suzana que também escalou sem problemas.

Prontos para a segunda enfiada, o Guilherme guiou rapidamente e com precisão. Comecei a subir e a Suzana veio logo atrás. Chegamos a segunda parada e o Guilherme guiou a terceira enfiada. Essa um pouco mais difícil com um lance de IIIsup. Chegamos todos e aí foi minha vez de guiar. Dali para cima seria comigo. Agora a escalada ficaria boa. Participar é muito bom, dá para treinar umas passadas, confiar mais nas pequenas agarras, aderência... Mas guiar é diferente. Até chegar ao grampo de cima, o negócio é outro!!!!!

Lá no alto, apesar do sol, estava mais fresco que na base da via. Acho que o vento ajudava um pouco. Me preparei e comecei a subir. A saída já é complicada, pois essa parada não é muito confortável. O risco de um fator dois é grande. Poderia até cair em cima do Guilherme e da Suzana. Cheguei ao primeiro grampo, aí já deu uma aliviada. Essa enfiada já começa forte e logo vem o primeiro lance de VI da via. Algumas agarras pequenas e boa aderência dos pés, ajudaram a vencê-lo. Achei um pouco exposto apesar do E1 do lance no croqui. Na verdade só fui saber que seria uma lance de VI depois que já tinha feito a via. Achava que seria um IV. Vencido o VI grau, foi passar pelo IV e chegar a quarta parada. Aí, foi dar segurança ao Guilherme e a Suzana, que também sentiram o primeiro crux da via.

Depois daí, fizemos uma pequena diagonal para a direita, porém não foi possível continuar, pois dava para ver que a última enfiada ainda estava molhada. Acho que o melhor ou o pior, dependendo do ponto de vista, já tinha passado. Demos uma rápida descansada, bebemos uma água e nos preparamos para o rapel. Fizemos ao todo 5 rapeis, inclusive um em diagonal, muito bom. Na hora da descida, deu para ver como era vertical o lance de VI.

Valeu e até a próxima!!!!!!!!!

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Via Roda Viva

Via Roda Viva

Via Roda Viva

Via Roda Viva

Escalada - Via dos Italianos - Pão-de-Açúcar

Por Leandro do Carmo

Via dos Italianos 5º Vsup E1/E2 D1 95 metros


Local: Pão-de-Acúcar - Urca
Data: 24/12/2011
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém.

Quando fui a primeira vez no Morro da Urca, olhei para o Pão-de-Açúcar e vi que tinha alguns escaladores no meio de uma parede vertical e pensei: como é que esses caras conseguiram chegar lá? Será que um dia conseguirei chegar lá? Muito tempo se passou e hoje teria a oportunidade de escalar a tão famosa Via dos Italianos.

Tudo começou com um mal entendido na lista da Companhia da Escalada, onde o Orlando comentou com a Suzana que eu iria escalar a Italianos. Quando falei com a Suzana e com o Bruno, achei até engraçado... Eu que nunca tinha guiado nenhum lance de V, como é que guiaria uma via inteira nesse grau? Até que deu vontade...

Com a notícia, a galera se empolgou e logo marcaram uma invasão na Italianos. Era tanta gente querendo participar que não teria guia suficiente para as cordadas. De primeira, já avisamos que seria um participante para um guia, visto a dificuldade da Italianos. Depois de tantas trocas de e-mails, ficou dividido da seguinte forma: Nereira com Júlia, David com Suzana, Bruno com o Ricardo e Eu com o Guilherme. Duas cordadas marcaram às 06:00 e outras duas às 06:30, pois como é uma via muito concorrida, poderia ter um engarrafamento na base.

Eu e o Guilherme chegamos na praça às 06:40 e não tinha ninguém. Resolvemos subir, pois achávamos que o Bruno e o Ricardo já haviam subido. Subimos a trilha bem rápido e ao chegarmos na base, encontramos o pessoal. O David já estava chegando à primeira parada, Suzana, Nereida e Cláudio já estavam prontos. A Júlia, o Bruno e o Ricardo não foram. Olhei para o alto e vi que a via era mesmo vertical, porém achava que dava!!!!!

