sábado, 18 de fevereiro de 2017

Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil

Por Leandro do Carmo

Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil

Local: Espírito Santo / Minas Gerais
Data: 10 e 11/09/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alex Rockert e Marcos Lima

Pico do Cristal

 
Link para Site oficial do Parque: http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/

Vídeo



Dicas para subir o Pico da Bandeira:

  • É necessário fazer reserva com antecedência para as áreas de camping;
  • O acesso por Minas Gerais, via Alto Caparaó, é o mais fácil;
  • De Niterói até o Alto Caparaó, são aproximadamente 440 km;
  • Entre camping, entrada do parque e gasolina, custou R$ 71,00 por pessoa (estávamos em 1 carro com 4 pessoas;
  • A estrutura de camping do parque é muito boa;
  • Na alta temporada, o parque fica muito cheio;
Link para o google maps do caminho rodoviário:


Um  pouco da história sobre o Parque Nacional do Caparaó


Por volta de 1859, o Imperador Dom Pedro II determinou que fosse colocada uma bandeira do Império no Pico mais alto da Serra do Caparaó. Acredita-se que a denominação Pico da Bandeira se deva a este fato.

A Serra do Caparaó ainda foi palco da Guerrilha do Caparaó, instabilidade política ocorrida em 1964, período da Ditadura Militar vivida pelo Brasil. Em 1967, as forças armadas montaram um esquema tático para capturar ex-militares que faziam parte do grupo revolucionário e que estavam refugiados no Parque Nacional. O exército usou como base de acampamento todos os municípios vizinhos.

Relato da Trilha do Pico da Bandeira

Já era hora de conhecer o Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil. Localizado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa entre em Minas Gerais e Espírito Santo. Tinha pouco tempo disponível para a viagem e, apesar da distância, resolvemos tentar fazer em um único final de semana. Abri a atividade no clube e logo as vagas foram preenchidas, porém, um dia antes da partida, um grupo desistiu por causa do tempo... Mas a previsão do tempo nem era tão ruim assim... Bom, quem não foi perdeu...

Saímos de Niterói as 21:00, da sexta feira, dia 09 de setembro. Viajamos durante toda a noite e chegamos ainda de madrugada na portaria do Parque, no lado mineiro. Aliás, o mais fácil para subir de carro até o acampamento. Como estava bem cedo, teríamos que esperar a hora do parque abrir. Aproveitamos para tirar uma soneca e descansar um pouco da longa viagem. Foram aproximadamente 8 horas de viagem. Depois de um cochilo, enfim, pudemos entrar e continuamos de carro até o acampamento Tronqueira.

Lá, escolhemos os melhores locais, pois a área de camping ainda estava bem vazia. Geralmente, os visitantes chegam mais tarde e sobem por volta das 24:00h para ver o sol nascer. A gente optou por fazer diferente, principalmente pela falta de tempo. Nossa ideia era percorrer os 4 cumes: Bandeira, Calçado, Cristal e Cruz de Negro. Enquanto montávamos as barracas, conversamos com um guarda parque que nos disse não poder subir o Cruz de Negro. Bom, regras são regras... Diminuímos nosso roteiro para 3 cumes.

Depois de montado acampamento, começamos nossa caminhada. Subimos o caminho que leva ao Terreirão, segundo e último ponto de acampamento do lado mineiro.   O caminho é bem definido e não há bifurcações que possam causar dúvidas. Ele segue paralelo a um rio, que corre ao fundo de um vale, à esquerda de quem sobe. Fomos subindo e logo chegamos ao Terreirão, onde paramos para um lanche. O acampamento é bem amplo e ainda abriga uma pequena casa de pedras. Há estrutura com água, banheiro e tratamento biológico de esgoto.

Após a pequena pausa para o lanche e descanso, seguimos subindo. Passamos por um trecho bem erodido até que chegamos a discreta saída para o Cruz de Negro. Ainda pensei em dar um pulo lá, mas como falei no começo, regras... Seguimos caminho e mais a frente, optamos por fazer um roteiro diferente e pouco conhecido. Ao invés de seguir direto para o Bandeira, pegamos uma discreta saída para a direita e fomos em direção ao Cristal, passando pela borda direita do Calçado. Pegamos uma trilha pouco definida e marcada por totens ao longo do caminho. Um espetáculo! Havíamos deixado o trecho bem marcado para entrar num local pouco frequentado. A partir daí, caminhamos por uma grande laje, cortada por pontos de vegetação rasteira. Descemos um longo trecho, até que voltamos a subir por uma das vertentes do Cristal.

