terça-feira, 24 de abril de 2012

Escalada - Via Paredão Itacoatiara - Costão Itacoatiara

Por Leandro do Carmo

Paredão Itacoatiara – 3º IVsup E2 D2 230metros


Local: Costão – Face Oeste - Itacoatiara
Data: 21/04/2012
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém.


DICAS: A via está a direita da Paredão Uma Mão Lava a Outra; no final da primeira enfiada dá para ver uma grande laca; o crux está na primeira enfiada; a partir da segunda enfiada, alguns grampos são de difícil localização; muita diagonal; uma diagonal com inclinação para baixo na segunda enfiada; treinar comunicação, por vezes o guia não vê o participante; segurança de corpo no final da via.

Foram 42 dias sem escalar!!! Literalmente fora de forma!!!! Mas tínhamos que voltar... Na face Oeste do Costão, só faltavam a Paredão Itacoatiara e a via Olha lá. Preferimos fazer a Paredão Itacoatiara por se tratar de uma via clássica e com lances muito mais variados. Tem diagonal, uma horizontal que na verdade é uma diagonal com uma pequena inclinação para baixo e o crux de IVsup.

Marcamos às 06:30 da manhã no Costão de Itacoatiara. Fomos caminhando até a base da via. Ela fica mais ou menos no meio do alto da grande mata no Costão, já na direção do mar. Chegando lá, nos arrumamos e falei com o Guilherme que ele podia guiar a primeira enfiada. Na hora eu não falei (quando o Guilherme ler isso, vai rir pra caramba), mas não queria guiar a primeira enfiada, deixei a furada do crux para ele!!!! Um tempão sem escalar... hahahhehahahehahee

Decidido quem guiaria, começamos a escalada. O Guilherme foi guiando tranquilo, costurou os grampos até a grande laca, onde tem o crux. Usou o braço e foi subindo. Deu uma escorregada, mas segurou forte e venceu o lance. Montou a primeira parada no 5º grampo acima da grande laca e logo depois iniciei a minha escalada.

Participando, tentei começar por um lance mais difícil, dei uma escorregada e resolvi seguir pela linha da via. Fui subindo sem dificuldade até chegar a grande laca. Passei à esquerda dela, usando a oposição. Chegando à primeira parada já estava de volta ao mundo da escalada. Aquele começo fiquei um pouco travado, mas consegui superar, era preciso tirar a ferrugem!!!!!

Me preparei, dei uma olhada no croqui, vi que pararia no 6º grampo. Comecei a guiar a segunda enfiada. Uma diagonal à esquerda e para cima, assim foram os primeiros lances. Fui subindo até que comecei a descer numa diagonal para a esquerda, desescalando em alguns lances para manter a linha da via. Por vezes os grampos estavam tão escondidos que era preciso dar mais algumas passadas no escuro para encontrá-los. Cruzei a via Paredão Uma Mão Lava a Outra e tive a certeza que estava no caminho certo. Fui chegando bem devagar. Achei que fosse ser mais tranquilo que a primeira enfiada, mas me enganei... Aqui também é puxado!!!!!! Diagonal, horizontal... Uns gostam, outros odeiam... Cheguei ao sexto grampo e montei a segunda parada. Já não via mais o Guilherme. Foi a hora dele escalar. Veio reclamando até a parada!!!! Hehahehaheha

Bebemos uma água e foi a vez do Guilherme guiar a terceira enfiada. Foi subindo, também sem dificuldade. Por ter lances mais fáceis, a grampeação é mais distante, o que dificulta ainda mais a visualização dos grampos. Numa hora escutei: PEEEEDRAAAA!!!! Nem olhei para cima, encostei o corpo na rocha, só que minha perna estava um pouco para o lado, com a corda enrolada. E não que a pedra foi certinho no meu joelho!!!! Ainda bem que era uma pedra pequena, só deu um pequeno corte... um pouquinho de sangue e nada mais. Se fosse uma maior.... O Guilherme gritou: QUANTO DE CORDA???? E eu respondi que faltavam uns dez metros. O suficiente para chegar ao próximo grampo. Ele montou a terceira parada e iniciei a escalada.

Subi bem tranquilo e o Guilherme me perguntou se eu achava algum grampo, pois nas nossas contas ele deveria ter parado no 4º, mas teve que dar um esticão muito grande e ele achou muito estranho. Fui olhando e vi um bem escondido na vegetação. Ele passou batido, mas tinha sobra de corda e deu para fazer a parada um pouco mais acima, no 5º. Como o sol ficou entre as nuvens, nem lembrava dele. Escalar nessas condições é uma beleza!!!! Cheguei a terceira parada e comecei a guiar a quarta enfiada. Uma diagonal para a direita, onde cruza, novamente,  a via Paredão Uma Mão Lava a Outra. Mais alguns grampos e montei a parada no 4º, a esquerda do lance de IIIsup. Avisei ao Guilherme para subir. Ele veio tranquilo e chegou rapidamente. Dali para cima, faltavam dois grampos, mais uma pequena subida até o cume, que foi guiada pelo Guilherme. Lá no cume, ele fez segurança de corpo e fui subindo. Quando vi, já estava lá em cima. Começamos a escalada por volta de 7:15 e terminamos as 09:30. Dava até para ter feito em menos tempo... Mas para que a pressa???????

Missão cumprida!!!! Mais uma via completada!!!! Aí foi só curtir o visual...

Para ver as todas as fotos, clique aqui.


Fotos






sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mergulho nos Naufrágios Taurus e Lupus - Recife Pe

Por Leandro do Carmo

Mergulho nos Naufrágios Taurus e Lupus - Recife Pe


Local: Recife / Pe
Data: Abril/2011
Participantes: Leandro do Carmo

Quando pensei na minha viagem à Recife, não podia deixar de incluir o mergulho na programação. Decidi que faria um dia de mergulho pelo menos. Depois de uma pesquisa, escolhi a operadora Aquáticos. Excelente infra-estrutura e um catamarã super confortável, com capacidade para uns 30 mergulhadores.

