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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Conquista da Via Dois Dias de Sol

Por Leandro do Carmo


Via Dois Dias de Sol

Graduação sugerida:  3° IV E1/E2 D1 170m (mais 55 mts do primeiro esticão da via Golpe do Cartão)

Conquistadores: Marcelo Correa, Leandro do Carmo, Luis Augusto Avelar e Marcos Lima

Colaboração: Blanco (doação de proteções)

Localização:  À direita da via Didática e à esquerda das vias Golpe do Cartão e De Olho nas Vizinhas

Materiais Necessários:  Corda de 60 metros e 9 costuras, sendo 4 longas (2 de 120cm e 2 de 60cm)

A saída da via após a última parada: por caminhada a partir do Mirante do Carmo, por um costão e conexão com o final da trilha do Alto Mourão

Uma alternativa de abandono da via é na segunda parada fazendo a horizontal da Variante O Medroso Mais Corajoso e rapelando pela via De Olho nas Vizinhas.

Outra alternativa é a partir do último grampo antes da primeira parada, rapelando em diagonal para a via Golpe do Cartão.

Variante O Medroso Mais Corajoso
Graduação sugerida:  II 27m

Conquistadores: Marcelo Correa e Leandro do Carmo

Localização: Horizontal entre o primeiro grampo do 4° esticão da via De Olho nas Vizinhas e a segunda parada da via Dois Dias de Sol.

Materiais Necessários:  Corda de 60 metros e 3 costuras

- Setor: Vale da Serrinha, PESET, Serra da Tiririca, Itaipu, Niterói

- Acesso:  O mesmo das vias Didáticas, Golpe do Cartão, Variante Levadas da Breca e De Olho nas Vizinhas, na estrada da serrinha entre Itaipu e  Itaipuaçu, por uma trilha depois da cerca pouco acima de uma grande placa sobre a proibição de jogar lixo na estrada.


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Relato do Conquista por Marcelo Correa

Toda vez que eu  escalava a via Golpe do Cartão,  imaginava se não haveria uma forma de passar ou desviar da florestinha acima da última parada  e subir pelo paredão que fica abaixo do grande diedro. Esta visão se fortaleceu quando fiz a via de Olho nas Vizinhas que, em seu último esticão, passa abaixo do grande diedro, seguindo uma longa diagonal. De lá, vi uma bonita canaleta à esquerda da parada final da via De Olho nas Vizinhas e à direita da parte superior do talvegue que separa a via Didática da via Golpe do Cartão. O final da canaleta está mais alta que o Mirante do Carmo, mas a saída parecia tranquila.

A linha estava parcialmente idealizada. Faltava descobrir uma forma de desviar da florestinha, começando pela via Golpe do Cartão. Comentei com o Leandro do Carmo, um dos conquistadores das vias Golpe do Cartão e De Olho nas Vizinhas, e marcamos para fazer uma avaliação.

Primeira Investida: 19 de janeiro de 2020 (domingo)

Havia chovido na sexta-feira à noite e no sábado de manhã. Assim, deixamos para ir no domingo à tarde, na esperança da parede estar seca. Escalamos a Via Golpe do Cartão e confirmamos que não era possível passar pela florestinha, logo acima da segunda e última parada desta via.

Peguei uma diagonal para a direita e escalei entre 30  e 35 metros, em lances de primeiro e segundo grau, até o último grampo do 3o. esticão da via De Olho nas Vizinhas. Atravessamos a florestinha na passagem que dá acesso à base da parte final desta via. E vimos que não dava para contornar por cima a florestinha, por conta da vegetação "Arranha Gato", em tamanho de árvore.

Fomos até o primeiro grampo da diagonal final da via De olho nas Vizinhas. O Leandro desceu, de "baldinho", por 60 metros, pelo lado da florestinha até chegar próximo à base do paredão e viu que havia uma passagem sem vegetação, à direita do talvegue e à esquerda da florestinha (para quem vê de baixo). Entretanto, ele alertou que estava muito molhado, sendo que havia chovido só até a parte da manhã do dia anterior.

O Leandro subiu, em parte com o apoio da corda, de volta ao grampo onde tínhamos parado, e sugeriu, como já estávamos ali,  que seguíssemos uma linha de cristais em horizontal até o meio da parede, que seria um bom ponto de conexão com a futura via. E soltou um `Vai lá!' e eu fui!

A horizontal é razoavelmente positiva, com graduação baixa. Contornei um cactus e, depois de 27 metros,  bati o primeiro grampo. O Leandro escalou até aquele ponto e, quando ele chegou, exclamei: `Sou o medroso mais corajoso que conheço, pois mesmo com medo eu vou!'.

Como já estávamos ali  no meio da parede e para descer seriam muitos rapéis em corda simples, eu me prontifiquei a continuar a conquista, seguindo para a esquerda em leve diagonal, com o objetivo de ter acesso à canaleta acima do Mirante do Carmo.

Bati um grampo próximo a um pequeno veio de cristais aventando a possibilidade de subir por este veio e ir em direção à última parada da Via De Olho nas Vizinhas. Contudo, decidi manter o projeto original.

Desci levemente à esquerda em um platô em forma de meia lua, e instalei um outro grampo do outro lado, acima da parte final do talvegue e de uma pequena gruta. Dali subi reto em direção a um tetinho. Este é o lance mais delicado de toda a via, talvez um IV grau, a confirmar, em "agarrência". Ao chegar próximo ao teto, saí para a esquerda sem parar para colocar grampo, e entrei em um novo platô abaixo do teto. Continuei 2 metros para a esquerda, contornando uma bromélia, e subi uma paredinha para chegar a outro platô, bem confortável, à esquerda de uma parede formada pelo final do tetinho.