A vista para o Cristal era fantástica. De longe já me apaixonei pela montanha.  Algo difícil de explicar! Seguimos subindo até que chegamos ao pé da subida final. Dali, seguimos até o cume. O dia não estava dos melhores, mas pudemos ver os pontos de acampamento do Macieira e Casa Queimada, ambos em lado capixaba. O dia estava muito agradável. No cume, preparei um almoço reforçado, já estávamos há quase 4 horas caminhando, depois de uma noite de viagem... Tem que reforçar! Depois do almoço, descansamos um pouco e iniciamos a descida, pois ainda tínhamos um longo caminha a percorrer.

A descida do Cristal foi bem tranquila, e nem mal havia deixado-o, já sentia saudades... Começamos uma forte subida, até chegar á trilha que vem do lado capixaba. Algumas pessoas desciam do Bandeira, enquanto outras subiam. Uma situação bem diferente do caminho que havíamos feito horas mais cedo. O corpo já dava sinais de cansaço e o ritmo já não era mais o mesmo. Começamos a caminhar mais lentamente e a dar paradas mais longas que o normal. Mais alguns minutos e estávamos no Pico do Calçado. Pausa para uma foto e seguimos para o Bandeira, nosso grande objetivo.

O caminho foi bem tranquilo e quando chegamos ao cume, já havia muita gente. Mas como a hora avançava, aos poucos as pessoas começavam a ir embora. Enfim o barulho cessou e éramos só nós quatro. Aos pés a cruz, paramos para descansar e literalmente apaguei. Nesse momento já sentia um mal estar e uma forte dor de cabeça.  O corpo cobrava o preço da noite não dormida e mais um dia inteiro de caminhada.  Bom não tinha jeito... Era descansar um pouco e ver se melhorava...

Ouvimos um barulho forte bem ao fundo e as nuvens correndo forte. Sinal de chuva se aproximando... Já estava dado o aviso de retirada. Antes ainda, deu tempo de retirar um pouco do lixo que alguns mal educados haviam deixado... Dali, pegamos o caminho normal que segue para o Terreirão. Descemos bem rápido e logo começamos a cruzar com alguns grupos que haviam descido mais cedo, eles estavam bem lentos... mais abaixo passamos pelo ponto onde deixamos a trilha principal e assim fechamos o belo circuito.  Dali para baixo, foi meio que no piloto automático. Descemos num bom ritmo, até que retornamos novamente para o Terreirão.

Lá foi difícil... demos uma boa parada e um descanso merecido. Ouvimos a notícia de que havia chovido forte na parte de baixo, onde ficava o acampamento Tronqueira. Foi aí que lembrei que deixei a barraca aberta... Minha esperança foi de que alguém tivesse fechado. Mas também, não deixei nada dentro. Nesse caso seria só secar... Depois de um descanso merecido, foi fora de continuar descendo. Acho que foi a parte mais sofrida do dia... Começamos a caminhada e nada dela terminar... Tinha certeza que aumentaram alguns quilômetros!  Mais abaixo, uma bela e curta visão do por do sol. O tempo necessário para uma foto e ver as nuvens engolir a grande bola alaranjada.

Continuamos a descida até que finalmente chegamos! Fui direto ver o estado da barraca. Ainda bem que fecharam... Molhou um pouco, mas resolvi rápido o problema. Arrumei minhas coisas, tomei um remédio para dor de cabeça e fui logo para o banho. A água estava gelada. Gelada era pouco, estava congelante! O banho rápido deu uma revigorada e fomos preparar a janta. Ficamos batendo um papo até que o cansaço bateu de vez e foi hora de entrar no saco de dormir e literalmente apagar.... Afinal de contas, já estava a 36 horas sem dormir...

