segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Pico da Tijuca - Parque Nacional da Tijuca

Pico da Tijuca - Parque Nacional da Tijuca

Dia: 21/01/2024

Local: Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil.
Participantes: Leonardo Carmo e Marina Fernandes

Relato da Trilha Pico da Tijuca e Tijuca Mirim


Após curtir uma praia em Niterói no sábado e mesmo sabendo da previsão do tempo para o domingo, resolvemos nos programar pra fazer alguma atividade. Escalada seria praticamente impossível, porém uma trilha seria viável. A Escolhida foi o Pico da Tijuca, no Parque Nacional da Tijuca. Eu já tinha ido lá algumas vezes, mas a Marina ainda não.

Seria a nossa primeira trilha do ano. Partimos então a missão do dia. O tempo estava meio instável, mas eu confiava na minha intuição de que não iria chover durante a atividade e assim aconteceu. 

Saímos um pouco tarde de casa, por volta das 8h30. Tarde para os nossos padrões, mas foi até bom, pois deu tempo da água escoar um pouco e a trilha não ficar muito enxarcada. Chegamos no Bom Retiro, início da trilha, por volta das 9h40. Enquanto preenchíamos o termo e comíamos uma banana, os quatis descerem e um deles começou a puxar a nossa mochila querendo comida. O bichinho era teimoso, mas depois de umas conversas ele saiu e se juntou ao grupo.

A partir daí começamos a trilha. Desse ponto até o cume são aproximadamente 2,5 km de uma subida relativamente tranquila pra quem está com o condicionamento físico em dia. Fizemos o percurso de ida em 45 minutos numa caminhada tranquila.

Chegando na escada cravada na própria pedra, paramos para as fotos/vídeos. Às vezes abria uma janela e o visual ficava incrível. Parecia até uma pintura. Depois de subir a escada, chegamos ao cume. O tempo estava bem fechado nesse momento, mas nada que tirasse a beleza. Tiramos mais algumas fotos e fizemos o nosso lanche com pão e carne da costela no bafo que tínhamos comido no dia anterior lá no "Guela Seca".

Hora de descer e tirar mais algumas fotos. De lá, fomos até o Tijuca Mirim. Descendo a trilha, é só seguir a placa. São 300 metros ida e volta até retornar à trilha principal.

Total do percurso incluindo o Tijuca Mirim, da aproximadamente 5,7 km. Essa trilha é muito tranquila pra quem está acostumado. Vale muito o "passeio".

De volta ao Bom Retiro, tiramos mais algumas fotos e finalizamos a nossa primeira atividade de 2024.


Horário de funcionamento do parque é das 8h às 17h
Estacionamento no Bom Retiro tem limitação de vagas. É bom chegar cedo.
Não há cobrança de ingressos
Siga as regras do parque para manter a organização
Perfil oficial do Parque: @parquenacionaldatijucaparquenacionaldatijuca

Montanha é lugar de adversidades climáticas e de imprevisibilidades.
Esteja sempre pronto!











sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Travessia Espraiado x Tomascar

Por Leandro do Carmo

Travessia Espraiado x Tomascar



Dia: 19/08/2023
Local: Espraiado - Maricá
Participantes: Leandro do Carmo, Mariana Abunahman, Ricardo Barros, Simone Oliveira, Juliana, Angelo Verdan, Waldino, Diego, Carla Rosa e Márcio Mafra

Vídeo da Travessia Espraiado x Tomascar

Vídeo de Drone da Travessia Espraiado x Tomascar

Relato da Travessia Espraiado x Tomascar

Estava de volta à Travessia mais clássica de Maricá: A Travessia Espraiado x Tomascar! Com um percurso de aproximadamente 8 km, a travessia corta córregos, matas, áreas abertas e temos uma vista fantástica de parte do litoral do município. Para fechar com chave de ouro, temos a opção de almoçar no concorrido Restaurante da Marilene, com uma excelente comida caseira, feita no fogão a lenha. Em todas as vezes que fiz a travessia, voltei para o Espraiado, pois a logística ficaria muito pesada, caso optássemos por voltar por Tanguá ou Rio Bonito.  

Era uma aula do Curso Básico de Montanhismo do CNM e faríamos novamente um bate e volta. Combinamos de nos encontrar as 08h30min lá no Espraiado, em frente à sede das Unidades de Conservação. Chegamos cedo e de lá seguimos para a cachoeira da represa. Os bares estavam fechados e foi fácil conseguir um bom local para estacionar. Hoje, o local está pavimentado, seguindo com paralelepípedo até o local onde ficava um portão. Arrumamo-nos e iniciamos a caminhada.  