Ali bati outro grampo, o mais à direita possível, para tentar diminuir o pêndulo do participante, mas mesmo assim ficaram 10 metros em diagonal com o lance de possível IV grau na saída do grampo anterior. Ficou claro que este lance precisaria ser intermediado, meta para a segunda investida.

Naquele momento, já se passavam de 17h e o Leandro ficou preocupado se  conseguiríamos acessar o Mirante do Carmo. Levamos poucos grampos e  restavam apenas dois. Então,  imaginei colocar um grampo na base da canaleta e outro no que seria a parada final. Falei que iria tentar. Deu certo!

O lance da canaleta ficou bem bonito, com algumas agarras, em forma de "faca" para mãos e o pé direito dentro da canaleta e agarras em cristais na borda esquerda . Cheguei em um platô à esquerda do final da canaleta, mas foram quase 10 metros desde o último grampo, sendo 7 deles razoavelmente verticais. Mais um lance para ser intermediado. Grande dia!!!

Na descida pela trilha do Alto Mourão, falei com o Leandro para ele dar o nome para aquele trecho horizontal que conecta a via De Olho nas Vizinhas com a nova via, pois a ideia desta linha tinha sido dele. Prontamente ele decretou: "Variante O Medroso Mais Corajoso"!  Rimos bastante.

Vista do Mirante do Carmo



Segunda Investida: 20 de Janeiro de 2020 (segunda-feira)

Eu estava de férias e cheio de vontade de voltar à conquista, mas mesmo sendo feriado no Rio, o Leandro iria trabalhar . Pensei no Luis Augusto, que também trabalha no Rio, e coincidentemente, enquanto estávamos na parede, ele me mandou uma mensagem sobre o que poderíamos fazer na segunda.

Precisava de broca adequada para fazer furos para parabolt e usar as chapeletas que eu tinha, mas não levei na primeira investida. Como não daria tempo para comprar, liguei para o Blanco, que teria a broca, e ele disse que tinha alguns grampos e já pensava em  doar para o clube. Resolvi levar os grampos para manter o mesmo tipo de proteção que havíamos usado.

Eu e Luis começamos às 9h em uma dia nublado, perfeito para escalar no verão. Fui até a primeira parada da via Golpe do Cartão e vi que a linha idealizada ainda estava molhada, sendo que a última chuva havia sido dois dias antes.

Fui, então, para a próxima parada de rapel da via Golpe do Cartão para analisar melhor a situação. Resolvi tentar. Segui para a direita, em horizontal, na mesma altura da parada. Bati um grampo a cerca de 10 metros e decidi tentar subir um pouco.

Acima estava a florestinha, que se estende para a esquerda. Dava para ver a passagem, que o Leandro identificou no dia anterior, mas ainda minava bastante água.

Passei por uma parte cheia de limo e ainda úmida, com muito cuidado, e cheguei na base de uma pequena barriga. Bati um segundo grampo abaixo desta barriga, com o pé ainda no molhado. Para complicar não escareei adequadamente o furo e o grampo não entrou todo. Bati outro grampo ao lado, e tentei muito retirar e até quebrar o grampo mal batido, sem sucesso, mesmo entortando ele de um lado para o outro, por três vezes. Deixei como tarefa para a terceira investida.

Acima havia um pequeno platô em "linha" para a esquerda que daria boa estabilidade. Entretanto, a parede ali estava muito suja e com água retida. Algumas poucas partes de pedra estavam secas, só para colocar o pé mesmo.

Resolvi seguir em diagonal para a primeira bromélia para passar abaixo dela. O lance é positivo mas no meio estava  muito molhado e muito sujo.
Então, achei uma agarra em forma de "faca" e coloquei um talon em uma tentativa ingênua de segurar um possível escorregão do pé no molhado. Bati um grampo, só mesmo para evitar um queda com pêndulo.

Subi um pouco mais em diagonal, sando da parte suja, e passei abaixo da bromélia, com um pé no molhado e tomando enorme cuidado. Isto porque vi uma agarra bem pertinho da base da bromélia. Nem parecia que seria necessário subir até ali, mas foi o jeito para fazer o lance.

Passada a bromélia a pedra estava completamente seca, que alívio. Desci um pouco em diagonal até um ponto quase na virada para a base do paredão. Bati um grampo para levar o Luis até aquele ponto. Ali seria a primeira parada da via, sem contar o trecho na via Golpe do Cartão.

Enquanto eu batia o grampo, o sol abriu e a linha começou a secar. O Luis já conseguiu algum ou outro pé melhor, mas teve também dificuldades, pois estava carregando as mochilas. O lance é igualmente tenso para o guia e o participante. Fiquei imaginando se seria necessário intermediar.

A parada está ao lado de uma pequena canaleta, quase um colo entre duas vertentes,  rocha escura à esquerda e clara à direita. Há uma grande gruta à esquerda, com uma linha de água acima, em longa canaleta, rasa e esbranquiçada, no final do talvegue  da parte superior da montanha, que está repleto de árvores. À direita termina a florestinha e abaixo da passagem há a continuação do talvegue,  também com muitas árvores. No centro, abre-se uma linda parede. O visual foi ainda mais bonito do que esperávamos!

O segundo esticão começa saindo para a esquerda em um costão. Segui por uns 10 metros e bati o próximo grampo a 5 metros depois da parede ficar mais vertical. O próximo grampo foi instalado 3 metros acima, seguindo depois levemente à esquerda para o terceiro grampo deste esticão, em seção de "agarrências".

A bateria da furadeira acabou e desci para buscar a outra, já levando minha mochila e deixando no primeiro grampo.

Depois do terceiro grampo, A linha passa à direita de uma vegetação que se espalha na parede como uma trepadeira e segue reto até o grampo que colocamos no final da horizontal da Variante " O Medroso mais Corajoso", na primeira investida.  Os dois trechos estavam conectados e a linha da via definida!!!