De taxi, cheguei cedo ao Cais das Cinco Pontas no Recife Antigo e logo fui conversando com o pessoal da operadora. Estava sozinho e tratei logo de fazer amizades a fim de não ficar tão isolado.  De cara, conheci um casal de Brasília, onde conversamos muito sobre mergulho, é claro!!!

Recife tem muitos naufrágios e estava ansioso para descobrir qual seria o destino. Passado o roteiro, os destinos seriam os naufrágios artificiais Taurus e Lupus. A principio, gostaria de fazer um naufrágio mais antigo, mas já estava lá e não teria como voltar atrás. Saímos pontualmente do cais. Embarcamos no Galileo, um excelente e confortável catamarã. Acostumado com as escunas aqui no Rio, fiquei impressionado com o conforto.

Saímos do cais e fui apreciando a vista. Muito bonito o local. Ao sair do canal, percebi que o mar não estava muito bom. Muito mexido e com grandes ondas, que foram aumentando a medida que íamos nos distanciando da costa. Era cada onda, que por vezes os motores eram cortados para diminuir o impacto. Fiquei imaginando como seria a navegação num barco menor.

Quando a praia de Boa Viagem estava muito longe, o bóia de marcação foi lançada, indicando o ponto do naufrágio. Nos preparamos e as instruções foram passadas. O mar estava tão mexido que fiquei com um mal-estar, mas nada que atrapalhasse o mergulho. O primeiro naufrágio seria o Lupus, com profundidade máxima de 36 metros. Esse seria meu primeiro mergulho fora do estado do Rio de Janeiro. Quando cai na água, fiquei impressionado com a visibilidade: no mínimo uns trinta metros.

Todos os mergulhadores na água, fomos nos guiando pelo cabo da bóia. Do alto já dava para ver a sombra do navio. A medida que eu ia descendo, ficava fascinado com o visual. A areia branca realçava cada vez mais o naufrágio. Em posição de navegação, o Lupus repousa no fundo de areia e forma um grande recife artificial. Centenas de peixes circulavam o naufrágio, principalmente a cabine. Dei uma volta por completo nele e parei um pouco para apreciar a hélice. A partir dai, fui subindo ate chegar a proa da embarcação, de onde me afastei um pouco para olhar o naufrágio um pouco mais de longe.

O tempo foi acabando, e fui me preparando para subir. Subi lentamente pelo cabo e ainda fiz uma parada de segurança. Mergulho fantástico, não via a hora de chegar ao próximo. Cheguei a superfície e era cada onda... Foi um sacrifício subir no barco. Mas todo esforço valia a pena. Já no barco, dei uma mareada. A primeira nesses 15 anos de mar. Tomei uma coca-cola e foi passando.

Fomos navegando ate o próximo mergulho, o naufrágio Taurus. Chegamos ate o ponto e os procedimentos foram os mesmos. Descemos pelo cabo guia da bóia e a visibilidade continuava maravilhosa. Esse seria um mergulho um pouco mais raso. O Taurus esta a 25 metros de profundidade. Nele a vida era mais intensa. O tom azulado da água me deixava cada vez mais impressionado, muito diferente da Ilha Grande, que é esverdeado. Circulei o navio e fiz uma pequena penetração. Ao final do mergulho fomos presenteado por uma raia, que nadava lentamente pela embarcação.

Fomos subindo e fiz uma parada de segurança. Ai foi só voltar ao barco e trocar de roupa e apreciar a navegação de volta ate ao cais. Com tantas placas de perigo de tubarão na praia de Boa Viagem, estava certo de que avistaria um. Mas que nada, nem um tubarão lixa  para fechar o mergulho com chave de ouro. Mas tudo bem... Pegar 30 metros de visibilidade... Valeu a pena.

Segue abaixo a ficha técnica dos naufrágios:


Nome: Lupus
Data: 18/01/2002
GPS: 8º 09.525' S / 34º 43.304' W
Localização: Recife
Profundidade (m): 36
Visibilidade (m): 20
Motivo: Afundado para criação de recife artificial
Estado: Inteiro
Carga: Vazio
Tipo: Rebocador
Nacionalidade: Brasil
Dimensões (m): 34
Deslocamento (t): 10,6
Armador: Wilson, Sons
Estaleiro: -
Propulsão: -
Fabricação: -


Nome: Taurus
Data: 03/05/2006
GPS: 8º 8º 04,203' S / 34º 45,183' W
Localização: Recife
Profundidade (m): 26
Visibilidade (m): 10-40
Motivo: Afundado para criação de recife artificial
Estado: Inteiro
Carga: Vazio
Tipo: Rebocador
Nacionalidade: Brasil
Dimensões (m): 28 / 7 / 4
Deslocamento (t): 240
Armador: Wilson, Sons
Estaleiro: MacLaren
Propulsão: 02 motores à diesel
Fabricação: 1976

Assista aqui aos vídeos:

Naufrágio Lupus


Naufrágio Taurus
Parte 1


Parte 2




Remada em Itaipu e Itacoatiara - Niterói RJ

Por Leandro do Carmo

Remada em Itaipu e Itacoatiara - Niterói RJ

Data: Julho/2011
Local: Itaipu e Itacoatiara

Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo e João.

Domingo de sol, mar super calmo, excelentes condições para uma remada. Saímos da praia de Itaipu e fomos remando bem de vagar até Itacoatiara. Aquele canal entre o Morro das Andorinhas e a primeira Ilha, a menor, é fantástico. Em dia de mar agitado, o local vira um liquidificador!!!!! Depois de uma parada em Itacoatiara para apreciar a vista, voltamos e fomos até a segunda ilha, em frente a Camboinhas, onde paramos para curtir um pouco do sol. De quebra ainda comemos uns mexilhões, preparados por pescadores da região. Excelente dia !!!!!!!!

Segue o vídeo da remada.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Remada no Rio São João - Barra de São João

Por Leandro do Carmo

Remada no Rio São João - Barra de São João


Local: Barra de São João
Data: 12/05/2011
Participantes: Leandro do Carmo e Jesus Paulo

Saímos da boca da barra, aos pés da Igreja. Fomos subindo o rio. Muito diferente do mar, as aguas são mais tranquilas, sem aquela ondulação. Passamos pelas ruinas da antiga ponte e logo cruzamos a ponte nova. No caminho encontramos algumas pessoas pescando. Continuamos a remada e a beleza do local me impressionava cada vez mais. Remamos por quase uma hora rio acima. Chegamos numa pequena enseada onde fizemos um pequena parada. Voltamos lentamente, curtindo a paisagem.

