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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Escalada na via Bruno Silva

Por Leandro do Carmo

Escalada na via Bruno Silva

Local: Niterói
Data: 14/02/2015
Participantes: Leandro do Carmo, Alex Rockert e Stephanie Maia


Bom... O croqui, o acesso à base, o relato da conquista e curiosidades sobre a via, podem ser acessados clicando aqui. Vamos conferir como foi mais esse dia de escalada...
Já era carnaval e iria ficar em casa mesmo... Sem chance de viajar, vai que minha filha resolve nascer em meio àqueles engarrafamentos gigantescos... Não poderia arriscar! Mas ficar em Niterói também tem suas vantagens. Praias, trilhas, escaladas, etc... Já estava há um tempinho sem escalar e resolvi repetir a Bruno Silva. Para quem leu o relato da conquista, essa via tem um significado especial para mim.
Havia combinado com a Stephanie de que iríamos escalar. Convidei, também, o Alex Rockert para completar a cordada. Marcamos de nos encontrar no posto de gasolina, na subida da Serrinha de Itaipuaçú e de lá seguimos para o Mirante da Serrinha, onde estacionamos o carro. O acesso começa à direita do início da trilha para o Alto Mourão (Pedra do Elefante). O começo até que é bem definido, mas depois tem que seguir um pouco a intuição...
Como sei o caminho, ficou mais fácil e rapidamente chegamos á base. Nos equipamos e expliquei um pouco o caminho que iria fazer. Ainda não consegui fazer o lance que imaginei na conquista. Deixei para tentar outro dia... Segui contornando o diedro até um degrauzinho à esquerda e subi. Costurei o segundo grampo e o terceiro. Fui até ao quarto, voltei e montei a parada. Fiquei ali, pois os últimos que foram tentar o lance, mesmo com corda de cima, se ralaram um pouco... Fiquei dali só observando. O Alex veio e passou rápido, assim como a Stephanie, sem maiores complicações. Na parada, segui escalada até a verdadeira primeira parada da via.
Via Bruno Silva
Dali, perguntei para o Alex se ele queria guiar o resto da via. Ele aceitou de primeira. Mostrei mais ou menos onde era a segunda parada e ele seguiu guiando. No grampo, montou a parada e eu fui logo em seguida. A vista dali é muito bonita. O tempo estava meio fechado... Demos uma acelerada e a Stephanie chegou logo em seguida.
O Alex saiu para guiar a terceira enfiada. Quase passou do passou do primeiro grampo. Eu, que o chamei e falei: “Tá indo pra onde rapá? Costura o grampo aí...” O grampo já estava quase na altura de seu joelho. E assim ele sumiu, onde nos comunicamos aos berros...
Na terceira parada, bastou mais um grampinho e estávamos no Mirante do Carmo. Ali, a tradicional foto de cume e um lanchinho rápido, pois ninguém é de ferro!

Missão cumprida!!! Até a próxima.

Via Bruno Silva

Via Bruno Silva

Via Bruno Silva


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

1º Mutirão de Reflorestamento e Manejo do Capim Colonião – Bananal – Parque Estadual da Serra da Tiririca

Por Leandro do Carmo

Data: 18/01/2015

Nº de participantes: 12



Área de atuação:















Antes:















Depois:















Relato

Nem o sol forte espantou a galera...Há tempos que estava para marcar esse mutirão. O problema ali no Bananal é crônico: O capimcolonião cresce e dificulta a passagem até ao bloco principal do Campo Escola Helmut Heske. Queria aproveitar para iniciar o trabalho, mesmo estando com o forte calor, pois a cada dia quepassa o capim cresce mais...

Já havíamos combinado com o PESET o empréstimo das ferramentas e o apoio para a atividade. Na verdade, eu abri essa atividade, já prevendo pouca participação, como já falei, devido ao calor. Mas me surpreendi. A galera compareceu e com 12 participantes avançamos bem.Nosso ponto de encontro foi na subsede do Parque, em Itacoatiara, onde, já as 08:00 da manhã, foi difícil achar uma vaga para estacionar. O prenúncio de um dia de praia lotada!

