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quinta-feira, 11 de abril de 2024

12º Encontro dos Amigos da Canoagem

Por Leandro do Carmo

12º Encontro dos Amigos da Canoagem

Dia: 30/09/2023
Local: Itaocara
Participantes: Leandro do Carmo e Diversos




Vídeo

Vídeo de Drone


Relato

Estava de volta ao rio Paraíba do Sul e mais uma vez participando de um dos maiores eventos de canoagem do estado, quiçá do Brasil. Ter a oportunidade de remar o trecho do evento é um privilégio e não poderia desperdiçar a oportunidade.

Fui para Itaocara no ônibus da noite de quinta-feira, após o trabalho, na companhia do Jefferson. Dormi

Na noite de sexta para sábado, ficaríamos hospedados na Pousada 20V e fiquei aguardando meu pai, meu tio e meu filho chegarem de viagem. Eles sairiam de Niterói, na parte da tarde. Já no final do dia, aproveitamos para arrumar algumas coisas e separar o equipamento para o dia seguinte. Assim que todos chegaram, pudemos descansar e nos preparar. Ainda aguardava o Victor, que chegaria no ônibus da madrugada. Passei para ele os detalhes e só fui saber que tinha dado tudo certo, na manhã de sábado.

O sábado amanheceu nublado, mas o tempo estava firme, melhor do que o sol escaldante que havia aparecido nos dias anteriores. O rio Paraíba estava claro, com nível baixo, sendo normal para a época. Melhores condições, impossível. Como havia deixado tudo pronto na noite anterior, não tinha muita coisa para arrumar. A dona do hotel informou o quarto onde o Victor estava dormindo e o chamei, avisando que já iríamos tomar o café da manhã.

Pegamos o caminho até Porto Marinho ainda bem cedo, demos uma passada rápida onde a festa iria acontecer e de lá, seguimos para o Porto do Tuta, na Fazenda Paulo Gama, local do início da remada. Fomos um dos primeiros a chegar. Aos poucos, as pessoas foram chegando e o gramado ficou tomado de carros, caiaques e pessoas. Na hora da abertura, quando o Jefferson e o Pedro Oliva foram falar, contei, por alto, 121 canoístas reunidos. Um excelente número, o que mostra a qualidade do evento.

O tempo foi passando e foi hora de fazer o que mais queríamos: ir para a água. Nos arrumamos e levei o caiaque para a margem do rio e de lá comecei a dar as primeiras remadas. Estava bem à vontade e segui remando junto com as dezenas de canoístas. O dia estava bem agradável, o que deixava a remada bem fluída.

Rapidamente chegamos à corredeira do Urubu, o ponto alto do evento. Subi pela margem da direita, com o intuito de filmar algumas descidas com o drone. Aos poucos todos foram descendo e consegui capturar algumas imagens bem bonitas. Depois que a maioria desceu, rendendo boas linhas e também boas capotadas, foi hora de me preparar e enfrentar a corredeira. Arrumei as coisas e já dentro do caiaque vi que faltavam poucas pessoas. Ainda esperamos um pouco, pois tinha uma menina que estava esperando, mas para não atrasar a descida e obedecer ao chamado de que estava esperando, começamos a descer.

O Victor foi à frente e desceu sem nenhum problema. Desci logo em seguida. Nas primeiras remadas já me veio a lembrança do ano passado quando virei e tive um grande trabalho de tirar a água do caiaque. Dessa vez tinha que dá tudo certo. E deu! Desci seguindo a linha do fluxo de água mais forte. Venci o primeiro degrau e mais abaixo uma enorme onda. Em poucos segundos estava já ao final da corredeira comemorando a descida. Foi um alívio ter conseguido. Segui descendo e por conta do nível do rio, deu para tentar surfar uma onda em um refluxo.