Excelente local. Vale a pena.

 


quarta-feira, 28 de março de 2012

O fator segurança em esportes de aventura.

Por Leandro do Carmo

No mês de março ocorreram dois acidentes fatais no esporte de aventura. Dia 10 de março, dois mergulhadores morreram ao mergulharem em uma pedreira desativada em Salto Pirapora, interior de São Paulo; dia 25 de março, uma jovem de 24 anos morreu, após sofrer uma queda de aproximadamente 20 metroa num salto de parapente da rampa da Pedra Bonita, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. Não quero achar os culpados, mas sim, sinalizar aos esportistas sobre o cuidado com a segurança.

Esses tipos de esporte, em muitas vezes, não tolera o erro. Os procedimentos de segurança devem ser checados e seguidos, mesmo o participante tendo a maior experiência possível. O excesso de auto-confiança, a falta de atenção, o cansaço, etc., podem nos levar a não realizar algum procedimento extremamente importante, simplesmente porque estamos tão acostumados a fazê-lo e achamos que nunca faremos nada de errado.

Escalar, mergulhar, vôo livre e etc.,  não são como passear de bicicleta no calçadão da praia ou nadar na piscina do clube, o erro pode provocar sérias consequências, não só para você, mas para a pessoa que está junto contigo, pois ela, nem sempre tem experiência suficiente para perceber que um nó está errado ou é inadequado para a situção, que uma fivela não está devidamente presa, ou até mesmo que aquela sensação de euforia no mergulho, pode ser sintomas de narcose.

O fato é que mesmo que todos os procedimentos de segurança sejam tomados, há sempre o risco, eles nunca desaparecem. Porém, eles podem e devem ser minimizados. Tomadas todas as precauções e observados os limites do seu corpo, aí é só se divertir.

Outro fator que interfere diretamente na seguraça da prática do esporte são os limites do corpo. Eles não seguem uma regra. O estado físico, psicológico e até mesmo a alimentação, podem influenciar diretamente no desempenho e consequentemente na segurança no dia da prática do esporte. O cançaso, a desidratação, entre outros, podem influenciar no desempenho do esportista. Mesmo um atleta bem treinado, pode não ter um bom desempenho por não ter tido uma boa noite de sono ou ter se alimentado mau...

Já presenciei casos de mergulhador desmaiar em treinamento de apnéia, escalador literalmente travar no meio da via, mulher prendendo cabelo no freio oito na prática de rapel e equipamento cair de escaladores do alto da via. Se todos os procedimentos de segurança tivessem sido tomados, por mais simples que sejam, os casos citados não teriam acontecido. Felizmente, esses casos tiveram um final feliz, mas poderia ter sido diferente.

Um simples gesto de prender o cabelo na hora do rapel, usar capacete em escaladas, verificar a quantidade de ar no cilindro, a profundidade no mergulho, verificar as travas de segurança nos vôos de parapente, etc., pode salvar uma vida. 

Antes de se aventurar em qualquer atividade, siga alguns cuidados essenciais:
  • Certifique-se que esteja preparado para exercer aquela atividade;
  • Caso não esteja suficientemente preparado, veja se a pessoa que irá acompanhá-lo, tenha condições técnicas para tal;
  • Planeje sua aventura e não saia do programado;
  • Avise onde estará e com quem realizará a atividade;
  • Alimente-se bem, incluindo boa hidratação;
  • Cheque os equipamentos antes de sair de casa;
  • Verifique a previsão do tempo;
  • Respeite os limites de sua certificação, como profundidade nos casos de mergulho;
  • Ao se arrumar, cheque o seu equipamento e o de seu companheiro e vice-versa;
  • Cheque tudo novamente;
  • Caso seu companheiro não tenha experiência suficiente, tenha mais atenção na checagem;
  • Se já iniciou a atividade e teve que parar por algum motivo, no retorno, repita toda a checagem do equipamento;
  • Se for contratar apenas uma atividade como rafiting, vôo livre, rapel, etc., pesquise com antecedência se o instrutor ou empresa estão aptos a oferecer aquela atividade;
  • Aborte a atividade caso aconteça algo não programado, você com certeza poderá realizá-la em outra oportunidade.
É claro que o texto acima não esgota o assunto e não o limita como procedimentos padrões e nem tenho tal pretenção e capacidade técnica para isso. Minha inteção é só alertar, pois segurança nunca é demais. Afinal de contas, não vale a pena por em risco seu bem mais precioso: A VIDA.

Apreveite e faça as suas considerações sobre o assunto. Use o campo comentário abaixo. Sua opinião contribuirá muito.

Seja prudente e divirta-se!!!!!!!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Remada até a Ilha do Costa em Rio das Ostras

Por Leandro do Carmo

Remada até a Ilha do Costa

Local: Costa Azul - Rio das Ostras
Data: Maio/2011
Participantes: Leandro do Carmo e Jesus Paulo.

Dicas: Mais ou menos 20 minutos de remada, saindo da praia do Remanso; observar condiçoes tempo, principalmente o vento; venta muito no local; melhor horario e na parte da manha.

Ja faz um tempo que fiz essa remada, mas so agora resolvi posta-la aqui. Ilha do Costa, em frente a praia do Remanso em Costa Azul. Eu e meu pai chegamos cedo a praia, sempre quis chegar ate aquela ilha. Colocamos os caiques na agua e começamos a remar. A remada até lá é tranquila, mais ou menos 20 minutos. A água estava muito clara, acho que foi sorte, pois as condições de visibilidade no local não são muito boas. Excelente ponto de pescaria. E impressionante o formato das pedras. Elas são todas arredondadas, parecem que foram esculpidas a mão. Para quem gosta de tranquilidade, e o local exato. O melhor local de saida e na praia do Remanso. As pedras da frente, tornam a agua bem calma. Em feriados, a entrada pode ser dificultada pela grande quantidade de banhistas.

