Por Leandro do Carmo
Dia: 14/12/2024
Local: Ilha Grande - RJ
Participantes: Leandro do Carmo e Jefferson Figueiredo
Vídeo
Relato
Ilha Grande é um verdadeiro paraíso localizado na Costa
Verde do Rio de Janeiro, no município de Angra dos Reis. Com uma área de 193
km², é a maior ilha do estado e a sexta maior ilha marítima do Brasil. Já fui à
Ilha Grande diversas vezes, conhecendo locais fantásticos. Mas chegar à ilha
remando, ainda não havia feito e estava na minha lista fazia tempo. Falta
arrumar companhia. Eu já havia conversado com o Jefferson sobre essa remada e
de vez em quando falávamos sobre. Em novembro, havia surgido, enfim, uma data
possível.
Remar de Conceição de Jacareí até Abraão não é uma tarefa
das mais complicadas. São aproximadamente 12 km. Na semana anterior, estávamos
preocupados com as condições do tempo, pois o Jefferson iria com a família e ficaria
alguns dias a mais. Mas a previsão melhorou e confirmamos nossa ida. Na sexta
feira a noite, amarramos os caiaques em cima do meu carro. No sábado cedo
pegamos a estrada e seguimos para Conceição de Jacareí. Ele chegou um pouco
mais cedo e nos encontramos numa padaria próximo à estrada. Dali seguimos para
o local onde estacionamos os carros.
Dali da praia, conseguia ver o Pico do Papagaio e com isso,
ficava fácil identificar a vila de Abraão, nosso destino. Arrumamos tudo e
levamos os caiaques para água. Era aproximadamente 9h 30min quando começamos a
remar. O dia estava nublado, mas firme. Aquela condição bem agradável.
Rapidamente, contornamos a Ilha da Sororoca, que fica em frente a Conceição de
Jacareí. O mar estava liso, com pequenas ondulações. Uma leve brisa soprava.
Remamos até chegar ao balizamento do canal entre o continente e a Ilha Grande.
Foi ali que fizemos nossa primeira parada rápida. Nem sinal de navio, então era
remar e cruzar logo o canal. Falo isso, pois já tive algumas experiências de
ver um grande navio e achar que dá para cruzar o canal antes dele chegar.
Engana bastante e num piscar de olhos ele já está em cima. Só que um grande
navio não tem freio como um carro e um caiaque na água é quase imperceptível.
Risco grande de um acidente.
Remamos e logo havíamos passado o outro balizamento,
indicando que já estávamos fora do canal. O silêncio de vez em quando era
quebrado pelas embarcações que faziam o transporte de passageiros para a Ilha
Grande. Em alguns momentos nos afastávamos, mas logo estávamos juntos
novamente. O ideal é estar sempre o mais próximo possível. Já próximos à
entrada da enseada do Abraão, uma corrente mais forte nos obrigava a corrigir o
rumo constantemente. Mais alguns minutos e estávamos em frente à praia do
Abraão.
Procuramos um melhor local para desembarcar e acabamos
saindo em frente ao largo onde fica à Igreja de São Sebastião. Foram cerca de
2h 30min de remada. Já na areia, descansei um pouco e levamos os caiaques para
guardar no Hostel onde eu me hospedaria. Carregar aquele peso foi a parte mais
difícil. Até tentamos carregar os dois juntos, mas não deu muito certo. O
hostel ficava logo após a ponte e demorei um pouco para encontrá-lo. Me
surpreendi com a quantidade de pessoas circulando pelas pequenas ruas e vielas
de Abraão. Até barulho de carro e máquinas eu estava ouvindo. Coisa que
pareceria impossível, se comparado à primeira vez que estive ali, em 2002. Esse
trecho que tive que caminhar carregando o caiaque me cobrou um preço. Senti um
pouco as costas, mas só sentiria mesmo no dia seguinte.
Com tudo arrumado, tomei um banho e arrumei as coisas. Dei
uma volta pela vila e nos encontramos para almoçar, bem próximos de onde
ficamos hospedados. Após o almoço, andei até a praia e descansei um pouco num
banco em frente à praia. À noite, ainda comemos uma pizza e fui dormir cedo,
pois voltaríamos no dia seguinte.
Amanheceu chovendo. Havíamos combinado de tomar café da
manhã numa padaria próxima, mas resolvemos esperar mais um pouco, até que a
chuva passasse. Isso atrasou um pouco nossa saída. A dor nas costas estava um
pouco mais forte e estava com um hematoma na lateral do quadril, justamente
onde o caiaque encostava na hora de carregar. Com isso, levamos um caiaque de
cada vez do hostel até a praia. Arrumamos tudo, fizemos algumas fotos e
iniciamos nosso retorno. Saímos um pouco mais pela esquerda, aproveitando um
pouco mais a remada.
Remamos bem e fui tentando encontrar o balizamento do canal.
Mas de longe, fica imperceptível. Mais um pouco remando e consegui avistar de
longe. Nas minhas contas, metade do caminho. Seguimos no rumo da Ilha da
Sororoca. As ondulações estavam um pouco maiores que no dia anterior, mas nada
que preocupasse. Estávamos um pouco mais distantes. As costas incomodavam um
pouco, mas estava próximo do fim.
Aos poucos a praia foi se aproximando e o fluxo de barcos aumentou consideravelmente. De longe, vi o Jefferson parada já bem próximo da ilha. Cheguei perto e parei também para dar uma descansada. Faltavam poucos metros. Comemoramos o sucesso da remada e fizemos os últimos metros bem devagar. Já na praia, levamos os caiaques para cima e arrumamos tudo. Deu um pouco de trabalho, mas não tinha jeito. Tomei um banho para relaxar e aproveitamos para almoçar um peixe frito num quiosque em frente ao estacionamento. Dali, o Jefferson seguiu para o cais, retornando para Abraão, pois iria embora somente na terça feira. Eu, peguei a estrada de volta para. Enfim, consegui chegar à Ilha Grande remando.