Acordei bem no domingo. A maioria das pessoas que estavam no acampamento haviam subido na madrugada para ver o sol nascer. Aproveitamos para arrumar nossas coisas com calma e nos preparar para o longo retorno. Visitamos ainda algumas cachoeiras e seguimos viagem. Uma final de semana intenso... É claro que valeu, mas poderia ter sido melhor. Do jeito que fizemos fica muito cansativo, mas era o tínhamos! Quem sabe no próximo ano não teremos um final de semana prolongado no Parque Nacional do Caparaó...












segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Remada no Rio Paraíba do Sul - Itaocara-RJ

Por Leandro do Carmo

Remada no Rio Paraíba do Sul - Itaocara RJ

VII Encontro dos amigos da ACAI 2016

Data: 06/08/2016



Rio Paraíba do Sul
Há tempos que eu vinha programando minha ida até Itaocara... E olha que não foi por falta de convite... Mas sempre que marcava, acontecia alguma coisa que me fazia mudar os planos, mas dessa vez, tudo conspirou para que finalmente conseguisse realizar o meu desejo. Já remei muitas vezes em mar, mas sabia que nas águas doce do Rio Paraíba, a coisa seria muito diferente. Como me faltava experiência, o VII Encontro de amigos da ACAI seria o dia perfeito. Apesar de não ter um caiaque apropriado (o que tenho é esse de polietileno aberto), resolvi aceitar o desafio, depois do meu amigo Jefferson, também da ACAI, me afirmar que seria viável remar com esse tipo de barco. Já que aceitei o desafio, foi hora de acertar os detalhes da viagem...

Estava de férias e o evento seria 3 dias depois da minha chegada do Monte Roraima. Tinha que deixar tudo acertado, pois não teria muito tempo. Bom, a logística foi bem tranquila, pois a família da esposa do meu irmão é de Portela, um distrito de Itaocara. Isso facilitou bastante, apesar de ter opções de hotéis e pousadas na cidade.

Amarramos os caiaques em cima do carro e seguimos rumo ao nosso destino...

A viagem foi bem tranquila e quando chegamos tive a noção de como o rio Paraíba do Sul é imponente, apesar da grande estiagem que afetava várias regiões. Só conhecia esse trecho do rio por fotos, ao vivo tudo é diferente. Arrumamos nossas coisas e descansamos um pouco, pois o dia seguinte seria pesado!

Rio Paraíba do Sul
Acordamos cedo e eu, meu irmão Leonardo e Caíque seguimos para o ponto de encontro, na Praça dos Quiosques, em Itaocara. Aos poucos a galera foi chegando e o bate papo foi super agradável. Enquanto conversava com o pessoal fui ficando mais aliviado, pois não seria o único novato. A praça foi ficando bonita com tantos carros e caiaques. Deu a hora e seguimos em carreata para a Cabana do Peixe Frito, local da confraternização e de onde o caminhão levaria os caiaques para o ponto de início, na grande Alfarroba, na Fazenda Paulo Gama.

Na Cabana do Peixe Frito, colocamos os caiaques no caminhão e nos arrumamos nos outros carros de apoio e seguimos para o ponto de partida. O lugar é muito bonito e pudemos ir vendo de longe alguns trechos que iríamos percorrer. Pena que a região desaparecerá em breve, após a construção da represa de UHE Itaocara. Já no ponto de partida, tiramos os caiaques e os colocamos lado a lado para a grande foto. Aos poucos todos foram indo para a água, afinal de contas, era o que mais queríamos...

Rio Paraíba do SulJá na água, começamos nossa aventura! Saímos de um trecho bem tranquilo e água correndo suave e mais a frente a corredeira do Beco. Até que me saí bem para a primeira vez. Para os mais experientes, brincadeira de criança... Para mim, algo como um corredeira grau V! Alinhei o caiaque e fui remando, tentando não perder o rumo. Pronto! Primeiro desafio concluído! Nem sei quantos mais faltavam, mas estava no caminho certo! Fomos remando em um contato intenso com a natureza. A água estava muito agradável. Aos poucos me sentia mais seguro e a remada foi ficando cada vez mais leve.

Como não sabia os pontos onde teriam corredeiras mais fortes, ia sempre do meio para trás, assim poderia acompanhar os mais experientes. Mais a frente, vi que todos se reuniram antes de uma grande pedra, estávamos na Cachoeira do Urubu. A corredeira mais difícil do percurso. Ali nem pensei duas vezes, desci e fui levando o caiaque até a parte final da corredeira. Dali, seguimos remando até a próxima cachoeira, a do Tobogan. Essa bem mais tranquila. Passei sem dificuldades. Mais uma vez vou destacar a beleza do local... O Jefferson me havia dito que era bonito, mas não imaginava o quanto... Remávamos sem contato nenhum com a civilização. Não havia casas, estradas, etc... nada que pudesse interferir na natureza!