Seguimos estradinha e logo cruzamos o primeiro córrego. A estradinha segue bem abrigada, mas a essa hora da manhã, não seria um problema pegar um sol. Mais acima, viramos à esquerda, saindo da estradinha. Cruzamos o córrego novamente e iniciamos a subida, que fica próximo a uma casa. O trecho inicial é bem complicado, devido ao alto estágio de erosão causado pela passagem de motos. Inclusive, esse é um problema grande da região. Continuando a subida, comecei a ouvir um barulho de moto bem ao fundo. Em pouco tempo, eles estavam passando por nós.  

Passamos a última porteira e mais acima, ficamos à direita numa bifurcação, onde começa uma área aberta. Na volta, viríamos pelo caminho de baixo. Pegar o caminho da esquerda nos livraria de pegar uma subida, mas a vista que teríamos lá do mirante do Vale de São Francisco compensaria o esforço extra. Esse caminho acabou virando o principal. Subi mais rápido para conseguir filmar com o drone o pessoal chegando. Já próximo ao mirante, vi que tinha um grande grupo lá em cima. Com todos no local, fizemos alguns exercícios de orientação, lanchamos e seguimos descendo.  

Tomascar estava bem ao fundo. Visível graças a igreja, próxima ao restaurante da Marilene. Dali, pegaríamos uma descida mais forte e seguiríamos pela estradinha até ao nosso destino. O grupo grande saiu à frente e logo os ultrapassamos. Passamos por um trecho bem erodido, com vários caminhos que se juntavam mais abaixo. Demos uma parada rápida num córrego para nos refrescar e de lá seguimos andando. Passamos por diversas propriedades com plantação de laranja. Algumas pareciam abandonadas. Fui lembrando das inúmeras vezes que havia passado por ali.  

Sem perceber, havia chegado à porteira que antecede o vilarejo. Estávamos a poucos metros do nosso destino. As ruas já estavam cheias de carro. O restaurante da Marilene é bem frequentado aos finais de semana, sendo o “point” desde os praticantes de trekking até aos amantes do “off road” e simplesmente dos que querem desfrutar de um local agradável com boa comida.  

Arrumamos uma mesa e nos acomodamos. Cada um foi arrumando seu prato e fomos contagiados pela boa conversa e o astral de todos, sem exceção. Depois de um excelente almoço, a preguiça cobrou seu preço. Foram necessários alguns bons minutos para nos recompormos. Com o avançar da hora, aproveitei para apresentar conhecer a cachoeira de Tomascar a quem não conhecia e pegamos o caminho de volta.  

Começamos a caminhada bem lentamente e aos poucos fomos deixando Tomascar para trás. Paramos novamente no córrego, só que agora numa posição invertida. Uma parada estratégica para vencermos a subida. Não foi fácil, mas havíamos passado toda a subida da caminhada do dia. Fizemos uma parada num mirante e de lá percebemos fumaça bem no mirante do alto do Vale do São Francisco, muito próximo ao ponto onde havíamos passado no início da caminhada. A preocupação era o fogo se alastrar pela vegetação seca, pois passaríamos num ponto bem crítico.  

Adiantamos a caminhada e ao longo do caminho pude presenciar um espetáculo promovido por pássaros que voavam e cantavam em meio a uma mata exuberante. Dali, seguimos descendo e logo estávamos cruzando o córrego e entrando novamente na estradinha que nos levaria de volta a cachoeira da Represa do Espraiado.  

Maricá nunca decepciona!








segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Garrafão

Por Leandro do Carmo

Garrafão - PARNASO

Dia: 12/08/2023
Local: Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Participantes: Leandro do Carmo, Michel Cipolatti, Luís Avelar, Nicolas Loukides, Ezequiel Gongora, Leonardo Farias, Higor Souza, Leonardo Carmo e Marina Fernandes

 
Trilha do Garrafão

Histórico da Conquista do Garrafão  

O Garrafão, à época conhecido como Fagundes, foi conquistado em 28/10/1934 por Émérico Hungar, Gilberto Ferrez, Geoffrey Edwards e W. George Andrews, todos eles membros do Centro Excursionista Brasileiro. Foi um período de grandes conquistas no montanhismo brasileiro e sua dificuldade técnica, bem como a distância, o tornam menos frequentado, se comparado a outros cumes da região.  