Pegamos algumas ferramentas e três mudas com o Parque e começamos a subir, com cerca de 1 hora de atraso, até o NUPIF, onde fizemos uma foto da galera. Seguimos direto até ao Bananal e lá, já nos preparamos e organizamos nossa ação. Decidimos que, pelo menos, deixaríamos limpa a trilha de acesso ao bloco principal. E assim iniciamos os trabalhos debaixo de um sol escaldante...De vez em quando, olhava a água da enseada, coisa do tipo nordeste, nos esperando!!! Aproveitamos para recolocar a placa informativa do Parque e fechar um atalho que estava sendo aberto. Fizemos uma boa capina e aproveitamos para plantar 3 mudas.

Depois de algumas horas no sol forte não resisti e puxei a fila do mergulho... A água, além de clara, estavanuma temperatura muito agradável. Depois de tanto trabalho, ficamos ali durante algum tempo relaxando e recarregando as baterias...

É impressionante o que a natureza pode nos oferecer... Se pensarmos bem, retribuímos muito pouco por aquilo que ela nos oferece!Mais uma vez, missão cumprida!!! Valeu pessoal, esse foi o primeiro de muitos!!!

Plantando mudas

Olha a cor da água na enseada do Bananal...

Depois do trabalho feito

Alexandre com a mão na massa, ou melhor, na enxada!

Sem tempo para brincar!!!!!

Mais uma muda



segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Via Amigo é Pra Essas Coisas - 3º VIIa (A0) E2 D1 175 metros

Por Leonardo Carmo

Local: Morro das Andorinhas – Itaipu, Niterói – Rj.

Participantes: Leonardo Carmo e Marcos Lima.

Ver mais: Conquista / Relato / Vídeo / Mais Conquistas

A via foi conquistada em 28/07/2013 por Leandro do Carmo, Ary Carlos e Guilherme Belém. A segunda investida na qual eu participei também foi em 2013. Depois desse dia, a via só foi escalada mais uma vez pelo Ary e a Alê, sua parceira de escalada. 

Na ocasião tínhamos meio que marcado uma trilha que levava até a trilha principal mas com o passar do tempo aquela marcação se perdeu. Tudo que tínhamos era uma orientação guardada na memória rsrsrs.

No dia 15/01/2015, resolvi fazer essa via. Sabia que o sol estaria rachando o coco. Estava pensando em quem chamar. Não queria colocar a Mariana em outra furada rsrs. Já tínhamos feito a Leila Diniz debaixo de um calor de 40º. Não queria que ela sofresse de novo rsrs. Mas eu estava querendo mais rsrs. Até que eu chamei o Marcos Lima e ele sem pensar direito, aceitou.

Marcamos as 17:00 hs na entrada da trilha do Morro das Andorinhas. O calor estava animal. Mas PitBull não arrega. Sem perder tempo, começamos a nossa missão. Depois de uns 40 min chegamos até a Casa de Pedra, base da via. Começamos a nos equipar e por volta das 18:00 hs começamos a escalada. Quando eu coloquei o primeiro pé na pedra eu falei para o Marcos Lima: “... hoje a escalada é pra curtir...”. Só esqueci de dizer que era pra curtir o perrengue rsrsrsrs.



Começamos a escalada. A saída é tranquila mas vale ficar atendo. Uma queda nessa hora, pode levar os dois pra água rsrs.

Até a primeira parada foi tranquilo. A partir dali o bicho começou a pegar. As agarras de mão estavam quebrando. A via começou a ficar ensaboada rs. A brincadeira começou a ficar boa. A cada metro as agarras pioravam. Logo depois da segunda parada já não existiam mais agarras de mão. Então pensamos: “...pelo menos tem as de pé...”. Só que elas não estavam quebrando, estavam esfarelando. O perrengue começou a ficar gostoso.


