Dia: 23/09/2023
Local: Tibau - Piratininga
Participantes: Leandro do Carmo e Diversos
Relato
Um mês após continuar uma conquista no Tibau, estava lá de volta. Agora já com mais vias conquistadas e setor batizado. Era hora de
conferir o acesso, vias e graduações.
Era uma atividade do Clube Niteroiense de Montanhismo, que
abri em conjunto com o Luis Avelar. Dia de calor, mas como nessa época do ano
fica sombra na base e em parte das vias, nos encontramos as 12h, já próximos à
entrada da trilha. Estacionamos os carros e seguimos pela rua, virando à
direita e subindo uma estradinha de chão, até entrar no caminho das jaqueiras.
Subimos por ela até o final, onde dobramos à direita, pegando a picada que nos
leva até a base das vias.
Demos uma conferida nas opções e nas novidades e acabei
fazendo cordada com o Higor. Como são vias curtas, tínhamos a opção de fazer
várias. Iniciamos pela Segue o Velhinho e depois fizemos a Speedrun, todas com
o crux em IV grau. As vias seguem bem constantes e bem protegidas. O visual é
fantástico. Saímos dali e fomos para a Metamorfose, com uma saída forte e bem
vertical, com um crux de VI. Olhando o lado esquerdo da base, parece que há
vários cristais, mas chegando bem perto, nota-se que são uma espécie de teia,
bem interessante. A via é dura, porém curta. É uma saída com pequenas agarras,
onde domina-se um batente acima. Poucas passadas para passar o crux.
Depois, emendamos na Velório de Urubu, que fica à esquerda
da Metamorfose, subindo por um trecho curto, porém instável. A via tem uma
saída leve, entre a vegetação e logo acima, tem um degrau que é facilmente
vencido. Dali, pega-se o crux numa passada para a esquerda e segue até a dupla,
onde dá para montar o rapel.
O calor estava forte e fui para a última via, a Inonimável.
Um 3º grau bem tranquilo, à esquerda da Segue o Velhinho. Subi rápido, sem
muitos problemas e ainda pude acompanhar as outras cordadas de perto. O Luis
aproveitou para fazer algumas imagens com o drone. Já na base, resolvi ir
embora, ainda estava bem quente. Alguns ficaram e escalaram um pouco mais. Uma
excelente tarde nesse novo setor que tem um potencial incrível!
Essa regata estava marcada para o dia 09/09/2023, mas foi transferida para o dia 16/09. Combinamos de nos encontrar as 9h no PREVELA para poder arrumar os barcos.
Depois de já ter participado de algumas regatas, não via mais problemas em
montar o dingue. Descemos os barcos já deixamos tudo pronto para sairmos. Aproveitamos
para fazer a inscrição na regata. O dia estava firme, apesar de não estar
aquele sol forte. Foi dando a hora e colocamos os barcos na água, seguindo em
direção ao Praia Clube São Francisco.
Saímos do PREVELA num vento razoável. Fomos numa boa empopada até
atracarmos no cais do PCSF. Nem demoramos muito e já voltamos para a água.
Tinha muito barco e de diversas classes. A regata seria do tipo “barla-sota”,
que consiste de duas boias alinhadas na direção do vento, além de uma boia de
largada. A largada ocorre em uma linha imaginária situada entre a boia de
largada e o barco da comissão de regatas. Cada trecho a ser percorrido entre
duas boias é chamado de perna. O barla-sota possui apenas pernas de contra-vento
e de empopado.
Como já havia participado de uma regata com esse tipo de percurso no mês
passado, ficou bem mais claro para mim o que fazer. Mas entre saber o que fazer
e executar, o caminho é longo! De qualquer forma, ficamos dando uns bordos próximos
ao barco da comissão de regata e, novamente, me enrolei na largada. Era muito
barco e não estava muito à vontade de ficar lá no meio deles. Largamos um pouco
depois, o que já nos deixou na desvantagem.