Excelente remada!!!!!

terça-feira, 13 de março de 2012

Naufrágio de mais de 100 anos é encontrado em Alagoas.

Encontrado navio naufragado há mais de 100 anos em Alagoas

O veleiro de 60 metros e três mastros Thyatira saiu de Londres para o Rio de Janeiro no dia 16 de julho de 1896, e desapareceu no mar.


O repórter Francisco José mergulha numa aventura fantástica. Ele vai tentar localizar, no litoral alagoano, um navio que naufragou há mais de 100 anos.

Em mar aberto, no litoral de Alagoas, centenas de barcos são usados na pesca do camarão. Eles levam redes de arrasto que, muitas vezes, ficam presas nas pedras. Mergulhadores que desceram para soltar uma das redes descobriram que ela estava presa às ferragens de um navio muito antigo e de origem desconhecida. Formamos uma expedição com nove mergulhadores para desvendar o mistério desse naufrágio. O comandante Djalma, com a experiência de 50 anos no mar, procura o navio, com a ajuda de aparelhos.

As condições da água, em termos de visibilidade, não são ideais, porque o local, apesar de estar a dez quilômetros de distância da costa, ainda sofre a influência da vazão do Rio São Francisco. A água fica esverdeada. O naufrágio está em torno de 30 metros de profundidade.

Nas primeiras imagens do navio desconhecido, ele está completamente encoberto pela crosta marinha, por redes e cordas perdidas pelos pescadores. Essas redes podem ser uma armadilha para os mergulhadores. Quando se puxa a rede, a água fica ainda mais turva, com muita sujeira suspensa, acumulada por mais de um século.

Nesse passeio pela escuridão, encontramos dois meros gigantes. Eles têm cara feia, mas são inofensivos e estão ameaçados de extinção.

Na parte externa, há uma porta de madeira que é usada para abrir as redes de pesca, presa a um pino de bronze.

O mergulhador Vagner Fernando foi quem descobriu o navio quando desceu para retirar a rede do pescador, mas só agora sentiu o valor da descoberta. “Agora deu para perceber que ele é antigo”, diz Vagner.

“Nessa área nossa, no litoral nordeste, nós tivemos umas invasões. O navio é muito antigo, com certeza. Tem muito mais de cem anos”, afirma o engenheiro naval Francisco Glegiston.

Voltamos ao fundo do mar para visitar a popa, a parte de trás do naufrágio. Uma peça de louça com nomes e um símbolo é encontrada, além de uma cerâmica que não conseguimos identificar. Um mastro partido nos dá a noção de uma embarcação à vela. Não encontramos nenhum motor. O mistério continua.

Os mergulhadores decidem içar pelo cabo uma peça solta, para tentar revelar a história do navio. Retirando a crosta com um martelo, surgiu em alto relevo um símbolo como a rosa dos ventos e o nome: “Thyatira”.

A partir do nome, o mistério foi desvendado. O veleiro de 60 metros e três mastros Thyatira saiu de Londres para o Rio de Janeiro no dia 16 de julho de 1896, e desapareceu no mar, na costa de Alagoas.

Pelo relato dos sobreviventes, houve um incêndio a bordo, que a tripulação não conseguiu controlar. Na carga, havia 800 pacotes de dinamite. O comandante percebeu o perigo e mandou que jogassem os barcos salva-vidas ao mar e todos os tripulantes sobreviveram. O Thyatira foi partido ao meio pela explosão, na escuridão da madrugada, e afundou.

Na costa de Alagoas existem outros naufrágios antigos. Agora nós vamos fazer uma visita ao Itapajé. É um mergulho na história: um navio brasileiro, afundado durante a Segunda Guerra Mundial, atingido por dois torpedos de um submarino alemão.

A mergulhadora Flávia é quem vai nos levar até a parte onde o Itapajé foi atingido pelo torpedo. Ainda restam louças e garrafas espalhadas pelo chão, a 27 metros de profundidade.

A posição da bacia sanitária, no teto, mostra que o navio virou completamente. Encontramos dois linguados camuflados na areia e o camarote da tartaruga, onde ela dorme, além do local de repouso da garoupa-gato. Os cardumes estão por toda parte, ocupando cada espaço entre as ferragens.

Setenta anos depois do naufrágio, o navio Itapajé se tornou um recife artificial, morada de centenas de espécies. Um abrigo para a reprodução da vida marinha.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Bombeiros localizam corpos em Salto de Pirapora

Bombeiros localizam corpos a 60 metros de profundidade em pedreira

Mergulhadores desapareceram no sábado (10) em Salto de Pirapora.
Perícia Técnica e Instituto Médico Legal devem emitir laudo em até 30 dias.
12/03/2012 19h36 - Atualizado em 12/03/2012 19h36
Adriane Souza Do G1 Sorocaba e Jundiaí

Eruipe localiza corpos dos mergulhadores (Foto: Assis Cavalcante/Agência BOM DIA)
Equipe localiza corpos de mergulhadores
(Foto: Assis Cavalcante/Agência BOM DIA)

Terminou na tarde desta segunda-feira (12) o resgate dos corpos dos mergulhadores Alessandro Varani e Rodrigo Garcia, ambos de 29 anos, no Lago da Pedreira, em Salto de Pirapora, interior de São Paulo.

Num trabalho conjunto com a equipe do Corpo de Bombeiros de Sorocaba, também no interior do estado, o mergulhador Marcos Reis passou 40 minutos no lago, auxiliando na busca pelos corpos. “Eles foram encontrados a cerca de 60 metros de profundidade, com o equipamento aparentemente intacto”, informa o tenente do Corpo de Bombeiros Marcos Machado Novaes. Segundo ele, é impossível determinar se a morte dos mergulhadores ocorreu nesta profundidade, pois o equipamento que eles estavam é pesado, e pode ter puxado os dois para o fundo após a morte.