Em pouco tempo chegamos ao Porto Marinho. Arrumamos os barcos e almoçamos um bom churrasco, antes de curtir o show da banda Beija Flor Noturno, que já acompanha o evento há anos. Aí foi seguir de volta à pousada e descansar, já pensando no próximo ano...











terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Regata Ratier, minha primeira regata

Por Leandro do Carmo 

Regata Ratier, minha primeira regata

Dia: 22/10/2022
Local: Charitas / Urca
Participantes: Leandro do Carmo, Jefferson Figueiredo e Guilherme






Trajeto remado


Relato

Vi um anúncio no Instagram sobre a realização da Regata Rattier, organizada pelo Clube Carioca de Canoagem. Não gosto muito de competição, mas resolvi participar. Me inscrevi na categoria máster de canoagem oceânica. Ainda faltava um tempo, mas não tinha ideia de como iria fazer para chegar lá. Levar meu caiaque é muito ruim, além de precisar de alguém para me ajudar a colocar em cima do carro. Conversando com o Jefferson, ele animou de ir e ainda convidou o Guilherme, amigo dele. Resolvemos sair de Niterói e ir a Urca. A princípio, eu não iria participar da regata, apesar de estar inscrito, queria ir só para participar do evento.

Passei na casa do Jefferson as 5:30h e de lá seguimos para Charitas. Assim que chegamos, o Guilherme já estava lá também. O Jefferson foi encontra-lo, pois iria usar um caiaque dele. Eu segui direto para onde o meu fica. Arrumei tudo e fui encontra-los já próximo ao Aero Clube. Começamos a remada. Era uma manhã bem agradável. Estava quente, sem vento.  Rapidamente cruzamos o Morro do Morcego e rumamos para o Forte da Lage. Cruzamos o canal e passamos pela parte de dentro do forte. Entramos na Enseada de Botafogo e paramos somente na praia da Urca. Nessa hora, já deu para perceber que o vento havia aumentado. Nem lembrei que ainda restava a volta... 



A praia da Urca Já estava cheia de caiaques e canoas. Tinha bastante gente por lá. Fui falar com alguns amigos e pegar o kit da regata. Ficamos conversando durante um tempo até que convocaram os participantes para passarem a instruções das regras e outras informações da prova. A minha bateria seria a terceira em largar. Com intervalo de 10 minutos entre elas. Aos poucos, todos foram indo para a água e se organizando no ponto de largada. Como largaria na terceira bateria, esperei um pouco para sair. Não sabia se faria a prova toda. Falei com o Jefferson e com o Guilherme que remaria até o Forte da Lage e de lá, resolveria se continuaria ou não.  

Segui até próximo ao ponto da largada. O vento tinha aumentado consideravelmente, nesse primeiro trecho iríamos remar com vento em popa. Como tinha bastante embarcação na água, não foi fácil se posicionar. O vento forte fez com que alguns caiaques e canoas se embolassem lá na água. Eu me distanciei um pouco para sair da “confusão”. Com a largada da segunda bateria, fui me posicionando melhor. Quando tocou o sinal da largada, comecei a remar. Tinha bastante gente dentro d’água. Fui tomando os que estavam à frente como referência. Alguns foram se distanciando rapidamente. Não dava para acompanhar. Fui mantendo meu ritmo sem me preocupar muito. Aos poucos, o Forte da Lage foi se aproximando. A maré foi jogando para dentro. Eu optei por uma linha bem próxima. Alguns chegaram a virar e foram ajudados pelos barcos de apoio.



Após iniciar o contorno do Forte da Lage, já deu para perceber que a remada de volta seria dura. Assim que passávamos no píer de atracação do Forte, tínhamos que gritar o nosso número de inscrição, o meu era o 49. Agora o vento estava contra. Estava tão forte que tive que tirar o boné. Foi só parar de remar alguns segundos que fui levado para o lado. Era manter o ritmo e seguir remando. Aos poucos, acho que a remada que fiz para chegar à Urca foi cobrando seu preço. Já não conseguia mais remar como antes. Pensei em desistir algumas vezes, mas se eu havia chegado até aqui, por que não ir até o fim? Isso me fez continuar e mesmo cansado fui me aproximando dos barcos atracados na Urca. Sinal de que estaria chegando ao fim.  

Já conseguia ver a praia da Urca ao fundo e deveria contornar uma pedra. Não sabia muito bem onde ficava e fiquei olhando quem estava à frente para eu me guiar. Assim que contornei a pedra, foi só dar as últimas remadas para, enfim, cruzar a linha de chegada. Cheguei bem cansado, mas feliz por ter terminado. Dei um, boa descansada e aproveitei para lanchar novamente. Encontrei o Jefferson e o Guilherme e falei que havia decido remar até o fim. Eles remaram também, mas nem os encontrei pelo caminho. Já era hora de voltar. Ainda havia o caminho de volta.  