Seguimos na primeira perna em contravento. Com muita dificuldade chegamos e
montamos a boia e de lá voltamos na empopada. Montamos novamente a boia em
frente ao ICB seguimos na última perna de contravento. Essa segunda perna
acabou sendo melhor que a primeira. Não sabia em qual posição estava, mas seguimos
despreocupados. Muitos barcos cruzando a raia e acabei sendo atrapalhado na
hora de montar a última boia. Perdi um pouco de tempo, mas nada que
atrapalhasse muito. Dali, seguimos para a última perna, cruzando a linha de
chegada sem muita emoção.
Assim que terminamos, voltamos direto para o PREVELA, novamente num
contravento. Aproveitando para fazer um percurso maior e ganhar altura. De
volta ao PREVELA, foi organizar o material e tentar contabilizar a posição. Um
ótimo dia de aprendizado.
Durante a semana estávamos pensando qual montanha iríamos subir no final de semana. A semana estava chuvosa e a previsão não era das melhores, mas estava dando uma janela sem chuva na parte da manhã até o início da tarde. Depois de analisar todas as variantes, resolvemos ir para Dois Bicos.
Aquela região é simplesmente encantadora. Não me canso de ir lá. A Marina não conhecia e logo quando chegou ficou encantada e não queria mais sair de lá 😂.
Depois de tudo arrumado, partimos no sábado bem cedo. A ideia era começar a andar por volta das 8h e dar uma mergulho na cachoeira dos Frades antes da chuva.
E assim fizemos. Chegamos no Vale dos Frades um pouco antes do previsto. Deixamos o "Malvadão" em frente à antiga Delegacia. Optei por deixar ali. Assim a gente aproveitaria mais a caminhada visto que a trilha pra Dois Bicos não é longa.
A trilha, partindo da antiga delegacia tem aproximadamente 8 km ida e volta. Uma atividade pra metade de um dia, somente a trilha, andando num ritmo leve, contemplando todo aquele visual.
Começamos a nossa caminhada e logo na primeira porteira fomos recebidos por uns cachorros. Um deles não tinha uma perna, mas mesmo assim foi nos acompanhando até um certo trecho. Depois eles resolveram voltar e seguimos sozinhos.
O dia estava super agradável. Tempo nublado e sem sol. Fomos avançando e pulando as porteiras. Não tinha ninguém na trilha. Estávamos bem à vontade na atividade. Antes de chegarmos no trecho de pasto, vimos 3 escaladores indo pra base. Acho que eles estavam indo pra via "Castelo de Cartas". No trecho de pasto a gente agradeceu por estar nublado. Ali em época de calor é brabo.
Continuamos subindo e entramos no trecho de vegetação fechada. A cada passo a gente ia torcendo pro tempo não fechar, só que não teve jeito. O tempo fechou bastante. Não dava pra ver quase nada, mas nada que tirasse a beleza do lugar.
Ficamos no cume por uns 40 minutos e depois que a Marina se comunicou com os Deuses da natureza, o tempo deu uma clareada, mas fechou logo em seguida. Foi o suficiente pra gente curtir um pouco o visual. Depois de umas fotos e lanche, começamos a descer.
Na parte do pasto, a Marina resolveu descer descalça feito uma cabrita 😁. Terminando o pasto, voltamos pra "estradinha". Descemos bem tranquilos prestando atenção em cada detalhe possível. Quando chegamos na bela araucária, a Marina resolveu subir num bloco de pedra e dar uma relaxada. Eu aproveitei e embarquei nessa também. O clima estava tão gostoso que caímos no somo. Só acordamos quando o sol deu as caras e começou a sapecar o couro. Acho que ele só apareceu pra acordar a gente 😎. Ali ficamos ainda mais um pouco apreciando o lindo Vale das Sebastianas.
Depois da soneca, continuamos a descer e logo chegamos no "Malvadão". Fomos lá na fazenda, final do Vale, pra ver como estavam as coisas. De lá, voltamos e fomos direto pra cachoeira dos Frades. Afinal, o mergulho fazia parte da atividade.