Duplicamos, o que se tornou a segunda parada e aproveitei para instalar um grampo no meio da horizontal da Variante "O Medroso Mais Corajoso", para intermediar os 27 metros.

Para continuarmos para o final da via, o Luis seguiu guiando o lance em diagonal para a esquerda, fez o lance de possível IV grau e subiu a canaleta, ambos ainda com grande exposição. Fui como participante, para fazer as intermediações deste esticão final. Acabei colocando um grampo entre a parada e o grampo na base do veio de cristais, antes do platô da meia lua, para melhor orientar o guia, pois da parada só se via uma parte deste grampo, tendo ficado um pouco escondido pelos cristais.

O delicado foi colocar o grampo no lance de IV, mesmo com segurança de cima, a corda puxava para a esquerda, então, subi um pouco mais e e coloquei dois cliffs em agarras grandes na base do teto. O grampo ficou um pouco mais alto do que a linha que fiz na conquista, o que demandará o uso de uma fita longa, mas pode ajudar o participante a passar o lance se subir um pouco mais até estas agarras antes de fazer a transição para o platô à esquerda, atenuando o risco de pêndulo de participante.

Por fim, intermediei o lance da canaleta e a segunda bateria acabou. Foi na conta.

Terceira Investida: 22 de janeiro de 2020 (Quarta-feira)

Como o Leandro e o Luis trabalhavam, convidei o Marcos Lima (que sempre tem disponibilidade) para voltar comigo na terça. As metas eram avaliar a via, duplicar a primeira e a terceira paradas e retirar um grampo antes da horizontal molhada, do primeiro esticão, que ficou mal batido.

Entretanto, na segunda à noite choveu muito e deixamos para ir na quarta de manhã. A ideia era o Marcos guiar para avaliar a via e limparmos um pouco o trecho antes da horizontal.

Quando ele chegou na primeira parada da via Golpe do Cartão, soltou uma enorme risada. Fui até ele e vi que a linha da via estava muito mais molhada do que na segunda investida.

O Marcos ainda tentou. Saiu da primeira parada da via Golpe do Cartão, costurou no grampo desta via, pouco acima. Tocou para a esquerda na direção do que é, efetivamente, o  primeiro grampo da nova via e fica na mesma altura que a parada de rapel da Golpe do Cartão. Ele subiu um pouco e já encontrou o primeiro trecho com muito limo e muito molhado. Colocou um pé no molhado mas, com grande sabedoria, desistiu. Voltou para a direita, pegou uma diagonal e parou no primeiro grampo após a parada de rapel da via Golpe do Cartão.

Decidimos subir por um caminho alternativo. O Marcou pegou uma horizontal tranquila, para a direita, e entrou na linha da Via De Olho nas Vizinhas, para subir até a base da diagonal da parte final desta via, abaixo do grande diedro. De lá, seguimos pela Variante "O Medroso mais Corajoso", rapelando do meio da parede até a sua base, do outro lado da horizontal molhada. Um trajeto quase na forma de um retângulo sem  parte do lado da base, a inesquecível horizontal molhada.

O Marcos guiou os 27 metros em horizontal, da Variante O Medroso mais Corajoso, e julgou que é bem tranquila, pelo fato da parede ser positiva. Parece-me bem mais fácil do que a horizontal da via Entre Quatro Paredes, na face leste do Morro do Tucum, só o fator psicológico que é mais forte, pois conta da  parede abaixo.

Rapelamos da segunda parada, do meio da parede até sua base, e vimos que, apesar do sol, a horizontal ainda estava molhada, mas começava a melhorar. Dupliquei aquela que é agora a primeira parada da via, não considerando o trecho da via Golpe do Cartão.

Montei o rapel e fui desescalando de lado e um pouco para baixo, pegando uma parte molhada até chegar ao grampo do outro lado da bromélia. Foi quase pior que ter feito a conquista,  pois a corda puxava para a esquerda,

Fixei as duas partes da corda como mosquetões no grampo, fazendo um duplo cabo guia para o Marcos passar até este grampo e segui rapelando também em diagonal para baixo até chegar no grampo abaixo da pequena "barriga". Enquanto eu retirava o grampo mal instalado, o Marcos limpou a linha que estava muito suja antes e depois deste grampo anterior à horizontal.

A linha da via continuará seguindo uma horizontal, abaixo da bromélia,  ou uma leve diagonal para cima  se for feita mais por baixo. O lance ficou exposto, mas decidimos fazer uma nova avaliação quando estiver seco para decidir se será necessário intermediá-lo.

O Marcos voltou pelo cabo guia até a parada onde ficaram as mochilas  e decidimos que seria melhor rapelar do que continuar a fazer a via, pois o sol estava bem forte, já às 11h30.

Assim, eu subi para o grampo antes da bromélia, o último grampo antes da segunda parada, e o Marcos voltou também para este grampo.
Somente dali é possível rapelar, neste trecho, em função da horizontal entre este grampo e a parada.

Voltamos para a estrada da Serrinha e subimos a pé até o Mirante de Itaipuaçu e fomos pela trilha do Alto Mourão até o costão que dá acesso ao Mirante do Carmo e dali acessamos a parte final da via. Encerramos duplicando a última parada. Resta limpar a parte de limo do trecho molhado.

