quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Expedição Bolívia 2024 - Pedal na Estrada da Morte - Yungas Road

Por Leandro do Carmo

Data: 18/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.

Estrada da Morte - Bolívia


Curiosidades sobre a Estrada da Morte

A estrada foi construída na década de 1930 por prisioneiros de guerra paraguaios durante a Guerra do Chaco (1932-1935). Este conflito foi entre Bolívia e Paraguai, e a estrada foi uma das muitas infraestruturas desenvolvidas durante esse período.

Inicialmente, a estrada foi construída para conectar La Paz, a capital da Bolívia, com a região de Yungas, facilitando o transporte de recursos agrícolas e minerais entre essas áreas.

Durante a década de 1990, a estrada ganhou notoriedade devido ao alto número de acidentes fatais. O Banco Interamericano de Desenvolvimento a classificou como a estrada mais perigosa do mundo. A combinação de curvas fechadas, falta de guardrails e condições climáticas adversas contribuíram para essa reputação.

Apesar dos perigos, a Estrada da Morte se tornou uma atração popular para ciclistas de downhill e aventureiros. Empresas de turismo oferecem passeios guiados, permitindo que os visitantes experimentem a adrenalina de descer essa estrada icônica enquanto apreciam as vistas deslumbrantes.

A estrada também é uma porta de entrada para a região de Yungas, conhecida por sua biodiversidade e produção de coca e ouro. A estrada desempenha um papel importante na economia local, tanto pelo turismo quanto pelo transporte de produtos agrícolas.

A aventura começa a cerca de 4.700 metros de altitude, nas proximidades de La Paz, e desce até aproximadamente 1.200 metros em um percurso de cerca de 65 km. Durante a descida, você passará por paisagens incríveis, desde picos nevados até florestas tropicais úmidas

 Percurso do pedal na Estrada da Morte


Vídeo do pedal na Estrada da Morte - Yungas Road


Relato do pedal na Estrada da Morte - Yungas Road

Durante a noite, ouvi um choro de mulher bem ao fundo e pensei em estar sonhando. Só quando me levantei, o Leandro falou que a Dâmaris havia passado mal e desmaiou durante a noite. Fiquei perplexo com a notícia. Assim que ela acordou, nos contou que foi ao banheiro e quando voltou, sentou-se na cama. Quando acordou, estava no chão. Aí percebeu que havia batido a boca. Sangrou bastante. Mesmo assim, ela decidiu ir ao pedal. Acho que se fosse comigo, estaria indo embora para casa...

Tomamos um café e seguimos para a entrada do apartamento para esperar a van, que chegou no horário combinado. Seguimos na van e ainda fizemos uma parada em lugar bem pobre, já perto de um pedágio e de lá, paramos somente no local chamado de La Cumbre. A viagem durou cerca de

Todo o equipamento foi arrumado e tomamos um café rápido. Me arrumei e testei a bicicleta. Dei sorte e acabei ficando com a mais nova de todas. Ouvimos instruções importantes, principalmente de como ultrapassar os caminhões. Esse primeiro trecho era de aproximadamente 22 km de asfalto e teríamos trânsito, tanto de caminhões mais lentos, como de carros descendo a “Ruta Nacional 3”. Já entrei na estrada sentindo a bike e testando os freios. Aos poucos fui me soltando e pegando mais confiança, com isso a velocidade foi aumentando.

Estrada da Morte - Bolívia


Fazia frio e demorei um pouco a me acostumar. Por vezes entrava um vento pela manga da camisa, era um sofrimento. Havia visto um relato de que começamos com frio, mas terminamos com muito calor. A roupa que usamos é bem pesada e estamos a 4.600 metros de altitude. Ao fim do pedal, a altitude é de 1.200 metros, já no início da Amazônia boliviana, com um clima bem diferente do que encontramos lá em cima.