Depois de um bom banho de rio, foi hora de pegar estrada e voltar pra casa. Um sábado que parecia que seria complicado de fazer alguma coisa por conta do tempo chuvoso, acabou sendo aproveitado com uma excelente atividade de montanha.
O acesso até a trilha principal se da por propriedade privada. Respeite as regras!
Não tem ponto de capitação de água potável. Em dias de calor forte, o sol pode castigar bastante.
Procure estacionar na antiga delegacia pra não atrapalhar a passagens dos moradores.
Participantes: Leandro do Carmo, João do Carmo e Antônio Jorge“Monstro”
Histórico da Trilha do Carteiro
Pelo seu aspecto geral, a Trilha do Carteiro foi planejada e construída com
mão-de-obra escrava. Entre outras características apresenta encostas
trabalhadas em pedra empilhada, pontes em pedra e passagens de madeira, o que
revela a sua importância para a circulação de pessoas na época de sua construção.
Pela rapidez com que se desenvolveram as vilas do ouro da época, a partir de 1700,
sabe-se que São João del Rei e São José del Rei, por volta de 1730, já estavam
bastantes desenvolvidas e eram pontos de comércio e trocas de mercadorias. Como
o lado norte da Serra tinha várias fazendas para abastecimento das vilas, é
provável que ela tenha sido construída neste período, com intuito de ligar
esses locais pelo caminho mais curto.
A Trilha do Carteiro atravessa a parte mais baixa do maciço da Serra de São José,
a 1200 metros e altitude. Em todo o seu percurso existem várias nascentes e
alguns tipos de vegetação bem distintas, sendo a vegetação mais densa na parte
baixa e a vegetação de altitude, já na parte alta.
Reza a lenda que havia um carteiro que - na condição de informante da
Inconfidência Mineira – cruzava esta imponente Serra para levar
correspondências, mas que terminou sendo morto numa emboscada armada por tropas
da Coroa Portuguesa. No local onde supostamente esse carteiro foi morto, há uma
pilha de pedras e uma cruz, na qual é chamada de túmulo. Os caminhantes que por
ali passam, devem fazer um pedido e depositar uma pedra. O que a maioria das
pessoas fazem é apenas um trecho de toda a trilha, mas que vale a pena!
Como chegar à Trilha do Carteiro
O início da trilha fica ao final da rua Idilberto de Andrade, no centro de Tiradentes.
Vídeo da Trilha do Carteiro
Relato da Trilha do Carteiro
Depois de “turistar” pelos ruas e casarios antigos de São João del Rei e
Tiradentes nos dias anteriores, faltava fazer uma das coisas que mais gosto:
trilha! Existiam várias opções, mas a que se tornava viável era a famosa Trilha
do Carteiro, na Serra de São José. Estávamos eu, meu filho João e o Jorginho.
Era um desafio a parte, pois seria a primeira trilha com 10 km do João. Acho
que daria conta!
Acordamos cedo, pois queríamos fazer a caminhada na parte mais fresca do
dia. Já havíamos deixado tudo arrumado na noite anterior. Seguimos caminho até
Tiradentes e nos encaminhamos pela rua que leva ao início da trilha. Já
próximos, parei para perguntar e uma senhora confirmou o caminho. Andamos mais
alguns metros e estacionamos o carro. De cara já foi possível ver uma placa indicando
o início da trilha. Tudo bem organizado.
Iniciamos a caminhada em meio a bastante vegetação. Passamos por uma área
alagada, mas devido a pouca chuva, estava tudo seco. Fomos ganhando altura
lentamente e logo cruzamos uma cerca e pegamos mais uma leve subida. Olhando da
cidade, a Serra de São José parecia tão distante, que era difícil acreditar que
subiríamos por aquelas encostas. A medida que andávamos, ela se aproximava e
era possível identificar o único caminho possível de subi-la, mas não conhecendo
o caminho. Mais a frente, perdemos contato visual com a serra e passamos por
mais uma placa informativa. Em poucos metros entrávamos no trecho do calçamento
de pedras.