Rio Paraíba do SulContinuamos nossa jornada e passamos por mais uma corredeira, a do Molha Saco. Confiante, já seguia remando pelas ondas que para mim, eram gigantes. Chegamos à Corredeira do Porto Marinho. De longe olhei e pensei na hora: “Essa não é para mim”. Deixei o caiaque em cima de uma pedra e fui conferir mais de perto. Era um trecho longo, menos forte que a Corredeira do Urubu, mas que impunha respeito. De longe fiquei observando as pessoas que desciam... A vontade era grande, mas a princípio fiquei só observando. Aos poucos fui vendo que dava para tentar. Depois que meu irmão desceu, não tive dúvidas. Segui até meu caiaque.

Remei em direção à corredeira até ganhar velocidade e o caiaque foi sugado corredeira a baixo. Não tinha mais volta. Agora era tentar manter o caiaque alinhado e seguir o fluxo. Na primeira grande onda, o caiaque foi lá em baixo e subiu com velocidade. A sequência seguinte foi na mesma intensidade... Não acreditei que havia passado por tudo e ainda estava sentado no caiaque... Foi aí que virei... Depois de ter passado por tudo, virei no rebojo. Mas havia feito mais do que eu imaginava. Quando pensei em ir remar, não pensava que faria um décimo do que havia feito. Minha ideia era remar nas partes mais tranquilas, mas fui muito além disso... Para mim uma vitória! É claro que se tivesse sozinho não conseguiria. A galera sempre dando apoios e dicas importantes foi fundamental para concluir o trecho com segurança.

Dali, foram mais alguns minutos de remada até que chegamos ao Porto Marinho, onde o caminhão nos esperava. Voltamos até a Cabana do Peixe Frito, onde nos reunimos para o churrasco. Mais tarde, presenciei um bela homenagem a um dos percursores do esporte na região, o Abel.  O dia foi chegando ao fim e foi hora de partir...


Missão cumprida!

Rio Paraíba do Sul

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Rio Paraíba do Sul

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Rio Paraíba do Sul


Rio Paraíba do Sul

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Montanha para Todos em Niterói

Fala galera!!!

O CNM encarou o desafio de trazer o Projeto Montanha para Todos pra Niterói, e adquirir uma cadeira Juliette, a cadeira de roda que foi projetada para promover acessibilidade às trilhas das montanhas, sendo fruto de uma linda história de amor e dedicação.

Acreditamos que a disponibilidade dessa cadeira para os clubes de montanhistas, independente de burocracias que envolvem o uso de um bem de um órgão público, pode facilitar e simplificar seu uso. Assim, a Juliette do CNM estará disponível para todos nós, de todos os clubes, pra que possamos compartilhar nossa paixão com mais pessoas que estejam fisicamente impossibilitadas.

Vamos também trazer Juliana e Guilherme, mentores e protagonistas do projeto "Montanha para Todos", para nos falar dessa história de amor, desafios e superações. Essa palestra está marcada para o dia 03/02/2017 na AABB de São Francisco, em Niterói.
Atualmente estamos em plena campanha de captação de recursos para cobrir os custos dessa aquisição. Temos, em nosso site, a venda da rifa de uma bicicleta, cujo sorteio no dia da palestra, 03;03.
Gostaríamos de contar com a ajuda de todos, comprando as rifas através do nosso site, o mais rápido possível, porque o sorteio será no final dessa semana. São só R$ 5,00 por número, e você estará comprando muito mais que a rifa de uma bicicleta...









sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Guia de Trilhas de Niterói e Maricá: 26º dia, a travessia da Serra de Itaitindiba

Por Leandro do Carmo

Travessia da Serra de Itaitindiba

Local: Maricá/Itaboraí
Data: 12/03/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, André Pontes, Cris Anderson, Lando Mendonça e José Antônio



A Serra de Itaitindiba se destaca na paisagem de Maricá. Ela faz divisa entre os municípios de Maricá, São Gonçalo e Itaboraí. Foi nas pesquisas para mapeamentos das trilhas de Maricá que vi que seria viável fazer a travessia pela sua linha de cumeada. Na verdade, o nosso objetivo era fazer o Alto do Gaia a partir de Cassorotiba... Mas faltavam detalhes... Foi aí que comecei a aprofundar as pesquisas.

Não encontrei nenhum registro que indicasse que o caminho já havia sido percorrido e nem o que iríamos encontrar pela frente. Estava visível nas fotos de satélite um caminho por quase toda a linha de cumeada, mas existia um trecho sem caminho marcado... Esse seria, na teoria o nosso grande desafio.