Achei que com o vento ajudando, fosse ser bem tranquilo. Então, não me preocupei muito. Como eu queria estar certo. Não pude esperar a premiação por conta do avançar da hora, então e despedi do pessoal do CCC e começamos a remada de volta. Fomos remando o mesmo trecho até o Forte da Lage e já vendo as condições do mar, optei por seguir pela parte de dentro. O Guilherme e o Jefferson passaram por fora. Um navio apontou e esperei para que ele passasse. Enquanto isso, o Jefferson e Guilherme chegaram próximos. Assim que o navio passou, reiniciamos a remada.  

Desse ponto em diante, o mar estava bem mexido. No começo estávamos próximos um do outro, mas com o tempo, o vento e nosso ritmo diferente foi fazendo com que nos afastássemos. Eu já não conseguia remar no ritmo deles. Para aproveitar um pouco o vento e a ondulação, apontei a proa do caiaque para a Ilha da Boa Viagem e assim fui remado. Por vezes, as marolas quebravam por cima do caiaque. Estávamos cada vez mais distantes. Já na direção do Morro do Morcego, o mar ficou bem estranho e logo que estava mais ou menos piorou. O vento agora era contra e forte. O Guilherme já não via mais. O Jefferson estava bem longe, já na direção da ponta da Estrada Fróes. Eu, optei por mudar o rumo e seguir até a praia do Morcego, mesmo com vento contra, pois a distância era menor e eu estava bem cansado. Cometemos o erro de nos afastarmos e perdemos completamente o contato. Agora já era tarde.  

As rajadas aumentaram e foi difícil chegar. Nem acreditava que havia chegado. Puxei o caiaque para a areia e tentei olhar para ver se via alguém, mas nada. Como eu chegaria bem depois deles, mandei uma mensagem no whatsapp para avisar que estava tudo bem e que havia passado na praia do Morcego. Bebi uma água e esperei para ver se o vento daria uma trégua. Mas nada dele ajudar. Continuei por mais um tempo, até que decide voltar a remar.  

Voltei para água e fui remando em direção à estação do catamarã da praia de Charitas. Fiz esse trecho bem devagar. Ainda encontrei com a galera do Windsurf já próximo à estação. Enfim havia chegado. Na areia encontrei com o Jefferson que esperava há algum tempo. Guardamos as coisas e fomos embora. Um grande desafio numa manhã bem completa. Temos que estar preparados para revés. A natureza é forte! 



















terça-feira, 6 de dezembro de 2022

XI Encontro dos Amigos da Canoagem

Por Leandro do Carmo

Dia: 17/09/2022
Local:
Porto Marinho - Cantagalo RJ
Participantes: Leandro do Carmo

XI Encontro dos Amigos da Canoagem



Vídeo do XI Encontro dos Amigos da Canoagem

Vídeo da Corredeira do Urubu - Drone

Relato  

Esse era o terceiro evento na qual eu participara. Com certeza o maior e mais organizado de todos esses. Com a impossibilidade de ir em 2019 e a não realização por conta da pandemia em 2020 e 2021, estava bem animado para esse ano. Como acompanhei de perto a organização, tinha certeza de que esse ano seria um grande evento. Em 2022, já havia remado por duas oportunidades no Rio Paraíba do Sul. Uma, num final de semana fazendo uma aula com o Matheus Leite e a outra, numa remada fantástica entre a Ilha dos Pombos e Itaocara, junto com os amigos Jefferson Figueiredo, Markley Santos e Wendell Linhares. Assim que a data foi marcada, anotei no calendário e fui contando os dias...  

E o grande dia chegou. Na verdade, começou na véspera. Deixa eu explicar... Por conta do trabalho, acabei indo com o Ricardo Bemvindo na sexta após o expediente. Encontrei com ele em Copacabana e de lá seguimos viagem. A primeira parte da viagem foi complicada por conta do trânsito, só melhorando depois que já estávamos na estrada que leva à Magé. Dali em diante foi tranquilo. Chegamos tarde na simples pousada 20V, no centro de Itaocara. Como da última vez, fomos muito bem recebidos. Como já havia feito um lanche pelo caminho, fui logo dormir, acordaria cedo no dia seguinte.  