A paisagem era fantástica. Eram paredões de rocha gigantescos. Ao fundo do vale existiam algumas casas e uma estrada bem precária. Entre diversas curvas, descemos, aproximadamente, 22 km. Depois de um túnel, que fizemos por fora, encontramos a nossa van. Dali, não era mais permitido andar de bicicleta e seguimos na van por mais 13 km, até que entramos numa estrada de terra. A paisagem mudou completamente. Já podíamos ver árvores. O Marrom das rochas deu lugar a um verde exuberante. Descemos alguns metros e paramos num vilarejo. Esse trecho havia sido um aquecimento para o que encontraríamos pela frente.

Estrada da Morte - Bolívia


Pegamos as bicicletas novamente e ouvimos as instruções importantes, pois deveríamos ficar à esquerda de quem desce, no estilo mão inglesa. A partir desse ponto, o asfalto deu lugar a uma estrada de terra com bastante pedra solta. Agora, cuidado redobrado, apesar da velocidade ser menor. Assim como no trecho anterior, comecei com cuidado e fui aumentando a velocidade aos poucos. Começamos com muitas curvas e aos poucos fui sentido mais confiança.

A estrada é bem estreita em alguns pontos, chegando a ter 3 metros. Em alguns pontos, tivemos que fazer a curva já próximos ao precipício. Em alguns pontos era impossível de acreditar que ali passava uma estrada. Continuamos descendo. Alguns foram bem à frente, acabei ficando na intermediária e apesar do responsável da empresa avisar para não nos preocuparmos em tirar foto, pois eles fariam, eu sempre que podia, dava uma parada. Acho que essa orientação era para não atrasar, imagina todo mundo parando?

Estrada da Morte - Bolívia


Em vários pontos, era possível ver alguma homenagem na borda da estrada, com certeza era de algum acidente. Tem até a história de uma turista que desceu em um dia e voltou no dia seguinte, tentando bater o recorde de tempo e acabou morrendo em uma das curvas... Como estava ali para me divertir, não me preocupei muito com a velocidade, mas em alguns trechos não tinha como não deixar a bike solta.

Passamos por alguns deslizamentos gigantescos. A van veio nos acompanhando e sempre que havia uma parada para descanso, depois de alguns minutos ela passava. Mais à frente, num ponto de controle, fizemos uma parada maior para o lanche. Lá pudemos descansar. Já não estava tanto frio quanto no começo. Outros grupos foram chegando e passaram alguns subindo de moto. Seria interessante fazer de moto também.

Pegamos as bicicletas e continuamos a descida. Era um verde que se perdia de vista. Aos poucos o calor foi aumentando. Definitivamente estávamos em outro cenário. Agora muito mais parecido com que a gente tem por aqui no Brasil. Até a poeira havia aumentado. Paramos num mirante e ali esperamos que todos chegassem. A van chegou logo em seguida. Nesse ponto, já existia bastante casa no entorno, muitas na beira das encostas. Dali, descemos rápido até o ponto final, onde deixamos as bicicletas. Tratei de tirar logo a roupa, pois o calor estava forte.

Apesar de ser só descida, foi bem cansativo. Foram cerca de 60 km. Ainda esperamos durante um bom tempo até que as bicicletas fossem lavadas. De lá, seguimos para o Hotel Villa Verde, onde almoçamos. Ainda ficamos lá descansando até dar a hora de voltarmos.

A viagem de volta foi bem tranquila. Chegamos em La Paz já era noite. Arrumamos tudo para o dia seguinte, iríamos fazer a Montanha Chacaltaya.

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia

Estrada da Morte - Bolívia



domingo, 20 de outubro de 2024

Expedição Bolívia 2024 - Chegada à La Paz

Por Leandro do Carmo

Data: 16/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.

Expedição Bolívia 2024


Nem todo mundo conseguiu comprar passagem para o mesmo voo, mas todos, exceto a Dâmaris que seguiria mais tarde e o Jorge que chegou no dia anterior, estariam no aeroporto de Congonhas, para pegar o voo para La Paz. Saímos sem atraso e chegamos em Guarulhos, de onde seguimos para Congonhas. Lá tivemos que esperar aproximadamente umas 3 horas até o horário do nosso voo para La Paz, pela empresa BOA.