Na semana anterior convidei algumas pessoas para participar da nossa empreitada. Conversando com o André, enviei alguns arquivos para ele preparar alguns mapas para nos ajudar. Discutimos também como seria nossa logística. A princípio pensamos em fazer no sentido Calaboca – Gaia, visto que o último ônibus que saía de Cassorotiba, seria as 12:00. Mas como ficaria muito apertado, decidimos pegar o primeiro ônibus, que sai as 8 da manhã, começando em Cassorotiba para terminar no Calaboca. Mais tarde vocês verão que essa foi uma decisão acertada!

E assim combinamos de nos encontrar na entrada do Spar. O André sairia de Inoã e nos encontraria no caminho. Eu, Leonardo, Cris, Lando e Zé Augusto nos dirigimos até a pracinha do Spar. Deixamos um carro na saída da trilha para facilitar a volta e o outro acabou ficando perto do ponto de ônibus. Pontualmente, às 8 h, o ônibus passou em Inoã e em poucos minutos estava passando por nós. Dentro do ônibus só o André e mais uma senhora. Também... quem vai parar em Cassorotiba as 8h de sábado? Entramos nos ônibus e ele foi balançando pela estrada de chão até que ele parou e o motorista disse: - Ponto final! A estrada não está boa e estamos parando por aqui. Esperávamos que seguiríamos até mais a frente, mas não tinha jeito, teríamos que iniciar nossa caminhada ali.

Estávamos na Estrada de Cassorotiba, nº 5000, em frente a entrada da fazenda homônima. Caminhamos por uma bela e agradável estrada e vimos que o caminho não estava ruim, daria para o ônibus passar numa boa...  A nossa esquerda a bela Serra de Itaitindiba e a direita, a do Macaco e Camburi. Passamos pela obra do duto da Petrobrás e começamos uma subida até que cruzamos para o município de Itaboraí. Dali, começamos a descer. Sabe aquelas horas em que as coisas começam a dar errado? Então... O GPS parou de funcionar e foi hora de sacar o mapa para poder nos auxiliar. Mas cadê o mapa? André tirou da mochila e esqueceu de colocar de volta. Vamos sem ele!

Continuamos caminhando e lembrei que tinha o arquivo no celular. E como ajudou! Vimos o ponto exato de onde teríamos que entrar. Seguimos subindo nesse primeiro trecho, mas optamos pelo caminho mais definido, o que não foi a melhor escolha... Ainda tentamos encurtar o caminho até o alto da serra, mas chegamos num trecho muito íngreme e fechado. Até daria para forçar a barra, mas o objetivo não era esse. Precisávamos de um caminho na qual as pessoas pudessem fazer. Como iríamos explicar esse trecho? Bom, decidimos voltar e seguir pelo caminho norma, ou seja o mais longo! Isso nos fez perder tempo. Seguimos descendo e fomos em direção a um colo, numa passagem entre os dois morros. Ali cruzamos uma cerca e descemos em direção a uma casa bem ao fundo vale. Dali, conseguíamos ver o nosso possível trajeto.

Chegamos na casa, na qual haviam algumas pessoas, cumprimentamo-las e pegamos algumas informações. Entramos por uma porteira e iniciamos um longo trecho de subida. Passamos pelas ruínas de uma antiga fazenda e no caminho, comecei a ouvir um barulho de água. Fui em direção a ela e encontramos um córrego com bastante água, o suficiente para nos refrescar. Foi hora de fazer a primeira parada do dia.

Voltamos a caminhada e seguimos por esse caminho bem aberto, até que passamos por umas ruínas. Nesse ponto aconteceu uma coisa curiosa: passando ao lado de uma jaqueira, caiu uma jaca a cerca de 1 metro de distância de mim... Se eu tivesse um pouco mais para o lado... Nem sei! Como a jaca já estava ali no chão, pensei: Vamos comer! Segunda parada do dia!

Seguimos subindo e já tínhamos uma linda vista para Itaboraí. Continuamos subindo até passarmos por uma grande árvore com uma sombra convidativa. Segui subindo lentamente até chegar a uma bifurcação. Para a direita chegamos a uma mirante voltado para São Gonçalo. Dali, conseguíamos ver o caminho na qual deveríamos pegar: uma íngreme subida paralela a uma cerca. No alto, chegaríamos ao Gaia, primeiro objetivo do dia. Voltamos à bifurcação e agora seguimos pelo caminho da esquerda e iniciamos a subida. No meio dela, havia um caminho em diagonal para a direita, na qual pegamos. Me arrependi de não ter ido ao cume onde há a divisa dos três municípios: Maricá, Itaboraí e São Gonçalo... O calor estava forte e optamos por não ir.