Tomei café da manhã bem cedo e fui direto ao Kaiak, Sup & Clube pegar as mudas que seriam distribuídas no evento. De lá, segui direto para Porto Marinho. Chegando lá, pude organizar o equipamento e aguardar a saída para o Porto do Tuta, local de início da remada. Aos poucos, as pessoas foram chegando. Em pouco tempo o Arraial de Porto Marinho estava lotado. Tinha bastante gente. Tive a grande oportunidade de conhecer o Pedro Oliva, grande canoísta e recordista mundial de caiaque extremo. Não foi fácil conseguir juntar todo mundo para a saída, mas conseguiram. Ajudei a colocar os caiaques no caminhão e aproveitei a carona.  

Chegando no Porto do Tuta, na Fazenda Paulo Gama, nos organizamos e preparamos tudo para nossa saída. Mas antes, demos um abraço simbólico em defesa ao Rio Paraíba do Sul, foi emocionante ver todos ali reunidos. Já era hora de ir para água. Levei meu caiaque para a água. A bolsa estanque com o drone ficou no caiaque do Jefferson. Nossa ideia era filmar os canoístas descendo a corredeira do Urubu, visto que o piloto do drone contratado só estaria na corredeira próximo ao Porto Marinho.  

Já dentro d’água, dei umas remadas para aquecer o corpo. O dia estava nublado. Uma sorte. Talvez, se tivesse aquele sol, estaria bem desconfortável agora. A água estava clara e numa excelente temperatura. Tinha bastante gente dentro d’água. Eram botes, caiaques e até um Stand Up. Nos alinhamos para uma foto e começamos a remar. Parei rápido para conversar com o Matheus que me deu algumas dicas. O Jefferson foi na frente para chegar à corredeira do Urubu e de lá, organizar a descida para conseguirmos fazer algumas imagens.  

O primeiro trecho foi bem tranquilo, uma remada com água parada, tendo apenas um trecho de águas mexidas antes do urubu. Numa remada tranquila, aportei alguns metros antes da corredeira mais forte do trecho. Dali, subi e me posicionei um pouco mais à frente. Aos poucos, os canoístas foram descendo e pude fazer alguns vídeos bem bacanas. Depois de ter conseguido filmar, voltei para a água. Era minha vez de encarar o “Urubu”. Combinei com o Matheus a descida, iria no meio e caso eu capotasse, teria o suporte de alguém. Eu já havia descido na remada que havia feito há alguns meses antes, quando desci da Represa da Ilha dos Pombos até Itaocara. Dessa vez, estaria com um caiaque diferente. Seria a segunda vez que remaria num tipo nesse tipo de barco.  

Comecei a remar, seguindo o Matheus. Entrei na corredeira, seguindo para a direita até entrar na linha. Venci a primeira ondulação. Na segunda, a maior do trecho, não consegui equilibrar e virei, não dando tempo de mais nada. Com o caiaque emborcado, até senti que alguém havia encostado, mas a falta de experiência não permitiu que eu esperasse mais. Estava tudo preto. E numa questão de segundos puxei a saia, me soltando do caiaque e voltado à superfície. Segurei bem o remo e fui tranquilo até próximo a borda. O Pedro Oliva ainda me ajudou a tirar a água do caiaque para que eu voltasse para a água. Uma pena não ter conseguido completar a descida. Mas fica o aprendizado de que cada dia é um dia...  

De volta à água, continuamos a remada, agora sem muitos problemas. Algumas corredeiras, mas todas tranquilas. O clima era excelente. Para todo lugar que se olhava, via algum caiaque ou bote. Diversão total. Já próximos ao final, paramos para acompanhar a última corredeira. Filmei mais uma vez com o drone. Era uma corredeira bem mais tranquila, num trecho bem bonito. Aos poucos todos foram descendo e acabei sendo um dos últimos a descer. Segui remando tranquilo até chegar à Porto Marinho. 

Já em terra, arrumei tudo e fui curtir a segunda parte do evento. Estava bem cheio, com muito mais pessoas do que nas edições anteriores. Sinal de que de que as pessoas estavam acreditando na proposta e a certeza de que havia sido bem organizado. Esperei o momento das homenagens e segui de volta à pousada para descansar, pois o dia seguinte seria o dia de subir novamente à Serra da Bolívia.