O interessante é que durante a limpeza dos musgos antes da horizontal molhada, o Marcos falou: `Serão necessários dois dias de sol para esta parte secar'. O que se confirmava pelas condições dos dias anteriores. Pensei, `pronto, temos um nome para a via -  "Dois Dias de Sol", pois também a linha da via foi conquistada em dois dias de sol, entre os dias chuvosos deste mês de janeiro!'.









terça-feira, 17 de março de 2020

Conquista da Via Leão de Judá - 4ºSUP (VIIA/A0)E1/E2 D1 135 METROS

Por Leandro do Carmo

Conquista da Via Leão de Judá - 4ºsup (VIIA/A0) E1/E2 D1 135 m


Fala Pessoal, mais uma via em Niterói! A via fica no Morro do Tucum (Costão de Itacoatiara). O nome é LEÃO DE JUDÁ 4° SUP(VIIA/A0)E1/E2 D1 135 metros, conquistada em solitário por Cauê Bomfim Zago. 

A base da via fica 50 metros, aproximadamente, após a Paredão Itacoatiara. Segue por 3 enfiadas encontrar com a via PAREDÃO ITACOATIARA e seguir por mais 60 metros até o cume do Costão. 

Conquista em solitário em homenagem à JESUS! Obrigado Senhor por me proteger e me dar força para realizar minhas aventuras!

Croqui Original da Via



sábado, 22 de fevereiro de 2020

Conquista Parque da Cidade

Por Leandro do Carmo


Há algum tempo atrás, a convite do Alex Figueiredo, estive no Parque da Cidade para conhecer um local com possibilidades de conquista. O Alex havia me falado que ali era um local onde costumava brincar quando criança. Na verdade, não levava muita fé... Mas depois que vi, tinha certeza que sairia alguma coisa. Depois de algumas tentativas de voltar ao local, convidei algumas pessoas de voltar lá. Fui agora com alguns grampos e começamos a conquistar alguma coisa. Nesse dia estivemos, eu, Leonardo Carmo, Alex Rockert, Taffarel Ramos e Marcos Lima.

O acesso é na quinta curva, depois que começa a subir a estrada da Viração, em direção ao Parque da Cidade. Depois que entra na trilha, segue-se por uns 50 metros e irá passar por um grande eucalipto caído, na qual deverá seguir por cima dele. Um pouquinho mais acima, verá outro eucalipto à direita, sair da trilha e procurar a entrada. É um corredor que começa estreito e vai fazendo curvas. Uma formação bem interessante.

De cara conquistamos a Chaminé Niterói. A maior chaminé da cidade. A parede não é tão regular, mas para um treino, ficou ótima. Nesse dia também saíram mais algumas vias, entre elas a Chaminé Urubu e um boulder que tentamos mandar, mas ficou na tentativa, o Vai que é sua Taffarel. Faltou uma escovinha de aço, para dar uma limpada, Como não bate sol no local, devido floresta, a parede fica bem úmida e suja. Acessei a parte de cima de alguns blocos e vi que dava para abrir mais  algumas vias. Deixamos lá alguns grampos batidos para top rope, para ser feita numa próxima oportunidade. Existem algumas opções para um aprendizado em colocação de peças móveis. Acho que o local se tornará um bom campo escola... Perto, fácil acesso e algumas opções... E tem mais coisas para conquistar por lá, quem se habilita?

Se você não escalada, também vale o passeio e te garanto que ficará surpreso com o local. Não dá para imaginar que ali tem tudo isso...

Seguem algumas fotos e um croqui do local.






terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Conquista da Via Aposentado e de Folga - Jurujuba

Por Leandro do Carmo

Via Aposentado e de Folga - V E1 30m

Local: Jurujuba

Como chegar: Seguindo em direção  à Fortaleza de Santa Cruz, a via fica bem em frente à descida da praia de Adão. Os grampos são bem visíveis.

Link da localização da base da via: https://goo.gl/maps/zy9AMQN747dVWAa1A

A via: É uma via curta com o crux bem na saída, entre o primeiro e o segundo grampo. A partir daí, segue bem tranquila até uma parada dupla. Não é tão alto, mas o visual é fantástico. Como estava de folga no trabalho e o Velhinho aposentado.... Acabou ficando Aposentado e de Folga!

OBS: Possibilidade de novas conquistas no local.




Vídeo do dia da Conquista da Via Aposentado e de Folga





Croqui da Via Aposentado e de Folga


Via Aposentado e de Folga

Mais fotos da conquista da Via Aposentado e de Folga


Via Aposentado e de Folga

Via Aposentado e de Folga

Via Aposentado e de Folga

Via Aposentado e de Folga

Via Aposentado e de Folga

Via Aposentado e de Folga

Via Aposentado e de Folga

Via Aposentado e de Folga





segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Conquista da Via Não Tem Nome - Santo Inácio

Por Leandro do Carmo

Conquista da Via Não Tem Nome - IV 5º E2/E1 90m

Mais uma conquista em Niterói. A via Não tem Nome, fica localizada num cume secundário do Santo Inácio. Foram três investidas para conquistar seus quase 90 metros. A via começa numa canaleta bem vertical, com a primeira proteção relativamente alta, onde temos o crux da via. Os lances iniciais são bem verticais bem delicados. Muitas agarras ainda por quebrar. A via segue bem protegida até a primeira parada. A partir daí, vai ficando mais positiva até chegar ao cume.

Acesso: o acesso à via fica na trilha do Santo Inácio. Seguindo pela trilha do Santo Inácio, já perto do ataque final ao cume, você chegará a uma cerca que fica a sua direita, mais a frente, pegue a primeira saída à esquerda e siga por ela. Mais a frente, chegará a uma curva bem acentuada. A saída para trilha fica nesse ponto. Segue descendo até cruzar um talvegue e começar a subir novamente. Seguir para a esquerda até uma grande rocha, onde descerá encostado até contorná-la por baixo para a direita, voltando a subir novamente. Nesse ponto já poderá ver a parede a sua esquerda. Seguir até ela e descer contornando com a rocha a sua direita até a base da via.