Assim que entrei no avião já senti um grande calor. E só foi melhorar depois de algum tempo de voo. A viagem foi tranquila e ainda fizemos uma conexão em Santa Cruz de La Sierra antes de seguir para La Paz. Nem precisava de o comandante avisar que já estávamos nos aproximando do aeroporto de El Alto, pois as montanhas já mostravam que estávamos próximos do nosso destino. São cumes fantásticos que parecem furar o céu. Uma paisagem de tirar o fôlego, como se estivesse nos recepcionando.

De longe conseguia ver a pista do Aeroporto Internacional de El Alto e aos poucos o avião foi descendo, até tocar o solo e seguir na pista. Logo veio um rápido filme de tudo que havíamos planejado e que agora estava prestes a ser realizado.

Assim que saímos do avião, tivemos que caminhar um pouco e a altitude já foi mostrando sua força. O Aeroporto de El Alto está a 4.200 metros, fazendo jus ao nome. Me senti um pouco tonto e a longa caminhada até a saída fiz bem devagar. É como se o ar que respirássemos não fosse suficiente. Nos reunimos e conseguimos dois taxis para nos levar até o endereço do apartamento que havíamos alugado para o período que ficaríamos por lá.

Durante o caminho fui observando uma pouco da cidade e o caos que é o trânsito em alguns pontos. Assim que chegamos ao apartamento, tivemos que subir alguns lances de escada e não foi fácil! Dei uma organizada nas minhas coisas e comi algo. A Dâmaris chegou um pouco mais tarde. Agora sim estávamos completos! Era hora de descansar...

Data: 17/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.

Acordamos cedo. Nem tinha como ficar muito mais tempo na cama. A dor de cabeça já estava incomodando. Aproveitei para tomar um remédio e verifiquei minha saturação de oxigênio, na qual dava 78%. Muito baixa. Isso explicava o mal-estar que estava sentindo. De qualquer forma, tomei um café junto com meus amigos e seguimos para nosso primeiro passeio pela cidade.

Tudo era novidade. A cidade é bem diferente, são ruas estreitas e em alguns pontos tem um trânsito caótico. Seguimos para a agência JIWAKI, na qual havíamos contratado algumas atividades. Aproveitamos e fechamos o pedal na “Estrada da Morte” para o dia seguinte.

Não estava muito bem, mas continuei andando. Todos sentiram, mas o Rafael passou bastante mal nesse dia. Almoçamos num bom restaurante, mas acabei não aproveitando tanto devido as minhas condições. Depois do almoço, continuamos nosso passeio e resolvemos andar de teleférico. Em La Paz não existe metrô, mas tem teleférico para tudo quanto é lado. Não existe rua plana em La Paz. E para subir de forma rápido, só nele!

Voltamos para casa depois de um dia cansativo. Era hora de jantar e descansar para o dia seguinte.

La Paz

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Expedição Bolívia 2024

Por Leandro do Carmo

Data: 16 a 27/08/2024
Local: La Paz
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima, Dâmaris Pordeus, Rafael Pereira, Ricardo Bemvindo, Daniel Candioto, Leandro Conrado e Jorge Pereira.


Expedição Bolívia 2024

Desde que voltei do Peru em 2018, já tinha vontade de ir para a Bolívia. Sempre ouvi falar que era um destino barato, se comparado a outras cidades da América do Sul. Havia muitas possibilidades de roteiro, mas acabamos fechando o seguinte:

Dia16: Chegada à La Paz
Dia 17: Livre
Dia 18: Bike na Estrada da Morte
Dia 19: Chacaltaya
Dia 20 e 21: Vale do Condoriri e Pico Áustria
Dia 22: Jogo do Flamengo
Dia 23 a 25: Huayna Potrosí
Dia 26: Livre
Dia: 27: Volta

Claro que nem tudo saiu como programado, principalmente para mim. Acabei mudando o meu roteiro e nas postagens seguintes, seguirei a ordem abaixo:

Dia 20 e 21: Vale do Condoriri e Pico Áustria
Dia 22 e 23: Jogo do Flamengo e dia Livre
Dia 24 e 25: Salar de Uyuni
Dia 26 e 27: Resgate da GoPro e retorno

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Alcobaça e Mãe D'Água

Por Leandro do Carmo

Alcobaça e Mãe D'Água

Dia: 22/06/2024
Local: Bomfim – Petrópolis - RJ
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo e Marina