Esse calçamento construído pelos escravos me fez pensar o quanto o caminho
já fora importante. Muito mais do que levar as cartas, esse caminho talvez
tenha sido utilizado por tropeiros, levando mercadorias entre as vilas. O João
estava indo bem e não reclamava. A partir desse ponto, ganhamos altura mais
rapidamente, mas tudo tem seu preço. Passamos por uma porteira e uma gruta com
a imagem de uma Santa. A vista que tínhamos desse ponto era algo surpreendente.
Um pouco mais acima, paramos em um fantástico mirante. Ali, fizemos nossa
primeira pausa da caminhada. Aproveitei para fazer algumas imagens com o drone.
Encontramos algumas pessoas que estavam subindo. Dali foi possível entender
melhor o caminho que estávamos fazendo. Ficamos ali durante uns 15 minutos e
voltamos a caminhar.Já estávamos bem próximos a passagem para a outra vertente.
Andamos um pouco mais e entrávamos no trecho mais bonito do caminho até o
momento. As rochas erodidas pareciam esculturas. As árvores do início davam
lugares à pequenos e retorcidos arbustos. O solo era arenoso e em alguns pontos
parecia aquela areia branca e fina das praias do Rio de Janeiro.
Começamos a descer e olhando o mapa do local, foi possível identificar a
posição de algumas cachoeiras. Fomos atrás delas. De longe, identifiquei um
amontoado de pedras com uma cruz, com certeza era o local conhecido como o
“Túmulo do Carteiro”. Assim que chegamos nele, tratei de pegar uma pedra e
coloca-la na imensa pilha, fazendo o meu pedido. Uma pequena pausa para fotos e
continuamos descendo. Pegamos mais um trecho com calçamento de pedras. Reparei
que esses calçamentos estavam sempre nos trechos mais suscetíveis a erosão. Já
próximo dali, havia a marcação de uma cachoeira. Mas não ouvia barulho de água.
Desci mais um pouco e passei do ponto. Voltei e fui procurando com mais atenção
e achei uma discreta saída. Peguei-a e no fundo pequeno vale, corria um filete
de água que descia até uma pequena piscina natural. Só ali que percebi que já
estava na cachoeira! Só que cachoeira sem água...
Fiz um lanche rápido com o João e resolvemos voltar. Já estávamos na outra
vertente da Serra. Na volta, fui procurando a entrada para a cachoeira do
Carteiro e numa saída bem discreta, já próximo ao “Túmulo do Carteiro”, peguei
uma leve descida. Já podia ver do alto uma pequena queda d’água. Aproveitei
para tomar um banho e me refrescar um pouco, o calor já estava forte.
Encontramos algumas pessoas que andavam pelo local, procurando a cachoeira. Não
quis desanimar, mas falei que com o volume de água atual, não encontrariam
nada.
Voltando a caminhada, subimos até o ponto das “esculturas de pedras” e
optamos por ir até o “Mirante Central”. Como o calor já estava forte, fomos até
uma área mais aberta onde havia uma pedra bem na borda, virada para Tiradentes.
Mais uma daquelas vistas incríveis. Fiz mais algumas imagens com o drone e
depois de um tempo descansando, iniciamos nossa descida. O calor já incomodava
e descemos num bom ritmo, pois sabíamos que um pouco mais abaixo, teríamos
sombra. O João seguiu firme na descida.
Já no carro, contabilizamos o quanto andamos e o GPS marcava 9,4 km, 4 horas
17 min e um desnível de 500 metros acumulado. Uma ótima caminhada, num dia bem
agradável.