Horários e pontos de referência da Trilha do Garrafão  

5h – Saída de Niterói; 6h 30 min – Entrada do Parque; 7h 49 min – Início da trilha (Barragem); 8h 40 min – Abrigo 2; 9h 30 min – Bifurcação Paredão Paraguaio (Pausa 10 min); 9h 55 min – Trilha da Pedra da Cruz; 10h 02 min – Trilha do Sino; 10h 38 min – Abrigo 4 (Pausa 20 min); 11h 10 min – Início da subida da Pedra do Sino; 11h 20 min – Cume da Pedra do Sino (Pausa 10 min); 12h 10 min – Buraco; 12h 24 min – Cabo de Aço; 13h 15 min – Cume do Garrafão; 13h 45 min – Saída do Cume do Garrafão; 15h 30 min – Saída do Buraco; 16h 18 min – Cume do Sino; 16h 40 min – Abrigo 4; 17h 17min – Bifurcação Morro da Cruz; 17h 38 min – Abrigo 3; 17h 45 min – Bifurcação Paredão Paraguaio/Trilha do Sino; 19h 05 min – Véu da Noiva; 19h 55 min – Barragem; 20h 20 min – Carro.  

Dicas para chegar ao cume do Garrafão  

Para chegar ao Garrafão, primeiro é necessário chegar à Pedra do Sino. Do cume da Pedra do Sino, já é possível ver o Garrafão. Devemos ir em direção a ele num misto de laje e pequenos trechos de vegetação. Desce até um vale e depois sobe novamente até chegar à borda de frente ao Garrafão. Nesse ponto, vem o primeiro trecho técnico, onde deve-se procurar um buraco, dentro dele podemos descer desescalando um lance em chaminé ou fazendo um pequeno rapel, numa proteção que fica no alto. Convém deixar uma corda curta (10 metros) fixa no local para auxiliar a volta. Depois desse trecho, segue até o cabo de aço. Existe uma parada dupla onde dá para fazer um rapel. Com uma corda de 60 m meada, não dá para chegar ao final. Um pouco mais abaixo, há um grampo onde dá para rapelar com uma corda meada de 60 metros. A mesma pode ser usada para segurança na volta. Optamos por dar segurança de baixo, fazendo com que subíssemos de top rope, progredindo pelo cabo de aço. Facilitou e agilizou bastante. Após esse trecho, pega-se uma trilha subindo, até chegar a uma canaleta exposta. Há uma proteção no início e uma bem mais acima, onde é possível montar um corrimão para dar mais segurança. O trecho está bem erodido e está bem exposto. Há uma corda fixa numa raiz. Muito cuidado ao utilizá-la. Acima, pega-se um trecho exposto com lance fácil de escalada, onde tem um grampo para proteção. Dali para o cume são mais alguns metros.

Vídeo de toda subida ao Garrafão

Vídeo de drone no cume Garrafão

Wikiloc - Garrafão

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Relato da Trilha do Garrafão  

Três semanas depois de ter feito a Agulha do Diabo, estava de volta ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Agora para fazer o Garrafão. Mas a ideia surgiu na semana seguinte a Agulha do Diabo, quando perguntaram qual seria a próxima escalada? Como eu ainda não havia feito, sugeri o Garrafão. Todos aceitaram. Aproveitei para abrir a atividade no Clube Niteroiense de Montanhismo, dando oportunidade para outros amigos também conhecerem a montanha. Convidei, também o Ezequiel (Ziki), depois de o ter encontrado no CEB. Meu irmão e a Marina se juntaram a nós, confirmando somente na sexta-feira, véspera da escalada. Ao todo, éramos 9 montanhistas. Grupo relativamente grande, principalmente se levarmos em conta os trechos técnicos na qual passaríamos, sendo o principal, os 30 metros de ascensão obrigatórios, no colo entre o Garrafão e o Sino, no retorno do cume. Mas como todos eram escaladores experientes, com exceção da Marina, acho que não teríamos problema. E não tivemos!