XI Encontro dos Amigos da Canoagem

XI Encontro dos Amigos da Canoagem

XI Encontro dos Amigos da Canoagem

XI Encontro dos Amigos da Canoagem

XI Encontro dos Amigos da Canoagem

XI Encontro dos Amigos da Canoagem



segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Remada Charitas x Praça XV x Charitas

Por Leandro do Carmo

Remada: Charitas x Praça XV x Charitas  

Dia: 23/07/2022
Local: Niterói/Rio de Janeiro
Participantes: Leandro do Carmo  

Relato  

O dia amanheceu firme. Havia uma neblina forte. Não estava tão frio, inclusive a minha previsão era de que fosse fazer bastante calor depois que a neblina fosse embora. Cheguei cedo à praia de Charitas. Tirei o caiaque da vaga com dificuldade e levei para beira da água, onde arrumei os equipamentos. A água estava bem clara, apesar de toda a poluição da Baía de Guanabara.  

Saí remando sem rumo definido, não tinha um objetivo definido. Pensei em ir até a Boa Viagem, mas quando estava na altura do Morro do Morcego, olhei em direção ao Rio de Janeiro e resolvi ir até a Praça XV, uma vontade que tinha já fazia um tempo. Como não tenho companhia aqui em Niterói, tenho que de vez em quando tenho que remar sozinho. Nem sempre é tão ruim assim, mas confesso que prefiro companhia.  

Continuei a remada, já com o proa do caiaque no rumo da Ilha Fiscal. Nesse trecho, é difícil cruzar com alguém remando, apenas barcos de pesca ou a serviço da indústria naval carioca. Vi um enorme cargueiro se aproximando, Já na entrada da barra, Evitei avançar mais e diminuí o ritmo até ele passar. A impressão era de que ele estava longe, mas rapidamente ele passou na minha frente, cruzando o canal, até perto da Ponte Rio-Niterói. Continuei a remada. Alguns atobás passavam rente a água, calculando perfeitamente a distância para não tocá-la.  

Já próximo ao aeroporto, o barulho dos aviões aterrizando e decolando eram bem fortes. Fui paralelo ao aeroporto, até as boias de marcação na enseada da estação das barcas. Os aviões que decolavam, passavam bem pertos e podia ver os detalhes do trem de pouso. Um espetáculo. Mais a frente, perto de onde ficam alguns barcos de pesca, dei uma pequena parada para alongar e beber uma água. Foram poucos minutos, mas o suficiente para dar um gás para a remada de volta.  

Voltando, tentei fazer o mesmo caminho. Comecei a sentir um incômodo na altura da lombar e fui fazendo pequenas pausas para alongar, o que ajudou bastante a manter o ritmo da remada. Passei um pouco mais distante da Ilha da Boa Viagem e fiz uma parada na Praia do Morcego, onde descansei um pouco até retornar para a guarderia, ao lado da Estação das Barcas de Charitas.

terça-feira, 5 de julho de 2022

Remada no Rio Paraíba do Sul: De Porto Velho do Cunha à Itaocara

Por Leandro do Carmo

Remada no Rio Paraíba do Sul: De Porto Velho do Cunha à Itaocara

Dia: 16/06/2022
Local: Itaocara
Participantes: Leandro do Carmo, Jefferson Figueiredo, Markley Santos e Wendell Linhares.

Trecho total remado: 58,6 km
Tempo: 8h 40min



O Rio Paraíba do Sul  

O Rio Paraíba do Sul é um rio extenso sendo recurso extremante importante para três estados do sudeste brasileiro: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nasce na serra da Bocaina em São Paulo e desemboca na praia de Atafona em São João da Barra - RJ possuindo 1.340 km de extensão abrangendo 150 cidades e 20 milhões de pessoas.  

Ao longo de seu trecho o rio adquire várias formas e tem características bem específicas: ora estreito, ora largo, ora turbulento, ora calmo, às vezes represa e volta a ser rio, ora poluído, ora preservado, sim é isso mesmo, preservado e com mata ciliar e vegetação exuberante e é esse rio Paraíba do Sul que pouca gente conhece.  

No Médio Paraíba, mais especificamente do trecho de Além Paraíba-MG a São Fidelis-RJ, o rio Paraíba do Sul possui águas turbulentas com corredeiras e cachoeiras, predominância de ilhas, é largo e com uma vegetação ciliar ainda bem preservada. Famoso pela piscosidade e referência na pesca esportiva de dourado e robalo. Em uma grande extensão não existe cidades em suas margens, o que contribuí para renovação de suas águas, além da própria oxigenação causada pelas corredeiras. Ele também recebe as águas de vários afluentes. Fonte:  ACAI

Dicas para remar na região

Detalhes do trecho de Porto Velho do Cunho até SãoFidelis  

Caminho que fizemos de carro de Itaocara até Porto Velho do Cunha, local de início.