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Croqui da Via Não tem Nome



Relato da Conquista da Via Não tem Nome

1ª Investida

Data: 23/04/2014
Participantes: Leandro do Carmo, Alex Figueiredo, Vinícius Araújo e Ary Carlos

O Alex Figueiredo havia descoberto o local há muito tempo atrás e havia falado sobre ele. Isso ficou guardado durante um tempo, até que decidimos conferir. Marcamos cedo. A ideia era chegar até a base e ver o que daria para fazer. Chegar até a base foi difícil. Não havíamos conseguido achar as fitas que havíamos colocado em outra oportunidade, mas como sabia para onde ir, seguimos assim mesmo. Até que chegamos mais rápido do que imaginávamos.

Na base, começamos a olhar e prestar atenção se não haveria alguma conquista no local. Eu jurava que havia um grampo mais acima. Mas quando o Ary chegou lá e passou a mão, tivemos a certeza que não era um grampo e sim um galho retorcido. Com a certeza de que não havia nada no local, fomos ver o melhor caminho a ser feito. A primeira opção seria pelo diedro, mas tinha muita vegetação na base dele. Resolvemos segui por outra linha, seguindo para direita dele.

O Ary e o Vinícius bateram o primeiro grampo logo acima da canaleta. Não ficou muito bem batido, mas o suficiente para darmos continuidade à conquista. Subiram e colocaram o segundo que entrou na força. Optamos por não continuar. Parece que a broca estava mais fina que o de costume. Como era de uma marca que ainda não havia usado, pode ter dado alguma diferença. Tentaremos numa outra oportunidade.

2ª Investida

Data: 02/11/2016
Participantes: Leandro do Carmo e Vinícius Araújo

Já havia bastante tempo desde a primeira investida. O Vinícius me mandou uma mensagem perguntando o que eu achava de continuar aquela conquista no Parque da Cidade. Como o local foi encontrado pelo Alex, dei uma ligada pra ele antes. Como ele não podia ir, fomos eu e Vinícius.

O dia estava quente. Mas era calor de verdade, próximo dos 40°C. Marcamos numa hora nada convencional... 11:00h. Bom, o lado positivo era que não precisávamos acordar cedo e que todo o acesso, apesar de difícil, seria feito sem a incidência do sol. Marcamos de nos encontrar no Posto da Guarda Ambiental do Parque da Cidade e de lá seguimos para a trilha do Santo Inácio. O início do caminho eu lembrava bem, mas o resto. E assim seguimos andando. O terreno vai ficando bastante instável em alguns trechos e numa dessas passagens delicadas, o Vinícius escorregou e cortou o dedo e o joelho. Sangrou bastante. Pensamos em voltar, mas depois de lavar, o sangramento estancou, o que nos fez seguir caminho.

Depois de algumas voltas, consegui avistar o local, o que facilitou um pouco achar a base da via. Chegando lá, demos uma parada para descansar e nos refrescar, antes de iniciar a conquista. O calor estava forte. Comecei a subida e fazer o lance inicial não foi fácil... A saída ficou bem forte e com o primeiro grampo um pouco alto. Chegando nele, parti para o segundo, agora mais fácil. O suor já começava a escorrer. Reboquei o equipamento de conquista e dali comecei a subir com o peso.

Fazer esse lance foi difícil. Tentei algumas vezes e voltava. Algumas agarras quebraram o que deu uma baixada no psicológico. Mas firmei e subi até ficar numa boa posição, onde bati o terceiro grampo da via. Dei uma rápida descansada e parti para o próximo. Mais um lance delicado. O calor estava ficando insuportável. O peso do equipamento dificultava bastante. Aquela rocha quebradiça aumentava a tensão. Tentei algumas vezes e já quase desistindo, resolvi chegar um pouco mais para a direita e subir. Prendi a respiração e subi. Na primeira oportunidade, me equilibrei e coloquei o quarto grampo...

A partir daí a parede perdia um pouco da inclinação, mas ainda estava bem vertical. Com boas agarras, subi e bati mais um grampo. Exausto, resolvi descer e dar por encerrado o dia. Na hora de voltar, já estava sem água e para tentar ganhar tempo, resolvi subir por uma calha bem íngreme. No começo até que foi tranquilo, mas ela foi ficando íngreme e com o terreno bem instável. Chegou num ponto que não conseguia mais subir nem descer. Fiquei apoiado num arbusto bem pequeno, torcendo para que ele não quebrasse.

A mochila estava muito pesada. A corda atrapalhava, o facão atrapalhava. Estava com sede e não conseguia mais subir nem descer. A essa altura, o Vinícius já havia chegado ao cume. E eu ali, preso... Chamei umas duas vezes, mas ele não me respondeu. Esperei mais um pouco. Consegui tirar a mochila e colocar a corda mais acima de onde eu estava. Tive que abandonar o facão. Com muito esforço, consegui subir. Foi duro, mas havia chegado ao cume do Santo Inácio. Com uma sede insuportável, tomei um pouco de fôlego e comecei a descida. No meio do caminho, uma senhora que ficou esperando o grupo ofereceu um pouco de água. Foi a salvação!!!!! Aí, deu para continuar e chegar até o caldo de cana...

3ª Investida

Data: 15/07/2017
Participantes: Leandro do Carmo e Ary Carlos

Só mesmo deixando passar um tempo para poder esquecer o perrengue da última vez... Nesse dia, fomos eu e o Ary. Descemos pelo caminho bem precário. Talvez esse seja o maior problema dessa via. Teremos que melhorar esse acesso. Mas esse problema deixaremos para depois. O objetivo de hoje é terminar a conquista.