Participantes: Leandro do Carmo, João do Carmo e Antônio Jorge
Relato
Depois de visitar São João del Rei na parte da manhã, voltamos
para Coronel Xavier Chaves. Almoçamos e como tínhamos a parte da tarde livres,
optamos por conhecer o Jequitibá. Cidade pequena do interior é assim: a gente
contorna a praça, e anda 5 minutos e já está longe da civilização. E não foi
diferente em Coronel Xavier Chaver! Atravessamos a praça da cidade e logo
pegamos uma estradinha de terra. Passamos por baixo de uma grande ponte sob a
estrada de ferro e seguimos até entrar em uma propriedade. Estávamos no caminho
errado. Demos meia volta e depois de procurar um pouco, conseguimos nos
localizar. O problema era que a estrada de terra estava sendo asfaltada e
tivemos que fazer um logo desvio.
De volta a rota certa, seguimos até entrar num caminho mais
fechado e subir, até estarmos no início da trilha. Estacionamos o carro, tendo
cuidado para não fechar o caminho. Iniciamos a caminhada e logo passamos por um
imenso cupinzeiro, o maior entre muitos que vi pelo caminho. Estávamos na linha
de cumeada e caminhávamos bem abrigados do sol. Mais a frente, após cruzar uma
porteira, conseguimos ver o imenso Jequitibá se destacando em meio ao pasto. O
único sobrevivente.
Assim que nos aproximávamos a sensação de grandeza
aumentava. De longe, a gente já sabe que é grande, mas de perto, ela toma
proporções gigantescas. Sentamos à sua sombra e descansamos um pouco. Grandes
troncos se estendiam em todas as direções, formando uma imensa copa. Aproveitei
para fazer algumas imagens com o drone e pegamos o caminho de volta.
No caminho de volta, aproveitamos para conhecer Cachoeira do
Baú. Estacionamos o carro na estrada principal e descemos por um caminho
aberto, sem indicação alguma. Só que conhece, saberia que era ali. Mais
próximo, comecei a ouvir o barulho da água. Cruzamos uma pequena ponte de madeira
e começamos a andar na margem oposta, subindo o rio. No momento que cruzávamos
uma porteira, começamos a ouvir um barulho de moto. Esperamos que todos
passassem e seguimos andando. Mais acima, pegamos um caminho para a direita que
nos levou ao topo da pequena, porém bonita, queda d’água. Ficamos ali durante
um tempo, até que pegamos o caminho de volta. Já no carro, seguimos a
estradinha até estarmos em casa novamente, fechando um dia fantástico!
Participantes: Leandro do Carmo, Diego e Renata Hiraga
Vídeo da via O Discreto Charme da Burguesia
Relato da via O Discreto Charme da Burguesia
Mais uma aula de vias em aderência. Agora era o Curso Básico
de Montanhismo 2023, do CNM. Já é o segundo curso na qual fazemos essa aula nas
“Aderências da Viúva Lacerda”. O local acabou recebendo esse nome, devido a
trilha se iniciar ao final da rua Viúva Lacerda, no Humaitá.
Chegamos lá bem cedo. O dia estava nublado. Havia chovido
nos dias anteriores e chance de alguns trechos da escalada estarem molhados
eram grandes. Entramos na trilha e tinha bastante água correndo pelo córrego da
lateral. Subimos por um terreno bem molhado e logo estávamos na base. A parede
estava seca, mas alguns pontos bem no alto nos preocupavam. Bom, não tinha
outra alternativa a não ser subir e tentar.
Como já havia feito a via “Como Nascem os Anjos” na outra
vez, acabei ficando com a via mais à direita, a “O Discreto Charme da Burguesia”.
Segundo o Guia de Escalada da Floresta da Tijuca, uma via 3 estrelas. Nos
arrumamos e dividimos as cordadas. Já pronto, saí para guiar a primeira
cordada. Esse início foi bem tranquilo, subi rápido, parando já bem alto num
esticão de quase 60 metros. A segunda enfiada passei cruzando um trecho bem
úmido e escorregadio. Por sorte, a linha de umidade era bem estreita,
facilitando passar de um lado ao outro. Passei por uma dupla e continuei subindo,
parando numa segunda dupla acima, num corredor entre duas partes com vegetação.