No alto, já com uma sombra, fizemos nossa terceira parada. Uma pausa um pouco mais longa, onde aproveitamos para lanchar. Adentramos por um caminho bem definido e bem agradável. Caminhávamos agora sobre a densa floresta e já não tínhamos o incomodo do sol. Porém não tínhamos mais nenhuma referencia visual. Mas o caminho bem definido, não deixava dúvida. Descemos por um longo trecho até que chegamos a uma pedra onde estava sendo construída uma antena. No alto da pedra, fizemos nossa quarta parada.

Dali conseguíamos ver novamente o caminho que teríamos que percorrer. Voltamos para a caminhada e foi difícil achar um caminho a partir daí.  Rodamos e nada. Decidimos voltar para linha de cumeada e encontramos novamente uma cerca. Seguimos com ela a nossa esquerda num trecho bem fechado. Foi um longo caminho e quando achávamos que iríamos encontrar algo aberto: mais capim... Encontramos o que parecia um antiga estradinha em meio ao capinzal, mas não pudemos seguir por muito tempo nela, pois ela segui em uma direção diferente da qual deveríamos ir.

Atravessamos um pequeno vale e logo conseguimos chegar num trecho mais aberto. Seguimos andando, mas fechou novamente. Fomos assim, alternando entre trechos abertos e fechados até que passamos por outra antena. A partir daí, tudo melhorou. Um alívio! Percebi que havia passado motos por ali. Isso de certa forma facilitou nosso trabalho em um trecho mais adiante.

A partir daí foi andar... Chegamos a um morrote e já dava para ver o Condomínio no final trilha. Havia mais um morro e já estaríamos na trifurcação da Serra do Calaboca. Caminhamos os últimos metros até entrarmos de vez na reta final. Daí foi seguir até o carro. Ainda paramos para um refrigerante, antes de seguir para casa.


Ao final da jornada, foram cerca de 18 km de caminhada num calor forte, em quase 8 horas de caminhada. Para quem fazia contas para começar no lado oposto e terminar a tempo de pegar o ônibus das 12:00, tivemos sorte em começar por Cassorotiba! Uma decisão acertada!

Caminho percorrido:











terça-feira, 15 de novembro de 2016

Livros que ando lendo: A Primeira Viagem ao Redor do Mundo

Por Leandro do Carmo



Título: A Primeira Viagem ao Redor do Mundo
Autor: Antônio Pigafetta

Sinopse: é considerado pelo escritor Gabriel García Márquez como um dos livros mais importantes da sua vida. Em agosto de 1519, o navegador português Fernão de Magalhães içou âncoras do porto de Sevilha, a serviço da Coroa espanhola. Tinha início a primeira viagem ao redor do mundo, que descobriria novas rotas de navegação e alteraria todos os mapas da Terra existentes até então.  Ele comandava cinco navios e 237 homens. Embarcado como representante da corte de Roma na expedição espanhola, Antonio Pigafetta (1491? ¿ 1534), marinheiro toscano da cidade de Vicenza, sobreviveu à terrível viagem e celebrizou-se por ter sido o cronista da grande aventura. De Sevilha cruzaram aquele que seria posteriormente batizado de Estreito de Magalhães, descobriram o maior oceano da Terra (o Pacífico), passaram pela Ásia onde Magalhães foi tragicamente morto por nativos filipinos, contornaram a África e então regressaram à Espanha, em setembro de 1522. A armada havia sido reduzida a um só navio, o Victoria, e dezoito homens famintos, entre eles Pigafetta. O relato da viagem por ele escrito foi publicado em Veneza, em 1536 (dois anos após sua morte), e obteve sucesso instantâneo ao contar com vigor e precisão as privações e desventuras nas quais se viu envolvida uma das mais importantes expedições de descobrimento da história.

Comentário Pessoal: Uma verdadeira epopéia. Seria perfeito se não fossem as atrocidades cometidas. Coisas da época... Eles chegaram a lugares jamais visitados pelos europeus. Tinham poucas informações mais tinham muita coragem. Um livro com muitos detalhes sobre como eram a vida e os costumes dos povos na qual foram encontrando. Dá para termos um boa ideia de como eram as coisas naquela época. É claro que alguns equívocos foram cometidos, mas totalmente aceitáveis. Boa leitura!