Trecho feito



Vídeo em HD - Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha à Itaocara


Relato

Quando o Jefferson me falou que iria fazer o trecho de Porto Velho do Cunha x Itaocara, remando, logo me convidei, sem dar tempo dele contar alguma história triste dizendo que iria sozinho ou que já tinha um grupo fechado... Bom, depois fui ver se realmente dava para eu ir. Mas se não desse, daria um jeito, era uma oportunidade única. Como moro muito longe de Itaocara e de não conhecer bem o local, ficaria bem difícil ir sozinho. Resolvi ir de ônibus. Reservamos as passagens para o final do dia, pois a viagem seria véspera de feriado e a procura naquele horário é bem grande.  

Depois da logística organizada, foi hora de estudar o percurso. Pelo relato que ele publicou há um tempo, a remada totalizaria cerca de 60 km, com trechos longos de águas calmas e algumas corredeiras. Essa seria uma distância na qual eu ainda não havia remado, mas avaliei que rio abaixo, seria mais tranquilo. Engano meu, mas essa parte da história vai ficar para daqui a pouco. Preparei o equipamento que eu tinha e vi o que precisaria, sendo providenciado lá no clube de canoagem. A semana passou rápida e o grande dia havia chegado.  

Saí direto do centro do Rio para a rodoviária de Niterói. Foi meio correria, mas chegamos bem à rodoviária, fazendo uma viagem tranquila até Itaocara. Estava frio, o termômetro marcava 10°C. Até os cachorros estavam escondidos. Já eram quase 2 da manhã e daqui a pouco já tínhamos que estar prontos para a saída. Fizemos um lanche e deixei tudo pronto, assim poderia tirar alguns minutos a mais de sono.  

Levantamos às 5h e fomos ao clube de canoagem pegar parte do equipamento para eu usar. De lá, seguimos para a casa do Markley, onde os caiaques já estavam arrumados na carretinha. Demos uma parada rápida numa padaria para encontrar o Wendel e tomar um café. Estava tão frio quanto à noite anterior, mas como estava me movimentando mais, nem senti tanto. A noite estava bem aberta, sinal de que teríamos um dia bem agradável. Pegamos a estrada por volta das 6h e chegamos a Porto Velho do Cunha por volta das 7h 30min, tudo dentro do programado. De Itaocara até lá, são cerca de 95 km.

Já na entrada do caminho que leva ao rio Paraíba do Sul, tiramos os caiaques e os alinhamos numa entrada que seguia até o rio. Naquele ponto, dava para perceber onde o nível da água havia atingido no último período chuvoso, algo bem assustador. Pegamos todos os equipamentos e fomos ao ponto de saída, ainda fazendo uma pequena caminhada. Ali, nos arrumamos. Tinha uma forte serração, o que fazia parecer que a água estava em ebulição, dando um  aspecto bem diferente àquela fantástica paisagem. O rio corria lentamente. Do Outro lado da margem uma mata bem densa, dava um toque especial ao local.

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Acesso ao rio Paraíba do Sul











Com tudo pronto, foi hora de entrar na água. Na primeira remada senti o caiaque deslizando calmamente sobre as águas, uma sensação fantástica. A partir daquele momento eu ele seríamos um só até ao final da jornada. Estava usando um remo de fibra de carbono, muito diferente do que estou acostumado a usar. Aos poucos, fui acostumando com o novo ritmo. Nesse trecho inicial, as florestas das margens estão bem protegidas. A remada cadenciada ajudou a espantar o frio. A serração foi se dissipando e já era possível ver o contorno do sol. Em pouco tempo teríamos céu aberto.  

Logo à frente, a floresta que já era densa, ficou mais fechada ainda. Passamos pelo ponto onde o Rio Angu deságua no rio Paraíba, um belo local. Depois de bastante tempo remando o Jefferson percebeu que havia deixado o celular dele em cima de um barco que estava no local de onde partimos. Tentamos ligar, mas lá não tinha sinal. Encontramos alguns pescadores que estavam acampados na margem do rio e tentamos contato novamente, mas nada.  