O David chegou na parada e a Suzana iniciou a subida. Logo em seguida, foi a vez da Nereida começar a guiar. Nessa hora chegou o Flávio Leone, que iria fazer a Cavalo Louco. Fui prestando atenção nas passadas dele para ter uma idéia desse começo. Senti que era um pouco exposto, porém, tinha uma fenda que dava boa pegada, tanto para as mãos quanto para os pés.

Depois que o Cláudio estava no meio da primeira enfiada, decidi que era hora de subir. Guiar a vista é sempre diferente. Iniciei a subida logo cheguei ao primeiro grampo, costurei e segui em frente. Esse começo é bem tranquilo. Costurei o segundo e continuei subindo na oposição até o terceiro grampo, onde precisaria de uma costura bem longa, pois o lance acima seria uma diagonal para a direita e não queria que o atrito da corda aumentasse. Passada essa pequena diagonal, vinha o primeiro lance difícil. Acho que um Vsup, já para aquecer.

Lance bem protegido, o que dá uma pouco mais de segurança. Deixei ele para trás e continuei subindo. A parede bem vertical e graduação bem constante dão mais adrenalina a escalada. Quando estava na metade da primeira enfiada, o Flávio Leone avisou que uma costura que estava com o Cláudio havia caído no platô entre o CEPI e a Italianos. Me concentrei e continuei subindo. Cheguei a primeira parada dupla. Minha intenção era dar segurança ao Guilherme na segunda parada dupla, mas lá estava cheia. A Suzana, a Nereida e o Cláudio ainda estavam lá.

Preparei a equalização e pedi para o Guilherme procurar a costura do Cláudio. Ele procurou por uns 5 minutos e nada. Resolvemos continuar a escalada para não atrasar muito. O Guilherme iniciou a subida. Veio recolhendo as costuras e vencendo lance por lance. Chegando na parada ele me confirmou o que eu havia percebido: a via é f...

Tivemos que esperar um tempo até as cordadas de cima deixarem a parada. Com isso, o desgaste foi aumentando. Na Italianos, as paradas não são muito confortáveis. Quando o último participante saiu da parada de cima, me preparei e iniciei a segunda enfiada. Pensei que talvez fosse ficando mais fácil, mas engano meu. É quinto grau até em cima, sem dar descanso!!!!!!

Dei mais uma esticada e o cansaço foi batendo, dei uma meia parada e já havia subido mais uns trinta metros. Nessa hora, o cansaço bateu de vez e resolvi dar uma descansada. O corpo foi esfriando. Olhei para o grampo de cima e falei para o Guilherme que para mim não dava mais. Perguntei se ele gostaria de subir até onde eu estava e ele respondeu que para ele estava bom também.

A missão foi parcialmente cumprida!!!! Quando resolvi fazer a via já tinha em mente que iria subir até onde desse e que teria grande chance de não terminá-la. Pedi ao Cláudio que avisasse ao pessoal que eu e o Guilherme iríamos descer. Puxei a corda e preparei o rapel. Desci até a parada onde o Guilherme estava. Em seguida o Guilherme rapelou até a base, depois foi minha vez.

Ao chegar a base, o Guilherme achou a costura do Cláudio. Analisamos a escalada, o grau de dificuldade, enfim, aprendemos muito com essa via. Com certeza uma das mais belas do Rio de Janeiro. Aguardaremos a próxima oportunidade para tentar encadená-la por completo.

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Via dos Italianos

Via dos Italianos

Via dos Italianos

Via dos Italianos

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Escalada - Via Diedro Pegasus - Babilônia Urca

Por Leandro do Carmo

Via Diedro Pégasus 4º IVsup E2 D1 85 metros


Local: Babilônia – Urca
Data: 26/11/2011
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém

O terror dos tornozelos!!!! Assim me disseram quando falei que iria escalar o Diedro Pégasus, um bonito diedro, com mais ou menos 20 metros, 4º IVsup E2. Nessa empreitada, como sempre, o Guilherme estava junto. Chegamos na Urca por volta das oito da manhã. Os Daflons já estavam lá, como sempre, esperando o pessoal do curso. Conversamos um pouco e eles nos deram algumas dicas sobre a via. Deveríamos tomar cuidado entre o 1º e o 2º grampo, pois a queda, poderia levar o guia a platô.