Trilha do Garrafão


Saímos pontualmente as 5h da manhã de Niterói e chegamos ao PARNASO um pouco mais cedo do que a última vez, sendo o segundo carro da fila. Ficamos ali conversando até dar 7 horas e o parque abrir. Fomos direto para o Centro de Visitantes preencher os termos e de lá seguimos para a área de estacionamento, onde deixamos os carros e seguimos até a barragem, local de início da caminhada, propriamente dita. Estava uma manhã agradável e não fazia tanto frio, comecei a andar apenas com a segunda pele. Havia um grupo grande que também faria o Garrafão. Eles tinham programado de pernoitar no Sino e atacar o cume no dia seguinte, mas como a previsão do tempo era mudança para o dia seguinte, resolveram que iriam hoje mesmo. Mas como estavam com bastante peso para o pernoite, com certeza seriam mais lentos e chegaríamos bem à frente. Ainda encontramos mais um grupo de CNM, guiados pela Ana, que iriam para a Travessia da Neblina. Bom, era hora de começar a andar.

Entramos na trilha do Sino por volta das 7h 50 min. Foi uma subida tranquila. Passamos por alguns grupos que haviam subido primeiro e também encontramos com outros que já estavam descendo do Sino. Fomos num bom bate papo e logo passamos pela Cachoeira do Véu da Noiva. Continuamos a subida, já chegando aos pontos onde era possível ver a cidade de Teresópolis ao fundo. O dia estava firme, prenúncio de uma excelente caminhada. Paramos na entrada da trilha do Paredão Paraguaio, onde fizemos um rápido descanso. Dali seguimos subindo e as 10 horas entramos novamente na Trilha da Pedra do Sino. Até ali, nenhuma novidade. Já havia percorrido esse caminho inúmera vezes. No ritmo que estávamos, nem tinha muito tempo de aproveitar o caminho. Nosso objetivo era chegar logo ao Abrigo 4. A partir dali sim, poderíamos curtir o caminho. Passamos pela entrada da Trilha do Papudo e mais a frente, depois de nos afastarmos um pouco dessa vertente, conseguíamos ver o cume do Papudo ao fundo. Cruzamos um trecho bastante molhado e com 40 minutos de caminhada havíamos chegado ao Abrigo 4, eram 10 h 40 min da manhã. Fizemos o trecho em 2h e 50 minutos, um excelente ritmo. Só tinha uma barraca montada. Aproveitamos para fazer uma parada mais longa. Fiz um lanche reforçado e deixei uma garrafa de isotônico guardada num buraco próximo ao abrigo para a volta, não queria levar peso extra.

Trilha do Garrafão

Abasteci minha garrafa de água e fomos em direção ao cume da Pedra do Sino. Nem percebi a discreta saída e quase perdi a entrada da subida. Rapidamente estávamos aos pés do totem de cimento, que fora reconstruído após ser atingido por um raio alguns anos atrás. Aproveitei para fazer algumas imagens com o drone, o que nos fez ter que fazer mais uma parada rápida. Já podíamos ver o Garrafão ao fundo. Fomos descendo em sua direção e o caminho não muito bem definido. Andar em laje de pedra é muito complicado, mas o dia estava bem aberto e foi mais fácil ver os totens e algumas fitas amarradas nos arbustos. E assim, seguimos serpenteando. Passamos por alguns trechos mais fechados, porém, no geral foi tranquilo essa primeira parte. De longe não dá para perceber, mas assim que fomos nos aproximando do Garrafão, tivemos que atravessar um vale. Do outro lado desse vale, podia ver um grande totem. Deveríamos seguir em sua direção, mas alguns totens e fitas nos distanciavam, forçando-nos a contornar esse vale bem mais para a esquerda. Descemos um longo trecho e passamos por um trecho bem fechado e confuso. A sorte é que era curto. Assim que voltamos a subir, já próximos do totem que havia visto lá de cima, é que pude perceber o motivo de termos que nos distanciar tanto: um trecho bem íngreme e intransponível. Descer em linha reta era impossível. Continuamos a caminhada por esse labirinto, sempre guiados pelos totens.  