Depois de percorrer todo o trecho de aproximação, chegamos à base da via. O Ary seguiu na frente. Já não queria subir de novo. Passou pelos lances iniciais e  já no alto, eu subi até o último grampo que havia batido na última vez e passei o equipamento de conquista para ele. Dali, ele subiu e bateu mais um grampo. Bateu outro. O visual estava fantástico. Já deixamos a primeira parada duplicada. Parar nesse ponto, aos 25 metros aproximadamente, diminui o arrasto desse trecho inicial. Dali, ele foi subindo sem muitas dificuldades até o cume. Foram 7 grampos, sendo uma parada dupla, dando exatos 60 metros até o cume.

Subi logo em seguida e ainda tirei duas grandes lacas que estavam bem perigosas. Enfim havíamos finalizado a conquista. Essa via deu trabalho!

Outras Investidas


Para melhorar o acesso à base ainda fizemos dois mutirões. O último, onde consolidamos o caminho, foi realizado pela turma do CBM 2019. No dia 20/11/2019, fui com o Marcos Velhinho trocar o primeiro grampo que ficou mal batido e fazer o croqui, deixando a via pronta para escalar.



Por que o nome “Não tem Nome”? Sempre conversávamos sobre essa conquista... E sempre perguntavam qual o nome da via. De tanto falar que a via não tinha nome...

Vídeo da Conquista da Via Não tem Nome

Mais algumas fotos


Ary fazendo o primeiro lance 


Ary conquistando na terceira investida

Cume no dia que finalizamos a conquista da via


quarta-feira, 10 de julho de 2019

Regrampeação da Via Paredão Surpresa - Santo Inácio

Por Leandro do Carmo

Recentemente, uma das vias que muitos sabiam da existência, mas pouco se sabia sobre ela foi reformada. Sempre que passava pela Estrada da Cachoeira, de São Francisco em direção ao Largo da Batalha, pensava: Será que existe uma via nessa face? Pois é... Ela existe! E agora está toda regrampeada e disponível para escalar.

Foram diversas investidas lideradas por Blanco P. Blanco, contando a ajuda de algumas pessoas como o Marcelo Correa e Marcos Velhinho, para descobrir a linha da via, trocar as proteções, limpar a base e refazer a trilha de acesso. Hoje, a via está toda com chapeletas PinGo, paradas e pontos de rapel duplicados. 

A via Paredão Surpresa foi conquistada em 1978, por Felis Pires, João Müller, Leonardo Alvarez e Ruy Mazurek e o nome da via fazia referência a única passagem em livre pelo teto.

Como chegar à base da Via Paredão Surpresa


O início da base fica no final de uma vila, que tem acesso pela rua Mário Joaquim Santana, n° 204, Seguir subindo pela vila até o final, onde tem uma passagem até o início da trilha. Dali, segue-se caminhando até chegar à base. Assim que chegar à parede, deve-se seguir para a direita até achar uma subida num trepa pedra. A base fica bem alta.

Acesse aqui o caminho pelo Wikiloc

Via Paredão Surpresa - 3º V E2 D2 250m



A base da via começa alta. Segue para a esquerda e depois volta para direita, seguindo reto até a primeira parada. A segunda cordada segue pra cima, vindo um lance de 3°sup numa passagem para a esquerda, bem abaixo do teto, até chegar a uma chapeleta, antes do crux. O crux de V fica numa passagem em livre, num lance bem aéreo e vertical, fazendo a segunda parada acima dele. Dali, sobe um pouco e segue numa horizontal para a esquerda e toca pra cima até o final da via, com lances variados. O rapel pode ser feito pela via, tendo duas duplas entre a P4 e a P2, evitando a horizontal, num trecho por fora via. Se preferir, pode subir até o cume do Santo Inácio e descer por trilha, chegando ao Parque da Cidade.

Croqui - Download


Vídeo da Via Paredão Surpresa



Fotos da Via Paredão Surpresa


Paredão Surpresa, Santo Inácio
Base da Via

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Olhando a passagem em livre no teto

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Primeira Cordada

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Segunda Cordada, o crux da via

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Terceira Cordada, a Horizontal para a esquerd

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Final da Horizontal

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Quarta Cordada

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Quarta Parada

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Quinta Cordada

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Final da Quinta Cordada

Paredão Surpresa, Santo Inácio
Cume do Santo Inácio



domingo, 14 de dezembro de 2014

Vídeo: Conquista da Via De Olho Nas Vizinhas

Por Leandro do Carmo


Fala Pessoal,


Esse vídeo tenta mostrar como foram as três investidas necessárias para chegarmos ao nosso objetivo que era chegar ao Mirante do Carmo. Foram cerca de 250 metros de escalada com lances bem variados e um visual de tirar o fôlego. 

Para acessar o relato, clique aqui.


Vídeo em HD

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Nova Conquista em Niterói - Via De Olho Nas Vizinhas

Por Leandro do Carmo

Conquista da Via De Olho nas Vizinhas – 3º V E2 D2 250m - Download do Croqui
Vale da Serrinha – Setor da Golpe do Cartão - Parque Estadual da Serra da Tiririca

Localização

Exibir mapa ampliado

Mais uma conquista!!!!

Via De Olhos nas Vizinhas
O local da base é o mesmo da via Golpe do Cartão, no Vale da Serrinha, mais ou menos na metade da subida da estrada que liga Itaipú à Itaipuaçú. O início da trilha fica no primeiro grande recuo, à direita da estrada. Parando o carro ali, subir até o primeiro poste e dobrar a direita. Foram três investidas para concluir a via. A linha ficou bem interessante, começando com uma saída forte, onde o crux fica entre o primeiro e segundo grampo. A primeira parada é dupla e fica fora de visão, devido a um veio de pedra na parede. Parando ali, vai diminuir um pouco o arrasto da corda. A partir daí, a via segue numa linha bem óbvia num terceiro grau, vindo um IV bem delicado. Olhando de baixo vê-se muita agarra, mas a maioria não é sólida. A terceira enfiada é um costão, com uns 30 metros caminhando, onde vem uma parte mais lisa e com pequenas agarras, onde se sobe em diagonal para a direita e encontra o último grampo dessa primeira parte. A partir daí, é só seguir uma pequena trilha até a base da segunda parte da via, partindo numa grande diagonal para a esquerda, abaixo de um grande diedro, por mais ou menos 70 metros até uma parada dupla. Dali é só seguir num caminho contornando a vegetação por um acesso até o Mirante do Carmo. Se resolver rapelar, aconselhamos descer pela Golpe do Cartão, antes da pequena trilha, onde já tem proteção dupla em todos os pontos de rapel.