Assimilados os ensinamentos dos mestres, partimos para trilha. Entramos pela portaria do bondinho do Pão-de-Açúcar. A Cíntia veio logo atrás, daria uma aula experimental a uma aluna. Ela ainda falou: “Leva um galho para ir abaixando o mato, pois lá tem cobra, devido ao fato da trilha ser menos acessada”. E assim foi feito. O Guilherme foi na frente e a gente até brincou: “Será que tem cobra mesmo?”. Melhor não arriscar...

Fui com o Guia da Urca na mão para identificar as vias do Babilônia. Depois de alguns minutos de caminhada, chegamos a base da via e lá estava o tão esperado diedro. Olhei o tempo e estava muito nublado. Uma pequena neblina baixava sobre a rocha, mas nada que nos impedisse de subir, somente ter mais cuidado.

Nos arrumamos e subimos até o platô, para iniciarmos a subida. O Guilherme guiaria a primeira enfiada, justamente o diedro. Nos preparamos  e quando estávamos prontos para iniciar a subida, chegaram mais dois escaladores que apontaram para uma coral que estava enrolada numa pedra, um palmo abaixo de onde estávamos nos arrumando. Com um graveto, eles encostaram nela, que saiu rastejando para o mato. Tentei bater uma foto, mas ela foi mais rápida. Não deu para ver se era uma coral verdadeira ou falsa. Bem que a Cíntia falou!!!!!!!

Passado o evento da coral, iniciamos a escalada. O começo já é complicado. É preciso por força no braço, e passar a perna esquerda por cima da pedra, a fim de dar sustentação, até costurar o primeiro grampo. Poderíamos ter improvisado um stick. O Guilherme subiu, costurou o primeiro grampo e partiu para o segundo. Acho que foi perdendo a força e o psicológico entre o primeiro e segundo grampo falou mais alto e pronto: primeira queda. Tentou de novo e mais uma queda.

Aí, foi minha vez de tentar. Com o primeiro grampo já costurado, o começo já não fica tão difícil. Apoiei as mãos, subi um pouco e passei a perna esquerda por cima da pedra para dar apoio. Passei do primeiro grampo e na oposição fui até o segundo sem pensar muito. Além das mãos, usava, também, o pé esquerdo no diedro, para dar mais força, tendo a certeza que ele não escorregaria. Costurei o segundo grampo e adrenalina diminui.

Cheguei ao terceiro grampo. A partir daí, a pedra dentro da fenda vai ficando mais lisa, em algumas vezes sem muito apoio. A perna direita, na rocha, vai dando mais sustentação. O diedro vai fazendo um pouco de curva para a direita, que no final vai dificultando um pouco. Lá de baixo o Guilherme falou: “Olha para cima, tem um mico te olhando.” Quando não é urubu, é mico. Sempre tem um para te acompanhar!!!! Subi mais um pouco e cheguei ao quarto grampo, o único do lado esquerdo. Já no final do diedro, quase sem força, tem umas agarras que dão sobre vida!!!!!! Boa mão, aí fica fácil!!!!!! Tem uma laca que pode ser alcança pela mão direita que é muito boa. Cheguei a primeira parada. 1/3 da via e o crux (IVsup) já estavam completos. Suei pra c... Montei a parada e o Guilherme iniciou a escalada.

Nem lembro de ter perguntado se ele gostaria de guiar o resto da via, fui logo me preparando para subir, já estava aquecido!!!!! Comecei a segunda enfiada. Fui mirando o grampo e acabei subindo pelo lado errado. Tentei fazer uma pequena horizontal, mas decidi desescalar umas três passadas e seguir pelo lado correto. Pelo croqui, teria que usar um fita longa em um grampo bem a esquerda. Como vi que era um pedaço bem tranquilo, resolvi não costurar aquele grampo e segui bem exposto até o próximo.

Resolvi, também, não fazer a segunda parada. Quando chegou a metade da corda, o Guilherme avisou e vi que daria para ir até o final. Passado o trecho sujo, vinha agora um pedaço em diagonal de aderência e pequenas agarras, acho que um 3º. Tudo sem problema, tirando o arrasto da corda, devido ao fato de não ter feito a segunda parada.