Vídeo da Trilha do Alcobaça e Mãe D'Água 

 

Relato da Trilha do Alcobaça e Mãe D'Água 

Havia marcado de fazer a Travessia Petrópolis x Teresópolis, mas por um problema no sistema de agendamento do Parque e mudança nas regras, acabei não conseguindo vaga. Como opção, pensei em fazer o Alcobaça e o Mãe D’Água na mesma tacada. São dois cumes bem bonitos que tem o acesso em comum, o que facilitaria a logística. Era muito melhor aproveitar a viagem e fazer os dois, que totalizando daria, aproximadamente 11 km de caminhada. Acabei não me preocupando muito com a altimetria. Ainda bem que só fui saber na hora e da pior maneira possível. É aquela velha história: “tá na chuva é para se molhar”.

Encontrei meu irmão em Magé e de lá seguimos para Petrópolis, subindo a serra velha, em Raiz da Serra, distritro de Magé. Eu ainda não conhecia e achei bem bonita a vista, apesar do calçamento em paralelepípedo. Chegamos em Correas e fomos direto para o Vale do Bomfim. Até o restaurando do Tourinho, nós conhecíamos o caminho, a partir dali, seria novidade. Entramos na estradinha e seguimos subindo até que ficamos na dúvida de qual caminho seguir e estacionamos o carro num bom local. Perguntamos a um morador se podíamos deixar o carro ali e ele disse que sim. Ele nos disse que a trilha era mais acima.

Como estávamos relativamente próximos e não sabíamos as condições para cima, resolvemos deixar o carro ali mesmo e seguimos andando pela estradinha. Mais acima, no local indicado como estacionamento, vimos que o local era bom, mas fica para uma próxima. Continuamos subindo passamos pelo local onde o meu GPS indicava o início da trilha do Mãe D’Água, mas havia uma casa com portões fechados e uma placa com uma seta, indicando o início da trilha. Como nosso primeiro objetivo era o Alcobaça, seguimos subindo.

Um pouco mais acima, numa curva, uma placa indicava o início da trilha do Mãe D’Água. Essa ficaria para a volta. Continuamos subindo e numa bifurcação, pegamos o caminho da direita. A estradinha foi diminuindo e logo estávamos numa trilha. Passamos por um ponto de água e continuei subindo até chegar a umas placas do parque. Nesse ponto, a trilha continuava reta, mas tinha uma para a esquerda e outra para a direita. Como o Alcobaça estava para a direita, não tive dúvidas de qual caminho pegar.

Esperei meu irmão e a Marina chegarem. Entramos na trilha e ela fomos subindo. Era uma subida forte, sem trégua. A vezes a gente reclama das curvas de nível que suavizam a subida, mas alongam o caminho, porém, ali preferia que tivesse alguma coisa que ajudasse. A subida foi dura. Fui subindo na frente cheguei a um bonito mirante, onde tinha vista para boa parte da Travessia Petrópolis x Teresópolis. Aproveitei para dar uma descansada. De volta a subida, vi uma saída para a esquerda e decidi dar uma olhada. O caminho estava bem batido, andei por cerca de 200 metros e quando a descida foi ficando mais forte, voltei.

De volta a trilha principal, os arbustos foram dando lugar a vegetação rasteira e logo estava tudo aberto. Estava ouvindo o barulho do vento nas árvores desde o início desse trecho da trilha, mas só agora, quando estava desabrigado, é que pude perceber o quanto o vento estava forte. Passei por alguns trechos íngremes e que foi necessário o uso das mãos para poder subir. Em pouco tempo, estava no cume. A vista era fantástica. O dia aberto ajudava. Ventava bastante e procurei um local mais abrigado para ficar. Dali de cima era possível ver o Mãe D’Água mais abaixo. Ainda tinha um chão pela frente. Aproveitei para dar uma volta pelo local e tentar achar o ponto que faz a ligação para o Mãe D’Água. Fui me orientando pelo GPS, mas o caminho foi ficando meio estranho e acabei desistindo. Fizemos um lanche e nos preparamos para a descida.