Enfim, chegamos no crux. O sol já tinha ido dormir. Começou a escurecer. Olhamos pra cima e vimos só mais 2 grampos. Resolvemos continuar sem lanterna, mesmo já anoitecendo. O Crux foi tenso. Levamos uns 20 minutos pra completar essa parte. Depois do último grampo, no lance de IV SUP, vi uma laca e não pensei duas vezes... ufa, que bom rs. A laca saiu inteira na minha mão. Devia pesar uns 15 kg. Se eu caio com ela, era um abraço. Ia sobrar até pro Marcos. Grudei a laca novamente, mirei o cacto que estava no final da via e parti. Em seguida veio Marcos. Também passou perrengue no crux. Mas aqui é PitBull, quanto mais perrengue, melhor.



Completamos a via por volta das 20:15 min. Já estava bem escuro. Ficamos curtindo o visual e tirando umas fotos. Quando foi mais ou menos 20:30 começamos a nos desequipar. Era hora de ligar as lanternas e partir pra trilha.




O perrengue não tinha terminado, só estava na metade.

Partimos pra dentro varando mato, cipó, arranha gatos, etc. Ficamos mais de 3 horas varando mato tentando encontrar a trilha principal. A gente já tinha até encontrado um lugar pra fazer um bivaque e esperar amanhecer.



Nessa hora, a gente avisou o Leandro e o Ary. Eles estavam de backup. Leandro resolveu ir até lá pra ver se encontrava com a gente ou se pelo menos com um apito a gente fazia algum contato.





Nesse momento a gente decidiu continuar a andar. Sabíamos que estávamos paralelos à trilha principal e partimos. Achar a saída era questão de tempo. Depois de mais um tempinho varando mato e brigando com os arranha gatos, chegamos na trilha que vai pra Casa de Pedra. Aí, velho, a brincadeira tinha acabado. A Missão estava cumprida.

Quando a gente chegou no mirante que da vista pra Itacoatiara, o Leandro do Carmo apareceu. Ali ficamos por alguns minutos curtindo o visual e descemos.

Sei que a nossa aventura acabou por volta de meia noite.

Se eu soubesse antes como seria a aventura, teria feito tudo exatamente igual rsrsrs.

Valeu cada arranhão.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Costão de Itacoatiara - Paredão Uma Mão Lava a Outra

Por Leandro do Carmo

Costão de Itacoatiara - Paredão Uma Mão Lava a Outra


Local: Itacoatiara
Data: 30/09/2014 
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima e Stephanie Maia


Via Uma Mão Lava a OutraVia Uma mão lava a outra – 4ºsup V E2 D1 200m





DICAS: Algumas agarras ainda por quebrar; lacas soltas; treinar comunicação, guia não vê o participante; descida por trilha; segurança de corpo no final da via; a via mais forte dessa face; possui um lance no final mais exposto que o normal da via; no verão, chegar bem cedo, fica sombra até umas 10 horas.

Estava para repetir essa via há algum tempo. Havia feito ela com o Guilherme há uns dois anos e meio. Na verdade, nem lembrava muita coisa da via. Só me recordava da primeira enfiada, na qual considerei forte, se comparando com as outras dessa face. Abri a atividade no site do ClubeNiteroiense de Montanhismo e fiquei na espera de algum participante... Não demorou muito para que logo aparecesse uma companhia, acho que nem uma hora! A Stephanie me passou um e-mail perguntando sobre a via e se ela poderia ir. Ainda falei para ela: “Quem vai me dizer é você!”

Marcamos as 07:30 no gramado em frente ao Costão. Estava tudo certo. A previsão era de tempo nublado, sem chuva, perfeito para uma escalada. Alguns dias antes, o Marcos Lima me ligou perguntando se ele poderia ir também. Ele tinha acabado de concluir o curso básico com o Ian e estava na pilha de escalar. Pensei até em dizer que já estava lotada, pois não queria muito entrar em uma cordada de 3, mas sem o sol... a história é outra. Falei que estava tudo bem e avisei do horário. Combinamos de nos falar no domingo bem cedo, pois se chovesse, cancelaríamos.