Seguimos rio a baixo. Passamos por algumas pequenas e fáceis corredeiras. O sol apareceu. A cerração dissipou totalmente, mostrando um céu azul e sem nuvens. O astral estava ótimo, seguia sempre um pouco mais atrás, assim tinha certeza de onde seria o melhor local para passar.  Por volta das 10h, chegamos a uma parte do rio onde formava um extenso degrau. O Markley seguiu na frente e o Jefferson parou para orientar a descida. Nesse ponto, algumas pedras afloravam, mas a descida era suave.

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Neblina baixa no início da remada











Mais alguns minutos remando e estávamos no Bar da Manuela. Já havíamos remado cerca de 20 km e ali, marcava 1/3 do caminho. Um ótimo ponto de apoio. Ali, fizemos uma rápida parada, continuando a remada logo em seguida. Passamos por São Sebastião do Paraíba, quarto distrito de Cantagalo. Já estávamos há cerca de 3h remando e podíamos contar facilmente a quantidade de casas que tínhamos visto nas margens. Uma paz sem precedentes, que era interrompida apenas pelo som das águas nas corredeiras que se seguiam. Apesar de estarmos bem imersos numa natureza intocada, não havia visto nenhum animal, somente o som dos pássaros. Talvez, pela rapidez com que passava pelos locais, não prestava tanta atenção.  

Continuando a remada e mesclando longos trechos de águas calmas e pequenas corredeiras, chegamos ao Bar do Ernani. Mais um ponto de apoio nessa aventura. O local estava fechado, mas ali fizemos nossa primeira parada longa, algo em torno de 30 minutos. Aproveitamos para “almoçar” uns saborosos sanduíches preparados pela Isadora, filha do Jefferson. Aproveitei para fazer algumas imagens de drone, mas não havia verificado o cartão de memória e as imagens foram salvas em baixa resolução. Passado o tempo de parada, voltamos para a água, faltavam ainda um pouco mais da metade do caminho.  

Sentia-me bem, mas não sabia se estava remando mais lento que os outros, de qualquer forma continuei no ritmo que dava, não queria atrasar. Mas pelo que havia lido no relato feito pelo Jefferson, estávamos dentro do programado. Passamos pelo Porto do Tuta, local de saída dos últimos eventos de canoagem organizados pela ACAI. Esse trecho que ia até Porto Marinho, era um que estivera em duas oportunidades, então já tinha certo conhecimento. Logo à frente, estaria a corredeira mais forte de todo o trecho:  a corredeira do Urubu. O Urubu é uma corredeira classe III e pode ser facilmente transponível pela margem.  

Seguimos o fluxo do rio passando por mais uma corredeira e mais a frente nem deu muito tempo de pensar. O Jefferson sinalizou pra remar. Não tinha alternativa a não ser remar. Sabia que o Urubu estava a poucos metros. O Markley e o Wendell já tinham ido e lá embaixo vi a ponta de um caiaque para o alto, alguém havia capotado. Mas foi tão rápido que quando eu vi, já estava em cima da corredeira. O Jefferson estava um pouco mais na frente. Entrei nela e fui equilibrando com remadas fortes, a fim de manter a linha correta. Num piscar de olhos, vi o Jefferson tombando também. Passei um pouco mais para a direita dele. Nem acreditava que havia passado. O Jefferson foi até a margem e fui até lá para descansar e ajudá-lo a tirar a água do barco.

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Jefferson na corredeira do Urubu











Com tudo pronto novamente, voltamos para a remada. Já havíamos passado da metade do caminho. Estávamos, aproximadamente, a cerca de 4 horas remando e era isso que mais ou menos faltava para terminar. Estava cansado, mas remava tranquilo. Veio mais uma corredeira e na aproximação, quando fui alinhar o caiaque, tombei. Ainda tentei ver se desvirava o caiaque, mas não deu tempo. Desci segurando a borda até um ponto mais calmo do rio. O Jefferson veio para dar um apoio. Acho que nadar é pior que remar. Fiquei mais cansado do que quando tive que remar para descer o Urubu. Na margem do rio, tiramos a água do caiaque e reiniciamos a descida. Confesso que fiquei desanimado, capotei sozinho, num trecho muito mais fácil que o Urubu. Talvez tenha sido excesso de confiança ou falta de atenção.  