Estávamos cada vez mais próximos do Garrafão. A vista impressionava. Daquele ponto, parecia ser impossível alcançar o cume. Nosso objetivo agora era chegar a um buraco, onde desceríamos até chegar ao cabo de aço. Fomos procurando, sempre seguindo pelo caminho mais óbvio até que conseguimos achá-lo. E olha que não muito óbvio assim. Fica meio escondido, numa passagem entre a vegetação. Dali, descemos e entramos numa gruta. Fixamos uma corda e fomos descendo um a um, usando a técnica de chaminé. Rapidamente descemos e começamos a montar o rapel para iniciarmos nossa descida para o colo entre essa vertente do Sino e o Garrafão. Optamos por montar o rapel num grampo mais abaixo, dali conseguimos dobrar a corda e deixá-la meiada, dando exatos trinta metros. Se fossemos usar as chapeletas de cima, talvez precisássemos de uma corda de 70 metros, mas mesmo assim, não posso afirmar que chegaria. Fomos descendo um a um. O trecho estava bem molhado e a rocha é bem lisa. O cabo de aço está em boas condições. O rapel foi bem tranquilo, o maior problema seria para subir. Optamos por deixar duas cordas, assim poderíamos dar segurança de baixo para que pudéssemos subir pelo cabo mais rapidamente.  

Fui um pouco mais para cima, para poder ver de longe a descida. Era um trecho bem bonito. Comentamos sobre a audácia da conquista, pois ali era o caminho mais óbvio para essa descida, sem contar que achar aquele buraco não deve ter sido uma tarefa fácil. Era uma galera a frente do seu tempo. Uma conquista de 1934, que hoje em dia, mesmo com todo equipamento que temos disponível, ainda é um marco para os montanhistas. Assim que todos passaram, iniciamos a subida e o ataque final ao cume. Faltava pouco. Seguimos em direção a uma canaleta bem íngreme. Subimos um trepa pedra e na base desse trecho, uma corda meio velha amarada num arbusto serviria para nosso apoio. Ali era um trecho que merecia uma segurança melhor, mas começamos a subir usando a corda só como um apoio moral. Tem algumas agarras boas na lateral direita na qual davam um bom suporte. Fui subindo, sempre procurando os trechos mais sólidos, até que passei pelo arbusto onde a corda estava amarrada. Dali pra cima, fui caminhando e procurando o acesso ao cume. Vi uma laca apoiada e não tive dúvida de era por ali, era o único caminho possível. Segui subindo e o trecho foi tranquilo, apesar da exposição. Mais alguns metros e estava no cume.

A vista dali era algo impressionante. Como o dia estava aberto e firme, conseguíamos ver boa parte da Baía de Guanabara. Por todos os lados as montanhas despontavam de forma magnífica. De um lado era possível ver o São Pedro, Agulha do Diabo, São João, Santo Antônio, Três Marias, Dedo de Deus, Dedo de Nossa Senhora, Escalavrado, entre muitas outras. Para o outro lado, conseguíamos ver boa parte do caminho da Travessia Petrópolis x Teresópolis. Geralmente estamos lá e a vista que temos para o Garrafão, chama a atenção e vira referência. Há uns meses atrás, tive o prazer de ver o Garrafão por esse ângulo e lembro que na época, a vontade de estar nesse cume fantástico foi grande. Pensei: “Vou subir nessa temporada.” E hoje estava ali vendo e relembrando o caminho que havia feito há uns dois meses atrás. Aproveitei para filmar com o drone e fazer algumas fotos. Assinei o livro de cume e descansei um pouco, o suficiente para o retorno. Dentro da nossa programação, ficaríamos no cume por 30 minutos. E assim que bateu o tempo, iniciamos nosso retorno.

Trilha do Garrafão


Iniciei a descida e cheguei naquele ponto do arbusto onde a corda está amarrada. Desci com bastante cuidado e logo estava na base, auxiliando a descida dos demais. Lentamente, passamos o trecho e seguimos descendo até a base do cabo de aço. Encordoei-me numa ponta de corda e subi utilizando os cabos, sob segurança do meu irmão. Estava bem molhado e o que eu pressenti na descida, se confirmou na subida. Como estava molhado, alguns trechos escorregavam bastante. Tinha que tentar me manter perpendicularmente a rocha, mas isso demandava um esforço maior nos braços. Até que subi bem rápido, pois quanto mais parado ficasse, mais esforço faria. Ao longo da subida, percebi que a corda da segurança estava com um arrasto grande e só fui ver o motivo quando cheguei à parada. As cordas haviam sido passadas em mosquetões que estavam paralelos e um acabava fazendo uma força sobre o outro, gerando um atrito extra e, além disso, a fita na qual esses mosquetões estavam presos ao grampo era curta. Assim que o Luis subiu, pedi para aguardarem e precisei de uns 5 minutos para reorganizar o nosso sistema e otimizar a subida. Com tudo certo, joguei a outra ponta de corda para baixo e aos poucos todos foram subindo. Faltando três subirem, chegou um grupo de Nova Friburgo. Eles aguardaram um pouco até que todos subiram. Dali, seguimos para a gruta, onde tínhamos que voltar por uma corda fixa que havíamos deixado. Fizemos o lance de chaminé e nos reunimos na laje ao lado do buraco. Ali, tiramos o equipamento e organizamos todo o material que não seria mais usado. Aproveitei para comer algo rápido, era 15 h 30 min. O astral do grupo era excelente, faz a diferença a boa companhia. Dali, pudemos acompanhar a entrada de nuvens pesadas. Parecia que a virada do tempo prevista para a noite havia se antecipado. Estava convicto de que choveria em pouco tempo. Com isso, iniciamos rapidamente nosso retorno, ainda passaríamos por alguns trechos de difícil orientação. Em pouco tempo o Garrafão foi tomado por nuvens que se movimentavam numa velocidade absurda.  