O domingo amanheceu bom e nos encontramos por volta das 7:30 h em Itacoatiara. Fomos direto para a caminhada de aproximação. Descemos pela praia e seguimos no costão. Fomos paralelo à praia e começamos a subir na altura do grande platô de vegetação. Algumas pessoas começam a subir antes, sendo que, por onde passamos, é mais fácil. Encontramos muito lixo pelo caminho, vi que havia necessidade de um mutirão de limpeza no local. Mas essa fica para a próxima, nosso objetivo, pelo menos hoje, seria outro.

Via Uma Mão Lava a OutraNa base, nos arrumamos e combinamos algumas coisas, pois nas duas primeiras paradas perde-se o contato visual. Esse era o grande teste do Marcos, ainda brincamos que seria a hora para saber se gostava ou não de escalar!!! Comecei a subida com a segurança da Stephanie. Saí e costurei o primeiro grampo. Continuei subindo e aos poucos a parede foi ganhando verticalidade. Os lances são bons, bem protegidos e com agarras, umas melhores, outras nem tanto. O negócio é que é constante. Alguns lances, precisava parar e dar uma analisada melhor, demorando um pouco mais que o normal, mas fui tocando até chegar a primeira parada, a única dupla da via. Algumas nuvens ameaçavam encobrir o costão, mas o vento logo as dissipavam. Não estava aquela vista da praia, com água verde, quase transparente, que estamos acostumado a ver nos dias sol, mas as nuvens que encobriam parte da praia de Itacoatiara e o Morro das Andorinhas, foi um espetáculo a parte.

Montei a parada e gritei que já estava preso. Consegui ouvir o Marcos gritando OK. Tinha vento, mas não estava tão forte, deixando a comunicação tranquila. A Stephanie veio escalando e pensei nos lances que havia feito... Deve estar passando um perrengue!!! Mas ela conseguiu superá-los e depois de alguns minutos comecei a ver o capacete dela e não demorou muito até chegar onde eu estava. O Marcos veio logo em seguida e no mesmo ritmo, chegou onde estávamos. Pronto, primeira parte da missão estava completa! A Stephanie ainda comentou que se terminasse ali, estaria satisfeita. Mas eu não!!!! Missão cumprida, é missão toda cumprida!!!

Via Uma Mão Lava a OutraLogo tratei de me preparar para a próxima enfiada. Segundo o croqui, o crux ficava entre o primeiro e o segundo grampo após a parada, numa pequena diagonal para a esquerda. Ali eu lembrava bem. Costurei o primeiro grampo, subi um pouco e abri bem a perna para a esquerda, num movimento de tesoura, mas bem aberta mesmo, o suficiente para dar equilíbrio e continuar até o segundo grampo. Dali fui seguindo reto, num caminho bem óbvio. Vi um grampo e pensei que talvez dessa para chegar, dei uma esticada, mas não deu. Quando dei uma afrouxada na corda, ela enroscou num grampo bem abaixo, fora do meu alcance de visão, dificultando a minha subida. Voltei, desescalando até o grampo de baixo e montei a parada. Tive que fazer um pouco de força puxando a corda na hora da segurança da Stephanie, mas consegui traze-la. Isso cansou um pouco. O Marcos veio logo em seguida e nos reunimos na parada.

Demos uma ajeitada nas cordas e saí para terceira enfiada. A parede perdeu verticalidade e os lances foram ficando mais fáceis. Tem um pedaço em que começa-se a escalar sem ver o próximo grampo, mais sem muita dificuldade. Resolvi montar a parada no penúltimo grampo da via. Não tinha certeza se teria corda o suficiente para chegar até ao próximo.

Quando a Stephanie chegou, um pouco cansada, avisei que mais uns 20 metros e estaríamos no cume. Já dava até para ouvir algumas pessoas conversando lá em cima. O Marcos chegou logo em seguida. Como já estávamos no final. Não saí logo. Ajeitamos a corda com mais calma. Avisei que daria segurança de corpo no final da via e comecei a escalar. Costurei o último grampo e fui até cume do Costão. Lá, passei uma fita num arbusto, só como backup e mandei a Stephanie subir. Ela veio e em seguida o Marcos.