Segundo o tenente Eduardo Casagrandi, que atuou no resgate, os corpos estavam a cerca de cinco metros de distância um do outro. Eles foram retirados da água por volta de 12h30.
Mergulhador experiente auxiliou bombeiros nas buscas (Foto: Assis Cavalcante/Agência BOM DIA)
Mergulhador experiente auxiliou bombeiros nas buscas
(Foto: Assis Cavalcante/Agência BOM DIA)
 
Causa da morte

A equipe da Perícia Técnica esteve no local para colher dados. Após a ocorrência ser apresentada na delegacia do município, o equipamento dos mergulhadores segue para o Instituto de Criminalística de Sorocaba.

“Com o material coletado pelo perito e o equipamento das vítimas faremos uma análise preliminar para traçar por qual linha a investigação irá seguir”, esclarece o diretor do Núcleo Pericial de Sorocaba, José Augusto Marinho Mauad.

Segundo ele, com esta investigação preliminar, o material poderá ser analisado em núcleos especializados na capital paulista. “Os corpos seguirão para o IML e este laudo também será fundamental para apontarmos a provável causa da morte”, declara o diretor.
Entre os equipamentos analisados está o computador de mergulho, que analisa o ambiente e as condições da pessoa para determinar por quanto tempo ela pode permanecer submersa. Segundo a lei, os laudos têm um prazo máximo de 30 dias para serem emitidos.

O delegado de Salto de Pirapora, informou que será instaurado inquérito para investigar morte dos mergulhadores assim que a ocorrência for concluída.

Experiência faz a diferença
O mergulhador Carlos Janovitch, 50 anos, esclarece que, muitas vezes, a experiência pode fazer a diferença num momento de dificuldade embaixo da água. “Quando você conhece o equipamento e o local onde está mergulhando, se algo der errado, a reação é mais rápida”, esclarece Carlos, que mergulha há 32 anos e dá aulas há 10.
“Já mergulhei muito naquela pedreira e não considero o local perigoso, pois tem uma visibilidade estável, sem correnteza”, alega o instrutor de mergulho. Quando perguntado sobre o que poderia ter causado o acidente, Carlos diz que uma série de coisas podem ter dado errado, tanto no equipamento quanto com os mergulhadores. “Foi uma triste fatalidade”, conclui.
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2012/03/bombeiros-localizam-corpos-60-metros-de-profundidade-em-pedreira.html

Acidente fatal em mergulho no Salto Pirapora

Dois mergulhadores desaparecem em pedreira em Salto de Pirapora, SP

Profundidade no local pode atingir até 90 metros.
Duas equipes do Corpo de Bombeiros realizam as buscas.

Gualberto Vita do G1 Sorocaba e Jundiaí


Dois mergulhadores estão desaparecidos desde a tarde de sábado (10) em uma pedreira em Salto de Pirapora, no interior de São Paulo. Segundo informações do Corpo de Bombeiros de Sorocaba, Rodrigo Garcia Cordeiro e Alessandro Varani, ambos de 29 anos, praticavam a atividade de mergulho com equipamentos profissionais, como cilindros e máscaras, quando sumiram. Um terceiro mergulhador, que acompanhava os dois, acionou os Bombeiros.

Equipes do Corpo de Bombeiros de Sorocaba e de Votorantim, somando seis oficiais, realizam as buscas pelos corpos desde às 6 horas da manhã deste domingo (11). Já foram feitas três incursões nas águas da represa, com mergulhos de até 40 metros. Existe a possibilidade de se convocar mergulhadores profissionais em Sorocaba para um rastreamento mais profundo no local e tentar encontrá-los. 
Os famíliares dos dois mergulhadores acompanham os trabalhos e estão abalados. De acordo com o sogro de Alessandro, os dois eram empresários e moravam na região do ABC, na Grande São Paulo. Rodrigo tinha uma experiência de três meses em mergulho e praticava em Salto de Pirapora pela primeira vez com um equipamento adquirido recentemente nos Estados Unidos. Alessandro era mais experiente e já havia realizado cerca de 60 mergulhos.

A pedreira de Salto de Pirapora é bastante visitada por pessoas da região, da capital paulista e até de outros estados. Com aproximadamente 90 metros de profundidade, o local é destaque no Brasil em mergulho profissional. 


Pedreira tem aproximadamente 90 m de profundidade  (Foto: Honório Jacometto / TV Tem)

Escalada - Agulha Guarischi - Itacoatiara - Parque Estadual da Serra da Tiririca

Por Leandro do Carmo

Agulha Guarischi


Via Paredão Zézão – 3º V E2 D2 260 metros
Via Paredão Eldorado – 2º E2 D1 100 metros

Local: Agulha Guarischi/Itacoatira
Data: 10/03/2012
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém.


DICAS: Os melhores lances estão no começo; escalada em aderência; primeiro grampo bem alto; na segunda enfiada, seguir a direita do grampo numa diagonal evita o atrito da corda, apesar de aumentar a exposição; rapel em diagonal longa; possibilidade de segurança de corpo na terceira parada.

Simplesmente FANTÁSTICA!!!!!!! Se me perguntassem a palavra para descrever a via, seria essa a resposta. Não é uma via muito difícil, mas as variedades de lances, muitos rapéis, a beleza da vista e o cume, onde se fica, literalmente, montado como num cavalo, transformam essa escalada em uma verdadeira aventura, presença obrigatória no currículo de qualquer escalador.

Havia conseguido autorização para entrar as 06:30 no Parque Estadual da Serra da Tiririca e por isso combinei com o Guilherme as 06:15. Com o calor que estava fazendo, não gostaríamos de fritar na pedra. Pontualmente chegamos. Avisei ao Guarda que já iríamos subir, preenchemos o Termo de Responsabilidade e iniciamos a trilha. Foram meia hora até chegarmos a base da via.

Hoje iria estrear minha corda. O Bruno, acabara de trazê-la e não via a hora de usá-la. O Guilherme também levou a dele. Combinamos de usar as duas na hora do rapel, a fim de ganharmos tempo. Mas acho que não foi bem assim... rs! Essa eu conto mais para frente.

Já na base, nos arrumamos e os mosquitos atacaram sem piedade. Comecei a guiar. O primeiro grampo é bem alto e logo cheguei ao primeiro crux da via. Lances em aderência, fui tocando sem pensar muito. Se parasse, poderia escorregar e aí... Fui subindo e parecia que os grampos não chegavam. Sapatilha chapada na pedra, parecia pata de camaleão!!! Segurou muito bem nos primeiros lances. A confiança foi aumentando, demorei um pouco, mas cheguei a primeira parada. Um excelente platô, onde daria até para um bivaque. Montei a parada e avisei ao Guilherme que ele poderia subir.