A terceira seguiu mais fácil, iniciando em aderência e logo
vindo trechos com sólidas agarras, mescladas com passadas em aderência. Acabei
pulando um grampo, que ficou escondido perto de uns galhos. Mais acima, antes
de um trecho mais vertical, fiz a terceira parada. A quarta enfiada foi curta,
porém bem bonita. Já na parada dupla, olhando para cima, vimos água escorrendo,
bem no local indicado como o crux da via. Se contornasse por baixo, acho que
daria para fazer, mas optamos por terminar ali a escalada.
Ainda ficamos um tempo ali curtindo até iniciarmos o rapel e
fecharmos a escalada. Boa escalada, num dia bem agradável.
Foi em 2018 que fui ao Tibau com o Ary pela primeira vez.
Estava namorando aquela parede fazia um tempo, mas sempre ia deixando pra
depois... Chegamos a iniciar alguns projetos, mas acabou ficando esquecido.
Depois que mostrei o local ao Luis Avelar e o João Pedro foi que o negócio deslanchou
de vez. Foram conquistadas dezenas de vias e ainda existem alguns projetos em
andamento.
O Luis me chamou para conhecer algumas vias estava
conquistando num setor mais à direita, na qual chamei de “Setor do Luis”.
Aceitei o convite e fomos lá conferir. Marcamos cedo, pois tinha um compromisso
na hora do almoço. A mochila pesada com equipamento de conquista, mesmo a gente
tendo divido algumas coisas.
Seguimos para a rua que dá acesso ao final da Travessia
Tupinambá e no lado oposto, começamos a subir por uma estradinha de chão.
Poucos metros à frente, entramos por um caminho onde tem uma sequência de
dezenas de jaqueiras. Muito fácil de identificar. Dali, fomos seguindo por um
caminho batido e marcado com algumas fitas. Em aproximadamente 15 minutos,
estávamos na base das vias. Ele ainda me mostrou alguns projetos que iniciaram
e outras linhas que tinham vontade de começar.
Nos arrumamos e a via escolhida para fazer foi a Destreza,
Habilidade e Rataria. O início seguiu com lances verticais e boas agarras,
apesar de ter quebrado algumas. Assim como toda a parede, tem que escolher bem
qual agarra usar. A via seguia bem protegida e logo cheguei à primeira dupla.
Montei a parada ali, assim diminuiria o arrasto para entrar no crux. O Luis
chegou em seguida.
Saí para a segunda enfiada. A via continuava constante,
ficando mais vertical já próximo do fim. Demorei um pouco mais para entrar no
lance. Avaliei e numa tentativa, com o pé direito bem alto, quebrei uma agarra
chave para o lance. Tive que reinventar e numa passada bem aberta consegui
ganhar uma agarra acima e venci o lance. Subi mais um pouco e montei a parada,
trazendo o Luis em seguida.
A vista era fantástica. Deu para ter uma visão geral do
setor. Olhando de baixo, estávamos na lateral direita da parede. A ideia era,
além de escalar, aproveitar para intermediar alguns lances da via ao lado e
retirar um parabolt que ficou mal batido. Assim, emendamos duas cordas e
fizemos um único rapel até a base.
Já na base, arrumamos todo o equipamento de conquista e subi
novamente. Subi até onde seria a parada e o Luis veio em seguida. Optamos por
duplicar o ponto quando estivéssemos no rapel, assim não teria problema de a
corda não chegar. Subi e passei no crux, sendo mais fácil que a via ao lado. Ao
final, optei por duplicar a penúltima proteção, pois a última estava muito
próxima a uma grande vegetação. Desci e dupliquei mais um ponto de rapel e
segui até o final da via.
Enfim, havíamos completado o objetivo do dia. Valeu pela
companhia e pela escalada. O setor do Tibau está ficando excelente, com várias
opções de vias. E quem disse que não tem mais opões de conquista em Niterói?