Para o teste do Marcos, até foi bom. Bom não... Foi ótimo!!!! Já começou com chave de ouro. Nesse ritmo, já, já, vais estar guiando. E a Stephanie acostumada com o Córrego dos Colibris... Enfim, uma escalada mais completa!!!!

Valeu pessoal, até a próxima.


Via Uma Mão Lava a Outra

Via Uma Mão Lava a Outra

Via Uma Mão Lava a Outra

Via Uma Mão Lava a Outra

Via Uma Mão Lava a Outra

Via Uma Mão Lava a Outra

Via Uma Mão Lava a Outra

Via Uma Mão Lava a Outra



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Escalada na Via Paredão Mabelle Reis - Córrego dos Colibris

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Paredão Mabelle Reis - Córrego dos Colibris

Local: Córrego dos Colibris / Parque Estadual da Serra da Tiririca
Data: 31/08/2014
Participantes: Leandro do Carmo e Stephanie Maia



Via Paredão Mabelle Reis – 4º IVsup E2 D1 - 140m

Dicas: Para acessar a base da via, seguir a trilha do Córrego dos Colibris, quando chegar a uma cisterna de cimento, seguir para a direita, depois virar para a esquerda. Seguir reto até uma grande árvore a sua esquerda, após seguir para a esquerda pegando um leito de seco de um córrego. Em um determinado ponto verá a parede a sua direita. Ali fica a base da Via Paredão Fogo do Inferno, seguindo adiante, chegará a uma grande árvore, com o tronco oco. Virar 90º a direita até chegar a parede. Na base, tem um diedro com vegetação. O começo da via é bem vertical e dá para ver facilmente os grampos. Rapel obrigatório pela própria via. Sem dúvida a melhor via do setor.

Relato

Última via do setor do Córrego dos Colibris que faltava para eu para escalar. Com essa, finalizaria o projeto com a Stephanie. Pela descrição da via no guia antigo de Itacoatiara, do Léo Nobre, essa era a mais forte do setor - 4º IVsup E2 D1 - 140m. Mas não foi por esse motivo que deixamo-la por último. O fato é que começamos pela ordem da direita para esquerda, fazendo a Estela Vulcanis primeiro.

Via Mabele Reis
Como o sábado foi nublado, não precisaríamos sair cedo afinal de contas achávamos que não daria sol no dia seguinte. Assim marcamos as 08:30 h da manhã. Parei ainda na padaria para tomar um café. Mas não perdemos muito tempo e logo estávamos na entrada da trilha. Como da outra vez, nos arrumamos ali e seguimos para a base da via. Não tinha muito informação de onde era base. Quando fiz a Fogo do Inferno, vi a linha de grampos na parede e tirei como referência uma grande árvore na mata. Entrei na trilha e após a cisterna de cimento e a grande figueira, peguei a esquerda um leito de rio seco e fui subindo. Passei pela base da via Paredão Fogo do Inferno e cheguei numa grande árvore, que deveria ser a que tinha pego como referência. Virei 90º a direita e cheguei na parede. Dali foi fácil ver os grampos. Uma base limpa. Muito mais fácil de achar do que eu estava imaginando.

O começo é bem vertical. A saída é que tinha um pouco de líquens, o que a deixou um pouco escorregadia. Tive que ir com bastante cuidado, analisando bem os movimentos. Costurado o primeiro grampo, segui subindo sem maiores problemas. Mais acima os lances ficam bem verticais, quase uns 90º. Boas agarras, mas que num primeiro momento me deixaram receoso, pois pareciam que eram umas pedras coladas na parede e que poderiam soltar a qualquer momento... Mas depois que peguei confiança, ficou mais fácil...

Passado o crux da via, fiz a parada na primeira dupla de grampos, a uns 25 metros. A Stephanie veio logo em seguida. Até que enfim um via boa nesse setor, comentamos... Uma via limpa, sem vegetação... Achávamos que não fosse fazer sol, inclusive, a previsão era de chuva para a parte da tarde. Estávamos enganados... O sol veio com força e ali já não tinha mais sombra. Já saí para ganhar tempo, afinal de contas qualquer minuto a mais no sol faz a diferença. A segunda enfiada foi tranquila, alguns pontos um pouquinho sujos, mas sem problemas. Montei a parada novamente numa dupla de grampos. A Stephanie veio em seguida. Na parada, aproveitamos para beber uma água, o calor estava forte! Ela aproveitou para medir a inclinação da parede naquele ponto, na qual registrou 54º.