Vídeo



Relato da Conquista

A idéia de conquistar ali apareceu depois que fizemos a primeira investida para conquista da Golpe do Cartão. Nesse dia, já tínhamos visualizado essa linha e que ficaria uma das melhores da parede, visto a verticalidade e algumas boas agarras, pelo menos, vistas de baixo. Para deixarmos o local indicado para futuras investidas, o Ary, acrobaticamente, subiu e colocou o primeiro grampo. Em outras vezes que fui lá, sempre ficava namorando a linha e não via a hora de começar efetivamente a conquista.

Primeira Investida

Nossa ideia era ir avançando na conquista enquanto a Eny e a Alessandra seguiam na delas, assim agente estaria sempre por perto e de olho, pois seria a primeira conquistas delas. Por sinal, esse é um projeto de ser a primeira via de Niterói, conquistada somente por mulheres. Mas não conseguimos marcar sempre no mesmo dia e acabamos seguindo nosso projeto sozinhos. Eu e o Ary marcamos de ir no sábado, dia primeiro. Nesse dia, foi efetivamente a primeira investida, pois da outra vez, quando o Ary bateu o primeiro grampo só o fizemos para marcar o início do projeto. Chegamos na base e ele já saiu para bater os dois primeiros grampos. Começou difícil. A posição não era muito boa. Não adiantava subir muito, pois se não, o grampo anterior não seguraria uma queda que seria até a base. Achando a melhor posição, o Ary bateu o segundo grampo e seguiu um pouco mais para a direita onde colocou o terceiro. Como os locais não eram muito confortáveis para parar e bater o grampo, o Ary montou a parada e eu subi até ele e segui para colocar os próximos dois. Revezando nesse ritmo, ninguém ficaria cansado.

Via De Olhos nas Vizinhas
Os lances seguintes foram feitos com muito cuidado. Muitas agarras estavam quebrando. Batia e ouvia tudo oco. Lances tensos!!! Subi e na primeira oportunidade, bati mais um grampo, o quarto da via. Mais acima, coloquei mais um, um pouco abaixo de uma grande veia na parede, formando um degrau arredondado. Montei a parada ali e o Ary veio para seguir conquistando. Subiu, passou a veia e colocou mais um grampo, onde fizemos mais uma parada.

Segui subindo uns 10 metros e quando me posicionei para colocar o grampo, vi que poderia ficar na linha da via da Eny e Alessandra. Não querendo incomodar nossas futuras vizinhas, resolvi descer, pois para eu chegar mais para o lado direito, teria que passar por um pedaço bem sujo e além de tudo quebradiço. Era demais para mim!!!! Deixei a mochila presa em um cliff e resolvi desescalar e recomeçar mais para a direita. Bom... na teoria era só desescalar uns 10 metros... Começou o sofrimento!!!! Bem devagar, fui descendo lance a lance... Olhei para o Ary e ele estava láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa em baixo. Concentrei e devagar cheguei. O psicológico já tinha ido embora... Deixei para o Ary continuar. Mas na hora de entregar a furadeira, vi que tinha deixado a broca na mochila. Não tinha jeito, o Ary teve que seguir até onde eu estava. Chegando lá, ele resolveu, passar pelo lance que estava bem sujo e bateu o grampo bem a direita de onde estava, subiu e colocou mais um.

Resolvemos terminar por ali. Na descida, o Ary ainda intermediou um lance que havia fica exposto, colocando o grampo bem mais a direita de onde eu tinha desescalado. Finalizamos esse dia já ansiosos para voltar. A ideia que eu tinha era chegar a um grande diedro que dá para ver lá de baixo, na altura do posto de gasolina, na subida da serrinha. Vamos ver o que encontraremos pela frente... ou melhor lá por cima!


Segunda Investida

Há um tempo estávamos para voltar e continuar essa conquista. Nunca dava tempo, sempre tinha alguma coisa para fazer. Mas dessa vez deu tudo certo. Como a remada que eu estava marcando não saiu, liguei para o Ary na noite de sábado e marcamos no dia seguinte, domingo, na entrada da trilha às oito da manhã.

Chegamos cedo e fomos direto para base. O Ary aproveitou para limpar um pouco o local, retirando uns arranha-gatos que tinham uns grandes espinhos. Sorte dele, vocês verão o porquê! Como já havíamos feito um bom pedaço da via, o Ary começou a guiar. Deu a primeira passada e quando estava próximo do primeiro grampo, o pé escorregou e ele veio descendo, bateu na base e foi parar lá no meio do mato, ainda bem que ele havia tirados os espinho dali... Na hora foi um susto, mas depois foi até engraçado!!! Foi mau Ary, mas agora, lembrando da cena, não tem como não rir!!! Mas guerreiro como é, o Ary levantou, sacudiu a poeira e voltou para guiar a primeira enfiada, indo até o segundo grampo acima da veia de pedra, onde montou a parada. Eu fui logo em seguida e comecei um pouco mais a direita, onde tem umas agarras melhores. Estava subindo com todo o equipamento, a mochila estava pesada, o que dificultou um pouco, mas com corda de cima tudo é mais fácil!!!!