E seguimos caminhando. Senti alguns pingos, mas não quis colocar o anorak, na esperança de que não aumentasse. Cruzamos o capinzal e começamos a subir. Nos trechos mais íngremes estava escorregadio, mas ainda conseguíamos progredir com segurança. Se aumentasse a chuva, acho que ficaria mais complicado. Da mesma forma que as nuvens chegaram, elas se dissiparam e em pouco tempo, mais nenhum sinal de chuva e seguindo os totens, atingimos novamente o cume da Pedra do Sino. Eram 16h 18 min, havíamos completado cerca de 75% da nossa atividade. Apesar desse trecho final ser longo, a divisão leva em conta, também o grau de dificuldade. Agora era só descer. Ficamos pouco tempo no cume e seguimos direto para o Abrigo 4. Alguns decidiram descer direto. Eu aproveitei para lanchar e descansar um pouco mais para a descida. Num ritmo constante e automático, segui descendo, dando apenas duas paradas rápidas na bifurcação para entrada da trilha do Paredão Paraguaio e no Véu da Noiva. Assim que a noite caiu, peguei a lanterna e ela não funcionou. Ainda bem que o Ziki me emprestou uma reserva. Cheguei à barragem por volta das 19h 45min e dali, fui direto ao carro. Aos poucos todos foram chegando e aproveitei para pegar o carro e voltar até a Barragem para dar uma carona aos que chegaram por último. Pegamos os carros e seguimos, parando no primeiro Posto, para fazermos um lanche e seguir viagem. Missão cumprida!  

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão


Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão


Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão

Trilha do Garrafão





























terça-feira, 7 de novembro de 2023

Via Aurora Boreal - Costão de Itacoatiara

Por Leandro do Carmo

Via Aurora Boreal

Dia: 18/08/2023
Local: Itacoatiara - PESET
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima Velhinho e Sandro Monteiro



Relato



A Aurora Boreal é uma via nova no Costão de Itacoatiara, fica ao lado direito da Luiz Arnaud. Na verdade, ela era a via solo Soluços e Tremedeiras, que agora foi protegida. Resolvi entrar na via e aproveitei que o Velhinho estava indo com o Sandro e perguntei se poderia ir também. Havia marcado uma remada cedo com um amigo em Itaipu, mas acabou furando. Ainda bem que a escalada estava confirmada, senão teria que voltar para casa na saudade...  

Depois de ficar esperando um pouco em Itaipu, pois havia chegado as 5h 30 min, passei na casa do Velhinho e de lá, seguimos para Itacoatiara. Deixamos o termo de risco na portaria e seguimos para a praia, onde iniciamos a subida. Para muitos, a parte mais difícil das escaladas na região. Como já estou acostumado, não tenho mais problemas. Já na base da via, nos arrumamos e repassei as cordas.  

Comecei guiando essa primeira enfiada. Optei por subir puxando as duas cordas, um erro. Os trechos da primeira enfiada foram tranquilos. Ouvi alguns relatos de que havia muita coisa quebrando, mas nem achei tão ruim assim. A via segue com paradas duplas de 30 em 30 metros, mas optei por seguir direto para a próxima dupla, segundo erro. O arrasto estava grande e tive que dar uma esticada a mais na corda para poder chegar à parada. A enfiada foi bem bacana, com lances mais verticais e um grau constante.  