Via Mabele Reis
Saí para a terceira enfiada. Fui subindo e percebi que os lances foram ficando um pouco mais expostos que nas duas primeiras envidadas. Para melhorar a situação, as agarras foram ficando muito mais quebradiças. Tive que escolhê-las com mais precisão. Não estava com a menor vontade de tomar uma vaca... Fui subindo até um lance mais exposto que o normal. Procurei ainda por algum grampo escondido e nada. E para piorar, uma grande laca oca, na posição que eu estava, era obrigatório passar. Procurei a melhor agarra. Quando pus força , ela quebrou... Se a melhor era essa... Tudo para testar o psicológico!!! Quando olhei para baixo, tive certeza que o psicológico estava em dia. Dei uma pausa e respirei fundo e toquei pra cima.

Cheguei no grampo e adiantei para não perder mais tempo. Subi mais um pouco e montei a terceira parada. Avise a Stephanie para subir com cuidado ao passar por aquela laca. Ela veio subindo e parou algumas vezes para fotografar. Na parada, dava para ver o último grampo um pouco mais acima. O calor já estava incomodando. Resolvemos descer dali, não valia a pena ter que subir mais um lance só para chegar ao final da via. Mas antes da descida, mais algumas fotos e mais uma medição da inclinação, que estava na casa dos 49º, se não me engano...

Começamos a rapelar. Ao todo foram 5 rapeis até a base. Quando terminei o último rapel, vi como é bom ficar entre as árvores... Uma brisa começou a soprar e refrescou ainda mais o ambiente. Aproveitei para fazer algumas fotos da base e de algumas referências no caminho. Descemos a trilha já pensando no caldo de cana gelado da volta...

Até a próxima!!!

Via Mabele Reis
Leandro na primeira enfiada

Via Mabele Reis
Na primeira enfiada

Via Mabele Reis
Blocos que identificam a base da via

Via Mabele Reis
Montando a segunda parada


Via Mabele Reis
Árvore na trilha , chegando nela, basta dobrar 90° para a direita e subir que chegará à base da via

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Escalada na Via Paredão Fogo do Inferno - Córrego dos Colibris

Por Leandro do Carmo

Escalada na Via Paredão Fogo do Inferno - Córrego dos Colibris

ATENÇÃO: ESSA VIA FOI DESEPUIPADAEM 2019

Local: Córrego dos Colibris / Parque Estadual da Serra da Tiririca
Data: 23/08/2014
Participantes: Leandro do Carmo e Stephanie Maia







Via Paredão Fogo do Inferno – 3º IVsup E2 D2 - Croqui

Dicas: Para acessar a base da via, seguir a trilha do Córrego dos Colibris, quando chegar a uma cisterna de cimento, seguir para a direita, depois virar para a esquerda. Seguir reto até uma grande árvore a sua esquerda, após, seguir para a esquerda pegando um leito de seco de um córrego. Em um determinado ponto verá a parede. A base da via é difícil de encontrar, pois precisa-se subir um costão com bastante vegetação e bromélias. Não consegui achar o primeiro grampo. Rapel obrigatório pela própria via.

Pela quantidade de vegetação que tem na base, é uma via que não recomendo.

Relato

Continuando com o projeto de escalar as vias do Córrego dos Colibris para o trabalho de mestrado da Stephanie, marcamos de fazer a Paredão Fogo do Inferno. Foi a primeira via a ser conquistada no local. Nunca tinha ido na base dela, sabia que tinha muita vegetação no começo. Mas como tínhamos que fazê-la... Nossa idéia era começar bem cedo e tentar fazer a Fogo do Inferno e a Mabele Reis no mesmo dia. Mas não foi tão fácil assim...

