Por Leandro do Carmo
XIII Encontro dos Amigos da Canoagem
Relato
Nem tudo são flores... Essa foi a minha sexta participação
no Encontro dos Amigos da Canoagem de Itaocara. Sempre deu tudo certo, mas
sempre tive a certeza de em algum momento alguma coisa poderia sair do
planejado. O importante é sempre avaliar e entender os riscos, afinal de
contas, no ambiente natural, as variáveis são muitas e nem sempre conseguimos
cuidar de todas, basta uma negligência e pronto...
Peguei o último ônibus para Itaocara na rodoviária de
Niterói. Dormi a viagem inteira e quase passei do ponto, acordei no susto.
Segui para a Pousada 20V, um pouco após o centro de Itaocara. Meus pais, meus
filhos, meu tio e meu irmão já estavam lá. Inclusive, eles haviam passado em
Além Paraíba para pegar um caiaque que eu havia comprado para remar o terceiro
trecho, entre São Fidélis e Atafona. Já havia remado em 2023, o trecho Porto
Velho do Cunha x Itaocara e em 2024, o trecho Itaocara x São Fidelis. O objetivo
era fechar 2025, remando os trechos São Fidélis x Campos e Campos x Atafona.
Mas para isso, precisaria de um caiaque adequado.
O dia estava clareando quando cheguei à pousada. Sentei-me
no banquinho ao lado de fora e aguardei um pouco. Assim que a dona abriu a
porta para ir comprar o pão para o café da manhã, eu entrei. Fui para a varanda
da pousada e percebi o quanto o rio estava seco. Aos poucos todos foram
acordando e logo tomei meu café da manhã. Eu e meu irmão fomos na frente,
direto para o Porto do Tuta, na Fazenda Paulo Gama. Diferentemente dos anos
anteriores, não pararíamos em Porto Marinho.
Aos poucos, os carros foram chegando e o local que estava
vazio ficou cheio de caiaques espalhados. Nos reunimos e fizemos o já
tradicional grito de guerra do evento: “Rio Paraíba do Sul, Vivo!”. Dali,
seguimos para os preparativos finais antes de ir para a água.
Ajustei tudo e fomos para água. Assim que entrei, lembrei
que estava sem capacete. Primeiro erro do dia. O Jefferson me lembrou disso um
pouco mais a frente, mas já era tarde. Como descemos por alguns trechos com
pedras, ter o equipamento de segurança é fundamental. Iniciamos a remada. Tinham
menos caiaques que o ano passado, mas estava bonito.
Estava bem com o caiaque novo e fui remando tranquilo. Na
primeira corredeira, fui atrás de um bote de rafting e ele atravessou bem na minha
frente e acabei virando. Consegui desvirar o caiaque e levar para a margem.
Tive um pouco de dificuldade para tirar a água dele, mas consegui ajuda. De
volta para a água, continuei a remada e logo chegamos à Corredeira do Urubu. Dei
uma parada antes e fiquei no aguardo da melhor oportunidade.
Assim que diminuiu a quantidade de caiaques, resolvi descer.
Remei forte para pegar velocidade. Venci o primeiro degrau e logo na primeira
onda, perdi o controle e acabei virando. Com a força da água, não consegui desvirar
o caiaque que acabou enchendo de água. Com isso a proa afundou, deixando só a
popa, que tem um compartimento estanque, para fora. Eu continuei descendo o rio
e fui parar só mais embaixo.
De longe, vi algumas pessoas ajudando a tirar o caiaque da
água e colocando em cima das pedras. Pensei: “só chegar lá, tirar a água e
continuar a remada”. Mas quando eu cheguei perto, vi o estrago. A proa estava
completamente destruída. Não tinha como continuar. Nem acreditava que tinha
destruído o caiaque nos primeiros 30 minutos de uso!
Dali, fui carregando o caiaque pela margem, com bastante dificuldade,
até chegar a uns carros que estavam parados. Ali descansei um pouco e fiquei
esperando, pois só iria ter resgate depois que todos terminassem a remanda e
voltassem para pegar os carros estacionados. Por sorte, os carros que estavam
parados eram de pessoas que estavam acompanhando o evento e consegui levar o
caiaque até Porto Marinho.
Avaliando depois, vi que tinha esquecido de colocar algumas
boias por dentro para evitar que ele afundasse de proa quando entrasse água. Meu
segundo erro. De qualquer forma, já estava feito o estrado. Cheguei à Porto
Marinho, quase junto com o pessoal. Ali, amarrei o caiaque no carro e seguimos para
o churrasco. Nesse ano, foi realizado no belíssimo sítio Cascata, em Aperibé.
Mais uma excelente festa, como música ao vivo da banda Beija Flor Noturno.
Foi uma participação curta, mas fica o aprendizado: nem tudo são flores...
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