Senti uma gota de chuva no meu braço. Depois outra. Acelerei a subida e cheguei ao cume. Montei a parada e avisei ao Guilherme que ele poderia subir. Olhei para o lado e os dois escaladores que viram a coral na base via, estavam chegando ao final da Cervinos.

O Guilherme começou a subida, não tinha contato visual. Ele foi subindo e os pingos foram aumentando. Quando ele apareceu, a chuva apertou. Rapidamente molhou a via. A parte final fica muito próxima da mata, o que a torna muito suja. Com a chuva, aquela sujeira torna a via muito escorregadia. Foi um perrengue até que ele chegasse a última parada.

Com a via molhada e escorregadia, decidimos rapelar por fora da via, pois fazer aquela diagonal, não seria muito fácil. Demos uma última olhada no croqui para conferir esse rapel por fora da via, pois não estava nada a fim de ter que prussikar. Descemos a corda bem devagar para não impactar a vegetação. Desci primeiro e fui procurando os grampos. Eles ficam um pouco para a esquerda, abaixo de um platô de mato. Montei a parada e o Guilherme iniciou a descida.

Olhei para baixo e vi que tinha muita vegetação na rocha. O diedro estava bem a esquerda e não daria para alcançá-lo. Teria mesmo que rapelar por ali. Arrumamos bem a corda e fui descendo com ela no braço esquerdo. Se soltasse a corada por cima da vegetação, seria um estrago.

Cheguei até uma parada simples. Dali, seria o último rapel, menor que os outros dois. O Guilherme desceu logo em seguida. Montamos o terceiro e último rapel. No final os galhos das árvores atrapalharam um pouco. Tive que afastá-los e descer de lado para não enroscar na mochila.

Chegamos a base. Arrumei a corda, tirei a sapatilha e começamos a voltar. Nem tirei o resto do equipo. Estava com medo da chuva apertar. Já estava tudo molhado. Não queria passar mais sufoco. Chegando na portaria da estação, vi que fomos os últimos a ir embora. Tinha um grupo chegando e com certeza não iriam aproveitar muito.

Agora é só espera a próxima!!!!!!!

Via CEPI - Pão-de-Açúcar

Por Leandro do Carmo

Via CEPI – Ferrata


Local: Pão-de-Açúcar – Urca
Data: 19/11/2011
Participantes: Leandro do Carmo, Guilherme, Rodolfo e Orlando.

Escalar o Pão-de-Açúcar talvez seja o sonho da maioria dos escaladores. Na Face Leste como na Face Sul, há vias com baixo grau de dificuldade, 3º e até 2º. Mas na Face Oeste a história é outra. Levando em conta que ainda não guio 5º ou superior, decidimos fazer CEPI, que é uma via Ferrata, ou seja, em toda a sua extensão há um cabo de aço que pode servir de auxílio na subida.

A CEPI  foi conquistada pelo extinto Clube Excursionista Pico de Itatiaia. Devido ao grande número de acidentes com escaladores inexperientes e até mesmo não escaladores, a parte inicial dos cabos foi trocada por chapeletas, que também pode ser feita em artificial.

Chegamos cedo à Praça central na Praia Vermelha, por volta das 08:00. Esperamos o Orlando chegar. O Rodolfo também iria nessa, seria a primeira vez que ele iria escalar com a gente. Enquanto esperávamos o Orlando, encontramos o Flávio Daflon e o Formiga, que nos deu algumas dicas da via.

Subimos a trilha da Urca e chegamos na bifurcação. Viramos à direita, indo em direção ao Pão-de-Açúcar. Passamos pela torre de iluminação e seguimos em frente até chegarmos à base da via. Dividimos a cordada e o Guilherme guiaria o Orlando e eu, o Rodolfo.

Dei uma conferida no início da via e vi que era bem vertical mesmo e o artificial seria necessário. Preparei as fitas, duas de 1,2 m e duas de 60 cm.  Foi minha primeira escalada em artificial. Se não me engano, foram cinco chapeletas até o início do cabo, onde montei a primeira parada.

Dessa parada, iniciou uma grande horizontal para a direita, depois um subida vertical até a segunda parada. Daí para cima, começa a pedreira, subidas bem verticais que usam muito o braço. Tem que estar preparado. O cabo maltrata muito a mão. Se eu não tivesse colocado esparadrapo, acho que teria dado bolhas.