Saímos por volta das 06:00 h da manhã e seguimos até Itaipú. Estacionamos o carro e já saímos arrumados para a base da via, na minha idéia ganharíamos tempo. Cruzamos a cisterna de cimento, a grande figueira e segui até quase a base da via Aline Garcia e Chuva de Guias, onde seguimos por um discreto caminho, muito fechado. Mais tarde saberia que não era o melhor. Era um costão com muita vegetação. Seguimos subindo, com um pouco de dificuldade até chegar a um local mais confortável. Quando demos uma relaxada, vi que estava faltando alguma coisa: a corda!!! Deixei a corda dentro do carro. Voltei rapidinho para pegá-la, enquanto a Stephanie fazia algumas fotos.

Consegui voltar por um caminho melhor do qual havíamos feito. Fui e voltei literalmente voando! Já havíamos perdido tempo de mais. Continuamos subindo para ver se encontrávamos o grampo. Procuramos durante um bom tempo e finalmente achei uma sequência de 3 grampos. Ali, nos encordamos e eu segui escalando. Foi difícil continuar. A vegetação aumentou mais ainda, o que dificultou bastante a subida. Optei por seguir por uma linha bem óbvia e sem bromélias, uma passada difícil e bem suja, e nada. Nenhum sinal de grampos. Subi mais um pouco e nada, avaliei seguir numa horizontal, mas se tivesse que desescalar, ficaria mais complicado.

Voltei dali, até um pouco mais abaixo e tentei o caminho mais fechado. Já estava pensando até em desistir... Mas missão dada, tem que ser cumprida!!!! Foi quando encontrei uma parada dupla. Mais acima tinha outro grampo. Acho que agora havia encontrado! Montei a parada ali e a Stephanie veio, pulando as bromélias com um maior cuidado. Ainda falei: Tudo pela ciência!!! Vi que o lance era bem vertical e pelo que havia visto no croqui, seria o crux da via. Estava bem sujo. Nenhum sinal de frequência. Mas já estava ali e teria que seguir!

Perdemos bastante tempo e já tínhamos a certeza de que não daria para fazer as duas vias. Comecei literalmente a escalada. O grampo está um pouquinho alto e a queda ali, iria direto à base. Ainda falei para a Stephanie ficar um pouco mais para o lado, poi se eu caísse, iria direto em cima dela. Mas segui sem problemas. Dali para cima a via já ficava como as outras do local. Fui seguindo até a dupla de grampos, onde montei a parada. A Stephanie veio logo em seguida. Ainda comentamos o quanto essa via causa impacto na vegetação. Dali, dava para ver os grampos da via Mabele Reis, a nossa próxima investida.

Subi novamente, agora sempre vendo os grampos seguintes. Sem querer pulei um grampo, que só foi visto pela Stephanie quando ela subiu. Contornei um pequeno platô de vegetação e montei a parada. O sol deu uma esquentada. Aproveitei para acelerar mais um pouco. Estava torcendo para ter uma sombra no final via... Cheguei lá e nada de sombra, só o sol forte. Pelo menos era uma parada confortável. Ficamos ali durante um tempo. Aproveitamos para fazer um lanche.

Começamos a descida pois o rapel era obrigatório. Até que fomos rápidos e chegamos até a primeira parada dupla da via, naquele mar de bromélias. Dali, para evitar ao máximo o impacto na vegetação, resolvemos descer andando. Devagar passamos pela área mais fechada e seguimos descendo pelos grampos. Nem o utilizamos, fomos devagar por um pequeno diedro que tem no começo. Andar ali era muito desconfortável. Mas conseguimos chegar até a base. Não foi por onde começamos, mas foi por um caminho melhor.

Sem dúvida a pior via do setor. Valia a pena até uma avaliação para verificarmos a possibilidade de desequipagem. Pois por possuir as mesmas características das outras vias do setor e por causar grande impacto na vegetação, acho que ninguém sairia perdendo! Fica como sugestão.

Enfim completo! Faltando apenas uma, a Paredão Mabele Reis, mas essa ficará para a próxima!