A descida foi rápida. Logo chegamos na estradinha novamente. Descemos mais um pouco e entramos na plaquinha que indicava o início da trilha do Mãe D’Água. No começo achava que seria tranquilo, mas foi só começar a subir que fui me dando conta de que não seria tão fácil assim. Nesse primeiro trecho, estávamos abrigados e foi bem tranquilo. Porém, depois que passamos um ponto de água, a trilha foi abrindo e ficando mais íngreme. Nesse trecho, víamos o Alcobaça numa visão diferente. Entramos numa laje e nos guiamos por alguns totens. Passamos por grandes bromélias, até entrar novamente na trilha, numa saída para a esquerda.

O caminho continuava íngreme e estava bem seco, com muita poeira. A terra seca fazia escorregar bastante. Segui num bom ritmo, me distanciando do meu irmão e da Marina. Já estava mais alto que o Mãe D’Água e isso me incomodava, pois teria que descer e depois subir novamente. E fiquei com isso na cabeça. Já no alto, bem próximo ao Alcobaça vi que subida havia terminado, mas o Mãe D’Água estava lá embaixo e teria que descer até um colo e depois subir. E ainda tinha a volta...

Não via mais o meu irmão. Peguei a descida. Bem íngreme, por sinal. Quase uma linha reta. Segui descendo e atravessei o colo e comecei a subir. Subi um barranco bem íngreme e escorregadio e entrei num trecho bem bonito, com várias bromélias e um tipo de gramínea de uma cor vende bem diferente do que tinha em volta. Dali, conseguia ver meu irmão e a Marina iniciando a descida. Acenei para eles, que responderam logo. Continuei subindo, chegando ao cume logo em seguida.

Uma vista bem bonita. Como estava mais na borda do Vale do Bomfim, deu para ver melhor diversos cumes, como o Alicate e Pico do Glória. O Alcobaça roubava a cena. Num grande totem, pegamos o livro de cume e deixamos nossos nomes. Ventava menos que no Alcobaça, o que nos fez aproveitar um pouco mais. Nos preparamos e reiniciamos a caminhada. Ainda faltava um longo caminho pela frente.

A volta foi mais rápida. A maior parte foi descida, o que facilitou um pouco para mim. Cheguei ao carro e fiquei conversando com um morador. Com todos no carro, seguimos para a Padaria da praça de Correas e fizemos um bom lanche. Um dia excelente, já risquei mais dois cumes da minha lista!

Alcobaça e Mãe D'Água

Alcobaça e Mãe D'Água


 


quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Morro São João - Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Por Leandro do Carmo

São João - PARNASO


Dia: 08/06/2024
Local: Guapimirim/Teresópolis - RJ
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Marina, Marcos Lima, Camila Chaves, Fernando Marques e Washington Portela

Vídeo da Trilha do São João


Vídeo de drone do cume do São João


Relato da trilha do Morro São João

Havia tentado fazer o São João em pelo menos 3 vezes. Todas elas, marcadas no evento que celebra a Abertura de Temporada de Montanhismo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Para quem não conhece, a Abertura da Temporada de Montanhismo ou simplesmente ATM, é um evento que ocorre anualmente em várias regiões, tendo como objetivo marcar o início da melhor época do ano para a prática do montanhismo, que aqui no Brasil é entre o outono e a primavera. Esse ano a previsão era ótima e seria a oportunidade de, enfim, conseguir chegar ao cume do Morro São João.

Marcamos de nos encontrar já na sede do Parque. Eu e o Velhinho passamos na casa do meu irmão, em Magé, para subirmos juntos. Finalmente conseguimos tomar um café na casa dele. Chegamos cedo, era por volta das 5h 40min. Fizemos tudo com tranquilidade e chegamos ao Parque as 7h, justamente quando os portões se abriram.

No controle de acesso, entregamos os termos e seguimos para a área de estacionamento, onde deixamos os carros e continuamos a pé, até a Barragem. Com todos reunidos, fizemos uma foto. Enchi minha garrafa na fonte, ao lado do início trilha. O início é em comum à diversos cumes da região, como o Sino, Mirante do Inferno, Pedra Cruz, Travessia Petrópolis x Teresópolis e etc. Estava uma manhã fria, mas o tempo estava firme. Subimos rápido, fazendo paradas bem curtas e logo estávamos no mirante, logo que iniciamos a descida do Caminho das Orquídeas.