Na terceira enfiada, chequei na grutinha, onde tem uma placa em homenagem a Geroge Guarischi e Valmir de Castro em um acidene nesta via. Pelo que o Formiga me falou, o pior já havia passado e faltava pouco até o cume. O Rodolfo iniciou a subida e veio com muita dificuldade, demorando bastante nas passadas. Enquanto isso, Guilherme e Orlando vieram e passaram pelo Rodolfo.

Senti que não daria para o Rodolfo, mesmo ele dizendo que gostaria de continuar. Conversei com o Guilherme que acabara de chegar e resolvemos abortar a subida assim que o Orlando chegasse na grutinha. Quando o Orlando chegou, pedi para o Rodolfo se prender com as duas solteiras no grampo mais próximo, pois eu iria recolher a corda para iniciar o rapel.

E assim foi feito. Emendamos as duas cordas com um pescador duplo e iniciei o rapel. Passei pelo Rodolfo e pedi que ele esperasse até que eu completasse a descida para ele iniciar o rapel. Chequei até um grampo abaixo da parada para que não ficasse muito cheio quando o pessoal descesse. Quando liberei a corda, o Rodolfo começou a se preparar para o rapel. Eu já estava ficando preocupado, foram 45 minutos de espera até o cara chegar. E perguntava lá de baixo se estava tranquilo e ele me respondia que sim. O tempo passava e isso cada vez mais me deixava preocupado. As nuvens começaram a escurecer. Meu medo agora, era que começasse a chover.

Enfim, o Rodolfo chegou a parada. Logo depois, apareceu o Orlando e em seguida, o Guilherme. Hora de puxar a corda e eu pensei: só falta a corda prender!!!! Não deu outra. A corda prendeu. Pensei: c... tá f... Hoje não é o dia!!!!!! Só falta chover!!!! Aí seria de mais. Deus foi bom e segurou a chuva.

Me propus a subir para desprender a corda. Mas o Orlando falou que subia. A corda presa logo acima da parada, numa pequena horizontal. Corda liberada. Iniciei o rapel, logo abaixo estava a grande horizontal. Fui apoiando no cabo de aço até o fim, passei uma costura no início do cabo para não pendular. Enfim, cheguei à base da via. Mas a missão ainda não estava cumprida. Faltava a galera.

Veio o Guilherme, em seguida o Rodolfo e, por último, o Orlando. Galera toda lá em baixo, foi hora de refletir sobre o que aconteceu. Antes de escalar qualquer via é preciso que saibamos dos nosso limites. Acho que a lição foi aprendida!!!!!!

Como já estava ficando tarde, chegamos às 08:00 e já era 15:00, eu e o Guilherme adiantamos a descida. Fizemos em doze minutos o final da pista Cláudio Coutinho.

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Escalada - Via Luiz Arnaud / Babilônia - Urca

Por Leandro do Carmo

Via Luis Arnaud 4º IV E1 D1 180 metros


Local: Babilônia – Urca
Data: 04/11/2011
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém

Hoje a cordada estava pequena. Somente eu e Guilherme. Decidimos fazer a via Luiz Arnaud (4º IV E1 D1) por ser bem protegida e ser de 4º grau. Enquanto fomos para lá, Jerônimo foi fazer a Reinaldo Benken e o Bruno e Alê foram para a Soleil.

Chegamos a base da via, e já tinha uma cordada de dois, com o guia já chegando na primeira parada. Até nos arrumarmos daria tempo da cordada subir até a parada e aí, iniciarmos nossa escalada.

Enquanto nos arrumávamos, na via Ilusões da Guanabara (4º V E2 D1) a cordada deixou cair um ATC ou mosquetão. Aí, a necessidade de colocar o capacete logo assim que chegamos a base da via, principalmente se tiver gente acima.

O Guilherme resolveu guiar o primeiro lance. Teve que aguardar um pouco, pois a cordada de cima, ainda não tinha saído da primeira parada. Ele esperou um pouco e montou parada. Iniciei a escalada e percebi que é muito bem protegida. Ainda não tinha escalado uma via assim. Tanto grampo que o fácil fica mais fácil ainda!!!