O Guilherme veio subindo e depois de alguns minutos já estava lá em cima. Ele me perguntou se eu havia sentido o tranco da corda, pois em um lance tinha escorregado. Ainda bem que a corda estava bem retesada. Nem percebi. Essa primeira enfiada foi bem exigente. Tecnicamente, a melhor da via. Dali para cima, existiam duas possibilidades, uma era de seguir a via normal e a outra, era uma variante para a direita, seguindo uma veia na pedra, na qual aumentava a exposição do lance, mas diminuía muito o arrasto da corda.

Decidimos que faríamos a via normal. E assim fomos. O Guilherme foi guiando, num lance, passou do grampo e teve que desescalar um bom pedaço. Só ouvi o cara gritar. C... isso sempre acontece comigo !!!! Foi engraçado... Para mim é claro! Acertou o traçado e completou a enfiada. Foi minha vez de subir. Uma bonita e fácil diagonal, numa veia para a direita. Paramos no segundo grampo abaixo do bico de pedra. Dali o visual já era fantástico. Já estávamos na aresta da direita, que olhando do bananal, era a parte final do casco da tartaruga.

Dali para cima, fui guiando. Acima do bico de pedra, uma linda ave, símbolo da nação rubro-negra e soberano dos céus!!!!!ahahahehahe. Na verdade, um urubu ficou me olhando, parecia que esperava por uma foto. Foi só sacar a máquina que ele se foi... Parece que fez de sacanagem... Continuei a escalada e logo cheguei a terceira parada. Um grampo bem pequeno. Era perto de uma matinha. Resolvi fazer segurança corpo, a base era super boa. O Guilherme chegou e pegamos uma pequena trilha até a base da quarta enfiada.

Foi a vez do Guilherme guiar. Foram mais quatro grampos até um platô, onde ele montou a parada. Fui subindo e avistei um grupo na trilha para o Mourão que está interditada. Quando cheguei a parada, liguei para a sede do Parque e ninguém atendeu. É impressionante a falta de educação das pessoas. Apesar da placa de acesso proibido, eles continuam passando. Depois acontece um acidente, aí já viu né...

Guiei mais uma enfiada, já era a quinta. O sol apareceu bem na minha direção, por vezes atrapalhava. Mas como os lances eram bem fáceis, fui subindo sem problemas. Montei a parada no sexto grampo e o Guilherme subiu. Já estávamos quase no fim. Por vezes olhava para a vista e me dava mais vontade de subir. O Guilherme iniciou a sétima e última enfiada. Foi subindo bem tranquilo. O lance mais fácil da escalada. Finalmente chegou ao cume. Quando cheguei lá em cima, fiquei alguns segundos só olhando a vista.

Simplesmente fantástico. Uma das melhores escaladas que já fiz!!!!! Uma pausa para água, lanche e claro, fotos, muitas fotos... Fui até a parte mais alta, literalmente montado como se fosse num cavalo. Cheguei até um grande e antigo grampo, posto na última investida da conquista da Agulha, em 20/10/1956. Muito bacana presenciar um pouco da história do montanhismo nacional.

Depois de alguns minutos lá em cima, era hora de descer. Usaríamos as duas cordas que levamos para acelerar o rapel. Mas acho que não valeu muito. Usamos apenas em um rapel, no outro atrapalhou um pouco. Tinha hora que embolava e tínhamos que parar e puxar a corda... e tome tempo. Ficamos com medo da corda prender nos muitos platôs e vegetação do caminho e decidimos usar somente uma. Quando chegamos a base da cabeça da tartaruga, na matinha, enrolei a corda e fomos rapelando só com uma.. Acho que o esforço de escalar com uma corda a mais não valeu a pena. Se fosse nas vias do Babilônia, por serem mais limpas, daria mais certo, mas ali... Foi um erro que não cometeremos de novo.

Era rapel que não acabava mais. Porém, nada mais importava... Tínhamos chegado, o que viesse agora seria só alegria. Depois de alguns minutos, na verdade, muitos minutos, estávamos na base da via. Comemoramos a aventura e nos preparamos para trilha de volta. A mochila já pesava o dobro, mesmo já tendo bebido toda a água. Caminhamos e chegamos ao carro. Aí foi só ligar o ar condicionado e votar para casa.

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Fotos








segunda-feira, 5 de março de 2012

II Seminário de Mínimo Impacto - PESET

Segue e-mail que recebi da administração do PESET. Quem puder comparecer...

"É com grande prazer que convidamos a todos os praticantes de esporte de aventura e usuários do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET), para participarem do “II Seminário de Mínimo Impacto na Pratica do Montanhismo do PESET”.

Trata-se de um evento destinado à gestão do uso público, no âmbito da prática dos esportes de aventura na Unidade de Conservação (UC). No evento serão discutidas as diretrizes para normatização do uso das encostas rochosas no Parque, na prática do montanhismo, frente às normas gerais da UC.

As proposições e produtos oriundos do referido encontro deverão ser contempladas na Fase de Planejamento / Zoneamento e Setorização do Plano de Manejo PESET.

Mais um importante passo na gestão desta área natural protegida, em prol da conservação e uso múltiplo, com vistas à integridade ambiental da Unidade de Conservação.
SUA CONTRIBUIÇÃO SERÁ FUNDAMENTAL, PARTICIPE!

Até lá!
Saudações...
Ps. Pedimos ajuda na divulgação."






domingo, 4 de março de 2012

1ª Semana Brasileira de Montanhismo

1ª Semana Brasileira de Montanhismo
23 de abril a 01 de maio de 2012 \ Urca - Rio de Janeiro - RJ
 
 
Venha celebrar os 100 anos de montanhismo no Brasil, honrar nosso compromisso com a ética de montanha e a proteção do meio ambiente e organizar o futuro do montanhismo e da escalada no Brasil !
 