Mais uma corredeira me esperava e não tinha espaço para mais erro. Concentrei e comecei a remada. Tentei cadenciar melhor e só ouvia o Jefferson gritar: rema, rema, rema, não para! E assim desci mais uma, o que elevou um pouco a moral, apesar do cansaço. Dali, passamos por Porto Marinho e seguimos até a Cabana do Peixe Frito, onde fizemos a segunda parada longa do dia. Fizemos mais um lanche. Estava bem cansado, mas tranquilo. Não tinha dúvidas que conseguiria. Já estávamos com 42 km de remada. Faltava pouco!  

Saímos numa água parada, trecho em que o rio contornava uma ilha. Seguimos remando até encontrar mais uma corredeira. Entrei nela e já no final, uma onda me jogou para o lado. Não deu mais uma vez, virei e segui segurando o caiaque até a margem, onde pude tirar a água, com a ajuda do Jefferson. O cansaço havia chegado. Estávamos com, aproximadamente, 45 km. A partir daí, diminuí um pouco o ritmo e remava um pouco mais atrás. Passei por mais uma corredeira, agora muito mais concentrado, pois não podia parar de remar. Não queria capotar novamente. Ter que nadar e depois tirar a água do caiaque cansava mais que a remada em si, além de abalar o psicológico.  

Já estávamos com quase 50 km de remada. O sol estava forte, eram 15h. Tentava procurar um trecho com sombra, mas não tinha. Restava apenas jogar uma água na cabeça para refrescar. Nesse ponto já podia ver a Serra da Bolívia bem à frente, ainda pequena, mas já era sinal de que estávamos próximo do fim. O Jefferson já me perguntava se estava tranquilo com mais frequência, talvez sentindo que sempre ficava um pouco mais para trás. Isso me manteve motivado, não queria atrasar o grupo. As pequenas corredeiras se transformavam em grandes desafios. Numa corredeira, vi o Wendell capotando. Não tinha jeito. Ou superava ou estaria capotando e tendo remar até a margem. Comecei a remar. O caiaque foi seguindo a ondulação e na onda mais alta, quase tombei. Por sorte consegui manter o equilíbrio do barco e seguir remando até um remanso onde ofegante, consegui descansar um pouco.  

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Eu em uma corredeira











Ouvi o Jefferson dizendo que dali em diante não tinha mais nenhuma corredeira. Senti um alívio, mas foi só remar mais um pouco e comecei a ouvir aquele chiado, mais uma estava chegando. Naquele momento, qualquer água mexida virava corredeira. E foi preciso muita concentração para seguir remando. Sabia que estava no fim e que tudo seria resolvido em pouco tempo. Mas alguns trechos calmos e mexidos, até que me dei conta de que a Serra da Bolívia estava ao meu lado e não mais a minha frente. Tinha certeza que estava chegando. De longe avistei um trecho onde o rio se dividia e mais a frente um grande bambuzal. Reconheci o local. Havia chegado. Faltavam poucos metros.

Mais algumas remadas, totalmente no automático e alinhamos os barcos para poder registrar um momento mágico. Com sol se pondo atrás da Serra da Bolívia, após remar 58,6 km em 8h 40min, chegávamos ao final da jornada. Pra mim, um dia épico. Bons momentos carregamos na memória. Mas momentos como esse, carregamos também no coração.  

Após guardar os barcos, o Jefferson ainda foi tentar recuperar o celular que havia deixado no ponto de saída. Não conseguiu no dia, mas após fazer contato com um morador de Porto Velho do Cunha, conseguiu recuperá-lo no dia seguinte. Ainda tirei uma soneca, só esperando a hora do ônibus que me levaria de volta pra casa. Estava esgotado fisicamente, mas com a mente leve. Um grande dia.


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Eu e o Jefferson


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Notem a marca da água!!!!


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Caminho precário para chegar ao rio

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Iniciando a remada

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Saindo da Cabana do Peixe Frito

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Wendell remando


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Trecho bem bonito, próximo ao bar da Manuela


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Águas calmas


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Dia bem aberto

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Bar do Ernani, 1/3 do caminho

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Jefferson na corredeira do Urubu


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Jefferson indicando a linha para descida


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Eu passando por uma onda


Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Comemorando o fim da remada com um por do sol fantástico

Remada no Rio Paraíba do Sul: Porto Velho do Cunha x Itaocara
Chegada no Kayak, SUP & Club