Cheguei à parada e como já estava com as costuras retiradas da primeira enfiada, segui guiando. Saí um pouco à esquerda, quando deveria ter ido para a direita. Tive que dar umas passadas na horizontal até chegar ao próximo grampo. Nessa parte as agarras estão quebrando com facilidade. Todo cuidado é pouco! De vez em quando tinha que dar uns chutes e algumas batidas para quebrá-las logo e conseguir colocar o pé em alguma coisa que me aguentasse. O Ary até brincou que é proibido cavar agarras!!! Quando ele subiu, me mostrou o melhor caminho, mas já era tarde...

Preparei a furadeira e o Ary subiu conquistando, colocando mais dois grampos, fazendo a parada. A partir dali, a parede perdia inclinação por uns 30 a 40 metros. Já dava para ver o final da via Golpe do Cartão. Estávamos no caminho que imaginávamos. A única passagem na vegetação para acessar aquele grande diedro, que havíamos visto lá do Mirante do Carmo, estava logo acima. Em breve teria certeza sobre o caminho que havia pensado. Segui conquistando. Nessa primeira parte, uns trinta metros de costão, com alguma vegetação, passei e coloquei um grampo, mais para marcar o caminho. Nesse ponto a parede ganha um pouco de verticalidade e perde agarras, ficando mais lisa. Subi e coloquei mais um grampo. Em seguida, peguei uma diagonal subindo para a direita e coloquei o último grampo dessa primeira parte da via, onde montei a parada e dei segurança para o Ary.

Via De Olhos nas VizinhasAli, nos desencordamos, deixamos todo o equipamento e seguimos abrindo uma pequena trilha até a segunda parte da via. Aquela parede onde tem o diedro que estava tão longe olhando lá de baixo, estava aqui, bem a nossa frente. Resolvemos dar mais um esticão e adiantar um pouco mais. Voltei e peguei o equipamento. Segui subindo e coloquei um grampo, mais uma diagonal para a esquerda e parei, batendo mais um. Quando pensei na linha, olhando lá do Mirante do Carmo, tinha a ideia de conquistar aquele grande diedro em móvel, mas chegando lá, percebi que onde estava limpo, era muito aberto, e quando tinha possibilidade de colocação de peça, tinha muita vegetação. Resolvemos seguir grampeando bem abaixo dele, na verdade, na metade da parede. Enquanto furava a rocha para colocar o último grampo, a bateria foi para o espaço... Ainda bem que deu para fazer totalmente o furo. Bati o último grampo que tinha. Avisei ao Ary e ele foi pegar a outra bateria. Em seguida, ele veio subindo e chegou a parada, onde a trocamos a bateria e preparamos o material para seguir em direção à ultima parada.

Ele subiu e tínhamos algumas opções para terminar a via. Ele optou por seguir a diagonal que havia começado, bateu mais um grampo e seguiu até uma árvore caída, onde montou a parada. Dali, ele viu que dava para chegar caminhando até o Mirante do Carmo, precisando apenas limpar e marcar o caminho, o que faríamos em uma outra investida. O Ary voltou até onde eu estava e rapelamos até o ponto da pequena trilha. Descemos caminhando pelo costão até a última parada da via Golpe do Cartão, de onde rapelamos até a base, pois nela, todos os pontos de rapel estão duplicados, além de ser mais curta.

Terceira Investida

Nesse dia era só subir e duplicar a primeira parada e colocar uma parada dupla no final da via, além de chegar ao Mirante do Carmo, que era nosso objetivo principal. O Tauan nos acompanhou e teve o privilégio de ser o primeiro a repetir a via. O Leonardo Carmo e a Denise Carmo resolveram seguir para a Golpe do Cartão.

Subimos e deixamos a primeira parada duplicada. Seguimos acima e resolvemos não duplicar a segunda nem a terceira parada. Aproveitamos para dar uma descansada e seguimos a pequena trilha até o início da segunda parte da via. Segui guiando, e parei no terceiro grampo. Dali segui a diagonal, passei por mais um grampo e cheguei próximo parei um pouco mais abaixo da árvore que o Ary utilizou para rapelar durante a segunda investida.

Não estava numa posição muito boa e demorei um pouco até me acertar. Coloquei um grampo e em seguida o outro. O Ary e o Tauan chegaram logo em seguida e eu me preparei para continuar. Subi até uma árvore na e vi que ela estava quebrada, acho que foi com a última ventania que teve. Passei por ela e segui lentamente até cruzar uma parte mais aberta na vegetação. Cheguei a uma grande pedra onde fiz a última parada. O Mirante do Carmo estava a alguns metros. O Ary e o Tauan vieram logo em seguida. Terminada a via, descemos até o Mirante do Carmo onde guardamos o equipamento e ainda descansamos um pouco até pegarmos o caminho de volta para a trilha do Mourão.

Mas por que o nome “De Olho Nas Vizinhas”? Afinal de contas, queríamos ter conquistado enquanto a Eny e a Alessandra estivessem na linha delas...

Valeu pessoal, até a próxima!

Fotos das investidas

Via De Olhos nas Vizinhas
Ary dando segurança para o Tauan na penúltima parada

Via De Olhos nas Vizinhas
Ary e Tauan na quarta parada

Ary saindo para escalada a segunda enfiada e o Tauan na parada

Via De Olhos nas Vizinhas
Ary conquistando a segunda enfiada

Via De Olhos nas Vizinhas
Ary na segunda parada

Via De Olhos nas Vizinhas
Na base da quarta enfiada

Via De Olhos nas Vizinhas
Terceira parada

Via De Olhos nas Vizinhas
Última parada, um pouco acima do Mirante do Carmo

Via De Olhos nas Vizinhas
Início da via