Nesse ponto, a vista do São João era fantástica, assim como o Mirante do Inferno e do São Pedro. Dali, também conseguíamos ver a pontinha da Agulha do Diabo. Seguimos descendo e percebi o quanto o caminho está degradado. Pela dificuldade em descer as lajes que ficam molhadas, as pessoas acabam utilizando a borda da trilha e cada vez mais ela vai se alargando.

São João - PARNASO


Continuei descendo com bastante cuidado, visto que estava tudo molhado. Demos uma parada no Acampamento Paquequer para pegar mais água e aproveitar para fazer um lanche rápido. Continuamos a caminhada e começamos a subir novamente. Já próximos ao Mirante do Inferno, pegamos uma saída à esquerda e seguimos em direção ao colo entre o Mirante e o São João, mesmo caminho que utilizamos para escalar a Agulha do Diabo. O caminho começa bom, mas logo, pega uma descida bem íngreme, na qual fiz com bastante cuidado. Assim que chegamos ao colo, nos deparamos com aquela vista fantástica da Agulha.

A partir dali, já não conhecia mais o caminho. Olhando o São João, pegamos o caminho descendo para a esquerda, pois o da direita, segue para a Agulha do Diabo. Seguimos descendo até chegar à parede. Nesse ponto segui subindo por uma calha natural, subindo até um pequeno platô, fazendo um lance de escalada. Nesse ponto há possibilidade de fixar uma corda num pequeno arbusto, mas não foi necessário. Todos subiram direto.

São João - PARNASO


Seguimos por um caminho, numa diagonal para a esquerda, bordeando a rocha até ir ganhando altura por trechos mais abertos, subindo com cuidado, pois os pequenos platôs são bem frágeis. De longe parecia impossível acreditar que subiríamos andando por esse trecho, mas foi tranquilo, apesar de exposto. Já na crista, seguimos na direção do cume por mais um trecho de “escalaminhada”, onde pude notar a presença de alguns grampos. Ninguém precisou usar sapatilha, mas subimos com bastante cautela.

Assim que chegamos no alto, percebi que era um falso cume e tínhamos ainda um trecho pela frente. Continuei andando e cheguei de frente a uma rampa, onde vi mais alguns grampos, com certeza uma via de escalada com acesso direto ao cume. Procurei pela esquerda e não vi nada, pela direita, descia um caminho bem discreto que seguia colado na parede do cume. Fui andando com dificuldade pela quantidade de bambuzinhos que a todo momento se enroscavam na mochila e pernas. A frente, uma trepa pedra e já era possível ver o acesso ao cume.

Segui em direção a um grande bloco e optei por descer pela direita, mas o caminho estava bem fechado. Voltei e de frente para esse bloco, notei que havia uma passagem pela esquerda, mas seria necessário dominar um lance exposto. Fiz com bastante cuidado e cheguei ao topo do bloco, onde vi algumas pedras empilhadas, formando uma espécie de escalada. Subi nessas pedras, mas não havia mão que me ajudasse a vencer o lance. Mais acima um grampo, mas estava longe e não era possível alcançá-lo. Peguei uma fita longa e depois de algumas tentativas, consegui laçá-la. Segurando bem alto, consegui jogar minha perna para cima e aí ficou fácil subir. Segui caminhando até o cume onde pude apreciar a vista fantástica.

Ventava um pouco e o cume é bem exposto. Depois de ficar um tempo por ali, desci até a base do grande bloco e preparei um café. Ali estava abrigado e mais confortável de ficar. Depois de um tempo, pegamos o caminho de volta.

Esse cume estava engasgado, mas saiu! Qual será o próximo?

São João - PARNASO

São João - PARNASO

São João - PARNASO

São João - PARNASO

São João - PARNASO

São João - PARNASO

São João - PARNASO

São João - PARNASO

São João - PARNASO

São João - PARNASO