Chegamos a primeira parada,  demos uma descansada e resolvemos que eu guiaria a próxima enfiada. Iniciei a subida. Começo tranquilo até uma pequena barriga que deu um pouco de trabalho. Boas agarras para as mãos e pés, nada que seja impossível. Enquanto tentava vencer esse lance, olhei para cima e deixou cair uma pochete. Passou do meu lado, mas como estava num lance difícil e ainda não tinha costurado, não pude esticar o braço para pegar. O Guilherme ainda tentou pegar, mas passou um pouco longe dele.

Ainda bem que essa via é bem protegida, nesse lance de 4º dá um friozinho na barriga!!!! Passei direto pela 2ª  e 3º paradas dando uma esticada para economizar tempo. Chegando na 4ª, montei a parada e avisei que o Guilherme poderia subir, ele me perguntou se era tranquila e eu falei que até a pequena barriga tudo bem, a partir dali... Mas participar é mais tranquilo.

Descemos dali,  o tempo era curto, a subida completa ficará para a próxima. Fizemos dois rapeis longos e um curtinho, no primeiro grampo, depois das chapeletas.

Dessa vez não teve foto.

Escalada - Via Lindaurea Pereira / Babilônia - Urca

Por Leandro do Carmo

Via Lindaurea Pereira 3º IV E2 D1 150 metros

Local: Babilônia - Urca
Data: 23/10/2011
Participantes: Leandro do Carmo,  Guilherme Belém, Suzana, Valdimir, Sando, Bruno, Aleandra e Júlia

Hoje estava cheio. Conheci uma galera nova: Valdimir, Sandro, Bruno, Alessandra e mais um que não lembro o nome. Com mais Suzana, Júlia e Guilherme, éramos 9.

Nos encontramos na Praça central da Urca e discutimos qual via faríamos. Fechamos a Lindaurea Pereira e o Diedro Phoenix. Partimos para nossa caminhada.

Depois de uns 15 minutos de trilha, chegamos a base da Lindaurea, onde paramos para a foto do grupo. Máquina posicionada e pronto!!!!! Dividimos o grupo em  dois: o Bruno, Suzana, Júlia e Alessandra foram para o Diedro Phoenix; e eu, Guilherme, Valdimir, Sandro  e ????? ficamos na Laurinda Pereira.

Nos preparamos enquanto dividíamos as cordadas. Eu guiaria o Valdimir, enquanto o Guilherme, guiaria o Sandro e o ???????. Hoje seria a estréia de algumas costuras, mosquetões e o ATC Guide que comprei recentemente.

Equipamento conferido, todo mundo pronto. Escalando !!!!!!!

Até chegar ao primeiro grampo tem uma subidinha que precisa de cuidado. Já na primeira enfiada, o lance mais difícil da via, mas nada de grande dificuldade, acho que um IV. Vencendo essa, foram mais três costuras até a primeira parada. Montei a parada e o Valdimir iniciou sua subida. Não demorou muito e ele já estava lá. Com o ATC Guide é muito mais fácil dar segurança ao participante!!!! Me preparei para a segunda enfiada, enquanto o Guilherme começava sua subida.

Cheguei a terceira parada, poderia ter ido um pouco mais, porém, a outra parada dupla estava escondida no meio da vegetação e só a achei, quando passei por ela, já na terceira enfiada. A última enfiada da primeira parte foi pequena, fiz a parada numa árvore.

Descansamos até a chegada da cordada do Guilherme, como eles estavam em três, demoraram um pouco mais até chegar onde estávamos. Subi a pequena trilha para conferir a próxima parte da via. Foram mais duas enfiadas até o cume. A vista lá de cima é maravilhosa. Acho que a vista de todas as vias Morro da Babilônia são bonitas.

Chegando ao cume, uma pausa para as fotos e iniciamos os preparativos para o rapel. Ao todo, foram cinco rapeis até a base da via.

Quando chegamos lá em baixo, encontramos Suzana e Júlia que nos esperavam. Já marcamos a próxima lá em Itacoatiara, no próximo final de semana. Elas foram embora junto com o Valdimir e eu fiquei esperando o Guilherme.

Passados uns vinte minutos, avistei o Guilherme no rapel. Essa escalada foi nota 10, minha primeira via, relativamente longa. Não vejo a hora de chegar a próxima!!!!!!!

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