 

APA - Ilha Grande

Segue notícia sobre a criação da APA Marinha de Ilha Grande:

"A Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha de Ilha Grande, que incluirá a parte marítima da costa dos municípios do sul fluminense, deverá ser criada até a primeira quinzena de abril deste ano. A informação é do secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc. Segundo ele, o texto final do projeto de criação da APA deverá ser redigido no dia 29 de março. Depois disso, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), terá dez dias para publicar o decreto de criação.

A APA deverá regular as atividades marítimas nos municípios de Mangaratiba, Paraty e Angra dos Reis, o que inclui Ilha Grande. Segundo Minc, a parte terrestre dos municípios já engloba grandes parques naturais (como Bocaina e Cunhambebe) e a parte terrestre das ilhas da Baía de Ilha Grande já integram a APA Tamoios. Por isso, só faltava uma APA para a parte marinha. Uma das preocupações para os próximos anos é o possível aumento das atividades petrolíferas na região, por causa das grandes reservas de petróleo da camada pré-sal, existentes na Bacia de Santos.

"A ideia é impedir que o petróleo sem controle ou a atividade naval sem controle destruam o turismo e a pesca. Tem que haver um ordenamento das atividades. Pode haver atividade naval? Claro. Não pode é botar os navios em espera em cima de uma reserva de tartarugas", exemplificou Minc.

O secretário participa hoje da instalação do Comitê da Bacia Hidrográfica de Ilha Grande, a última das nove bacias fluminenses a ter um comitê. O grupo, que será formado por 90 integrantes dos três níveis de governo, de usuários dos recursos hídricos e da sociedade civil, será responsável por regular o uso dos rios e lagoas da região, além de promover a conservação e a recuperação desses corpos d'água."


Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5639235-EI8139,00-RJ+nova+area+de+protecao+ambiental+sera+criada+ate+abril.html

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Escalada - Via Paredão Resta Um - Costão / Itacoatiara

Por Leandro do Carmo

Via Paredão Resta Um – 4º VIIa E2 D1 100m


Local: Costão - Itacoatiara
Data: 26/02/2012
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém.


DICAS: Muitas agarras ainda por quebrar na última enfiada; lacas soltas, principalmente uma entre o terceiro e quarto grampo da segunda enfiada; opção de móvel ou uma fita longa com boca de lobo no bico de pedra em um pequeno diedro; treinar comunicação, guia não vê participante; descida por trilha; e segurança de corpo no final da via.

Já foram duas vias na face Oeste do Costão. As opções já estão acabando e eu tenho vontade de fazer todas antes de repetir alguma. Durante a semana, O Guilherme me perguntou se eu já havia pensado em alguma. Sugeri a via Paredão Resta Um, que segundo o Guia de Escaladas de Niterói, era uma via de 4º com um crux de VIIa no início da segunda enfiada. Topamos em fazê-la, porém deixamos bem claro que se não desse, faríamos o rapel do ponto onde pararmos.

Chegamos no gramado, próximo ao Costão, onde paramos as motos. Era por volta de 7:20 da manhã. Não tinha nenhuma nuvem no céu. Se fizesse o calor que houvera feito no sábado, estaríamos literalmente fritos. Nos equipamos na base, pois teríamos que fazer uma escalaminhada até o Camaleão, um platô com um grande pedaço de vegetação, lugar onde a via efetivamente começa.

Depois de alguns minutos de subida, chegamos ao Camaleão. Logo na entrada, já dava para ver os primeiros grampos. Essa primeira enfiada era de 4º e achávamos que não teríamos problema. O Guilherme guiaria a primeira enfiada e eu, a segunda.

O Guilherme começou a escalada e não demorou muito a chegar na primeira parada. Era minha vez de subir. Um começo tranquilo, algumas boas passadas. A vista, como sempre, maravilhosa. Foram sete costuras até a primeira parada. Chegando lá, vimos que era um platô, muito menor que o Camaleão, mas deu para ir caminhando até encontrarmos a base da segunda enfiada.

Logo de cara já vimos que o lance era exigente. Uma barriga que nos obrigaria a suar muito para vencê-lo. Tínhamos um problema e precisávamos resolvê-lo. Pensamos em vária opções, laçar o grampo, artificializar com fitas, etc. Mas espera aê!!!!!! A gente tá aqui para escalar!!!! Vamos tocar pra cima!!!!! Se não conseguir, aí sim a gente faz de outra forma, pensei. Mentalizei as passadas e ameacei uma subida para sentir o lance. Minha intenção era costurar o primeiro grampo, para dar mais segurança. Comecei a subir enquanto o Guilherme dava segurança com os braços esticados, lance típico de bouler. Com uma passada de tesoura, consegui costurar o primeiro grampo. Primeira parte cumprida, mas faltava muito.

Desci para respirar um pouco. Tirei a mochila para ficar mais leve e toquei para cima. De novo, usei a mesma passada em tesoura e consegui avançar mais um pouco. Acima da barriga vi uma excelente agarra. Mais uma pequena passada e consegui chegar nela. Coloquei a duas mãos e pronto: lance vencido. Costurei o segundo grampo, me prendi e reboquei a mochila para continuar a escalada. Mais um grampo e tinha uma laca enorme e toda oca. Dei umas batidas nela e nem arrisquei usá-la. Fui pelo lado, numa diagonal para a direita, muito quebradiça por sinal, até chegar um pequeno diedro. Não tinha móvel, então usei uma fita de 60cm, com um boca de lobo no bico de uma pedra. Assim diminuí a exposição do lance e melhorei, de quebra, o meu psicológico.

Fui fazendo os lances bem devagar, ia batendo nas agarras com o bico da sapatilha e alguns quebravam. Nessa hora todo cuidado era pouco. Minha preocupação com as agarras era tanta, que subi demais numa diagonal, tive que desescalar um trecho para costurar o grampo. Nessa hora, o sol apareceu com força. Por vezes, tinha dificuldade em olhar para cima. Apoiei a mão numa pedra e ela se soltou, só de tempo de gritar PEEEEDRAAAAA !!!!!!