O Velhinho e o Sandro vieram em seguida. Na parada, mudamos a cordada e seguimos em “i”, assim levaria apenas uma corda. Comecei subindo. A via seguia com lances bem variados e constantes, diferentemente da Luiz Arnaud que segue bem fácil na maioria dos lances. Mas segui subindo, parando mais acima. O Velhinho tocou a última enfiada, seguindo até uma parada antes do cume. Subi em seguida e fui direto ao cume, onde puxei os dois.  

Uma ótima escalada!






quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Regata de Aniversário do Praia Clube São Francisco

Regata Aniversário do Praia Clube São Francisco

Dia: 05/08/2023
Local: Charitas - Niterói
Participantes: Leandro do Carmo, Alice do Carmo e Lucas Costa

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Arquivos da Regata


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Vídeo

Relato

O mês passou rápido e já estávamos na semana de mais uma regata. Para mim sempre tem alguma coisa nova e dessa vez não seria diferente. A novidade era que nessa regata teria a participação de várias classes, cada uma largando num horário. Como sempre, chegamos cedo ao PREVELA para arrumar os barcos. Na semana anterior, já havia separado todo o material, ficando mais fácil dessa vez. O dia estava meio nublado fazia um pouco de frio. A previsão era um vento mais forte para o horário da Regata. Ajustamos tudo tivemos que fazer alguns ajustes na distribuição das tripulações dos barcos. Com isso, o João acabou indo com o Pepe e a Alice e o Lucas foram comigo. Programamos nossa saída para as 11 horas e muito antes disso já estava com tudo pronto. Aproveitei para fazer um lanche junto com as crianças.



Foi dando a hora e começamos a colocar os barcos na água. O ventou entrou e conseguimos ir velejando até ao Praia Clube. Foi um velejo gostoso. Alice foi timoneando até bem próximo. Como não iríamos atracar no Praia Clube, ficamos dando uns bordos. Foi um espetáculo ver os grandes veleiros em volta. Uma atmosfera diferente. Fiquei um pouco afastado, mas aos poucos fui tomando coragem e me aproximei mais. Aos poucos, as largadas das diferentes classes foram iniciadas. A classe dingue seria a última. O percurso divulgado para essa regata foi o barla-sota, que consite de duas boias alinhadas na direção do vento, além de uma boia de largada. A largada ocorre em uma linha imaginária situada entre a boia de largada e o barco da comissão de regatas. Cada trecho a ser percorrido entre duas boias é chamado de perna. O barla-sota possui apenas pernas de contra-vento e de empopado. Eu não entendi muito bem, então a minha estratégia foi acompanhar os barcos da frente, simples assim.  

Continuei dando uns bordos já perto da linha de largada e assim que tocou o sinal, a bandeira foi levantada, dando o sinal de 1 minuto. Foi hora de me preparar. Largamos um pouco atrás e na empopada seguimos. O vento estava bom e seguimos em direção à primeira boia. Fui pedindo ao Lucas e a Alice para irem ajudando nas tarefas e na organização do barco. As vezes sentavam atrás, as vezes um pouco mais a frente, tudo isso para equilibrar o peso do barco. A primeira boia foi montada e seguimos em direção a próxima. Seguimos velejando com um vento um pouco mais forte até montar novamente a boia perto do barco da Comissão de Regata. Dali, voltamos na empopada. Seguimos bem, até que chegamos a boia e o barco do Pepe ficou atravessado, tive que desviar um pouco para fora. Fazendo o contorno da boia, um outro barco me atrapalhou e tive que manobrar para não ser atingido. Isso me fez perder 3 posições na manobra. O vento havia aumentado e já estava numa direção um pouco diferente. Cacei bem a retranca e a Alice e o Lucas começaram a ajudar a escorar o barco. Foi muito bacana a agilidade dos dois.  

Num determinado momento, o moitão da escota soltou, pois, a argola que prendia o pino havia esgarçado. Fui perdendo velocidade e não tinha muito o que fazer. O Lucas e  Alice procuraram a peça no fundo do barco e não acharam. Enrolei o cabo da escota nos pés e pedi para a Alice ir timoneando. Finalmente consegui achar a peça e recoloquei o moitão no lugar. Perdemos mais duas posições. Voltamos a velejar com uma velocidade considerável e logo cruzamos a linha de chegada. As crianças adoraram a aventura. Dali, seguimos direto para o PREVELA. Mas não foi fácil voltar. Fomos num contravento até conseguir chegar à praia. Missão cumprida!