Chegou uma hora, logo depois do sexto grampo, que não via o próximo. Comecei a subir reto e vi, logo acima, uma excelente base. Cheguei nela e consegui achar o grampo logo abaixo, pensei em ir lá costurá-lo, assim aumentaria a segurança. Porém, a base era tão boa que resolvi ficar ali mesmo. Me preparei para dar segurança de corpo. Avisei para o Guilherme que ele já poderia subir. Ele iniciou a subida e me pediu para puxar a corda e estiquei ao máximo. Em um momento, fez tanta força para baixo que se não estivesse bem apoiado, seria difícil segurar.  Foi nessa hora que olhei para o grampo e pensei que deveria ter costurado-o. Mesmo estando bem apoiado, não custava nada, não é? Depois de alguns minutos ele já estava lá em cima.

Aí, foi só curtir a vista... Descemos pela trilha e logo chegamos a praia. Um mergulho para refrescar. Nada mal para um dia de sol...

Até a próxima.

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Escalada - Paredão Uma mão lava a outra - Costão - Itacoatiara

Por Leandro do Carmo

Via Uma mão lava a outra – 4ºsup V E2 D1 200m


Local: Costão - Itacoatiara
Data: 20/02/2012
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém.


DICAS: Algumas agarras ainda por quebrar; lacas soltas; treinar comunicação, guia não vê participante; descida por trilha; e segurança de corpo no final da via.

Depois de um final de semana sem escalar, já estava mais que na hora!!!!!! Em pleno carnaval, nosso bloco foi outro... Tinha ido a praia um dia antes e o calor estava de mais. O sol queimava sem dar trégua. Tentei marcar com o Guilherme bem cedo, mas ele não podia. Decidimos marcar as 08:00 h da manhã, no primeiro quiosque, perto do Costão. Meu medo era o sol sair e nos “fritar” na pedra. Cheguei mais cedo em Itacoatiara, o dia estava perfeito. O Costão bloqueava o sol e metade da praia ainda estava a sombra. Corria aquela brisa da manhã, enfim, para uma escalada, não podia ficar melhor. Ah, podia sim !!!! Tinha algumas que com certeza aliviaria o sol, aí seria só curtir...

As oito, o Guilherme chegou e nos encaminhamos para o Costão. Subimos em direção a vegetação, base da via Luis Arnaud, e seguimos à direita até a matinha. Daí foi seguí-la para cima até encontrar a base mais vertical da parede. Fomos para a direita e olhando para o alto foi fácil avistar o primeiro grampo.  Olhando para baixo tem umas madeiras que servem de banco. Muito fácil identificar a base da via. A direita, ficava a base da via Paredão de Itacoatiara, mas essa deixaríamos para uma outra oportunidade.

No começo já dava para ver que seria uma excelente escalada. A parede era bem vertical. Nos arrumamos e decidimos que eu iria guiar a primeira enfiada. Tudo pronto!!! Combinamos a comunicação, caso fosse necessário. Essa era uma via que nas paradas, o guia não enxerga o participante, logo a comunicação tem que estar bem afiada, afim de não haver problemas. Combinamos assim: O guia chegou a parada, três puxões na corda, ele está preso; o participante, três puxões na corda, o guia está solto; o guia, três puxões corda, o participante pode subir; o participante, três puxões na corda, ele está escalando.

Conferida a comunicação, segui pra cima!!!! Lance inicial bem tranquilo. Cheguei no primeiro grampo, costurei-o e toquei para cima. No segundo, coloquei uma costura mais longa, 60 cm, para evitar o arrasto da corda. Daí para cima, a dificuldade já foi aumentando. Mais alguns lances difíceis até que em um momento, num lance delicado, bem vertical, com pequenas agarras, entre um grampo e outro, dei uma passada para cima, estiquei a mão direita numa agarra e quando fiz força, ela quebrou, fazendo que desse uma meia escorregada. Consegui me firmar... O coração disparou... Quase... Passou uns 5 segundos, respirei e disparei para cima. Depois dessa, não tinha lance que me segurava. Acho que a adrenalina turbinou meus pés e mãos!!! eheheheheh

Cheguei na primeira parada e o Guilherme tocou para cima. Quando ele chegou, avaliamos essa enfiada. Foi bem forte. Daria um IVsup, até um V, em algum lance. Diferentemente, do que consta no Guia de escalada de Niterói. Mas isso é muito relativo. Questão de grau é complicado... Nem sempre há consenso.

Pequena pausa para água e o Guilherme guiaria a segunda enfiada. Demos uma olhada no croqui e crux da via, um V, era logo acima. Ele passou, se foi tranquilo não sei, mas foi bem rápido. Um lance em aderência e com pequenas agarras no final. Daí para cima teve mais um lance difícil e depois foi ficando mais tranquilo. A exposição vai aumentando a medida em que a dificuldade vai diminuindo. Mais acima, o Guilherme montou a segunda parada. Subi tranquilo, só apreciando a vista. Como estava participando, fui aprimorando a técnica, prestando atenção nos lances, testando passadas, etc.. Coisas que as vezes não dá para fazer guiando.

Assim que cheguei na terceira parada, bebi uma água e comecei a guiar a terceira enfiada. Costurei o primeiro grampo e fui subindo, subindo, subindo... Não via o próximo grampo. Olhei para o lado direito e vi um grampo da via Paredão de Itacoatiara, um lance horizontal para a direita que a via tem. Lembrei que tinha um lance bem exposto, mas não sabia que seria tanto. Continuei subindo.  Avistei o grampo lá em cima. Ainda bem!!!!! Cheguei nele e montei a parada. O guilherme subiu e chegou na parada. Enquanto conversávamos, nem percebi que o sol não tinha saído com força. Olhei para o alto e vi que algumas nuvens, seguravam a sua força. Que bom!!!!rs

Era a última enfiada, o Guilherme foi subindo. O cume era logo acima. Lá, fez segurança de corpo e eu iniciei a subida. Nessas vias do costão, nenhuma tem grampo de cume. Missão cumprida!!!!! Via muito boa, um pouco exigente. For men!!!!!!!!! Hehehehehahehahae.

Retornamos até a praia e demos um mergulho para refrescar. Lá de baixo dá para ver a bela escalada que foi, uma bonita linha. Bem vertical.

Até a próxima.

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